25 de agosto de 2007
"DOSSIÊ DRUMMOND" : JÁ NAS MELHORES CASAS DO RAMO
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O umbusdaman do Sopa de Tamanco deve ter saído. Não volta tão cedo porque levou o chicote que passa o dia pendurado na porta de entrada, para espantar visitantes incautos.
Aproveito a falha na marcação, driblo o zagueiro zelador dos bons costumes jornalísticos e faço propaganda em causa (quase) própria : quer saber o que
o maior poeta brasileiro, Carlos Drummond de Andrade, estava pensando duas semanas antes de morrer ? Dê uma lida no "Dossiê Drummond", livro que acaba de ser relançado, pela Editora Globo.
Arredio ao contato pessoal, Carlos Drummond de Andrade era o que os amigos chamavam de "ser eminentemente telefônico". Um repórter (o locutor que vos fala) resolveu tirar partido dessa singularidade do comportamento do poeta. Preparou setenta e seis perguntas, armou o equipamento de gravação telefônica e, num fim de tarde, fez a aposta: importunou CDA para saber se por acaso ele poderia dar uma entrevista. Os dois - poeta e repórter - já se conheciam : tinham tido contatos ( telefônicos) anteriores.
A primeira reação de CDA foi a esperada: ah, agora não. A filha estava gravemente doente, num hospital. O pai-poeta ia visitá-la todos os dias. Quem sabe, adiante, ele poderia marcar uma conversa. Mas não naquele momento.
O repórter dá a cartada: e se as perguntas fossem feitas ali, por telefone ?
O poeta abre a guarda : ah, por telefone, é possível. Quer perguntar ?
O resultado da entrevista - gravada - foram duas mil linhas datilografadas. Setenta páginas de livro.
Colhida a pepita principal - a entrevista - , o repórter ouviu 45 personalidades sobre o poeta. O psicanalista Hélio Pellegrino, por exemplo, diz que, se não escrevesse poesia, Drummond provavelmente precisaria de tratatamento. Tinha um comportamento "esquizotímico", dado a retrações exageradas.
O melhor é ver Drummond se explicando.
Sobre a entrevista de CDA no "Dossiê Drummond", Paulo Francis escreveu - em texto reproduzido no prefácio do livro - que nunca tinha visto o poeta falar daquele jeito.
Lá vem o ombudsman com o chicote na mão, um charuto fumegante no canto da boca e um cinto cheio de balas preso entre os dentes.
É hora de bater em retirada.
Termina aqui o intervalo comercial gratuito do Sopa de Tamanco.
O umbusdaman do Sopa de Tamanco deve ter saído. Não volta tão cedo porque levou o chicote que passa o dia pendurado na porta de entrada, para espantar visitantes incautos.
Aproveito a falha na marcação, driblo o zagueiro zelador dos bons costumes jornalísticos e faço propaganda em causa (quase) própria : quer saber o que
o maior poeta brasileiro, Carlos Drummond de Andrade, estava pensando duas semanas antes de morrer ? Dê uma lida no "Dossiê Drummond", livro que acaba de ser relançado, pela Editora Globo.
Arredio ao contato pessoal, Carlos Drummond de Andrade era o que os amigos chamavam de "ser eminentemente telefônico". Um repórter (o locutor que vos fala) resolveu tirar partido dessa singularidade do comportamento do poeta. Preparou setenta e seis perguntas, armou o equipamento de gravação telefônica e, num fim de tarde, fez a aposta: importunou CDA para saber se por acaso ele poderia dar uma entrevista. Os dois - poeta e repórter - já se conheciam : tinham tido contatos ( telefônicos) anteriores.
A primeira reação de CDA foi a esperada: ah, agora não. A filha estava gravemente doente, num hospital. O pai-poeta ia visitá-la todos os dias. Quem sabe, adiante, ele poderia marcar uma conversa. Mas não naquele momento.
O repórter dá a cartada: e se as perguntas fossem feitas ali, por telefone ?
O poeta abre a guarda : ah, por telefone, é possível. Quer perguntar ?
O resultado da entrevista - gravada - foram duas mil linhas datilografadas. Setenta páginas de livro.
Colhida a pepita principal - a entrevista - , o repórter ouviu 45 personalidades sobre o poeta. O psicanalista Hélio Pellegrino, por exemplo, diz que, se não escrevesse poesia, Drummond provavelmente precisaria de tratatamento. Tinha um comportamento "esquizotímico", dado a retrações exageradas.
O melhor é ver Drummond se explicando.
Sobre a entrevista de CDA no "Dossiê Drummond", Paulo Francis escreveu - em texto reproduzido no prefácio do livro - que nunca tinha visto o poeta falar daquele jeito.
Lá vem o ombudsman com o chicote na mão, um charuto fumegante no canto da boca e um cinto cheio de balas preso entre os dentes.
É hora de bater em retirada.
Termina aqui o intervalo comercial gratuito do Sopa de Tamanco.
O INFERNO SÃO OS OUTROS
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Ivan Lessa olha a paisagem circundante, durante uma viagem:
"Os outros, sempre os outros. Em todas as partes, outros. A se fotografarem e a falarem no celular. Caminhadas duras, caras duras, paisagens duras. Duras são, por natureza, as férias"
(aqui :http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070824_ivanlessa_tp.shtml)
Ivan Lessa olha a paisagem circundante, durante uma viagem:
"Os outros, sempre os outros. Em todas as partes, outros. A se fotografarem e a falarem no celular. Caminhadas duras, caras duras, paisagens duras. Duras são, por natureza, as férias"
(aqui :http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070824_ivanlessa_tp.shtml)
PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 4
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Engraçado: escritor brasileiro não gosta de ler. Gosta de escrever.
Joel Silveira
Engraçado: escritor brasileiro não gosta de ler. Gosta de escrever.
Joel Silveira
PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 3
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Engraçado: sempre que preciso do meu anjo-da-guarda, ele está dormindo.
Joel Silveira
Engraçado: sempre que preciso do meu anjo-da-guarda, ele está dormindo.
Joel Silveira
PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 2
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Um tanto mareado pela oitava dose, afrouxou o colarinho, pergunto, num tom molhado:
- Você sabe quem realmente eu sou ?
-Não.
- Pois acertou em cheio ! "Não". "Nada". "Ninguém"
E emborcou a nona num só sorvo.
Joel Silveira
Um tanto mareado pela oitava dose, afrouxou o colarinho, pergunto, num tom molhado:
- Você sabe quem realmente eu sou ?
-Não.
- Pois acertou em cheio ! "Não". "Nada". "Ninguém"
E emborcou a nona num só sorvo.
Joel Silveira
PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA
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Aluno relapso, o Brasil está sempre repetindo de ano.
Joel Silveira
Aluno relapso, o Brasil está sempre repetindo de ano.
Joel Silveira
Faz um 1929
Cuidado, especuladores/financistas/argentários/rentistas/agiotas, vem aí uma nova crise econômica mundial. Milhares de mutuários brasileiros não conseguem pagar, há décadas, as prestações da casa própria às Cohabs e à Caixa Econômica, herdeira natural dos rombos do falido BNH. Os economistas explicam que a inadimplência generalizada do sistema habitacional se deve às incertezas de quase uma dezena de planos econômicos, mudanças mensais das regras e aos juros bebel (mais lingerie, por favor, e nada de misoginia, a ordem é de doutor Roberto).
A próxima crise, segundo os analistas, deve afetar todas as economias, sobretudo as dos países emergentes. As ações vão despencar, o dólar subir, o PIB cair e um migrante sem-teto poderá assumir a presidência do Banco Central. A embaixada americana acompanha atentamente a crise das hipotecas brasileiras. A bolha da "saudosa maloca" vai explodir, acreditam os analistas, em 2009. O momento, porém, é de cautela e de observar as oscilações do mercado futuro.
O soft é quem decide
A diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, decidiu nesta sexta-feira (24) ceder à pressão e renunciar ao cargo.
Será que vale a pena fazer uma consulta ao photoshop da revista Playboy? Ou não se deve perder tempo com teco-teco?
Falta alguém na multidão
Quando se olha na TV as sessões do Supremo Tribunal Federal sobre os implicados no mensalão sempre fica a impressão de que falta alguém no banco do réus. Quem será?
O professor, apenas um aluno-problema
O STF, no julgamento do mensalão, indiciou o professor Luizinho,ex-deputado federal PT-SP. Salvo engano, o professor Luizinho recebeu apenas dez mil reais da "organização criminosa" (palavras do procurador-geral). Tudo bem que a justiça é cega, mas dez mil reais os aloprados dão de gorjeta quando estão bêbados. Coitado do professor, não teve nem tempo de fazer o supletivo do mensalão.
Condição sine qua non
O tricampeão mundial de futebol Pelé lançou um desafio ao ídolo argentino Diego Maradona para entrar em campo nos dois amistosos que o Boca Juniors planeja realizar contra o Santos.
Maradona deve aceitar o desafio de Pelé. Mas Dieguito ainda precisa ter a certeza absoluta de que não haverá exame antidoping nas duas partidas.
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