22 de novembro de 2007

MONDO CANE

Ao se referir a Pitágoras, a historiografia fala de um poder espiritual comparável ao de Sócrates. Antecipando o mestre de Platão, Pitágoras fez da alma a preocupação central da filosofia. A alma e seu destino depois da morte. Separada do corpo, ele acreditava, as almas podiam reencarnar em qualquer corpo, o que chamavam de "metempsicose". Conforme os méritos, voltava-se ao mundo material sob esta ou aquela pele, literalmente. Qualquer uma. A de um cão, por exemplo. Para Pitágoras, os animais teriam em comum com os homens a alma. Foi aí que o bicho pegou e a porca torceu o rabo.

Xenófanes, outro pré-socrático, achou graça da conversa. E ridicularizou Pitágoras, contando a história em que o super-sábio pede que parem de bater num pequeno cachorro ao reconhecer no ganido do bicho a voz de um... amigo. Digno de caricatura? Xenófanes parece dizer que sim.

GENETON É CO-RESPONSÁVEL PELO OBITUÁRIO DA VELHINHA DE TAUBATÉ

No dia 23 de dezembro de 1987, em pleno governo Sarney, o Jornal do Brasil publicava entrevista de Geneton Moraes Neto com Luis Fernando Verissimo sobre a futura “morte” da Velhinha de Taubaté, personagem do gaúcho.

A certa altura, o repórter pergunta:

— Por que você vai dar um sumiço na Velhinha de Taubaté?

Ao que o escritor responde:

— Nem a Velhinha de Taubaté acredita mais no governo. Vou aposentá-la. Ela não vem se manifestando porque já não acredita em nada.

Geneton insiste:

— A Velhinha de Taubaté vai se despedir do público ou vai sumir em silêncio?

E o humorista diz:

— Você acaba de me dar uma idéia. Talvez a Velhinha de Taubaté faça uma ultima aparição, para dizer que já não acredita em nada. Não sei ainda como será a despedida.

Quase vinte anos depois, a 25 de agosto de 2005, esquerda no poder com o ex-metalúrgico Lula presidente, Verissimo publicaria a crônica “Velhinha de Taubaté (1915-2005)”, em que, pondo em prática a idéia sugerida pela pergunta de Geneton, anuncia o falecimento da personagem.

A entrevista pode ser lida aqui. A crônica, apud Noblat, aqui.

MODINHA

Ao contrário dos outros, Astafânio Carlos aprendeu a tocar violão. Quando pediam Legião Urbana, atacava de Villa-Lobos, tendo sido expulso mais de uma vez pelo próprio dono do bar ao executar uma modinha que ficou popularmente conhecida na universidade como “Garçom, a Conta”.

(Mais, aqui)

A PRAGA INTERATIVA : CHEGA DE PESQUISAS INÚTEIS!

Meus neurônios, provavelmente combalidos por falta de uso, não retiveram a informação. "Falha nossa". Não me lembro onde, mas, com certeza, li há algum tempo o desabafo de um leitor/ telespectador que dizia o seguinte: não existe coisa mais chata do que este festival interminável
de pesquisas inúteis em todos os sites,todos os portais,em dezenas de programas de TV.

Ninguém consegue navegar tranquilo sem ser importunado por um chato invisível que quer saber: você passaria as férias na Nicarágua ? Você usa açúcar ou adoçante ? Quantos copos de água você bebe por dia ? Pais devem deixar os filhos saírem sozinhos de madrugada ? O presidente deve ter outro mandato ? A China deve mandar um astronauta para a lua ? Quantas horas por dia você dorme ? A ONU deve se mudar de Nova York ? E blá-blá-blá.

Qual é o valor dessas pesquisas ? Nenhum. O que significam ? Nada. Quem aprenderá alguma coisa com elas ? Ninguém.

Mas pode fazer o teste: dê uma passada num site qualquer de notícias. Lá estarão as tais enquetes, à espera de que algum desocupado as responda.

Perda de tempo.

Por falar em enquete: você acha que a Venezuela deve ou não entrar no Mercosul ? E Luana Piovani ? Deve ou não processar a turma do Pânico na TV ?

ENQUETE MUNDIAL DA BBC

O site da BBC faz uma enquete:

"Você deixaria de comer carne para beneficiar o meio ambiente ?"

É óbvio que não. Que pergunta !

Uma picanha bem passada, por favor.

ASTAFÂNIO CARLOS

Astafânio Carlos sempre foi uma figura tão macavenca que, ao nascer, em vez de chorar, ele olhou para o médico e ameaçou:

— Se tocar em mim, recorro ao Estatuto da Criança e do Adolescente, hein?

No colégio, enquanto todos os meninos seguravam a bolinha de gude entre o indicador e o polegar, ele a atirava pressionando o mínimo da mão esquerda sobre o médio da direita, e gritava:

— Curucucu, curucucu!

No futebol, rolava no chão às gargalhadas ao ver seu time perder um gol.

(Mais, aqui)

DEUS, PROTEGEI-NOS DAS LETRAS DE DJAVAN!

Do blog de Walter Carrilho:

"Djavan é o cara responsável por versos como “Açaí, guardiã, zum de besouro, um imã”, que geram dezenas de monografias em cursos de letras e algumas câimbras no meu duodeno. Pois ele está de disco novo: “Matizes”. E para homenagear esse “poeta”, escrevi este texto em Djavanês.Cacatua, sol da manhã, um suco de maçã. Neste novo disco, Djavan, este filho do luar, revoada de pombos, araçá, Zimbabwe, inovou. Na canção “Imposto”, ele mostrou o seu lado indignado e engajado, parangolê, maracujá, nuvem no céu, em uma crítica à carga tributária:“IPVA, IPTU / CPMF forever / É tanto imposto / Que eu já nem sei!. (...) Eles nem tchum”

(aqui: http://waltercarrilho.blogspot.com/search?q=djavan)

"Aquela voz de sub Nara Leão misturada com letras roubadas do diário de uma menina de 10 anos". Quem será ? Ora,Paula Toller!

"Pergunta aos leitores: uma pessoa que tem as manhas de cantar uma música com a frase “Quando ela cai no sofá, so far away” (sacou? So-fá = So-far... gênio, não?) merece continuar na carreira artística ou é melhor vender porta-incenso na esquina? As gravadoras preferem a primeira alternativa. Pior: ainda dão moral para a infeliz lançar um disco solo. É o caso da Paula Toller"

(aqui:
http://waltercarrilho.blogspot.com/2007/08/solta-mais-uma-sub-nara-leo-na-chapa.html)