26 de agosto de 2007
Posts poéticos de um Renan cassado
'LUTAR COM AS PALAVRAS CRUZADAS É A LUTA MAIS VÃ. ENTANTO LUTAMOS, MAL ROMPE A MANHÃ.'
Piadas retroativas
Lamentavelmente, o SDT perdeu a passagem da abraçadora Amma pelo nosso querido Brasil.
Gostaríamos que ela tivesse abraçado o senador Renan Calheiros, mas também gostaríamos que ela tivesse abraçado o fulguroso presidente do nosso entrevado Brasil.
Quem sabe o abraço não se constituiria na última fagulha para a completa iluminação do presidente.
E num projeto de vida.
O sábio presidente afirma que não deseja, como seu antecessor, pontificar nas instituições de ensino do nosso querido Velho Mundo. Deseja voltar para os braços de seu querido povo.
Donde ele poderia desbancar Amma.
Correr o mundo a abraçar
talibãs e republicanos,
traficantes e golfinhos,
tucanos e leprosos,
usineiros e policiais militares,
eurodeputados e imigrantes ilegais,
michês e prêmios Nobel,
astronautas e web cam girls,
dançarinos de tango e mascadores de folha de coca,
artistas concentuais e camelôs,
socialites e donos de clínica de reabilitação,
colunistas políticos e usuários do iPhone,
blogueiros e piratas somalis,
pederastas e neurastênicos,
generais da Otan e vereadores,
integrantes da CCJ e cabeças do PCC,
capas da Playboy e demógrafos,
personal trainers e locutores de rádio,
evangélicos e guardas municipais,
corretores de valores e hipotecados,
bolivarianos e faquires,
ditadores e palestinos,
juízes de futebol e webmasters,
neonazistas e tripulações de submarinos atômicos,
delegados do Partido Democrata e membros da Alerj,
analistas da Abin e pais da Madeleine,
pagodeiros e monges,
xiitas e chineses...
Gostaríamos que ela tivesse abraçado o senador Renan Calheiros, mas também gostaríamos que ela tivesse abraçado o fulguroso presidente do nosso entrevado Brasil.
Quem sabe o abraço não se constituiria na última fagulha para a completa iluminação do presidente.
E num projeto de vida.
O sábio presidente afirma que não deseja, como seu antecessor, pontificar nas instituições de ensino do nosso querido Velho Mundo. Deseja voltar para os braços de seu querido povo.
Donde ele poderia desbancar Amma.
Correr o mundo a abraçar
talibãs e republicanos,
traficantes e golfinhos,
tucanos e leprosos,
usineiros e policiais militares,
eurodeputados e imigrantes ilegais,
michês e prêmios Nobel,
astronautas e web cam girls,
dançarinos de tango e mascadores de folha de coca,
artistas concentuais e camelôs,
socialites e donos de clínica de reabilitação,
colunistas políticos e usuários do iPhone,
blogueiros e piratas somalis,
pederastas e neurastênicos,
generais da Otan e vereadores,
integrantes da CCJ e cabeças do PCC,
capas da Playboy e demógrafos,
personal trainers e locutores de rádio,
evangélicos e guardas municipais,
corretores de valores e hipotecados,
bolivarianos e faquires,
ditadores e palestinos,
juízes de futebol e webmasters,
neonazistas e tripulações de submarinos atômicos,
delegados do Partido Democrata e membros da Alerj,
analistas da Abin e pais da Madeleine,
pagodeiros e monges,
xiitas e chineses...
PAUSA NAS TAMANCADAS. "SANTIAGO" NÃO É UM DOCUMENTÁRIO. É UMA OBRA-PRIMA
.
Para não dizer que o Sopa de Tamanco não falou de flores: um crítico escreveu que o documentário "Santiago" era uma obra-prima. Não exagerou. É verdade.
"Santiago" prova de novo que o espetáculo encenado todo dia por personagens anônimos pode ser mais rico, mais fascinante, mais comovente e mais surpreendente do que o mais inspirado dos filmes de ficção. É aquilo que - banalmente - se chama de "vida real".
Que roteirista poderia imaginar um personagem tão extraordinário quanto Santiago, o mordomo de uma família rica que passou a vida inteira copiando em folhas de papel a história da aristocracia mundial ?
Ao todo, preencheu trinta mil páginas. Já velho, aposentado das funções de mordomo, dispensava a companhia de quem quer que seja. Vivia aparentemente sozinho, mas contava com a companhia imaginária daqueles personagens aristocráticos descritos nas trinta mil páginas.
Aos olhos de qualquer "idiota da objetividade", a coleção de textos transcritos pareceria apenas uma montanha de folhas de papel ofício empoeiradas. Mas, para Santiago, os personagens descritos naquelas trinta mil páginas ganhavam vida, dialogavam com ele. Uma vez por semana, ele conversava com aqueles duques, príncipes obscuros, lordes esquecidos, reis destronados. Era como se todos estivessem ali, no pequeno apartamento, ao alcance de um aperto de mão do mordomo que enxergava num casarão da Gávea um palácio de Florença.
Santiago soube construir, para si, o melhor dos mundos: o da memória. Aquele que Norberto Bobbio via assim:
".....o mundo maravilhoso da memória, fonte inesgotável de reflexões sobre nós mesmos, sobre o universo em que vivemos, sobre as pessoas e os acontecimentos que, ao longo do caminho, atraíram nossa atenção.Maravilhoso, este mundo, pela quantidade e variedade inimaginável e incalculável de coisas que traz dentro de si : imagens de vultos há muito desaparecidos, lugares visitados em anos distantes e jamais revistos(...)"
O personagem Santiago dá um passo adiante de Norberto Bobbio. Conseguiu corrigir e recriar o conceito de memória: passou a vida revisitando lugares e revendo personagens que jamais tinha visitado e visto antes.
É esta a chave da grande fascinação despertada pelo personagem : Santiago cometeu a façanha de aprisionar o tempo num sólido castelo feito de trintas mil folhas de papel. Depois, mudou-se para dentro do castelo. A obra de uma vida estava completa.
O documentário "Santiago" - que passou anos para ser finalizado - só poderia ser realizado por quem foi: João Moreira Salles. Santiago, o mordomo, tinha trabalhado durante três décadas na mansão da família Moreira Salles, desde o final dos anos cinquenta.
O filme é uma conspiração de acertos : a direção perfeita, a fotografia (Walter Carvalho) belíssima, a narração (Fernando Moreira Salles) excelente, tudo funciona a favor.
A mansão - que Santiago imaginava um palácio florentino - virou sede do Instituto Moreira Salles. Treze anos depois de morto, graças a um grande filme, Santiago acaba de entrar, com todas as honras e pompas, na restritíssima aristocracia dos personagens inesquecíveis.
Para não dizer que o Sopa de Tamanco não falou de flores: um crítico escreveu que o documentário "Santiago" era uma obra-prima. Não exagerou. É verdade.
"Santiago" prova de novo que o espetáculo encenado todo dia por personagens anônimos pode ser mais rico, mais fascinante, mais comovente e mais surpreendente do que o mais inspirado dos filmes de ficção. É aquilo que - banalmente - se chama de "vida real".
Que roteirista poderia imaginar um personagem tão extraordinário quanto Santiago, o mordomo de uma família rica que passou a vida inteira copiando em folhas de papel a história da aristocracia mundial ?
Ao todo, preencheu trinta mil páginas. Já velho, aposentado das funções de mordomo, dispensava a companhia de quem quer que seja. Vivia aparentemente sozinho, mas contava com a companhia imaginária daqueles personagens aristocráticos descritos nas trinta mil páginas.
Aos olhos de qualquer "idiota da objetividade", a coleção de textos transcritos pareceria apenas uma montanha de folhas de papel ofício empoeiradas. Mas, para Santiago, os personagens descritos naquelas trinta mil páginas ganhavam vida, dialogavam com ele. Uma vez por semana, ele conversava com aqueles duques, príncipes obscuros, lordes esquecidos, reis destronados. Era como se todos estivessem ali, no pequeno apartamento, ao alcance de um aperto de mão do mordomo que enxergava num casarão da Gávea um palácio de Florença.
Santiago soube construir, para si, o melhor dos mundos: o da memória. Aquele que Norberto Bobbio via assim:
".....o mundo maravilhoso da memória, fonte inesgotável de reflexões sobre nós mesmos, sobre o universo em que vivemos, sobre as pessoas e os acontecimentos que, ao longo do caminho, atraíram nossa atenção.Maravilhoso, este mundo, pela quantidade e variedade inimaginável e incalculável de coisas que traz dentro de si : imagens de vultos há muito desaparecidos, lugares visitados em anos distantes e jamais revistos(...)"
O personagem Santiago dá um passo adiante de Norberto Bobbio. Conseguiu corrigir e recriar o conceito de memória: passou a vida revisitando lugares e revendo personagens que jamais tinha visitado e visto antes.
É esta a chave da grande fascinação despertada pelo personagem : Santiago cometeu a façanha de aprisionar o tempo num sólido castelo feito de trintas mil folhas de papel. Depois, mudou-se para dentro do castelo. A obra de uma vida estava completa.
O documentário "Santiago" - que passou anos para ser finalizado - só poderia ser realizado por quem foi: João Moreira Salles. Santiago, o mordomo, tinha trabalhado durante três décadas na mansão da família Moreira Salles, desde o final dos anos cinquenta.
O filme é uma conspiração de acertos : a direção perfeita, a fotografia (Walter Carvalho) belíssima, a narração (Fernando Moreira Salles) excelente, tudo funciona a favor.
A mansão - que Santiago imaginava um palácio florentino - virou sede do Instituto Moreira Salles. Treze anos depois de morto, graças a um grande filme, Santiago acaba de entrar, com todas as honras e pompas, na restritíssima aristocracia dos personagens inesquecíveis.
UM LIVRAÇO
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Os dois neurônios do abaixo-assinado continuam debruçados, com uma lupa, sobre aquele que é, mui provavelmente, o melhor livro publicado este ano no Brasil.
Dentro de poucos dias, o Sopa de Tamanco publicará os motivos da escolha.
Os dois neurônios do abaixo-assinado continuam debruçados, com uma lupa, sobre aquele que é, mui provavelmente, o melhor livro publicado este ano no Brasil.
Dentro de poucos dias, o Sopa de Tamanco publicará os motivos da escolha.
PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 2
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Cineasta brasileiro sabe tudo sobre cinema. Há alguns que até conhecem de cor o nome da bisavó de Orson Welles. Outros chegam ao cúmulo de citar a hora exata em que o menino Hitchcock pregou o primeiro susto na tia nervosa.
Nossos cineastas só não sabem fazer filme, nem desses Classe B que os americanos produzem numa razão de dez por dia e com rara competência.
Joel Silveira
Cineasta brasileiro sabe tudo sobre cinema. Há alguns que até conhecem de cor o nome da bisavó de Orson Welles. Outros chegam ao cúmulo de citar a hora exata em que o menino Hitchcock pregou o primeiro susto na tia nervosa.
Nossos cineastas só não sabem fazer filme, nem desses Classe B que os americanos produzem numa razão de dez por dia e com rara competência.
Joel Silveira
PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA
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"O povo não confia na polícia", diz o jornal.
Sou mais drástico :não confio na polícia nem no povo.
Joel Silveira
"O povo não confia na polícia", diz o jornal.
Sou mais drástico :não confio na polícia nem no povo.
Joel Silveira
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