31 de agosto de 2007

UM FREELA DE MUSA AÍ, SACA?

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— Não me diga que você tá por trás de alguma música da Zélia Duncan!
— Não, não. Não trabalho mais com mulher desde a época da Safo. Mas tenho inspirado uns...
— Quê? Não ouvi.
— Eu tenho inspirado uns...
— Fala mais alto.
— Raps! Uns raps, tá legal? É isso aí. Até pra rapper eu tô trabalhando! Isso pra não falar num bico que tô fazendo pra um escritor de auto-ajuda, aí. E você vem dizer que eu tô firme e forte... Francamente!
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/musa-contempornea.html)

CURRICULUM

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— Tudo bem, seu Josimar, o senhor não é formado, mas tem um curso por fora, digo, fez algum curso básico sobre colunatas latinas, capitéis gregos, pintura pré-rafaelita? Conhece ao menos o Renascimento?
— Não, mas acredito piamente, senhora. Os padre fica dizendo que num tem isso não, mas eu mermo já vi muita gente com cara de onça e de coruja. Tenho pra mim que é o tal do renascimento. A pessoa era animal em outra encadernação e volta como home. Ou então as mãe deles fez sesco com bicho, o que...
— Seu Josimar! Por favor! Uhm... Veja bem, seu Josimar, eu gostaria muito de lhe dar o emprego, mas o fato é que se o senhor pelo menos tivesse um curso técnico em alguma coisa simples, como a Mecatrônica...
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/uma-entrevista-de-emprego-num-pas-muito.html)

DOMINGÃO

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O Cubo Mágico, segundo meu conceito, é a epítome do que o ser humano conseguiu produzir de mais difícil em termos de exercício mental. Comparável apenas, nesse sentido, à tentativa de entender os motivos que levam alguém a assistir ao Domingão do Faustão.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/04/comprei-uma-bicicleta-ergomtrica-3.html)

Pra terminar o mês de bem com a merda de vida

Evgeny Kissin.
(Quem sabe numa outra encarnação, não?)

NO ÔNIBUS

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— 2014 será o ano do Lula.
— Por quê? Cê acha que ele sai de novo pra presidente?
— Não, não. Ano do Cavalo no horóscopo chinês...

ERRARE JUMENTUM EST

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Então Deus deu um grito de pura revolta e inventou o cólera, o escorbuto, as erupções vulcânicas, o apêndice, o Piauí, a unha encravada, o horário eleitoral gratuito e a axé music. E Deus achou pouco e fez o chicote, com o qual deu uma lambada no homem, perguntando:
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— Vai falar direito ou não vai, seu jumento?
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E o homem coçou a bunda e disse:
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— Unxe, unxe, como tá irritadinho! Parece que sofre de sistema nervoso!
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/o-mito-da-criao-sob-perspectiva-da.html)

Grandes frases avacalhadas

'TENHO A IMPRESSÃO DE ME ENCONTRAR SOBRE UM BAR DE LAMA.'

Getúlio Luiz Vargas

Grandes frases avacalhadas

'DAQUI SÓ SAIO TORTO.'

Luiz Inácio Getúlio da Silva

Grandes frases avacalhadas

'SAIO DA VIDA PARA ENTRAR NA ESCOLA.'

Getúlio Inácio Vargas da Silva

REPÓRTER X JOGADOR

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— Não deve ter sido fácil pra você encontrar os espaços vazios, não? Muitos acreditam que o vazio nem existe, é apenas uma categoria metafísica...
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— Com certeza, Carlos. Tive uma certa dificuldade, no princípio, devido que o nosso time é muito influenciado pelo platonismo tardio, né? Mas o professor repassou com nós as teoria crítica do racionalismo, e... E a gente vimos um pouco de Swift, e... Voltaire, e, com um trabaio eficaz, conseguimo anular a tática sofista do adversaro.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/muito-bem-roberto-estamos-aqui-com.html)

PARAÍSO PERDIDO

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E Caetano aquiesceu, porque Jorge é lindo. E da trança rastafári do baiano fez a baiana. E eles viveram felizes durante muito tempo, até que Bandaeva, a primeira baiana, comeu o caju proibido e os dois foram expulsos da Bahia e mandados num pau-de-arara pro Rio.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/o-mito-da-criao-sob-perspectiva-de-um.html)

DOS MALES INVENTADOS POR DEUS

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Então Deus ficou realmente embocetado da vida e inventou o terremoto, a avalanche, os furacões, o câncer, a íngua, o exame de próstata, a dieta à base de saladas e, extrapolando e abusando um pouco de seu poder, a música sertaneja.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/o-mito-da-criao-sob-perspectiva-da.html)

Menos

Notável é a presunção de determinados diretores de cinema quando o assunto é realidade.

Agora temos o sr. Brian de Palma, com seu 'Redacted', dizendo:

'As imagens são o que vão parar a guerra.'

Ato contínuo, vem com falsa modéstia, tentando esconder seu ego num surrado truque gramatical:

'Só se pode esperar que estas imagens venham a acender o público, para que motive seus congressistas a votarem contra esta guerra.'

O SDT invoca Gastão, o Vomitador, para argumentar contra o Diretor que Levou a Paz ao Iraque:

- Bleargh.

Por um novo mapa astral

Eis que um ministro do STF se dá ao trabalho de conceder uma entrevista - o tribunal precisa de um spin doctor já, já - para julgar de modo cirúrgico o colega Lewandowski: tudo não passa de 'inferno zodiacal'.

Há tempos a Divisão Astrológica do SDT se ocupa da matéria, i.e., o inferno astral de mulheres e homens públicos do Brasil, quiçá das crianças públicas também, e dos bichos públicos, por que não?

A DASDT acredita que na verdade o zodíaco é vítima do rolo compressor das eras. Constelações e astros precisam mudar de nome, tal e qual ruas subitamente brindadas por antropônimos ilustres. Sua atualização traria em seu bojo toda sorte de benefícios.

Em primeiro lugar, os animais. São antiquados, anódinos, modorrentos. Em suma, nada divertidos.
Em lugar de Peixes, propomos Ostras.
Em lugar de Capricórnio, propomos Suricato.
Em lugar de Escorpião, propomos Caracol.
Em lugar de Leão, propomos Pitbull.
Em lugar de Câncer, propomos Aedes.
Em lugar de Touro, propomos Pônei.

Os demais:
Em lugar de Áries, propomos José Dirceu.
Em lugar de Gêmeos, propomos Taís e Paula.
Em lugar de Virgem, propomos Madre Teresa.
Em lugar de Libra, propomos STF.
Em lugar de Sagitário, propomos Rogéria.
Em lugar de Aquário, propomos Piscinão.

Das vontades

Às vezes eu queria acreditar neste deus dos vulgos só pra pôr nele a culpa pelos meus azares.

Desgosto

É o tal do mês de agosto.

Se eu não tivesse superego, diria que é o mundo conspirando contra mim.

Como tenho, fico achando que é incompetência mesmo.

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA

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A prova da imensidão do Brasil está no fato de nele caberem, ao mesmo tempo, embora um roçando no outro, os imensuráveis egos dos senhores Fernando Henrique Cardoso, Paulo Maluf, Pelé e João Havelange.

Joel Silveira, datilografado por GMN

CANONIZAÇÃO DO DIABO

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A situação anda tão segurança-pública que meus credores, ultimamente, têm colocado mais fé na canonização do diabo - que, como todos sabem, pode até ser uma péssima pessoa, mas segue estritamente as leis de mercado - do que em receber algum numerário da minha parte.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/04/comprei-uma-bicicleta-ergomtrica.html)

PEQUENAS ANALOGIAS QUE AMAMOS

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Sendo mais inocente que a religiosa de Diderot, imaginava que a dificuldade, no que tangia à bicicleta ergométrica, se resumiria a enfrentar as pedaladas diárias. Eis que tenho tanta aptidão para o esforço físico quanto um concretista para escrever poemas.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/04/comprei-uma-bicicleta-ergomtrica-2.html)

COORDENAÇÃO MOTORA

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Tenho tal coordenação motora que, para mim, montar um Lego sempre se provou uma atividade de nível de dificuldade semelhante ao de convencer uma alemã a raspar o sovaco.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/04/comprei-uma-bicicleta-ergomtrica-3.html)

Podcasts do Congresso do PT

- Nunca vi uma delegação tão esnobe. Os cara não se misturam, que coisa. Quem são eles?

- Galera da Galícia, tal de BNG. Não esquenta, é assim mesmo. No congresso passado alguém foi chamar eles de companheiros, quase saiu facada.

Podcasts do Congresso do PT

- Tá rolando uma pancadaria ali!

- Os americanos da AFL-CIO provocaram os sírios do Baath, só pode ter sido.

- Acho que não. Acho que são os italianos da Refundação Comunista trocando idéias com os Comunistas Italianos.

Podcasts do Congresso do PT

- Vem confusão aí.

- Que foi, agora?

- Os delegados cubanos sumiram.

Podcasts do Congresso do PT

- É brincadeira! Assim vou acabar me filiando ao DEM! Uma vida inteira de militância vai por água abaixo...

- Não exagera.

- Não exagera, como? Você não vê o que tá acontecendo?! Uma parte dos delegados mandou avisar que, sem mensalinho, não vota as resoluções do tema 'PT: concepção e funcionamento'...

- Liga pro Marcos Valério, uai.

Podcasts do Congresso do PT

- Cadê o pessoal do Núcleo do PT em Lisboa?

- Pegaram o vôo errado. Talvez cheguem pro final do encontro.

Podcasts do Congresso do PT

- Rapaz, viu que esquisita a delegada da Argentina?

- Meio desconjuntada, né?

- Um peito aponta prum lado, outro pro outro!

- Agora entendo por que ela pertence à Frente Transversal.

- Em matéria de silicone, o socialismo ainda deixa a desejar.

Podcasts do Congresso do PT

- Sabe que... olhando pra você assim, todo... ahn... eu... eu penso no Brasil que queremos?

- O que é isso, companheiro! Cai fora.

- Pô, aonde foi parar o socialismo petista?

NA GRÉCIA

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— Dá pra apagar a luz?
— Não.
— Por Zeus! Eu quero dormir!
— Psss. Tô à procura de um homem virtuoso, mulher.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/dilogos-gregos.html)

TECNICAMENTE

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— Como é que é? Não tenho direito à restituição?
— Tecnicamente, não.
— Quer dizer que quarenta por cento de tudo o que eu ganhei esse ano ficou pro governo?
— Uhm-hum, tecnicamente.
— Mas isso é um assalto!
— A senhora me desculpe, mas o termo técnico é pararroubo.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/prefixos-que-caem-na-boca-do-povo.html)

QUEIXO

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— Por que é que cê tá com essa cara aí, olhando pro nada, todo amuado, Adamastor?
— O queixo.
— Ai, meu Deus, machucou o queixo, Totozinho? Vem cá, vem, que eu dou beijinho.
— Não, não, o queixo como conceito.
— Ahn? Que é que cê disse?
— Fico pensando... De onde será que Deus tirou a idéia, hein?
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/o-queixo.html)

Glen Baxter é dos nossos - - I


Glen Baxter é dos nossos - 0


Glen Baxter é dos nossos - I


Glen Baxter é dos nossos - II


30 de agosto de 2007

A ESCOLHA DE SOFIA

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O Dia Nacional contra a Raiva está programado para o próximo domingo. Acontece sempre aquele dilema: quem levar primeiro ao posto? O pequinês "dória" ou o blogueiro da esquina?


(Amin Stepple)

BEST-SELLERS

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— Olha aí, Veronika decidiu morrer.
— Putz! Será que a gente pode fazer alguma coisa pra ajudar?
— Comprar cicuta.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/best-sellers-2.html)

CARTA ABERTA AO LEITOR

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A Diretoria do Sopa de Tamanco vem por meio desta esclarecer que não passam de boatos infundados, repercutidos por jornalistas irresponsáveis, as notícias que dão conta de terem Amin Stepple e Paulo Polzonoff Jr., o popular Cotoco, se estranhado, trocado tapinhas e espalhado penas por toda a redação. As plumas avistadas em nossa sala são apenas parte dos nossos preparativos para o próximo Carnaval, quando lançaremos o bloco "É dando tamancada que se recebe" pelas ruas de Olinda.
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Atenciosamente,
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Nós, a Diretoria.

MÃE, QUERIA SER TONI MARQUES (OU GRANDES FRASES AVACALHADAS - VERSÃO PIRATA)

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'O QUE É ROUBAR UM BANCO, COMPARADO A FUNDAR UM PARTIDO?'

Bertold Silvio Pereira, o Brechtinho.

O evangelho segundo Pitangui

O cristianismo recomenda que você, ao levar uma tamancada na cara, ofereça a outra face. Mas se a aplicação de botox for recente, você pode deixar para a próxima.

Papos cifrados do STF - O musical

Tom: G7M
Intro: D7/9
G7M Bbm7 D#7/9 Bm7
Mesmo com toda a fama, com toda a brahma
E7/9 Am4/7 G#7(b5) G7M
Com toda a cama, com toda a lama
A7/6 A7/5+ D7/9 G7M Bm7 A#7 Am7 D7/9 Bm7
A gente vai LEWANDO, a gente vai LEWANDO, a gente vai LEWANDO
E7/9 Am7 D7/9 G7M
A gente vai LEWANDO essa chama
Bbm7 D#7/9 Bm7
Mesmo com todo o emblema, todo o problema
E7/9 Am4/7 G#7(b5) G7M
Todo o sistema, todo Ipanema
A7/6 A7/5+ D7/9 G7M Bm7 A#7 Am7 D7/9 Bm7
A gente vai LEWANDO, a gente vai LEWANDO, a gente vai LEWANDO
E7/9 Am7 D7/9 G7M
A gente vai LEWANDO essa gema
Bbm7 D#7/9 Bm7
Mesmo com o nada feito, com a sala escura
E7/9 Am4/7 D7/9 G7M
Com um nó no peito, com a cara dura
Bm7 Am7 D7/9 G7M
Não tem mais jeito, a gente não tem cura
Bbm7 D#7/9 Bm7
Mesmo com o todavia, com todo dia
E7/9 Am4/7 G#7(b5) G7M
Com todo ia, todo não ia
A7/6 A7/5+ D7/9 G7M Bm7 A#7 Am7 D7/9 Bm7
A gente vai LEWANDO, a gente vai LEWANDO, a gente vai LEWANDO
E7/9 Am7 D7/9 G7M
A gente vai LEWANDO essa guia
Bbm7 D#7/9 Bm7
Mesmo com todo rock, com todo pop
E7/9 Am4/7 G#7(b5) G7M
Com todo estoque, com todo Ibope
A7/6 A7/5+ D7/9 G7M Bm7 A#7 Am7 D7/9 Bm7
A gente vai LEWANDO, a gente vai LEWANDO, a gente vai LEWANDO
E7/9 Am7 D7/9 G7M
A gente vai LEWANDO esse toque
Bbm7 D#7/9 Bm7
Mesmo com toda sanha, toda façanha
E7/9 Am4/7 G#7(b5) G7M
Toda picanha, toda campanha
A7/6 A7/5+ D7/9 G7M Bm7 A#7 Am7 D7/9 Bm7
A gente vai LEWANDO, a gente vai LEWANDO, a gente vai LEWANDO
E7/9 Am7 D7/9 G7M
A gente vai LEWANDO essa manha
Bbm7 D#7/9 Bm7
Mesmo com toda estima, com toda esgrima
E7/9 Am4/7 G#7(b5) G7M
Com todo clima, com tudo em cima
A7/6 A7/5+ D7/9 G7M Bm7 A#7 Am7 D7/9 Bm7
A gente vai LEWANDO, a gente vai LEWANDO, a gente vai LEWANDO
E7/9 Am7 D7/9 G7M
A gente vai LEWANDO essa rima
Bbm7 D#7/9 Bm7M
Mesmo com toda cédula, com toda célula
E7/9 Am4/7 G#7(b5) G7M
Com toda súmula, com toda sílaba
A7/6 A7/5+ D7/9 G7M Bm7 A#7 Am7 D7/9 Bm7
A gente vai LEWANDO, a gente vai tocando, a gente vai tomando
E7/9 Am7 D7/9 G7M
A gente vai dourando essa pílula

MÃE, QUERIA SER TONI MARQUES (OU GRANDES FRASES AVACALHADAS - VERSÃO PIRATA)

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'DIZE-ME SE TENS GRANA E TE DIREI QUEM ÉS'

Epitáfio do Psicanalista Anônimo

CAÇADOR DE PIPAS

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— Sabia que mais cedo ou mais tarde isso ia acontecer.
— Que foi?
— O caçador de pipas.
— Que é que tem?
— Morreu eletrocutado.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/best-sellers-2.html)

SEGUNDA EDIÇÃO

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— Lançaram uma segunda edição de “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”.
— Ha! E se chama como?
— “Casais Inteligentes não Lêem Esse Tipo de Livro.”
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/best-sellers-2.html)

Futuros diálogos na Bienal do Livro, via Pasquim

- A senhora é a Tortura Nunca Mais?

- Não. Sou a Vênus das Peles.

SOMBRANCELHA

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— Ha! Quem é que fala “sombrancelha” aqui?
— Você. “Sombrancelha” e “iorgute”. Por que é que você acha que lá em casa agora tem caixas e caixas de iogurte, que eu compro toda semana? É só pra não ouvir você me pedir pra trazer “iorgute” quando eu vou no supermercado.
— Ah, então é isso, senhor “um plus a mais”?
— Como é que é?
— Não se faça de desentendido, Euclides. Ainda ontem você tava falando com o Rogério pelo telefone que “a empresa tal tem um plus a mais e por isso encontrou um novo nincho de mercado”. Urgh, chega a me dar uma coisa! Fico com os pêlos todos arrepiados só de lembrar, doutora!
— Até os da “sombrancelha”?
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/terapia-de-casal.html)

Grandes frases avacalhadas

'NÃO OUVE, MENSALÃO. FINGE QUE NÃO É CONTIGO.'

José Dirceu, réu, consultor, advogado e fodão

Grandes frases avacalhadas - 'Calma, boneca'

'BENDITA SEJA A PROVIDÊNCIA, QUE DEU A CADA QUAL SEU BRINQUEDO: A BONECA À CRIANÇA, A CRIANÇA À MULHER, A MULHER AO HOMEM, O HOMEM AO DEMÔNIO.'

Victor Hugo Jereissati, senador e escritor

NAS TERMÓPILAS

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— Tu viu a meteorologia pra hoje?
— Uhm-hum. Parece que vai chover flecha.

PEQUENOS DIÁLOGOS SEM FUTURO

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— Mãe, o que é isso?
— Papa, Nicolau.
— Pô, mãe, eu não gosto disso!
— Papa, Nicolau!

Um marronzinho, por favor

Há menos mentira nas revistas e blogs de fofocas do que nos ditames dos sebáceos manuais de redação.

Vem aí mais um togado

O presidente Lula já nomeou "o primeiro negro", "a primeira mulher" e "o primeiro opus dei" para o STF. Lula poderia anunciar que chegou a hora de nomear "o primeiro piauiense" para o Supremo. Os holandeses do "Cansei" iriam colocar os seus cães nazistas nas ruas, mas não existe Big Mac grátis.

A gaiola das loucas

'Tarso levantou a voz e pediu calma, irritando o relator:

- No grito não. A força do direito sim, mas o direito à força não. Se V. Exca. sabe bater na mesa eu também sei. Estão querendo me castrar - reagiu Almeida Lima.

Tarso, que até então estava sentado e calmo, provocou o senador, fazendo trejeitos femininos:

- Calma, boneca!

- Senador, esse trejeito não lhe fica bem - reagiu Almeida Lima.'

O nosso querido Brasil anda com o sistema muito nervoso. São ministros supremos acreditando viver num manto de invisibilidade, apresentadores e editores negando murros por causa de uma pergunta e agora senadores falsamente efeminados quase chegando às vias de fato.

A abraçadora Amma precisa ver isso.

Da série 'Habilidades que não temos'


Se algum leitor photoshopa caras de políticos e personalidades, mixando-as, por favor se apresente.

Futuros diálogos na Bienal do Livro, via Pasquim

- Vocês são os Meninos da Rua Paulo?

- Não. Somos os Garotos da Fuzarca.

Futuros diálogos na Bienal do Livro, via Pasquim

- A senhora é a Ditadura da Mídia?

- Não. Sou a Anarquia da Média.

Daqueles que pensam que são Deus

Historinha (absurda!) resumida:

* Neguinho liga pra jornalista e diz que W. Wack e um editor do Jornal da Globo trocaram sopapos.
* São 21 horas. O jornalista tem que fechar a coluna. Como odeia a Globo (aprendeu na faculdade), publica a nota.
* Porque escreve num jornal de grande circulação, a nota repercute. O jornalista, neste momento, acha que é um jesus cristinho: não tem poder de criar o céu e a terra, mas já dá pra ressucitar um lazarentinho.
* Os personagens da nota negam o acontecido.
* O jornalista faz que não ouve.
* Os personagens da nota, então, divulgam uma nota dizendo que nada disso aconteceu.
* Se achando um paladino da ética, o jornalista divulga a nota, com o adendo de que mantém as informações.
* Agora, sim, ele pode criar um tiquino de céu e outro de terra.

Sério: se as pessoas que teriam trocado sopapos dizem que não trocaram, como o colunista, que deve ficar numa baia o dia inteiro trocando telefonemas com funcinários insatisfeitos das emissoras, pode manter as informações? Percebe a arrogância da figura?

Isso me lembra Michael Scott, magistralmente interpretado por Steve Carell.

(Ou será que o jornalista nunca ouviu falar em trote?)

Campanha

João Dória Jr. (quem quer que seja) para Presidente!
Amin Stepple para vice.

A ditadura da mídia será sopa!

O consultor, doutor e réu José Dirceu afirma que o nosso querido Brasil está "caminhando para a ditadura da mídia".

Ueba.

Apoiamos o caminho, desde que:

1. Seja nomeada ditadora Ghida Fakhry.

2. Todos os decretos baixados por Ghida passem pelo YouTube.

3. Numa perpétua homenagem ao Woody Allen daqueles tempos, as roupas de baixo dos brasileiros sejam:

§ 1º - de uso compulsório;
§ 2º - trocadas a cada meia hora;
§ 3° - usadas por cima das roupas, de maneira a poder ser exercida a fiscalização.
4. Todos os profissionais de TV 'on camera' sejam escandinavos 'barely legal' (se é que vocês me entendem).
5. Todos os imitadores de Paulo Francis sejam declarados ilegais e enviados a campos de reeducação comandados por Paulo Henrique Amorim.
6. As Executivas partidárias sejam formadas por vencedores e perdedores do Big Brother Brasil.
7. As escolas públicas e privadas sejam obrigadas a adotar, no currículo, o estudo da chanchada.
8. Manchetes de jornais e telejornais só se refiram a literatos obscuros.
9. O teste do sofá seja declarado constitucional no serviço público, desde que haja feeds de web cams.
10. Todos os blogs sejam sumariamente extintos.

Mais um empreendimento "Cansei"

Por que não transformar o Piauí no canil de João Dória Jr?

Nosso candidato a governador

Antes de entregarmos o Piauí ao Sudão ou à Somália, por que não lançar o editor João Moreira Sales governador do Estado? Sem trocadilho, é o único brasileiro com capacidade de passar em revista o Piauí.

PERGUNTAS SOLARES

Quem inventou a cajuína foi um engenheiro holandês?

Futuros diálogos na Bienal do Livro, via Pasquim

- A senhora seria a Serpente Emplumada?

- Não. Sou o Doce Veneno do Escorpião.

Colocando mais Piauí no ventilador

Paulo Polzonoff tem razão: o Piauí é uma merda, o Brasil é uma cloaca, a maconha da Holanda é de péssima qualidade, esse Tolo von Baitola é um pusilânime, a Rainha Beatrix é frígida, os nordestinos e os cariocas são a vergonha da nação,mas não tem revolta, não. Acabo de comprar uma tv (a cabo?) Philips em 24 suaves prestações. E tem controle de natalidade.

Tamancada do bem

Zé Rodrix pediu demissão de um projeto teatral ao descobrir que os produtores tinham conseguido apoio de qualquer uma das cinco mil leias de incentivo à cultura.

Está de parabéns.

A exaltação da mediocridade

Todo mundo revoltadinho porque o presidente da Philips disse uma verdade sobre o Piauí: é um estado de merda, símbolo do atraso nacional. Não produz porcaria nenhuma, a não ser oxigênio, como disse o governado - do PT, é claro. Oxigênio, aliás, que o mar produz em maior quantidade, sem se gabar disso. Se houvesse educação no Piauí o governador teria ouvido falar em fito-plancton.

O presidente da Philips, ao retirar a menção que fez ao feudinho miserável lá do nordeste, cometeu um crime de lesa-honra. A própria. Deveria ter tido a coragem de, simplesmente, não distribuir mais seus produtor para aquele estado. Estaria, assim, matando dois coelhos com uma cajadada só: mostraria que o Piauí é tão insignificante que seu mercado pífio não interessa à multinacional e, de quebra, mostraria que a empresa tem um papel decisivo no controle de natalidade daquele fértil estado. Sem a Philips, em pouco tempo o Piauí seria a China brasileira.

Até porque Mao ele já tem, ao que parece.

Os eletrônicos caminhos Teresina-Haia

Na internet:
"Não adiantou pedir desculpas. O presidente da Philips para a América Latina, Paulo Zottolo, foi oficialmente declarado como "persona non grata" no Piauí. A decisão partiu da Assembléia Legislativa do Estado, em sessão que homenageava os 155 anos da capital Teresina, na semana passada."

O que Jesus, já descido da cruz, diria da "parábola do recall da dignidade" dos piauienses? E a multinacional holandesa, com a imagem cheia de drop out, vai fingir que não tem nada a ver com o assunto? E a Rainha Beatrix, cuja ociosidade é paga com os lucros dos impostos dos produtos Phillips, não deveria ser processada pelo governo do Piauí? Por onde andam os rábulas piauienses que não orientam o governo? Vivahaia!

Unificação ortográfica chega ao STPh

- Sensacional a atuação do Supremo, hein?

- Você tá Lewando a atuação do STF a sério?

Queremos a volta do invento de Samuel

Londres - A exposição aos sinais de telefonia móvel durante apenas cinco minutos poderia estimular um processo de divisão celular, segundo um novo estudo sobre o uso do aparelho publicado no último número da revista "New Scientist".

Como a comunicação por sinais de fumaça é hoje politicamente incorreta, pelos danos provocados aos alérgicos do Greenpeace, o mais lógico é voltar a utilizar o Código Morse. Além do mais, o usuário nunca terá mais problemas com a máfia das companhias telefônicas que exploram as linhas de celular.

Futuros diálogos na Bienal do Livro, via Pasquim

- Você é a menina que roubava livros?

- Não. Sou uma delegada disfarçada de livreira.

Futuros diálogos na Bienal do Livro, via Pasquim

- Desculpe. Os senhores são o monge e o executivo?

- Não. Ele é o coronel.

- E ele é o lobisomem.

Futuros diálogos na Bienal do Livro, via Pasquim

- A senhora é que a Bienal do Livro?

- Não. Sou o Anuário do IBGE.

Foi o Rio...

Da última fornada da internet:
O jornalista e apresentador William Waack trocou agressões com o editor-chefe do "Jornal da Globo", Erick Brêtas. É o que revela nesta quinta-feira (30) a coluna Outro Canal, de Daniel Castro --exclusiva para assinantes UOL ou Folha.


Se estivesse vivo Doutor Roberto não iria gostar. Homem culto e refinado, pacífico por natureza, não toleraria agressões entre os companheiros. Uma das prováveis medidas que doutor Roberto adotaria seria matricular, de imediato, os dois violentos numa academia de balé da Barra da Tijuca. Dança do ventre seria a outra opção.

Perguntas que ninguém faz

- Como ficam os créditos de carbono do mensalão?

A LÍNGUA INCULTA OFICIAL

Outro dia, ouvi um governador de Estado, relativamente jovem, falar na televisão: "espero que a segurança e a paz volte às ruas". Sem uma mínima concordância verbal não chegaremos a qualquer acordo com os transgressores, inclusive os da gramática.

Os brucutus de Santiago

As lideranças estudantis e universitárias deveriam ouvir menos rock sem qualidade e ver mais os telejornais. Alguma acontece no Chile e não é mais um festival de vinhos. Se liga, tabaco-leso. Tem sempre um meia oito à espera de uma nova geração.

O CÓDIGO E OS BONS COMPANHEIROS

Corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, formação de quadrilha, evasão de divisas. Com o maior respeito aos ínclitos e sábios ministros do TST, mas para o leigo-eleitor passa a impressão de que ainda falta algum artigo nesse listão. Qual será? O artigo 173? Se aplica a estelionato eleitoral? Algum rábula barbudo pode ajudar a esclarecer essa dúvida atroz?

SENADO: O DICIONÁRIO ERROU

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Quero meu dinheiro de volta! Depois de ler os discursos de "defesa" do presidente do Senado para justificar as injustificáveis maracutaias que praticou, resolvi consultar o dicionário. Minha intenção era saber se o dicionário dizia ou não que em qualquer republiqueta um presidente de Senado que recebe dinheiro vivo de lobista de empreiteira deveria se declarar, sem maiores discussões, moralmente impedido de exercer o cargo.

Descobri que meu exemplar do Dicionário Aurélio traz, na página 1568, no verbete Senado, a seguinte definição "câmara alta, nos países onde existem duas assembléias legislativas". Deve ter havido algum engano. Porque a definição correta foi publicada na página 1405 , no verbete prostíbulo: "bordel, covil,harém, lupanar, serralho". E agora ? O que é que faço com o dicionário ? Como confiar nas outras definições ?

A CASA DA VERGONHA

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O senador Jarbas Vasconcelos declara que o Senado Federal virou uma bagunça.

Justiça se faça: apoiado !

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 2

De todos os lixos conhecidos, é o da História o que mais fede.

Joel Silveira, datilografado por GMN

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA

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Não é preciso ser um sabichão para perceber que todo governo em nosso querido país sempre sustentou neste binômio:
cobrar muito e com arrocho - e pagar mal e sem pressa.

Joel Silveira, datilografado por GMN

ASSASSINATOS NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

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— Restaram quantos?
— Segundo dizem, só o porteiro e o José Sarney.
— O José Sarney saiu vivo?
— Uhm-hum.
— Maldito Jô Soares!
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/best-sellers-2.html)

FUTEBOL

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— Quinze a zero! Nunca houve uma goleada dessa na história do clássico!
— Olha aí, a gente entrou pra história.
— Pra história eu não sei, mas pra aritmética, sem dúvida.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/futebol-arte.html)

TERAPIA DE CASAL

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TERAPEUTA: E então, o que os traz aqui?
CÉLIA REGINA: O Aurélio, doutora.
TERAPEUTA: Aurélio? Mas eu pensei que o senhor se chamasse Euclides.
EUCLIDES: E me chamo, doutora. Aurélio, no caso, é o dicionário.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/terapia-de-casal.html)

29 de agosto de 2007

A PELEJA DOS JORNALISTAS CONTRA OS TEXTOS: AH, RAÇA ESQUISITA....

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Jornalista é bicho esquisito. Quem duvidar deve fazer um teste. Sem chamar atenção, aproxime-se de um grupo de jornalistas o mais sorrateiramente possível, para observar um fenômeno curiosíssimo. É fácil identificá-los, pelos ruídos que emitem: latidos, trinados, uivos, rugidos e outros sons menos votados. Apure os ouvidos. Com toda certeza, um jornalista ( provavelmente, um editor) estará dizendo a outro ( provavelmente, um repórter) : "Pode fazer, mas curta ! Trinta linhas, no máximo!". Ou: "Nada além de um minuto e meio!".

Ou seja: cinquenta por cento dos jornalistas que exercem de verdade a profissão nas redações passam noventa por cento do tempo útil proibindo os outros de escrever. Parece que escrever é uma praga. Nenhum assunto seria digno de merecer mais do que um punhado de parágrafos mambembes. Devem achar que todos os leitores sofrem de alfabetofobia ( se a palavra não existe, acaba de ser parida). "Não se estenda !". "O espaço não vai dar!". "Ficou grande!" "Vou ter de cortar!" etc.etc.etc. Os outros cinquenta por cento dos jornalistas passam noventa por cento do tempo implorando por espaço e por tempo.

Parte-se da suposição de que a) ninguém pode escrever; b) ninguém quer ler.

Ah, racinha desgraçada....

Brigar contra o tamanho dos textos - ou o tempo de uma reportagem - passou a ser a ocupação principal desses bípedes esquisitos.

É como se os médicos passassem o dia dizendo uns aos outros: "Vou fazer uma cirurgia, mas tem de ser rápida! Nada de passar dez minutos operando ! "

Ou os engenheiros jogassem fora energia e neurônios discutindo coisas como "vamos fazer a ponte, mas, pelo amor de Deus, nada além de dois metros ! ".

Conclusão: não existe maior inimigo da escrita do que os jornalistas.
Se o Brasil fosse uma democracia, qualquer cidadão com idade superior a cinco anos deveria ter o direito de dar voz de prisão ao primeiro jornalista que aparecesse pela frente.

Eu estaria a esta hora na terceira cela à esquerda da ala norte da Penitenciária Agrícola de Itamaracá.

Saco cheio

Tô de saco cheio de gente que se acha importante demais para responder um email.

MIchael Scott para presidente!

Ando viciado em The Office. A cada episódio, me deparo com uma verdade gritante: os habitantes do mundo corporativo acham que a empresa é um mundo especial, no qual desempenham um papel essencial.

Doce ilusão.

Se bem que, aqui fora, no mundo dos free-lancer, rola a mesma ilusào. Com uma desvantagem: a gente não pode roubar grampeadores.

Leitores, uma raridade

Por mais livros que sejam vendidos no Brasil, eu confesso que não conheço um só leitor de verdade. O que há aos montes aí são compradores de livros. Gente que só se diferencia da Paris HIlton pelo produto que consomem. De resto, são a mesma coisa vazia e ridícula.

Pergunta-se

Como é que eu faço pra extirpar este câncer jeca que me acomete?

Vai começar setembro

Mais um mês de merda.

Azia, má-digestão...

... e a certeza de que ninguém será punido por STF nenhum.

Azares, azares

Alguém pode me lembrar de, ano que vem, no dia 29 de agosto, não levantar da cama?

Questões pertinentes - Amante sustentável

- Desisti dela. Não tenho mais idade pra isso.

- Ecochata mesmo?

- Ecochatíssima. Queria que eu plantasse árvores para neutralizar as emissões de CO2 oriundas do nosso caso...

CREDORES

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Ano novo é época de fazer planos e renovar esperanças. Por exemplo, a comovente esperança de meus credores de que ainda vão ver um centavo meu na vida.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/redao-de-volta-das-frias.html)

A segurança do torrão natal deles vem aí

Eis que os comedores de cheesburger promovem evento para vender a expansão do Departamento de 'Homeland Security'.

Ou, já que o dono do domínio do treco é privado, não é governo, pode se tratar apenas de feira de 'contractors'.

'Whatever': o Brasil participará da Latin American Caribbean Homeland Security Summit.

Sensacional é a página que (não) mostra quem são os palestrantes: Madeleine Albright, general Barry McCaffrey e mais três representantes do governo cujas identidades estão sob sigilo! É a delícia dos seminários corporativos e institucionais: o palestrante-surpresa!

E, a julgar pelo site do evento, eles pegaram o espírito da vizinhança: a programação não está pronta!

É de se esperar que entre os expositores estejam as Blackwaters da vida.

E a cúpula se intitula um local de treinamento em que 'first responders' de todas as Américas poderão 'interagir', 'formar rede', 'forjar relacionamentos' e 'criar um ambiente de fusão funcional'.

Pergunta que ninguém faz: aproveitando o ensejo, por que o 'warlord' Sérgio Cabral não contrata a Blackwater para cuidar da segurança de São Sebanistão?

Perguntas que ninguém quer fazer

- Por que Angelina Jolie não visita o STF?

Os brasileiros do IBGE precisam de assessoria de imprensa

Entre os telejornais de hoje e os jornais de amanhã, a imprensa estará coalhada de personagens que ilustram pesquisa do IBGE.

A cada pesquisa do felizmente hiperativo instituto, brasileiras e brasileiros são convocados pelos jornalistas para que dêem um lado carbono às reportagens.

Mais dia, menos dia, se o nosso querido Brasil crescer de modo - já não se diz mais chinês ou indiano - peruano ou colombiano, nascerá uma nova assessoria de imprensa: a Agência de Representação de Brasileiros do IBGE.

Para azar da imprensa, porém, os clientes da agência tornar-se-ão inadimplentes.

Aí, por força contratual, via cláusula de multa, só terão uma resposta a todas as questões dos repórteres.

'Morador de uma aglomeração subnormal que não tem acesso a saneamento básico, eletricidade, asfalto etc., e vivendo com cerca de um sexto de salário mínimo com o qual sustenta todas as estatísticas de pobreza infantil do Brasil, o desempregado banguela José da Silva não quis dar entrevista, limitando-se a dizer:

- Pode botá aí: eu sou um personagem do IBGE.'

De tal impasse em diante, o desafio da imprensa será encontrar e retratar o brasileiro ideal.

Aquele que, de modo inexplicável, será a encarnação de todas as pesquisas do IBGE.

Perguntas que ninguém faz

Por que o jantar de desagravo do PT só terá massa, pizza e salada servidas numa churrascaria que usa da Argentina para se afirmar brasileira?

Grandes frases avacalhadas

'COMO OS MENSALEIROS E OS MISSIONÁRIOS, OS DOLEIROS TÊM FANTASIA DE CONVERSÃO.'

José Dirceu, consultor e doutor, sobre depoimento de Lúcio Bolonha Funaro

PASTICHE À MODA DA CASA

Na internet:
"Mais uma vez o programa "Show do Tom", da Record, será processado por plágio por emissoras concorrentes. Desta vez, a Globo acusa o humorista Tom Cavalcante de plagiar os programas "Domingão do Faustão" e "Mais Você"".

Doutor Roberto faria o mesmo, se vivo estivesse. Vamos respeitar as obras-primas da televisão brasileira.

Perguntas que ninguém faz

Por que o empresário das gônadas Oscar Maroni Filho não pediu asilo às Bahamas?

Is it soft, or do you want more?

De um treco chamado World Entertainment News Network:

FRANCIS FORD COPPOLA has travelled to Brazil to find a location for a planned tourist resort, according to reports.The Godfather director arrived in the South American country earlier this week (begs27Aug07) to scout land in the Florianopolis area, where he hopes to construct a holiday village, according to Brazilian news website G1.Globo.com.It's not the filmmaker's first foray into Brazilian real estate - Coppolla bought a boutique hotel in capital Buenos Aires in June (07), and is reported to have plans to establish a film production facility for use in 2008.

O que fará o ministro da aviação civil?

Sempre inovando na capacidade de se superar conforme os distúrbios listados no Manual Diagnóstico Estatístico da psiquiatria, e com o formidável senso de timing de sempre, o alegado governo do nosso querido Brasil agora mostra sinais de que tem personalidade passivo-agressiva. É aquela que agride indiretamente.

Posto que o alegado governo - em vez de fazer livro sobre repressão, para marcar posição fiel às suas alegadas origens e na prática nada fazer, fora irritar aqueles que um dia foram inimigos e hoje são colegas - deveria era disciplinar busca, conservação e acesso público de documentos de governo. Cadáveres são documentos, bem entendido.

E tornar criminosos os vândalos e os sonegadores da memória nacional.

Mas é claro que pimenta no arquivo dos outros é refresco. Ou abre-se tudo ou locupletem-se todos.

Vaidoso feito ele só, o líder do Sindicato do Executivo deverá apagar tudo quanto é rastro impróprio antes de virar abraçador profissional.

Mais ou menos como Rudolph Giuliani tentou fazer quando saiu da prefeitura de Nova York, guardando tudo quanto é documento de suas gestões num depósito particular. O tiro está saindo pela culatra, por sinal. Já se sabe que ele passou mais tempo dando vazão pública à sua tara pelos Yankees que no sítio do destruído WTC, nos meses que se seguiram ao atentado...

A Secretaria Geral dos Jecas sem Fronteiras observa que, nisso, vale a pena saber a opinião dos comedores de cheesburger.

A imprensa do mundo todo adora tacar o pau neles, mas poucas são as vezes em que se lembra de notar que o sistema é desenhado pela linha protestante de que a cagada há de aparecer, mais cedo ou mais tarde.

De mais a mais, pega mal combater a violência dos fantasmas, quando a dos vivos é que assola o nosso querido Brasil.

VOTO

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O Sopa de Tamanco acompanha o relator.

PREFEITO QUE NÃO CHORA EM PÚBLICO NÃO SERVE PARA O CARGO


Ivan Lessa:

"Prefeito que não embarga a voz (fanha ou não) e não recolhe lágrimas em meio a discurso nunca poderá ser perfeito"



(aqui :http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070829_ivanlessaebc.shtml)

SOBRE ANIMAIS IRRACIONAIS

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É manhã. O mundo funciona. Os pássaros gorjeiam. Os bêbados dormem. Você olha para o céu e pergunta a Nossa Senhora do Perpétuo Espanto: quem foi o animal irracional que concebeu a legislação penal brasileira ?

Somente um verme togado poderia admitir e aplicar uma lei que permite o seguinte: cinco anos depois de torturar o repórter Tim Lopes, o autor da monstruosidade ganha direito à progressão de pena, sai da cadeia para fazer um passeio e, óbvio, não volta.

Tanto o criminoso quanto quem autoriza tal benesse deveriam estar, por uma questão de justiça, no mesmíssimo lugar: apodrecendo no fundo de uma cela por, no mínimo, cinquenta anos.

Em qualquer sociedade minimamente civilizada, assassinos torturadores ( comprovados, julgados e condenados) passariam o resto da vida longe de outros seres humanos, pela simples razão de que são animais intratáveis.

Mas o Brasil, claro, é exceção.

Aqui, neste grande cabaré ensolarado, eles ganham de presente o direito de passear.

Ah, tristes trópicos....

Nova ONG: Jecas sem Fronteiras

O nosso querido Brasil só será um país no dia em que a mídia auriverde parar de destacar notícias sobre o nosso querido Brasil veiculadas pelo 'New York Times'.

A opinião pública americana está na parte de baixo da cadeia alimentar. Quem tem poder de tirar dinheiro do Brasil não precisa de notícia do NYT para tomar a decisão.

E, por jecas no atacado, os americanos não precisam que a imprensa deles registre registros da imprensa estrangeira sobre o que se passa lá ou, aliás, registre o que se passa no mundo, pouco importa se a seção internacional do NYT abra o primeiro caderno do vetusto diário.

Já por aqui os jecas acreditam no varejo internacionalista, tal qual uma religião que cultue o fluxo de opinião e valores marcianos.

Agora, meu pardo IBGE, vem cá: se você precisa de imprensa auriverde pra saber o que pensa a imprensa do estranja, é porque você não precisa da imprensa do estranja; do contrário queimaria o atravessador, certo? E, se não pode saltar pocinhas, pra que confiar no senso de registro do além? Notícia sobre nós que não é furo na gente não interessa.

Donde que para disciplinar as coisas o SDT mais uma vez toma a dianteira do processo de desintegração nacional lançando a ONG JECAS SEM FRONTEIRAS.

Os JSF vão se reunir, todos os anos, em Miami, para trocar experiências sobre a biodiversidade jeca.

Os JSF não combaterão a falta de auto-estima que as notícias estrangeiras trazem aos países-membros. Pelo contrário. Incentivarão o espanto a cada título 'NYT diz que...'.

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 2

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Leio o artigão do famoso literato, penso:

- Que desperdício ! Tanta gramática, tanto pronome bem colocado, todas as vírgulas no lugar certo, e tudo para dizer o quê ? Absolutamente nada.

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA

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Quem costumava contar a historinha era Sandro, o filho mais velho do dulcíssimo Álvaro Moreyra:

- Quando fez vestibular, o massagista Jairo, do Botafogo, ao deparar com a questão "Dê um exemplo de dívida flutuante", pensou rápido e respondeu: "Navio hipotecado"


Joel Silveira, datilografado por GMN

28 de agosto de 2007

NOTÍCIAS DO CABARÉ FEDERAL

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Depois de tudo o que vem acontecendo no Cabaré, aliás, Senado Federal, nem valeria perder tempo com aquele tristíssimo espetáculo de desfaçatez.

Mas, nesta terça, um senador teve o descaramento de declarar que foram "consistentes" as explicações que o presidente do Senado deu para justificar as tais contas que não fecham nunca.

Em qualquer republiqueta que se preze, um senador que aceita ter despesas pessoais pagas por um lobista de empreiteira estaria moralmente impedido de exercer o cargo. É simples assim: moralmente impedido.

Mas o Brasil é exceção. O Senado, aqui, vira, por livre e espontânea vontade, o que se chamava antigamente de "lupanar".

Ao fazer declaração tão descarada sobre as tramóias do colega, o senador só consegue provar uma coisa : que considera os ouvintes de tais disparates, nós todos, idiotas irrecuperáveis.

Diante da tanta desfaçatez, só há um pensamento possível:

que grandessíssimo, que enorme, que indizível, que consumadíssimo, que irrecuperável canalha!

As paranóias e curiosas opiniões do escritor Bernardo Carvalho

Juro que durante dias prometi a mim mesmo não tocar no assunto, mas algumas promessas estão aí para serem quebradas. É do jogo. Quem está na chuva é para se queimar, já dizia o grande pensador e presidente do Corinthias, Vicente Matheus. Mas, divago. Falo da entrevista com o escritor Bernardo Carvalho publicada pelo jornal Rascunho, do inteligente e abnegado Rogério Pereira. Comento alguns trechos da entrevista:

• Elite grosseira
Se eu tivesse de responder em uma frase à pergunta “qual a importância da literatura no Brasil”, eu diria: “nenhuma”. É um país de analfabetos. Durante algum tempo, trabalhei na periferia de São Paulo com o grupo de teatro Vertigem. Ali, fiz alguns ateliês e oficinas de criação literária com jovens. Foi a pior experiência da minha vida. Eu me dei conta, não só que as pessoas são analfabetas, mas que o texto não faz parte da cultura brasileira; faz parte apenas de uma cultura de classe média irrisória no país. Mas o texto - e não precisa ser necessariamente literatura - não faz parte do cotidiano das pessoas. Além disso, o Brasil tem uma elite muito grosseira, muito iletrada. Em comparação com a elite de outros países, a brasileira é especialmente ignorante, e cultiva e reproduz a ignorância para os seus filhos. Isso é muito chocante e revoltante.

Você deve ter lido na Veja da semana passada a matéria sobre o livro do sociólogo Alberto Carlos Almeida, autor do livro A cabeça do brasileiro (editora Record). Para refrescar a memória:

A parcela mais educada da população é menos preconceituosa, menos estatizante e tem valores sociais mais sólidos. Se todas as pessoas em idade escolar estivessem em sala de aula hoje, a pleno vapor, o Brasil acordaria uma nação moderna no dia 1º de janeiro de 2025 – depois de um ciclo completo de educação. Os brasileiros passariam a ter baixíssima tolerância à corrupção e esperariam menos benesses de um estado protetor. Funcionários públicos ineficientes e aproveitadores seriam uma raça em extinção. Os cidadãos lutariam mais por seu futuro, em vez de se entregar distraidamente à loteria do destino. Nesse país, as pessoas de qualquer credo ou classe social se veriam como portadoras de direitos iguais. As diferenças sexuais seriam mais respeitadas. Provavelmente pouquíssimos endossariam a frase estampada no alto da página 87 – ‘Se alguém é eleito para um cargo público, deve usá-lo em benefício próprio’.

Vejo que Bernardo Carvalho não faz parte da parcela mais educada da população, o que o coloca junto com os analfabetos que ele critica de forma tão dura. Eu não sei até onde a burrice pode levar o indivíduo. Por isso me assusto ao ver tais coisas. Constatar que a literatura não tem importância alguma no Brasil não torna o país analfabeto. É uma relação de causa e efeito que não existe. Saber ler e escrever não torna o sujeito intelectualmente lustrado. E o sujeito intelectualmente lustrado nem sempre dá boa coisa, não é mesmo?

Agora, jovens da periferia rejeitarem ou não se adaptarem aos “ateliês e oficinas de criação literária” ministradas pelo Benardo Carvalho não quer dizer nada, pois não? Acho oficinas literárias chatíssimas, embora não lhes negue o valor. Mas é uma pretensão descarada achar que o não-envolvimento de jovens em oficinas literárias possa tornar o país analfabeto. O país pode ser analfabeto, mas por outras razões. Acho que até que o não-envolvimento desses jovens na oficina do escritor lhes confira certo valor…

• Sem conseqüência
(…) Eu vivo num mundo de fantasia. Crio um tipo de literatura que eu acho que tem alguma importância porque preciso continuar criando, mas que, na verdade, não tem nenhuma importância, não tem nenhuma conseqüência social. E no capitalismo tem um negócio que se estabeleceu: o mercado. A arte já não funciona mais para o estado, para a religião, mas se também não funciona no mercado, ela não faz sentido. Isso é terrível. Nessa situação, eu sou nada. A minha literatura pode ser de resistência, mas é muito pequena, não tem o menor significado. É nada. O que eu faço é totalmente insignificante.

Mais um escritor que se acha o gênio incompreendido. Bernardo Carvalho quer que sua literatura tenha uma conseqüência social. Está claro: seu sonho é ser o panfletista da causa, de um partido. Ele deseja curar o mal do analfabetismo, da malária, da catapora, das dores do espírito, com sua literatura. Agora, cá para nós, literatura de resistência? Sempre que vejo esse moço falar me dá a impressão de que ele não releu seus livros. Que resistência, meu filho? Reconheço na obra dele um talento para desenvolver trama e enredo, mas seu desleixo com a escolha de palavras e formulação de frases traz a maior das dúvidas: como alguém pode se tornar um bom escritor desse jeito? Odeio concordar com o moço, mas contra fatos não há argumentos: de fato, o que ele faz é totalmente insignificante.

• Idéia política
A idéia de que a literatura não serve para nada surgiu na modernidade; e a considero muito importante. É uma idéia política. É essa idéia que vai fazer a literatura de verdade sobreviver. A literatura que serve para alguma coisa é a que o mercado quer. Se vivêssemos na Idade Média, a literatura serviria para a Igreja. Se vivêssemos num país comunista, faríamos literatura oficial. Não servir para nada é um negócio radical e muito importante; permite que se faça uma literatura de ruptura, que não obedece a demandas preexistentes; cria uma nova demanda. Não é o novo pelo novo. Não é isso. É criar um mundo que ainda não existe. Criar uma vontade nas pessoas que elas ainda não têm. Isso é genial. É uma oferta para ver se germina. É lógico que eu acho que a literatura serve para alguma coisa. Mas preciso manter esta idéia, porque é uma idéia política, de resistência: literatura não serve para nada mesmo. Mas eu vou continuar fazendo. A ilusão de que não tem função é superimportante. Para mim, é fundamental; me dá um alento; me deixa respirar.

Primeiro o moço brada aos céus seu desejo ardente e delirante de que a literatura deveria ter importância e conseqüência social. Logo em seguida, diz considerar muito importante a idéia de que a literatura não serve para nada, razão pela qual a literatura irá, de verdade, sobreviver. Afirmações como a de que a “literatura que serve para alguma coisa é a que o mercado quer” pode fazer a platéia jovem universitária aplaudir, mas é um sofisma mal formulado. O mercado segue um curso natural: editoras colocam à venda livros que acham que podem vender. E uma parte do catálogo é formada por aqueles livros que o editor acha importante lançar, independente se vai gerar lucro ou não. O que não dá é para ter isso como norte da empresa: publicar livros sem qualquer perspectiva de venda. Não cobro de ninguém conhecimento rudimentares de economia, embora seja muito bom tê-los. O que espero é que, não tendo a mínima noção, fique de bico calado. Se fala sem saber é por má-fé, e merece uns petelecos.

Bernardo Carvalho ainda mistura questões de mercado com a subserviência da arte a propósitos políticos e religiosos. “Se vivêssemos na Idade Média, a literatura serviria para a Igreja. Se vivêssemos num país comunista, faríamos literatura oficial”. Isso nem é má-fé; é burrice descarada.

Depois de se embananar nam explicação cheia de cambalhotas que faria Caetano Veloso corar de inveja, ele tenta se explicar: “A ilusão de que (a literatura) não tem função é superimportante. Para mim, é fundamental; me dá um alento; me deixa respirar”. Ah, bom, o moço gosta de cultiva ilusões, mas mistura a realidade da ilusão com a ilusão da realidade. Alguém, por favor, manda chamar o síndico Tim Maia.

• A importância do mercado
Para o tipo de literatura que eu faço, há cada vez menos espaço. Isso é uma coisa que já discuti com o pessoal da Companhia das Letras. Se eu começasse a publicar hoje, acho que a editora não me publicaria. Eu estou meio decepcionado.

Qual tipo de literatura o moço acha que faz, minha Santa Rita do Passa Quatro? O sol se põe em São Paulo não tem nada de transgressor, novo et caterva. É um livro meia-bomba muito do desleixado no qual parágrafos que poderiam ser bons são ceifados por palavras mal escolhidas e mal encaixadas. Duvido que houvesse essa resistência que imagina o escritor. Isso é estratégia para levantar a própria bola e posar de injustiçado, renegado, blábláblá. E meio decepcionado, convenhamos, é igual meio grávida, pois não?

• Sempre o mercado
Mas acho que o mundo da literatura sempre foi guiado pelo mercado. (…) Se um cara como Beckett surgisse hoje, não teria a menor chance. Para esses escritores ingleses com quem eu estive na Itália, que são supercaretas, supertradicionais, se você fala em Beckett, eles respondem: “gênio”. Eu pensava, é hipocrisia; esse cara não acha Beckett um gênio. Ele acha Beckett um gênio porque está no cânone, está consagrado. Se eu desse um livro do Beckett sem o nome do autor, ele iria achar uma porcaria. Aí, eu perguntava: “por que Beckett é bom?” Ele respondia: “porque escreve muito bem”. Mentira, porque não é isso que o Beckett faz. O Beckett faz um outro negócio. Mas não escreve bem, não é isso que salta aos olhos.

O mundo da literatura não foi guiado pelo mercado. É bobagem, ignorância. O mercado lançou e vendeu muita porcaria, mas também lançou e vendeu muita coisa boa. Atribuir os males do mundo ao mercado é demonizar a nós mesmos. Quem é o mercado, Pedro Bó? Não somos nós que vendemos e compramos? Ou o moço acredita que o mercado é um monstro de sete cabeças com sete cornos?

Então quer dizer que Beckett entrou para o cânone porque não escreve bem? Uau! Só um bom escritor conseguia usar histórias e palavras como Beckett fazia. Se isso não é escrever bem, meu nome é Valdemar. O curioso é Bernardo Carvalho tomar como exemplo de opinião geral e sacramentada comentários de um grupo de escritores com quem esteve na Itália. Quem são esses moços? Escrevem bem? São confiáveis? Pensam bem?

• Imperialismo anglo-saxão
Tivemos um intervalo que valorizou as vanguardas, uma arte mais inovadora, dissonante, mas agora a coisa é cada vez mais careta. É um movimento respaldado pela imprensa. Hoje, entre os jovens críticos, por exemplo, qualidades inquestionáveis na literatura são personagens bem construídos psicologicamente e uma trama bem construída realisticamente. Qualquer crítico literário jovem vai tomar isso como um juízo de valor. Quando isso deveria ser um dos modelos. O crítico deveria entender que esse aí é um modelo de literatura e que existem outros que vão contra esse modelo. Mas isso é consensual. Isso é muito terrível porque não há literatura dissonante que sobreviva num clima de consenso. Eu acho que esse consenso se dá porque há um imperialismo do mercado anglo-saxão, onde impera esse juízo de valor, e uma subserviência do resto do mundo. A trama bem construída e personagens bem construídos realisticamente são tradições da literatura anglo-saxã e muito bem-feitos no século 19 por grandes autores. Isso não quer dizer que esse modelo deva ser hegemônico e se impor ao resto do mundo. Mas é lei na imprensa, e entre as editoras.

Bernardo Carvalho toma suas crenças como verdade universal. O que percebo nos críticos que leio, sejam jovens ou experientes, é a exigência pela qualidade da obra literária, não importa se segue ou não a tradição. Escritores sempre reclamam da crítica tomando como exemplo a não-repercussão de suas obras. É desonesto e não tem qualquer valor analítico.

• Imposição
Qual mercado importa hoje no mundo? O anglo-saxão. E o que ele faz em ficção? Faz um texto bem construído, com personagens críveis e psicologicamente bem construídos. É isso que vende, é isso que o público quer. (…) Ao mesmo tempo, acho muito chato o discurso do ressentido. Parece que estou aqui falando que tenho raiva do mercado, que os meus livros não vendem, eu sou uma porcaria. Mas não é isso. É uma constatação de um negócio que é fato, é claro. Ao mesmo tempo é engraçado.

Também acho muito chato o discurso do ressentido. É o que Bernardo Carvalho demonstra ser: um chato ressentido. Passemos adiante:

• Livros verdes
O tipo de livro que vai corresponder a essa venda é o livro que bate com a demanda do público. Não é um livro que contraria a demanda, que quer criar uma demanda que não existe. Coitadinho do autor que faz um livro que é uma ruptura literária, que deseja romper com o consenso, criar uma literatura totalmente nova. Esse cara não vai ser editado. E se for, não vai ser vendido pelo livreiro que é dono de uma rede de 50 livrarias. Mercado significa fazer a literatura vender igual à cultura pop. Qual literatura vai vender como cultura pop? O mercado não sabe. É o leitor quem vai dizer. É o leitor do Paulo Coelho que diz que se deve publicar Paulo Coelho. O problema é quando os escritores começam a funcionar nessa lógica de mercado. Se a literatura gira em torno do mercado, ela sai empobrecida. A pergunta é “como dentro desse mercado, desse mundo dos grandes conglomerados, pode ser criada alguma coisa interessante”? O padrão do mercado é o lugar-comum. De vez em quando acontece de as pessoas defenderem uma arte mais estranha, mas em princípio não é esse o padrão.

Sempre defendi, me alinhando a Faulkner, que o escritor não tem que se preocupar se vai ou não vender, se o mercado quer ou não o tipo de livro que ele escreve. O escritor sente uma necessidade de escrever e escreve. Se for preciso, rouba até a mãe para exercer o seu ofício, já disse Faulkner na famosa entrevista à Paris Review. O escritor Antonio Fernando Borges já tratou muito bem o tema no artigo Publicar é preciso. Escrever, não, no finado No Mínimo (reproduzido no post abaixo). Escritor que escreve para o mercado não deve ser lido pelo leitores de bem, ponto final. O que não dá é para assumir o papel bobo de salvador de almas pela literatura. Literatura terá sempre leitores contados. Se isso é bom ou mau, pouco importa. É fato e não vai mudar. É a mesma coisa do jogador de futebol querer que todo mundo jogue. E aí vai seu vizinho te perturbar enquanto você tenta ler em paz o livro de Cesare Pavese que chegou um dia antes.

• Paranóia
Eu sou um pouco paranóico. Mas se pode ver a paranóia como a criação do sentido. Se o mundo não faz sentido - e não faz -, o paranóico é que aquele que vê sentido onde não tem. O mundo não faz sentido, a vida não tem sentido, não faz sentido eu estar vivo. A paranóia me atraía como uma matriz de sentido, uma matriz desvairada. A idéia da paranóia me atraía como ficção, como produção de ficção.

Isso explica por que o moço é assim. Passemos adiante.

• O jogo
Eu escrevo os romances que eu gostaria de ler. É importante que o leitor participe de forma ativa da leitura, que seja empurrado para dentro do texto não de maneira meramente passiva, queria deixar isso claro. Então, o jogo em meus livros é importante. Tem a função de cooptar o leitor, de fazê-lo ter uma participação ativa no livro.

• Sem pensar no leitor
Se eu pensasse no leitor, eu não escreveria. Eu escrevo o livro que eu gostaria de ler. Eu não tenho talento para saber o que o leitor quer ler. Mas há autores que sabem. O Paulo Coelho, por exemplo, tem uma sintonia entre a oferta e a demanda. Há uma sintonia absoluta.

Peraí, primeiro Bernardo Carvalho diz que está se lixando para o leitor, depois que tenta cooptá-lo, depois que se pensasse no leitor, não escreveria. Caetano, de novo, coraria de inveja. Gilberto Gil idem.

• Manipulação do leitor
Os meus livros explicitam a manipulação do leitor até quase o grotesco. É muito visível. Minha obra é quase só a manipulação do leitor. É o princípio do todo romance, de toda obra romanesca - o que o romance faz é manipular o leitor e fazer com que ele participe. Agora, quando se explicita isso, como é o caso dos meus livros, dá-se ao leitor uma participação mais ativa. Você mostra que está jogando com ele. É quase um convite explícito. No romance do século 19, este convite está lá, mas é mais implícito. Nos meus livros, eles quase se reduzem à explicitação desse jogo.

E lá vem Bernardo Carvalho, novamente, deixar claro que delira pelo leitor, que tenta manipular o leitor. O gozado é a citação do romance do século 19 como uma referência do que ele faz. Mas no tópico Imperialismo anglo-saxão ele não critica justamente a “trama bem construída e personagens bem construídos realisticamente” que “são tradições da literatura anglo-saxã e muito bem-feitos no século 19 por grandes autores”.

Do que deu para entender de seu pensamento é possível afirmar: Bernardo Carvalho pensa mal e isso se reflete, de certa forma, em seus livros.

NO PROCON

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— Querida, eu comprei esse deputado aqui, mas ele é honesto.

LICITAÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DO SOL

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E dez anjos se apresentaram. Então um deles deu a idéia de aumentar o preço da obra em cem vezes, ganhar a concorrência e dividir o dinheiro entre os demais.
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E os outros acharam bom. E o vencedor disse ao Senhor:
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— Pronto, Pai. Vou fazer o Sol, um negócio que será um espetáculo: totalmente livre de raios ultravioleta, sem explosões, imóvel e quadrado.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/o-mito-da-criao-sob-perspectiva-de-um.html)

SDT SAÚDE: PARA UM BOM DESEMPENHO NO COOPER

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É importante que o praticante abstraia os pensamentos negativos e ocupe a mente em outra atividade. Se estiver em São Paulo, aconselho contar os cocôs de cachorro na calçada.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/redao-de-volta-das-frias.html)

Especulações multidisciplinares - Réus

- O que Amma, a Abraçadora, faria numa hora dessas?

- Nada.

Minisséries monológicas - 'Doze passos e uma sentença'

1. Admitimos que éramos impotentes perante o mensalão.

2. Viemos a acreditar que o Supremo poderia devolver-nos à sanidade.

3. Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados do Supremo.

4. Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.

5. Admitimos perante o Supremo, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.

6. Prontificamo-nos inteiramente a deixar que o Supremo removesse todos esses defeitos de caráter.

7. Humildemente rogamos ao Supremo que nos livrasse de nossas imperfeições.

8. Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.

9. Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.

10. Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.

11. Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com o Supremo, na forma em que o concebíamos, rogando apenas o conhecimento de sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade.

12. Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a esses Passos, procuramos transmitir essa mensagem aos políticos e praticar esses princípios em todas as nossas atividades.

Da série 'Aprendi tudo com os Simpsons'


ROUBO INFORMAL

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— Companheiro, eu sou um ladrão pé-de-chinelo. Meu negócio é pequeno. Assalto a banco, vez ou outra um seqüestro.
— Sei, sei. O senhor tá na informalidade, né? Também, com o preço que tão cobrando por um voto hoje em dia...
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/04/assalto.html)

O cartel do botox

Da fornada da internet:
"O astro do futebol argentino, Diego Maradona, chegou nesta terça-feira a Bogotá com o propósito de fazer uma cirurgia de remodelamento do sorriso, de acordo com a rádio colombiana Caracol".

Bem, não custa nada a Dieguito aproveitar a estada na Colômbia e também retocar o nariz.

GRANDES IDÉIAS QUE NÃO DARIAM CERTO

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O grande entrave para a formação de um grupo de ajuda para recuperação de corruptos, o Corruptos Anônimos, é que eles certamente mentiriam em seus depoimentos ou então enviariam laranjas às reuniões.

GRUPOS DE APOIO QUE NINGUÉM FREQÜENTA

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— Eu estou há um mês, dois dias, treze horas e vinte e cinco segundos sem receber propina.
— Parabéns. Vamos aplaudir o senador.

Sobre a missa dos lava-pés

Então, toda aquela encenação com brigas de galo não passava de um prosaico transtorno obsessivo-compulsório por lava a jato?

DISPUTAS INFANTIS BRASILEIRAS

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— Meu pai rouba mais que o seu!

ÉTICA PARA BRASILEIROS

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O senhor é uma vergonha, um inútil. Aprenda enquanto é tempo. Caso contrário, não vai passar de um trabalhador assalariado e honesto na vida.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/curso-intensivo-para-formao-de-polticos.html)

PRAGA DA AMANTE DO MARECHAL DEODORO

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— E agora mais esta: uma mulher! Uma tal de Resplúmbea interpõe-se entre nós!
— Repú... Ah, queres saber? Arruma um tigre sobre tua cabeça e vai lançá-lo à praia, ou bem fica-te cá com tuas lamúrias! Preciso ir!
— Não! Volta, Dedé!
— Larga!
— Não! Dedé! Ded... Vai! Vai, sacripanta! Mas fica a saber que estou a fazer feitiçarias contra esta Respúria, ouviste?! Uma preta está a me ajudar! Esta história não tem futuro! Meu santo é forte! Verás como em pouco tempo a Relúbrica entregar-se-á à luxúria e à corrupção! Ficará arruinada e ninguém mais a respeitará! Será mulher de todos e cairá doente, ouviste? Meu santo é forte! Ah, e tem mais: esquece o colchão de penas! Hoje dormirás no canapé!
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/04/15-de-novembro-de-1889.html)

CHANCHADA LITERÁRIA - TRANSFER ABRAHAM LINCOLN




“Pode-se enganar todas as togas por algum tempo e algumas togas durante todo o tempo. Mas não se pode enganar toda a toga por todo o tempo.”

FALTA DE DESONESTIDADE

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— Tenho aqui seu extrato bancário, senhor prefeito. O único dinheiro que entrou na sua conta nos últimos meses foi o do seu salário, o qual, diga-se de passagem, está muito abaixo da média e jamais foi reajustado nos últimos quatro anos.
— Não, não! Eu recebi propina, nobre deputado, eu juro!
— Não minta, seu calhorda. O único dinheiro que o senhor recebeu foi fruto do seu trabalho como administrador, um trabalho repugnante, que respeitou os limites fiscais, executou integralmente o orçamento e ainda investiu os percentuais obrigatórios em saúde e educação.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/04/uma-cpi-num-futuro-no-muito-distante.html)

Olha pro céu, meu amor...

O concurso de quadrilhas juninas no Nordeste mobiliza milhares de pessoas todo o mês de junho. A disputa é acirrada, até entre Estados, transmitida ao vivo pelas televisões. Essa turma classificada pelo STF como "quadrilha" poderá até concorrer no próximo São João. A única condição é que a "quadrilha" não recorra aos incentivos fiscais da Lei Rouanet. Como bem disse o Barão de Itararé: "quem foi mordido por cobra tem medo de lagartixa".

ANIVERSÁRIO DE DEPUTADO

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— Olha, foi tudo o que o partido pôde disponibilizar...
— Que é isso, o importante é a presença de Vossa Excelência.
— Sério, é só um semanão, pra data não passar em branco.
— Deixe de besteira. Entre, venha cá comer uma propina. Foi minha mulher que preparou.

Confusão no arraial

Os nordestinos do Bolsa Família não estão entendendo essa história de "formação de quadrilha" acatada pelo STF em pleno mês de agosto. Eles pensam que são festejos de São João fora de época. Como são respeitosos com o meio ambiente, não irão colocar mais lenha na fogueira.

Especialistas que ninguém entrevista

Do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, sobre o mensalão:

- É um disparate a formação de quadrilhas no Brasil. Elas chegam ao mercado absolutamente despreparadas para o exercício do quadrilhismo.

Pergunte a Danuza Leão

Na CPI da Abril, é de bom-tom usar expressões como: "Veja bem..."; "Veja só..."; "Veja o que você diz...."; "Nunca veja o país como esse..."; "Veja: abril é o mais cruel dos meses..."; "Veja: eu não sabia de nada..."; "Óia, aquele deputado acolá..."; "Veja aquele baixinho ali: não é a cara do Mainardi..."; "Se a CPI é imperativa, como se vê, veja então...", é de bom-tom?

Grupos de apoio que ninguém freqüenta

- Oi para todos. Eu sou um mensaleiro e estou em busca de recuperação.

- Oi, mensaleiro.

- Bem-vindo.

- Pode abrir seu coração.

- Bem, eu admito que era impotente perante o mensalão e que tinha perdido o domínio sobre a minha vida pública, e...

DIÁLOGOS GREGOS

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— Isso são horas? Meia-noite e você na rua, pelos banquetes da vida! Pode me dizer ao menos onde é que o senhor estava?
— Zó zei... hic... que nada zei, Jantipa.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/dilogos-gregos.html)

Posts poéticos de um Duda sem anunciantes

'UM GALO DE BRIGA SOZINHO NÃO TECE UMA MANHÃ. ELE PRECISARÁ SEMPRE DE OUTROS GALOS. DE UM QUE APANHE ESSA GRANA QUE ELE E O LANCE A OUTRO.'

DIREITO DE RESPOSTA

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A Associação de Traficantes, Assassinos e Seqüestradores do Rio de Janeiro (ATASE) vem por meio deste rechaçar qualquer tipo de associação com políticos, seja ao nível federal, estadual ou municipal.
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Em função do que, considera fruto de infundado preconceito a utilização do termo "quadrilha" ou "roubo" para se referir à atividade clandestina daqueles marginais não-sindicalizados. A ATASE é uma instituição séria, que não quer ver seu nome envolvido com o de organizações criminosas perversas como o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
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Atenciosamente,
Jorginho Chacina - Presidente

Chanchadas literárias - Transfer Amin, transfer Drummond

'O PT AMAVA VALÉRIO, QUE AMAVA SILVINHO, QUE AMAVA DELÚBIO, QUE AMAVA GENOÍNO, QUE AMAVA DIRCEU.'

Joaquim Barbosa de Andrade

Codificações para conversas ao pé do celular - D.F.

- Hoje vai ter suru...

- Shhhh! Olha o prendedor de cabelo!

- Prendedor...? Ah, ahn... Tá. Hoje vai ter... vai ter... formação de quadrilha?

- Sim!

Uma questão para o STF decidir

Quando três ou quatro cariocas se reúnem, mesmo que não seja à sorrelfa, e começam a falar, com sotaque de Madureira, "dizoito", "culégio" e "murango", pode ser qualificado, de acordo com o código penal, como formação de quadrilha?

O bom direito

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o ato de indicação do ministro Carlos Alberto Direito para uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

Os cidadãos, que pagam o generoso salário do ministro, esperam que ele entenda da matéria que carrega ínsito no sobrenome. Caso seja pedir demais, se conformam se o ministro levar a sério o próprio sobrenome.

PINTO RENASCENTISTA

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— Vai colocar uma cueca!
— Não. A Índia seria uma colônia britânica até hoje se Gandhi não tivesse dado o primeiro passo.
— O Gandhi usava um khadi, um pano tradicional indiano, Maurício, uma tanga. Aliás, o Gandhi era um homem santo, não devia nem ter pinto.
— Tô falando do princípio. O princípio é o mesmo. O da resistência.
— E tu tá resistindo contra quem? A Zorba?
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/noivado.html)

PINTO PÓS-RENASCENTISTA

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— Pô, amor, você não disse que as coisas tavam meio paradas e tal, que era preciso variar? Então eu achei que...
— Que se colocasse uma peruca no pinto as coisas iriam melhorar?
— Pois fique a senhora sabendo que o dragão é um símbolo de fertilidade na China Antiga, tá entendendo? Uaah! Uaah!
— E eu lá tenho cara de semente pra ser fertilizada, Ariovaldo? Eu só queria fazer sexo com alguém que não tivesse suíças...
— Quanta ignorância! Você não tem cultura, mulher. Trata-se de um trabalho artístico.
— Sei. E, pelo visto, o artista era dadaísta, né? Só isso explica que o corpo do dragão seja tão menor que as asas.
— Epa! Insulto, não, hein?
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/o-drago.html)

PINTO PRÉ-RENASCENTISTA

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— Ah, vou! Vou na gerência. Assim que conseguir enxergar onde é que fica. Coisa difícil, pois o pinto do indivíduo tá empatando um pouco a visão. Ricardinho! Amanda! Venham! Rápido! Cuidado com a Anaconda!
— Psssss! Fala baixo, Afonso. Você quer me matar de vergonha? O que é que o homem tá fazendo de mais contra você, me diga!
— Contra mim, particularmente, nada. O caso dele é mais contra o Leonardo.
— Que Leonardo, Afonso?
— O da Vinci. Ou tu não tá vendo que a deformidade dele representa um acintoso ataque à harmonia e à proporção?
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/no-clube.html)

O ELENCO DE NOSSA BELA CATÁSTROFE DIÁRIA

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O "carnaval de Notting Hill Gate", em Londres, deve atrair dois milhões de desocupados.

Já fui ver, por mera falta do que fazer. Se aquilo é carnaval, meu nome é Paul Newman. Pleased to meet you.

É chatíssimo. Pior do que musical em teatro (aqueles espetáculos em que atores se esgoelam ridiculamente para dizer berrando o que poderia ser falado), shows de jazz (aqueles em que bateristas fazem durante quarenta e cinco minutos malabarismos improvisados com as baquetas, com olhar catatônico e boca invariavelmente entreaberta), criança atuando em novela, subcelebridade pontificando sobre a rotina da vida de mãe , performances de mímicos, anúncios supostamente engraçadinhos, publicitários que se julgam gênios, jornalistas que se acham deuseus - enfim, todas estas cenas e personagens risíveis que, reunidos num palco imaginário, formam o elenco coadjuvante de nossa bela catástrofe diária.

Tudo para dizer que: quando estiver em Londres, não vá ao Carnaval de Notting Hill.

É programa de brasileiro vestido de índio.


PERGUNTA FEITA AOS CÉUS

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A menina que roubava livros continua solta ?

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 2

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Brasil : tão poucos notáveis e tantos notórios...


Joel Silveira

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA

Indagado por um repórter indiscreto ( que bobagem: qual é o repórter que não é indiscreto ?) por que em seus artigos e livros ele falava sempre e em demasia de si próprio, o consagrado beletrista
respondeu:

- E por que não ? Unamuno fazia a mesma coisa !

Só que Unamuno é um bom assunto.


Joel Silveira

Entre o dente e a vaia

A ex-senadora Heloísa Helena não anda numa boa fase. Primeiro, caiu o dente ao vivo numa entrevista na TV. Já ontem, segundo notícias de colunistas, foi vaiada ao furar uma fila de embarque no aeroporto de Brasília. Os adeptos do poema sonoro se espalham pelo Brasil afora. Para que a ex-senadora alagoana recupere o bom senso e a auto-estima, segue um poema (antigo. e premonitório?) do grande poeta pernambucano Jomard Muniz de Britto.


LABORATÓRIO DE SENSIBILIDADE (Jomard Muniz de Britto)
entre o fruto e o dente

qual o lugar do inconsciente?
mais vale uma banana no inciso

que duas maçãs no paraíso.
entre o prazer e o dever

como a libido satisfazer?
mais vale uma fruta na mão

que três desejos em não.
entre memória e esquecimento

qual o mais gozar do sofrimento?
entre razão e com-paixão

existe o devir-povo-da-nação.

Follow the money

No documentário "Entreatos", de João Moreira Salles, tem uma cena premonitória. Confirmada a vitória de Lula no segundo turno contra Serra, chega à suíte do hotel onde está a cúpula do PT (Lula inclusive) um eufórico Duda Mendonça (passivo ou ativo?) e fala para Zé Dirceu: "acabou, Dirceu". Dirceu, sábio, responde: "não, agora é que vai começar". Se o documentarista João Moreira Salles tivesse seguido o conselho do "garganta profunda" (o agente do FBI, Mark Felt) de Watergate - "siga o dinheiro" - é possível que não tivesse evitado o mensalão de Zé Dirceu e trupe, mas certamente teria realizado um filme tão premonitório quanto as palavras de Zé Dirceu. É uma pena para o cinema nacional que João Moreira Salles, filho e herdeiro de banqueiro, não tenha seguido o dinheiro.

A velha senhora

Não, o comandante Fidel ainda não morreu. Mas permanece aguardando a última visita da "saúde", uma velha conhecida dos enfermos.

O PINTO É A MEDIDA DE TODAS AS COISAS

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— Não, aquilo não é normal.
— Não aponta, Afonso. Olha o vexame.
— Mas aquilo não é normal, minha filha, tô lhe dizendo: não é!
— Afonso, o sujeito tem o órgão sexual, digamos, um pouco desenvolvido, só isso.
— Um pouco desenvolvido? Um pouco desenvolvido é o PIB de Cuba, Ana Sílvia. Aquilo ali é uma aberração. O cara podia ser protagonista de “O Homem Elefante”. Não, não. Não tá certo, vou falar com a gerência.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/no-clube.html)

QUESTÃO DE CONSCIÊNCIA

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— Tá, legal. Agora, por favor, veste a camisa direito e aproveita pra fechar o zíper da calça, que tá aberto. Inclusive a gente tá atrasado, o jantar tá marc... Peraí! Você tá sem cueca, Maurício?
— Maria Cristina, eu resolvi me libertar. A verdade é que o nosso comportamento sempre foi ditado pelas regras da sociedade careta e retrógrada, minha filha. E isso tá errado.
— Sei. Aí você decidiu que a melhor forma de se libertar seria mostrar os pentelhos em público no jantar de noivado de nossa filha?
— A Ana Carla vai entender. Ela é uma moça progressista.
— Ela, sem dúvida. O comendador, pai do noivo, é que talvez ache um pouco estranho. Será que você não podia deixar pra se libertar amanhã ou na próxima segunda-feira?
— Isso é uma coisa que não tem hora, Maria Cristina. É um despertar. Vem de dentro.
— Vem. Vem de dentro e tá saindo pela braguilha. Quer fazer o favor de fechar esse zíper, Maurício? E desvira a camisa, já!
— Não posso, querida. Questão de consciência.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/noivado.html)

SAINDO DA ROTINA

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— Vem, Ari, tira o cinto...
— Pronto, pronto.
— Chega mais perto, chega... Abre o zíper...
— Assim?
— Isso, Arizinho, baixa a calça... Agora, a cueca... Isso... iss... Ariovaldo? O que é isso, Ariovaldo?!!
— Meu pinto, ué!
— Não, Ariovaldo, em cima do pinto!
— Fimose?
— Ariovaldo, meu Deus do Céu, o que foi isso que você fez no... nos...
— Depilação artística. Gostou?
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/o-drago.html)

Entreato do mensalão

O ex-deputado Roberto Jefferson acabou decepcionando os seus admiradores: tão machão acabou na passiva. Influência do canto lírico?

27 de agosto de 2007

Antes que o socialismo triunfe



- É do senador, mamãe?

- Difícil dizer.

- Êêêêê!

- Uipi!

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Minha porção diária de tamancadarice

Entre uma parte e outra do trabalho (diazinho pesado...), leio Montaigne. E já ali no começo a editora quer me empurrar Chauí, aquela.

Não faz sentido. Chauí, que não entende de Spinoza, só de Stálin, falando sobre Montaigne é um dos maiores crimes de lesa-intelectualidade que eu conheço.

Alguém que leia Montaigne jamais se permitira ser petista. Porque, entre os moralistas, coisa de honra é assunto sério. Nem STF se mete nisso, por reconhecimento da própria incapacidade.

Sigo aqui, lendo. E alegre-se, leitor escasso: este é, sobretudo, um blog de boa-fé.

AUTORES DE TELENOVELA

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E digo que jamais se viu em toda a República alguém tão devotado a uma tarefa desprovida de qualquer sentido quanto eu. Exceção feita aos autores de novelas, claro.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/redao-de-volta-das-frias.html)

TPM COMO FONTE RENOVÁVEL DE ENERGIA

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Confio em nossos tenazes cientistas e torço para que nossos sábios pesquisadores consigam, talvez se utilizando de uma composto de estrogênio e Ponstan, estabilizar esta promissora, ainda que volúvel, torrente energética.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/por-um-mundo-mais-limpo.html)

Tipos inesquecíveis

Do G1:

'Pai-de-santo e cabeleireiro são presos com cocaína em Cumbica'

'Segundo a polícia, o pai-de-santo alegou que, como há dois anos não faz clientes, decidiu mudar de ramo.'

Do SDT: o pai-de-santo passa à História como o primeiro 'cavalo' que virou 'mula'.

Homônimos que o Brasil consagrou - Tênis de mesa de câmbio

'O IMPORTANTE NÃO É COMPETIR; O IMPORTANTE É SACAR.'

Anita Leocádia Não Prestes

Flagrante antecipado do terceiro congresso petista


Tarsistas (de preto) e dirceuístas marcham unidos para o encontro.

Grandes expressões lulistas - 'Ou seja'

- Aristarco, eu preciso conversar com você. Estive pensando muito, muito, e...

- Ou seja?

- O que eu acho que eu quero é...

- Ou seja?

- Seu grosso! Me interrompendo toda hora! É assunto sério, Aristarco...

- Ou seja?

- Argh! Chega! Eu quero o divórcio! Divórcio!

- Ou seja?

- Ahn... Queridão... Você me convenceu... Boa-noite.

Grandes exemplos planaltinos - Viagra falado

- Não adianta, Bibinha. Hoje não rola. Desculpe. Não sei o que está acontecendo comigo... Nunca fraquejei 'assim'...

- Praxedes, olha só: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, durante o programa de rádio "Café com o Presidente", que só chegou à Presidência da República por não ter fraquejado. "Eu, quando conto meu exemplo, conto para levantar a auto-estima das pessoas", disse ele.

- Bibinha, boa-noite.

Foi o Rio...

Deu na Folha de São Paulo:
"Terceiro homem na hierarquia do jornalismo esportivo da Globo, João Pedro Paes Leme mantém projeto social que recebe dinheiro de ONG do técnico Bernardinho, da seleção brasileira de vôlei. Leme é chefe de redação dos programas esportivos da Globo. Bernardinho é seu objeto de trabalho".

Doutor Roberto nunca foi Chateaubriand, era outro estilo. Se doutor Roberto estivesse vivo não iria gostar.

Acabei de aprender...

... que os estóicos, aqueles, proibiam que seus sábios cultivassem a tristeza.

Alguém conhece uma igreja que pratique o estoicismo aqui em São Paulo?

JORNAIS

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Eu ainda leio jornais. Afinal, na vida, todo mundo precisa de um pouco de ficção.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/por-um-mundo-mais-limpo.html)

COOPER

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Resolvi então me dedicar ao cooper que, como todos sabem, é uma atividade em tudo semelhante à dos americanos no Iraque: você sai por aí sem objetivo definido, leva um calor e só volta para casa depois de morto.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/02/redao-de-volta-das-frias.html)

SUTILEZAS DA VIDA CONJUGAL

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— Que foi? É um caroço, não é? Sabia! Eu sabia que ia ter um fim igual ao da minha avó!
— A tua avó morreu caolha?
— Não, mas… Caolha? Eu vou ficar caolha? Por que você disse “Ai, meu Deus”?
— Ué, porque sou ateu, mas vivemos num país católico e esse tipo de expressão acaba…
— Romualdo, por que você acha que eu vou ficar caolha? Fala logo!
— Eu não acho que você vai ficar caolha. Apenas perguntei se a tua avó tinha morrido caolha, porque até onde eu me lembro ela enxergava muito bem. Caso contrário, seria praticamente impossível que tirasse dinheiro da minha carteira com aquela maestria.
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(Mais, aqui: http://culturando.com/?page_id=63)

De "Santiago" e outros mordomos

João Moreira Sales (é com um "l" só ou são dois "ll", à semelhança de Collor. Nunca sei) é um rapaz educado, um gentleman, culto e um bom documentarista. É também um sujeito bastante generoso. Deu até uma grana para um traficante carioca, gente da pior qualidade, pela qual foi condenado. Para recortar em outro contexto, um verso de Joaquim Cardozo, grande poeta pernambucano, talvez explique nossos sentimentos altruístas:"a beleza católica do rio". Ou, mais existencialista, "a bondade frágil" estigmatizada por Sartre. Ou, ainda, a culpa ibérica dos congregados marianos.

Considero João melhor cineasta do que Walter Moreira Salles, conhecido nas rodas cinematográficas como Walteza ou Waltinho. Walter tem uma obra bastante irregular, apesar de todo o esforço e financiamentos disponíveis. Basta lembrar um produto tipicamente Pelmex que fez sucesso: "Central do Brasil", uma pieguice sem o subcharme das velhas produções mexicanas. Já João Moreira Salles fez bons filmes, uma cinematografia mais ousada em busca de uma nova linguagem para esse gênero. Apesar disso, tem um documentário, que também fez sucesso, mas é um dos mais desonestos do cinema brasileiro: "Entreatos". O cineasta acompanhou, como se sabe, a campanha vitoriosa de Lula (do primeiro mandato). Teve acesso a todas as reuniões, inclusive algumas sigilosas, acompanhou de pertinho tudo o que acontecia em torno do então candidato Lula, com direito a carona nos jatinhos alugados ou cedidos para a turma do PT.

Em nenhum momento do documentário, a palavra "dinheiro", motor essencial de todas as campanhas com ou sem caixa dois, foi pronunciada por ninguém. Parecia aquelas antigas novelas da TV Globo, dos anos 70 e 80, onde ninguém trabalhava, todo mundo vivia no luxo e ninguém sabia de onde vinha o dinheiro para bancar a farra e a comida de qualidade na mesa dos personagens. Para não dizer que não se falou em dinheiro durante quase duas horas de documentário, registre-se que Lula se queixa do Papa João Paulo II, que, nos anos 80, teria dado uma grana alta para Walesa, enquanto, supõe-se (o filme não explicita), que teria negado uma verba para os metalúrgicos do ABC. É o único momento em que se fala do vil metal. O mensalão, revelado anos depois, se encarrega de contar a história que "Entreatos" se esqueceu de relatar : a origem do dinheiro, desse e de outros, espertamente usados.

"Santiago" deve ser um excelente filme, já incensado pela crítica, inclusive por blogs mais satíricos e iconoclastas como este. O próprio João Moreira Salles revelou que pretende fazer um outro documentário familiar, sobre a visita da mãe dele à China durante o conturbado período da Revolução Cultural, final dos anos 60. O cinema, que nasceu como um empreendimento doméstico,sem muitas pretensões comerciais, sempre retorna ao lar, doce lar, apesar das grandes imposições industriais, e talvez até por isso mesmo. As câmeras leves sempre estiveram nas mãos de amadores e diletantes. Outro exemplo, mais atual, da permanente relação indústria-casa, são as locadoras de DVD. O que são as locadoras senão cinematecas de subúrbios? Velhíssimos e novíssimos filmes à disposição do espectador, sem que ele se desloque, a não ser da poltrona à cozinha.


Como bom documentarista, João Moreira Salles faz o caminho de volta para casa. Primeiro, o mordomo. Segundo, a mãe. O ideal seria que ele chegasse, pela mesma rota, ao Unibanco, o banco da família, do qual ele é herdeiro. Um documentário sobre os fabulosos lucros do Unibanco, com taxas mirabolantes e os extorsivos juros de mercado, seria um filmaço. O espectador certamente gostaria de saber como se deu a contratação do ex-ministro Malan, hoje um alto executivo do Unibanco. Malan é o pai adotivo de Lula, autor de toda essa formulação macroeconômica que representa, na prática, muito mais riqueza para os ricos e alguma esmola para os excluídos das mordomias financistas e rentistas. Não vamos exigir de João Moreira Salles que, a exemplo do industrial de Pasolini em "Teorema", entregue o banco dele aos sem-terra e aos favelados cariocas. Mas que a história secreta dos lucros exorbitantes dos bancos brasileiros nas eras FHC e Lula daria um grande documentário, é claro que daria, um grande tema para um bom documentarista. E esse filme só João Moreira Salles tem credenciamento para fazê-lo. O título? Poderia ser qualquer um, mas que tal: "Jurei. Nem parece agiotagem". Vamos lá, João. Ninguém se perde no caminho da volta. O cinema brasileiro acredita em você.