7 de fevereiro de 2008

HITLER

"Estou confuso. Sou um adorador da liberdade total e irrestrita de expressão. Mas, de algum modo, meu instinto dizia que aquela decisão autoritária estava certa. Mas como?!, eu me perguntava. Como uma decisão autoritária pode estar certa? Por princípios meus, nenhuma decisão autoritária é certa. Mas aquela…"

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CONSELHO

“Um bom amigo me sugeria: ponha por escrito o que pretende dizer. Pus. Assim todos vocês terão a oportunidade de verificar que pronuncio mediocridades tanto de improviso quanto por escrito”

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CENTRO

Eu era um feliz morador de Moema, dos poucos bairros paulistanos onde ainda é possível ver flora e fauna: passarinhos que acordam você pela manhã, árvores que se espalham pelas ruas e jumentos que compram pão ao cair da tarde, chamando Lula de ladrão e, coerentemente, votando de quatro em quatro anos em Maluf.

Ao contrário dos torneios medievais, no entanto, a vida não é justa. E os credores, seres sem coração, levam tudo ao pé da letra de câmbio. De maneira que tive de me mudar recentemente para Santa Cecília, localidade perto do centro. Pelo menos é o que me dizem, e eu, cujo senso de localização se assemelha ao de um hebreu no deserto, acredito. Deve se situar, ao menos, ali pelo segundo ou terceiro círculo.

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NHONHONGA

— Como assim? Separou por quê, cara? Vocês pareciam se dar tão bem...
— A Marly, ela...
— Quer um filho? Toca a bola, toca a bola!
— Que nada! Você não vai acreditar.
— Te traiu?
— Pior. Muito pior. Chuta! Pra fora... A Marly... A Marly me chamou de “Nhonhonga”, cara. Pronto, disse.
— Nononga?
— Antes fosse! “Nhonhonga” mesmo. Com “h” e tudo.
— Peraí, bicho, tu tá me dizendo que separou porque a Marly te colocou um apelido? Ih, lá vem o contra-ataque!
— Desarmou. Apelido? “Nhonhonga”? Isso é apelido que se me apresente? Se ainda fosse “Xurungo” ou “Pitoca”... “Nhonhonga” não dá! Não tem volta.

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SINDICATO

— Alô? É o senhor Adroaldo?
— Infelizmente.
— Senhor Adroaldo, nós estamos com sua sogra, sua mulher e seus três filhos. Isso aqui é um seqüestro, tá me entendendo?
— Que absurdo! Deve tá havendo algum engano.
— Como assim? O senhor não tem mulher e filhos?
— Ter, tenho. Mas eu já fui seqüestrado semana passada, companheiro. Duas semanas atrás, foi a minha mãe. Isso já é abuso. Vou ligar pro sindicato de vocês!

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