24 de setembro de 2007

Sinto o medo indo embora

A cada trabalho de publicidade que faço, sinto que cresço mais como jornalista. Porque sinto o medo indo embora.

Mas é preciso chegar a um ponto em que eu confie nos amigos também e não tema perder a amizade por causa de uma opinião controversa.

Enquanto isso não acontece, sigo me omitindo. Me sinto meio desonesto, mas é o que é possível fazer agora.

LIberdade? Eu não conheço esta palavra. Você? Quem se acha livre é porque jamais parou para pensar no quanto mente e omite para se sentir um ser social.

Resposta tardia ao amigo Geneton

Pior que Ne Me Quittes Pas só mesmo Imagine.

Eu quase chorei vendo isso daqui



Ah, como estamos longe de algo remotamente parecido. Se W. Bonner tive um mínimo de coragem, ao anunciar a absolvição de Renan, mais esta mácula nacional, faria o mesmo que Mika.

Mas, não. Jornalista brasileiro se leva a sério demais. Acha que está fazendo a coisa mais importante do mundo noticiando as coisas mais canhestras do mundo.

No fundo, a falta de HONRA de alguns jornalistas é somente mais um reflexo da crise moral que se abate sobre nós, brasileiros. Ou você acha que, hoje em dia, alguém é capaz de olhar para o patrão e dizer: "Me desculpe, mas eu não vou fazer ISSO".

Tava lendo Joaquim Nabuco e suas pérolas sobre a escravidão. O tal do Mercado são os novos grilhões. O capitalismo à brasileira descobriu um novo modo de produção: o medo.

(Que, não nego, também me contaminou).

O QUE NOS ESPERA

.
— Isso é como falar português pra mim. Que danado é filosofia e letratura, Matilde?
— Literatura. Aí cê me pegou. Só sei que eram umas disciplinas da antiga faculdade de Humanas.
— Nunca ouvi falar dessa faculdade. Ficava perto da Uninove?
.
(Texto completo, aqui)

SAI UMA NOVA PESQUISA DO DATASOPA

Apenas 9% dos brasileiros consideram sexy o ato de fumar, revela pesquisa Datafolha publicada na edição desta segunda-feira da Folha de S.Paulo.


Já uma pesquisa rápida encomendada pelo Datasopa com os maconheiros do Rio de Janeiro revelou um dado surpreendente: 99% dos adeptos da liamba consideram que fumar maconha, além de sexy, instrui, educa e diverte.

LIRISMO

.
Ela se sentou ao meu lado. Eu tentei me fixar nos pontos positivos de sua anatomia. Por exemplo, era inegável que ela possuía traços humanóides. Além disso, seu olhar tinha algo de poético que não consegui identificar de imediato, mas após alguns minutos descobri. Era caolha, como Camões.
.
(Texto completo, aqui)

DA BELEZA FEMININA

.
Só então tivemos oportunidade de analisar detidamente as mulheres e percebermos que, de fato, Ogberto não havia mentido ao descrevê-las. Pelo menos no que respeitava à idade, eram realmente todas de primeira. No caso, primeira Era Glacial.
.
(Texto completo, aqui)

HOJE, COMO ONTEM (1)

.
"Perguntei-lhe em seguida a que atribuía a decadência das belas-artes em nosso século, sobretudo a pintura, que desapareceu sem deixar o mínimo traço. (...) não ousamos sequer nos elevar ao conhecimento das artes inventadas antes de nós. Soberbos detratores da Antiguidade, professamos apenas a ciência do vício, da qual nos fornecem simultaneamente o exemplo e a lição".
.
("Satiricon", Petrônio, século I d.C. Tradução de Marcos Santarrita)

HOJE, COMO ONTEM (2)

.
" (...) quem se ocupa apenas em juntar riquezas quer persuadir a todos de que seu ouro é o bem supremo. Podem enaltecer à vontade os homens de letras, dizem eles então, contanto que, no conceito público, à frente deles estejam os homens de dinheiro".
.
("Satiricon", Petrônio, século I d.C. Tradução de Marcos Santarrita)

HOJE, COMO ONTEM (3)

.
" (...) nosso atual edil é um homem de nada, que venderia nossa vida por qualquer ninharia (...) ele ganha por dia o que as pessoas não conseguem amealhar a vida inteira. Mas, se tivéssemos sangue nas veias, as coisas não continuariam desse modo. Acontece que nosso povo, hoje em dia, não passa disso: em casa, são bravos como leões; na rua, covardes como ovelhas".
.
("Satiricon", Petrônio, século I d.C. Tradução de Marcos Santarrita)