.
— A gente transa há trinta anos sem esse maldito ponto G. Pra que procurar isso agora, meu Deus? Tuas esquisitices tão demais, Astolfo! Já não basta semana passada ter mostrado a bunda pra velhinha do 41, no elevador?
— Ela mereceu.
— Mereceu por quê? Só porque ela votou no Serra?
— No Serra e no Maluf. Se fosse só no Serra, eu tinha dado uma banana.
— A velha quase morre, Astolfo!
— Não sei por quê. Se votou no Maluf, não devia se espantar com buracos. Isso, agora vem mais pra cá...
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(Aqui, o texto completo: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/ponto-g.html)
1 de agosto de 2007
A "MÁQUINA DE FAZER LIVROS" NA HORA JÁ EXISTE!
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Os tamanqueiros que frequentam este blog haverão de se lembrar: faz poucas semanas, o Sopa de Tamanco registrou a previsão de uma revista inglesa, a Prospect, sobre o futuro do livro. Em pouco tempo, o leitor chegaria à livraria, escolheria o título numa lista e apertaria um botão. Uma máquina imprimiria na hora um exemplar - com acabamento igual ao de qualquer outro livro.
Assim, diziam os profetas, os custos serão barateados: não haveria transporte, estocagem etc.etc. O melhor: não haveria encalhes. O livro é impresso "a pedido".
Demorou pouco para que a previsão se realizasse.
Hoje, primeiro de agosto, o site Blue Bus noticia que a tal máquina já começou a funcionar, na Biblioteca Pública de Nova York.
Nunca vi uma previsão se realizar em tão pouco tempo.
(Quer ver uma imagem da máquina? É só clicar: http://www.bluebus.com.br/show.php?)p=2&id=78415)
Os tamanqueiros que frequentam este blog haverão de se lembrar: faz poucas semanas, o Sopa de Tamanco registrou a previsão de uma revista inglesa, a Prospect, sobre o futuro do livro. Em pouco tempo, o leitor chegaria à livraria, escolheria o título numa lista e apertaria um botão. Uma máquina imprimiria na hora um exemplar - com acabamento igual ao de qualquer outro livro.
Assim, diziam os profetas, os custos serão barateados: não haveria transporte, estocagem etc.etc. O melhor: não haveria encalhes. O livro é impresso "a pedido".
Demorou pouco para que a previsão se realizasse.
Hoje, primeiro de agosto, o site Blue Bus noticia que a tal máquina já começou a funcionar, na Biblioteca Pública de Nova York.
Nunca vi uma previsão se realizar em tão pouco tempo.
(Quer ver uma imagem da máquina? É só clicar: http://www.bluebus.com.br/show.php?)p=2&id=78415)
Das tradições clássicas - Cordel
Rolando na rede:
ACM no outro mundo
Miguezim de Princesa
(Codinome de um delegado da Polícia Civil do Distrito Federal).
I
Numa sessão em Angola,
O meu amigo Raimundo
Recebeu alma penada
Que num contar bem profundo
Narrou a fundo a chegada
De ACM no outro mundo.
II
Todo vestido de branco,
Pois já tinha trocado o terno,
ACM se postou
Na entrada do inferno
Para onde foi direto
A mando do Pai Eterno.
III
Carregando água de cheiro,
Viu-se um cordão de baianas
Esperando o grande líder
Numa comitiva bacana
Com mais de 100 deputados
E um cão comendo bananas.
IV
Apareceu Lúcifer:
Com um chicote na mão
E a cara muito amarrada,
Foi logo dizendo, então,
Que entre o babalaô,
Hoje tem reunião.
V
Duma grande mesa de ferro
Já foram se aproximando.
Na cabeceira da mesa,
ACM foi sentando;
Lúcifer deu um pinote
E começou protestando:
VI
- Aqui, quem manda sou eu,
Eu sou o rei da folia!
Pra comer acarajé
Tem de pedir à minha tia.
Já falei pra Juraci
Que aqui não é a Bahia!
VII
ACM não falou
Durante a reunião,
Fingiu concordar com tudo
Que viu na resolução,
Disse: "Tou com Lúcifer,
Vou apertar sua mão".
VIII
Junto com seis senadores
Começou a passear,
A cumprimentar o povo
Que encontrou no lugar,
Nas esquinas do Inferno
Desandou a discursar.
IX
Lúcifer tava dormindo,
Acordou de supetão,
Pela brecha da janela
Viu muita aglomeração
E ao redor de ACM
Toda espécie de cão.
X
"O Inferno está sem graça";
"Queremos animação";
"Lúcifer é um moleza,
Não rouba nem tem ação"
- assim pediam nas faixas
Do diabo a deposição.
XI
Lúcifer inda propôs
Dois turnos de eleição,
ACM fincou pé
Que não aceitava, não,
Pois a vontade do povo
Pedia deposição.
XII
Lúcifer sai correndo,
Pulou um grande portão,
Encontrou do outro lado
Seu amigo Lampião.
Disse: "O homem tá com a gota,
Quer fazer revolução!"
XIII
- A hora é de resistir –
Exclamou Chico Pinguelo.
- Vamos botar pra feder –
Animou-se João Tranguelo.
- ACM hoje vai ver
Como se come farelo!
XIV
Aí, começou uma guerra
(Cacete de cão com cão):
A turma de ACM
Deitou abaixo o portão,
Tinha até uma quitandeira
Com uma vassoura na mão.
XV
No exército de ACM
Se viam até generais;
Lúcifer tinha cangaceiros
Que não acabavam mais
Pra defender o portão,
Reduto de Satanás.
XVI
O grande Lucas da Feira
Se agarrou com Pinochet,
Arrancou o seu bigode
Com uma agulha de crochê,
Deu uma facada em Videla,
Botou Médici pra correr.
XVII
O Cão-Coxo de um pinote
Uma tora de pau pegou,
Zuniu a tora no vento
Chega a direção mudou,
Meteu em Garrastazu,
A tora pegou no sul
Que o norte sentiu a dor.
XVIII
ACM quase morre
Na volta de Cão-Ligeiro,
Escapou manco de uma perna
Por dentro do marmeleiro,
Escoltado por uma diaba
Com um pau de bater tempero.
XIX
Corisco acertou um tiro
No general Golbery;
Castelo Branco, com medo,
Começou fazer xixi;
Lampião disse só falta
Do nosso lado Waldir.
XX
Apareceu Costa e Silva,
Sem saber por quem lutava;
Ernesto Geisel num canto
Com Figueiredo falava,
Enquanto o Cabeça Branca
Na capoeira escapava.
XXI
Se mandou em retirada,
Pegou o caminho do Céu,
Deu um esbregue em São Pedro,
Uma bicuda em São Miguel
E ainda pirraçou
O arcanjo Gabriel.
XXII
Na porta do paraíso
Quando ACM chegou,
Ofegante e agitado,
A santidade esnobou
E disse para São Pedro:
- Não falo com assessor
XXIII
Mandaram chamar Jesus
(Quem chamou foi São Tomé),
ACM se exaltou,
Fez o maior rapapé:
- Eu só falo é com o pai dele,
Daqui não arredo pé!
XXIV
Jesus Cristo então pediu
O parecer de Maria.
Ela pensou direitinho
Enquanto o Inferno ardia:
- Se o Inferno não agüenta,
Se aqui ele não entra,
Só voltando pra Bahia.
ACM no outro mundo
Miguezim de Princesa
(Codinome de um delegado da Polícia Civil do Distrito Federal).
I
Numa sessão em Angola,
O meu amigo Raimundo
Recebeu alma penada
Que num contar bem profundo
Narrou a fundo a chegada
De ACM no outro mundo.
II
Todo vestido de branco,
Pois já tinha trocado o terno,
ACM se postou
Na entrada do inferno
Para onde foi direto
A mando do Pai Eterno.
III
Carregando água de cheiro,
Viu-se um cordão de baianas
Esperando o grande líder
Numa comitiva bacana
Com mais de 100 deputados
E um cão comendo bananas.
IV
Apareceu Lúcifer:
Com um chicote na mão
E a cara muito amarrada,
Foi logo dizendo, então,
Que entre o babalaô,
Hoje tem reunião.
V
Duma grande mesa de ferro
Já foram se aproximando.
Na cabeceira da mesa,
ACM foi sentando;
Lúcifer deu um pinote
E começou protestando:
VI
- Aqui, quem manda sou eu,
Eu sou o rei da folia!
Pra comer acarajé
Tem de pedir à minha tia.
Já falei pra Juraci
Que aqui não é a Bahia!
VII
ACM não falou
Durante a reunião,
Fingiu concordar com tudo
Que viu na resolução,
Disse: "Tou com Lúcifer,
Vou apertar sua mão".
VIII
Junto com seis senadores
Começou a passear,
A cumprimentar o povo
Que encontrou no lugar,
Nas esquinas do Inferno
Desandou a discursar.
IX
Lúcifer tava dormindo,
Acordou de supetão,
Pela brecha da janela
Viu muita aglomeração
E ao redor de ACM
Toda espécie de cão.
X
"O Inferno está sem graça";
"Queremos animação";
"Lúcifer é um moleza,
Não rouba nem tem ação"
- assim pediam nas faixas
Do diabo a deposição.
XI
Lúcifer inda propôs
Dois turnos de eleição,
ACM fincou pé
Que não aceitava, não,
Pois a vontade do povo
Pedia deposição.
XII
Lúcifer sai correndo,
Pulou um grande portão,
Encontrou do outro lado
Seu amigo Lampião.
Disse: "O homem tá com a gota,
Quer fazer revolução!"
XIII
- A hora é de resistir –
Exclamou Chico Pinguelo.
- Vamos botar pra feder –
Animou-se João Tranguelo.
- ACM hoje vai ver
Como se come farelo!
XIV
Aí, começou uma guerra
(Cacete de cão com cão):
A turma de ACM
Deitou abaixo o portão,
Tinha até uma quitandeira
Com uma vassoura na mão.
XV
No exército de ACM
Se viam até generais;
Lúcifer tinha cangaceiros
Que não acabavam mais
Pra defender o portão,
Reduto de Satanás.
XVI
O grande Lucas da Feira
Se agarrou com Pinochet,
Arrancou o seu bigode
Com uma agulha de crochê,
Deu uma facada em Videla,
Botou Médici pra correr.
XVII
O Cão-Coxo de um pinote
Uma tora de pau pegou,
Zuniu a tora no vento
Chega a direção mudou,
Meteu em Garrastazu,
A tora pegou no sul
Que o norte sentiu a dor.
XVIII
ACM quase morre
Na volta de Cão-Ligeiro,
Escapou manco de uma perna
Por dentro do marmeleiro,
Escoltado por uma diaba
Com um pau de bater tempero.
XIX
Corisco acertou um tiro
No general Golbery;
Castelo Branco, com medo,
Começou fazer xixi;
Lampião disse só falta
Do nosso lado Waldir.
XX
Apareceu Costa e Silva,
Sem saber por quem lutava;
Ernesto Geisel num canto
Com Figueiredo falava,
Enquanto o Cabeça Branca
Na capoeira escapava.
XXI
Se mandou em retirada,
Pegou o caminho do Céu,
Deu um esbregue em São Pedro,
Uma bicuda em São Miguel
E ainda pirraçou
O arcanjo Gabriel.
XXII
Na porta do paraíso
Quando ACM chegou,
Ofegante e agitado,
A santidade esnobou
E disse para São Pedro:
- Não falo com assessor
XXIII
Mandaram chamar Jesus
(Quem chamou foi São Tomé),
ACM se exaltou,
Fez o maior rapapé:
- Eu só falo é com o pai dele,
Daqui não arredo pé!
XXIV
Jesus Cristo então pediu
O parecer de Maria.
Ela pensou direitinho
Enquanto o Inferno ardia:
- Se o Inferno não agüenta,
Se aqui ele não entra,
Só voltando pra Bahia.
O DEUS CAETANO
.
E Caetano criou a fauna e a flora: um leãozinho, uma camaleoa, uma vaca de divinas tetas, o capim rosa-chá e, sob a influência de Gil, um abacateiro. E Caetano achou odara. Mas o diabo não:
.
— Coisa insossa! O homem vai viver nesse paraíso sem se perturbar? Não! Vamo fazer trios elétricos e inventar a axé music, pô! Todo o mundo tem que sofrer um pouco!
.
Mas logo o diabo se calou, porque viu ACM e sai correndo com medo. E ACM disse:
.
— Faça-se o Estado! E as empreiteiras. E os cargos comissionados. E o homem. E que o homem tenha o sobrenome Magalhães e cresça e se reproduza e acumule com meus apadrinhados todas as funções públicas.
.
E assim foi. Mas, como o primeiro baiano estivesse se sentindo muito só, Caetano achou por bem lhe dar uma companhia. E de sua costela fez um outro homem. E Caetano achou lindo. E Luiz Mott também.
.
(Texto completo, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/o-mito-da-criao-sob-perspectiva-de-um.html)
E Caetano criou a fauna e a flora: um leãozinho, uma camaleoa, uma vaca de divinas tetas, o capim rosa-chá e, sob a influência de Gil, um abacateiro. E Caetano achou odara. Mas o diabo não:
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— Coisa insossa! O homem vai viver nesse paraíso sem se perturbar? Não! Vamo fazer trios elétricos e inventar a axé music, pô! Todo o mundo tem que sofrer um pouco!
.
Mas logo o diabo se calou, porque viu ACM e sai correndo com medo. E ACM disse:
.
— Faça-se o Estado! E as empreiteiras. E os cargos comissionados. E o homem. E que o homem tenha o sobrenome Magalhães e cresça e se reproduza e acumule com meus apadrinhados todas as funções públicas.
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E assim foi. Mas, como o primeiro baiano estivesse se sentindo muito só, Caetano achou por bem lhe dar uma companhia. E de sua costela fez um outro homem. E Caetano achou lindo. E Luiz Mott também.
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(Texto completo, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/o-mito-da-criao-sob-perspectiva-de-um.html)
MORAL? NO BRASIL?
.
Como adepto da escola espartana, meu pai até hoje deve se arrepender de não ter seguido comigo o uso dos lacedemônios quando do nascimento de uma criança com problemas mentais — o que era evidentemente o meu caso.
.
Já minha mãe pertencia à escola ateniense, da linhagem de Diógenes, e ficava a seu encargo o ensino da filosofia moral. Moral, explico aos mais jovens, foi algo que existiu certa vez no Brasil, fez algum sucesso momentâneo e depois caiu em desuso.
.
(Aqui, o texto inteiro: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/sobre-meninos-e-jumentos.html)
Como adepto da escola espartana, meu pai até hoje deve se arrepender de não ter seguido comigo o uso dos lacedemônios quando do nascimento de uma criança com problemas mentais — o que era evidentemente o meu caso.
.
Já minha mãe pertencia à escola ateniense, da linhagem de Diógenes, e ficava a seu encargo o ensino da filosofia moral. Moral, explico aos mais jovens, foi algo que existiu certa vez no Brasil, fez algum sucesso momentâneo e depois caiu em desuso.
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(Aqui, o texto inteiro: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/sobre-meninos-e-jumentos.html)
Calma, que isto é apenas um link
Novamente o YouTube recebe a fúria das celebridades trêfegas. Clip da então Xuxa e do então menino de 'Amor, estranho amor' reapareceu ali.
O povo jurídico devia atentar para o fato de que o YouTube NÃO é o único site de propagação de vídeos. Existem zilhões de outros.
Como o Metacafe.com.
O povo jurídico devia atentar para o fato de que o YouTube NÃO é o único site de propagação de vídeos. Existem zilhões de outros.
Como o Metacafe.com.
Ele não é Lula, mas também entende de rua
Do príncipe Elton John-John, conforme pescado no 'Clarín':
El cantante británico acusa a la Web de destruir la industria musical y las relaciones interpersonales.
"Salgamos a las calles, marchemos y hagamos protestas, en lugar de sentarnos en casa y meternos en los blogs", dijo.
Llamó a suspender el servicio durante cinco años.
El cantante británico acusa a la Web de destruir la industria musical y las relaciones interpersonales.
"Salgamos a las calles, marchemos y hagamos protestas, en lugar de sentarnos en casa y meternos en los blogs", dijo.
Llamó a suspender el servicio durante cinco años.
Expert instantâneo - Furnas
'UM SHOW AO VIVO É EXCITANTE POR CAUSA DE TODA ELETRICIDADE QUE É GERADA NA MULTIDÃO E NO PALCO.'
Luiz Presley Conde
'O QUE É UMA ALMA? É FEITO ELETRICIDADE - A GENTE NÃO SABE MESMO O QUE É, MAS É UMA FORÇA QUE PODE ILUMINAR UM CÔMODO.'
Luiz Paulo Ray Charles
'SE A PRESENÇA DA ELETRICIDADE PODE SE TORNAR VISÍVEL EM QUALQUER PARTE DO CIRCUITO, NÃO VEJO RAZÃO PARA QUE A INTELIGÊNCIA NÃO POSSA SER TRANSMITIDA INSTANTANEAMENTE PELA ELETRICIDADE.'
Samuel Paulo Morse
O MITO DA CRIAÇÃO SOB A PERSPECTIVA DE UM BAIANO
.
No princípio era a Bahia. E Caetano disse:
— Faça-se o Pelô!
E Gil argüiu:
— Enfim, sob o prisma transitório da protomatéria nasciva, enfim, tendo em mente as palavras de Arjuna a Krishna e toda a prosódia popular do cancioneiro, enfim, ademais considerando-se as premissas da Escola de Frankfurt e a biosfera como um todo, enfim...
E aquela discussão se arrastou por um bilhão, novecentos e trinta e quatro milhões, noventa mil, duzentos e trinta e sete anos. Um tempo tão dilatado que, nesse período, Caymmi chegou a descer da rede e fazer dois versos.
(Texto completo, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/o-mito-da-criao-sob-perspectiva-de-um.html)
No princípio era a Bahia. E Caetano disse:
— Faça-se o Pelô!
E Gil argüiu:
— Enfim, sob o prisma transitório da protomatéria nasciva, enfim, tendo em mente as palavras de Arjuna a Krishna e toda a prosódia popular do cancioneiro, enfim, ademais considerando-se as premissas da Escola de Frankfurt e a biosfera como um todo, enfim...
E aquela discussão se arrastou por um bilhão, novecentos e trinta e quatro milhões, noventa mil, duzentos e trinta e sete anos. Um tempo tão dilatado que, nesse período, Caymmi chegou a descer da rede e fazer dois versos.
(Texto completo, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/o-mito-da-criao-sob-perspectiva-de-um.html)
"A VONTADE LOUCA DE CADA BRASILEIRO : TORNAR-SE UM FUNCIONÁRIO PÚBLICO"
.
Caetano Veloso:
"Joaquim Nabuco atribuía à escravidão a estrutura do pensamento do homem brasileiro como ser social : é a sensação paralisadora que o brasileiro tem de que tudo se deve às autoridades oficiais; toda queixa deve ser feita contra elas;todas as exigências devem ser feitas a elas;quase nenhuma responsabilidade resta para o cidadão.É essa vontade louca de cada brasileiro se tornar um funcionário público,uma estrutura que leva a coisas que me indignam. Sou,por exemplo,um obsessivo pela obediência às leis do trânsito.Sempre me pareceu absolutamente inaceitável que as pessoas no Brasil não considerem o sinal de trânsito um sinal nítido e simples,uma lei de convivência social paradigmática de todas as outras leis de convivência social".
(aqui, a entrevista completa: http://www.geneton.com.br/archives/000201.html)
Caetano Veloso:
"Joaquim Nabuco atribuía à escravidão a estrutura do pensamento do homem brasileiro como ser social : é a sensação paralisadora que o brasileiro tem de que tudo se deve às autoridades oficiais; toda queixa deve ser feita contra elas;todas as exigências devem ser feitas a elas;quase nenhuma responsabilidade resta para o cidadão.É essa vontade louca de cada brasileiro se tornar um funcionário público,uma estrutura que leva a coisas que me indignam. Sou,por exemplo,um obsessivo pela obediência às leis do trânsito.Sempre me pareceu absolutamente inaceitável que as pessoas no Brasil não considerem o sinal de trânsito um sinal nítido e simples,uma lei de convivência social paradigmática de todas as outras leis de convivência social".
(aqui, a entrevista completa: http://www.geneton.com.br/archives/000201.html)
PENSAMENTOS QUE VÃO REVOLUCIONAR A CIÊNCIA
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De maneira simplista, podemos dizer que o platonismo valoriza a alma em detrimento do corpo. Donde se podem deduzir duas coisas: primeiro, que o cristianismo deve muito ao pensamento grego e, segundo, que Platão não deve ter conhecido a Juliana Paes.
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(Texto completo, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/sobre-meninos-e-jumentos.html)
De maneira simplista, podemos dizer que o platonismo valoriza a alma em detrimento do corpo. Donde se podem deduzir duas coisas: primeiro, que o cristianismo deve muito ao pensamento grego e, segundo, que Platão não deve ter conhecido a Juliana Paes.
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(Texto completo, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/sobre-meninos-e-jumentos.html)
Grandes doenças fictícias - Labiringite
A Labiringite acomete mandatários que têm fantasias de magnicídio às avessas. Uma confusão auricular - típica de quem está no jogo só para fazer cera de ouvido - acaba se espalhando - por falta de espaço no crânio - pela laringe, o que motiva arroubos econômico-regressivos microfonados, inflamação na glândula hipótese e cancro mole ditatorial.
O diagnóstico é exibicionista, só podendo ser determinado em público.
Como os juros bancários, a Labiringite é doença que não tem cura.
O diagnóstico é exibicionista, só podendo ser determinado em público.
Como os juros bancários, a Labiringite é doença que não tem cura.
Ele não se cansou?
"Eu sou imoral, devasso, depravado, se você preferir, mas pago meus impostos e estou em situação legal". No 'Estadão'.
Oscar Cestinha Maroni Filho, o dono do hotel que atravanca o progresso de Cumbica, acaba de lançar o verdadeiro movimento Cansei de Ser Sexy.
UM REI ITALIANO SE APAIXONA POR JOGADORES DA SELEÇÃO BRASILEIRA...(E ACABA DE SAIR DO FORNO "JOGO DURO", A BIOGRAFIA DE JOÃO HAVELANGE)
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Qual é o espaço para a chamada "grande reportagem" hoje, na imprensa brasileira ? Quase nenhum. Dá para contar nos dedos da mão de um mutilado de guerra o número de casos em que os jornais e revistas investem tempo, dinheiro e talento naquilo que um dia se chamou de "reportagem de fôlego".
Generalizou-se a sensação de que o leitor não quer ler. A crença na suposta inaptidão do leitor para a leitura se espalhou como uma praga. Resultado: é tudo curto, tudo telegráfico, tudo uniformizado. Não estou aqui, óbvio, idealizando a figura do leitor, esta entidade que entra numa banca sem ser visto,passa o olho na revistas e jornais, escolhe eventualmente a pior leitura e some sem deixar vestígios. É provável que ele se satisfaça com o reino dos textos telegráficos. Mas não é possível que não exista uma faixa de leitores pronta para consumir substância, conteúdo, consistência).
Hoje, no Brasil, o espaço nobre para a grande reportagem é o livro.
As editoras já descobriram há tempos este filão. Os repórteres deveriam acender uma vela na porta de entrada das editoras, transformadas na "fronteira final " da grande reportagem.
Acaba de sair do forno uma "reportagem de fôlego" em forma de livro : o jornalista Ernesto Rodrigues entrevistou Deus e o mundo para compor uma biografia quase-não-oficial do brasileiro que durante décadas mandou e desmandou no futebol mundial: João Havelange, o ex-presidente da CBD e da Fifa. Título do livro : "Jogo Duro". Editora :Record.
Digo "quase-não-oficial" porque Havelange colaborou com a biografia. Gravou horas e horas de depoimento. Teve a chance de ler o texto antes da publicação. Implicou com algumas coisas apuradas pelo repórter. Mas o livro saiu. Havelange, autocrata, autoritário, metido a imperador, ególatra, não deve, no entanto, cometer o ridículo que Roberto Carlos cometeu. Não tentará proibir o livro.
Lá, além de uma radiografia dos bastidores do poder do futebol, o leitor conhecerá histórias mais prosaicas, como, por exemplo, um problema enfrentado pela chefia da delegação brasileira durante uma excursão que passou pela Tchecoslováquia, em 1968 :
"O problema foi explicar à imprensa a substituição de vários titulares, sem revelar que o motivo não era panturrilha, mas gonorréia. Em Portugal, escala para um amistoso em Angola, o rei da Itália no exílio, Humberto II, se apaixonou, no sentido carnal, por vários jogadores".
Uma declaração de Havelange sobre o general Médici é a síntese da ação de homens como o ex-presidente da Fifa que, numa atitude tipicamente brasileira, batem no peito para se vangloriar de terem convivido bem com todo tipo de político e presidente, seja de esquerda, direita, ditador, democrata, bandido ou benfeitor:
- "Eu não tive nada a ver com o AI-5, não tive nada a ver com a Revolução. Eu respeitei o regime que havia no país, que era a minha obrigação como cidadão. Se foi bom ou se foi ruim, eu nada pude fazer".
Ah, a doce desfaçatez dos carreiristas...
"Jogo Duro": bem apurado, bem escrito, o que não é surpresa em quem já produziu a melhor biografia de Ayrton Senna.
O Sopa de Tamanco recomenda "JOGO DURO" e assina embaixo : é o futebol tal como se joga fora do campo, no silêncio dos gabinetes, longe do barulho dos geraldinos e arquibaldos.
Qual é o espaço para a chamada "grande reportagem" hoje, na imprensa brasileira ? Quase nenhum. Dá para contar nos dedos da mão de um mutilado de guerra o número de casos em que os jornais e revistas investem tempo, dinheiro e talento naquilo que um dia se chamou de "reportagem de fôlego".
Generalizou-se a sensação de que o leitor não quer ler. A crença na suposta inaptidão do leitor para a leitura se espalhou como uma praga. Resultado: é tudo curto, tudo telegráfico, tudo uniformizado. Não estou aqui, óbvio, idealizando a figura do leitor, esta entidade que entra numa banca sem ser visto,passa o olho na revistas e jornais, escolhe eventualmente a pior leitura e some sem deixar vestígios. É provável que ele se satisfaça com o reino dos textos telegráficos. Mas não é possível que não exista uma faixa de leitores pronta para consumir substância, conteúdo, consistência).
Hoje, no Brasil, o espaço nobre para a grande reportagem é o livro.
As editoras já descobriram há tempos este filão. Os repórteres deveriam acender uma vela na porta de entrada das editoras, transformadas na "fronteira final " da grande reportagem.
Acaba de sair do forno uma "reportagem de fôlego" em forma de livro : o jornalista Ernesto Rodrigues entrevistou Deus e o mundo para compor uma biografia quase-não-oficial do brasileiro que durante décadas mandou e desmandou no futebol mundial: João Havelange, o ex-presidente da CBD e da Fifa. Título do livro : "Jogo Duro". Editora :Record.
Digo "quase-não-oficial" porque Havelange colaborou com a biografia. Gravou horas e horas de depoimento. Teve a chance de ler o texto antes da publicação. Implicou com algumas coisas apuradas pelo repórter. Mas o livro saiu. Havelange, autocrata, autoritário, metido a imperador, ególatra, não deve, no entanto, cometer o ridículo que Roberto Carlos cometeu. Não tentará proibir o livro.
Lá, além de uma radiografia dos bastidores do poder do futebol, o leitor conhecerá histórias mais prosaicas, como, por exemplo, um problema enfrentado pela chefia da delegação brasileira durante uma excursão que passou pela Tchecoslováquia, em 1968 :
"O problema foi explicar à imprensa a substituição de vários titulares, sem revelar que o motivo não era panturrilha, mas gonorréia. Em Portugal, escala para um amistoso em Angola, o rei da Itália no exílio, Humberto II, se apaixonou, no sentido carnal, por vários jogadores".
Uma declaração de Havelange sobre o general Médici é a síntese da ação de homens como o ex-presidente da Fifa que, numa atitude tipicamente brasileira, batem no peito para se vangloriar de terem convivido bem com todo tipo de político e presidente, seja de esquerda, direita, ditador, democrata, bandido ou benfeitor:
- "Eu não tive nada a ver com o AI-5, não tive nada a ver com a Revolução. Eu respeitei o regime que havia no país, que era a minha obrigação como cidadão. Se foi bom ou se foi ruim, eu nada pude fazer".
Ah, a doce desfaçatez dos carreiristas...
"Jogo Duro": bem apurado, bem escrito, o que não é surpresa em quem já produziu a melhor biografia de Ayrton Senna.
O Sopa de Tamanco recomenda "JOGO DURO" e assina embaixo : é o futebol tal como se joga fora do campo, no silêncio dos gabinetes, longe do barulho dos geraldinos e arquibaldos.
PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA
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Quando, em encontro ocasionais (e, para felicidade minha, cada vez mais raros), tenho de suportar Fulano com aquele sorrisinho que pretende ser sarcástico, e encarando-me com aquela inchada suficiência, penso comigo mesmo:
-"Que grande, irremediável idiota!"
Exatamente o que ele na certa pensa de mim.
Joel Silveira, datilografado por GMN
Quando, em encontro ocasionais (e, para felicidade minha, cada vez mais raros), tenho de suportar Fulano com aquele sorrisinho que pretende ser sarcástico, e encarando-me com aquela inchada suficiência, penso comigo mesmo:
-"Que grande, irremediável idiota!"
Exatamente o que ele na certa pensa de mim.
Joel Silveira, datilografado por GMN
Do Oiapoque ao Chauí
- Suponhamos uns homens numa habitação subterrânea em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se estende a todo o comprimento dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, algemados de pernas e pescoços, de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente...
- Conversa da imprensa - atalhou a filósofa. - Nunca antes nesta caverna tantos seres metafóricos tiveram tanta liberdade.
- Conversa da imprensa - atalhou a filósofa. - Nunca antes nesta caverna tantos seres metafóricos tiveram tanta liberdade.
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