6 de dezembro de 2007

POLÊMICA ACABADA???

Sendo um animal de cultura inferior à de uma ostra partida em três pedaços, a sra. Ovelha acha que qualquer referência cultural é semostrismo. Fala-se em ópera e ela imagina ser isso o cúmulo da erudição. Ora, ora, dona Ovelha, que dirá a senhora quando começarmos a discutir a Escola de Frankfurt em alemão medieval? A quadrúpede ficou tão nervosa que se apressou a encerrar a contenda que estou tendo a generosidade de manter com ela, uma vez que só me permito entreveros com seres que dominem, ao menos razoavelmente, cinco línguas, além do português, dialeto nosso e dos macacos. Abaixo, em homenagem à senhora, posto a letra de "La donna è mobile". Caso queira a tradução, vá ao Google. Caso queira ouvir a letra que tão bem a descreve, aconselho a ária cantada pelo semi-alfabetizado Pavarotti. Assim, a senhora vai se sentir em casa.

"La donna è mobile
Qual piuma al vento,
Muta d'accento
— e di pensiero.
Sempre un amabile,
Leggiadro viso,
In pianto o in riso,
— è menzognero.
È sempre misero
Chi a lei s'affida,
Chi le confida
— mal cauto il cuore!
Pur mai non sentesi
Felice appieno
Chi su quel seno
— non liba amore!"

EM NOME DA VERDADE, DENUNCIO O MIOLO MOLE

O acadêmico Merchior uma vez acusou o cantante Caetano Veloso de ser um sub-intelectual de miolo mole.

É uma lástima que ele, o acadêmico, tenha morrido, porque, se vivo fosse e se frequentasse blogs estúpidos como este, certamente se animaria a usar o apodo para definir, com toda propriedade, o sr. Nicomar Lael.

Por quê ? Por um motivo: assim como acontece com todos os moluscos anencéfalos dados a chiliques, o sr. Nicomar prefere recorrer a ofensas de natureza sexual para desqualificar aqueles que, como o abaixo assinado, ousam criticá-lo.

É um recurso baixo.

Ora, o sr. Nicomar publicou uma resenha estapafúrdia sobre um cantor de ópera porque queria,sim, parecer culto, esperto e cosmopolitano.

Debalde.

Não pareceu. Conseguiu apenas demonstrar aos frequentadores do Sopa de Tamanco o que sempre foi: um pavão multicolorido que passa a vida saracoteando para iludir incautos.

"Não passará!".

Não aqui.

Quanto às insinuações sexuais, declaro que venho de uma região macha.

O pernambucano mais afrescalhado que já existiu atendia pelo nome de Virgulino Ferreira, o Lampião.

Por aí dá para imaginar o resto.

Em minha terra, criança aprende a escovar dente assim: esfregando a ponta de uma faca peixeira no dente-de-leite.

Aos três anos de idade, já mamam em onça.

É assim que aprendem a exercer a pernambucância pelo resto da vida.

TRIREITO DE RESPOSTA

No próximo churrasco que fizer, não esquecerei de colocar, além das carnes tradicionais, chorrilhos. Antes, ababosarei-os e os passarei no sal, claro.

FIM DE POLÊMICA COM O TAMANQUEIRO ESTREANTE

O sr. Nicomar Lael, novo e desastrado colaborador desta Sopa, padece do mal que acomete nove e meio entre dez supostos intelectuais brasilíndios: a incapacidade de receber críticas, por mais justas que sejam.

Como se fosse o cachorro de Pavlov, o sr. Nicomar saliva - mas de raiva - a cada vez que alguém faz o mínimo reparo ao que ele escreveu.

Decerto, ele não entendeu que não há nomes intocáveis na redação do Sopa de Tamanco, ao contrário do que acontece em outros covis habitados por jornalistas.

Demonstrações gratuitas de erudição,como a que ele tentou fazer ao apreciar o desempenho de um cantor de ópera, soam descabidas neste espaço - que deve ser usado para tarefas mais nobres e honestas, como, por exemplo, chamar Xuxa de débil mental; Renan Calheiros de pulha; Lucélia Santos de sub-atriz; José Wilker de hiper-canastrão e o próprio Nicomar Leal de molusco de sexualidade indefinida.

Como se dizia no século passado, tenho dito.

DIREITO DE RESPOSTA

Não bastasse este Sopa de Tamanco ter um nome dos mais ridículos, uma audiência das mais insignificantes e contar com um colaborador ababosado da monta do sr. Marconi Leal, eis que agora surge um tal de Tom Carneiro a escrever chorrilhos por aqui. Antes de mais nada, indico ao senhor Tom (de um sujeito que usa cognome desses, que esperar?) recente postagem do sr. Soares Silva a respeito de hierarquias e da inânia mental de alguns. Isso, quanto à palurdice. No que tange à falta de cultura, o máximo que posso dizer é que, dada a sua ignorância, o sr. Carneiro (não seria parente do Zé do Sítio do Picapau?) tem no máximo um escrínio cultural. O terrível, contudo, no caso de nosso apedeuto é sua tendência à prática homoerótica ou à pederastia passiva de baixo impacto, para usarmos de expressão politicamente correta. Sim, a verdade é que o sr. Carneiro, senhores, está mais para sra. Ovelha. Fiquem, portanto, os mais chegados convidados a fazer o papel de lobo. No que se refere a mim, vou-me embora, deixando apenas uma pergunta: se era para contratar estúrdio dessa espécie, por que não fomos atrás do Artur da Távola ou do Arthur Virgílio?

.....E O REI PELÉ ESTAVA NU

Pelé estava nu quando finalmente consegui vê-lo.


( relato completo aqui: www.geneton.com.br )

A ESSÊNCIA DO ÂMAGO DO ÍNTIMO DO JORNALISMO

Jornalismo é literatura feita por e para analfabetos.

... E TEM MARCA DE BATOM ?

Na semana em que editorias de esporte desperdiçam horas preciosas com uma cueca, vale a pena lembrar uma época em que o negócio dos pilotos era ganhar tempo, ainda que para isso precisassem correr riscos. Destemidos, eles tinham, no entanto, um grande medo, hoje meio sumido: o do ridículo.

Abaixo, um retrato dessa época.






Noite de sábado. À mesa de um restaurante carioca na Avenida Atlântica, com as mãos espalmadas para baixo, ele desenha no ar, com um movimento ondulado e firme, o relevo de uma região paulistana que marcou sua vida. E explica como, toda madrugada, baixava sobre essa região localizada entre duas represas uma neblina densa, muito densa. Ele então fala da pista de corrida que deu fama ao lugar. Quem o ouve viaja no tempo e no espaço: autódromo de Interlagos, final da década de 50. E presta atenção ao que ele vai começar a contar. Trata-se de saber como ele conseguia abrir caminhos tão velozes através da cerração que tapava a vista de todos os pilotos, menos a dele. Bird Clemente: eis o nome do comandante daqueles vôos noturnos e quase cegos.

Ídolo de campeões como Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet, Bird marcou época no automobilismo brasileiro. Veloz, arrojado, habilidoso, dedicado, talentoso, audaz... A crônica esportiva enfileirava adjetivos para fazer jus ao volante campeão, enquanto ele deixava atrás de si filas de carros, alguns até mais potentes do que seu DKW ou sua berlineta Interlagos. “Berlinette”, como Bird prefere chamar.

Bird Clemente prepara para 2008 um livro. É garantia de boas e bem contadas histórias, por quem as viveu e construiu. Mas nosso piloto não é só passado. Ainda ligado ao automobilismo e atento, ele acompanha, por exemplo, o desenvolvimento tecnológico na Fórmula 1. Mas lamenta o fato de muitos dos pilotos dessa categoria terem se transformado em meros “operadores de instrumentos”. “Hoje, muitos se escondem atrás do equipamento”, diz. E critica a ausência de risco nos autódromos muito travados, a falta de emoção. “Ninguém vai a uma tourada para ver o toureiro enfrentar um touro sem chifre”, conclui.

De volta à beira-mar. Muitos causos, dois chopes e um espaguete à bolonhesa depois, Bird deixa o restaurante Fiorentina. Já passa da meia-noite; logo mais, ele será homenageado no Alto da Boa Vista pelos 70 anos de idade que completa em 23 de dezembro. Precisa descansar: menos de 12 horas atrás, encarou a Via Dutra em direção ao Rio. Mas o papo ainda continua, enquanto Bird caminha pelas calçadas do Leme até o carro estacionado junto à praia. Ele fala de motores e saudades, camaradagem e truques, pilotos e pistas.

Bird Clemente entra no carro, mas é de carona que ele vai até o hotel, no Posto 6. Nada de punta-taccos ou derrapagens controladas – os power slides em que era mestre. Segue na frente. E, na madrugada que avança, Copacabana parece cobrir-se de uma neblina densa, muito densa. Como naquele autódromo paulistano.

(Na foto, o volante Bird Clemente toca um Bino Mark I no autódromo de Jacarepaguá no final da década de 60.)

O ESPÍRITO DA COISA

O sr.Nicomar Lael, recém-contratado por esta Sopa, talvez não tenha entendido o espírito da coisa.

Ao invés de distribuir tamancadas a torto e a direito no cocuruto dos impostores que povoam as telas de TV, as páginas de jornais e os sulcos dos CDs produzidos nesta república, o sr. Nicomar Lael prefere arrotar erudição divagando sobre a performance de remotos cantores de ópera.

"Não passará!".

O que é que ele quer, com esta exibição de suposto refinamento? Insinuar que seria capaz de dirigir um espetáculo de ópera ?

Imagino o que ele pretende: conseguir pela Lei Rouanet uma verba que deveria ser usada para financiar um espetáculo de ópera mas que, na verdade, terminaria financiando a compra de um apartamento na praia

(Por uma questão de justiça, diga-se que,para não despertar suspeitas sobre o desvio, o sr. Nicomar usaria as sobras da compra do apartamento para montar um patético espetáculo de ópera em que ele próprio,para economizar verba de produção,desfilaria durante quatro horas ininterruptas pelo palco do Municipal berrando feito louco de hospício frases ininteligíveis em aramaico).

A única crítica possível de um espetáculo de ópera é a seguinte: "Quando acabar o espetáculo, me acordem, porque não posso perder o último metrô".

Desvios de conduta como o exibido pelo recém-contratado explicam a crise sem precendentes que se abate sobre o Sopa de Tamanco.

Mas providências enérgicas serão tomadas.

SEMIÓLOGOS CHATÍSSIMOS, CORREI !

Os apocalípticos diziam que a palavra escrita estava morrendo, porque a pobre espécie humana estaria vivendo na civilização da imagem.

Mas aí surgiu a internet.

A boa notícia: nunca se escreveu tanto em tantos blogs, sites, portais, comunidades, chats.

A má notícia: nunca se escreveu tanta tolice, tanto lixo, tanta idiotice, tanta estupidez.

Semiólogos chatíssimos, correi! Há um assunto à espera de uma tese: valeu a pena a ressureição da escrita?

A PROPÓSITO DE CÉTICOS

Assim falava Moraes Neto:

"Céticos, tremei. Quem se recusa terminantemente a dar um mínimo crédito de confiança a ciganas ,videntes,adivinhos e outros habitantes da Terra da Premonição deve ficar longe da fita de vídeo que uma cigana chamada Esmeralda gravou,em dezembro de 1993,para o Fantástico. Porque esta fita pode ter o poder de abrir uma fresta no paredão de descrença que os céticos profissionais erguem em torno de si".

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ROCKWELL BLAKE

Assim falava Nicomar Lael:

"Gosto da interpretação que Rockwell Blake dá à “Dalla sua pace”, precisamente por tudo aquilo que os críticos nela detestam: o riso estúpido no rosto, o exagero, a voz vacilante. Quem quer que queira interpretar Don Ottavio tem que se equilibrar entre a parvoíce, a pusilanimidade do personagem e a sublimidade do sentimento que ele expressa naquele instante. Sem dúvida há vozes melhores para a ária. Também a interpretação de Winbergh tangencia esse equilíbrio, sem cometer os excessos. Mas o excedente, no caso de Blake, parece indicar o caminho. Por isso fico com ele".

(Mais, aqui)