2 de agosto de 2007

INTELECTUAL BRASILEIRO SABE FAZER BARULHO E SILÊNCIO. PENA QUE SEMPRE NA HORA ERRADA

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Do blog de Antonio Fernando Borges:


"Enquanto a mídia perde (ou ganha?) tempo se preocupando com bagatelas e nonadas, prefere fazer silêncio a respeito de acontecimentos editoriais efetivamente relevantes.
Entre eles, destaque total para o lançamento de uma edição brasileira de
La trahison des clercs (A traição dos intelectuais), do filósofo francês Julien Benda (1867-1956). Lançado em 1927, o livro é um libelo imprescindível contra a adesão dos intelectuais às paixões políticas, em detrimento de seus verdadeiros compromissos com os valores superiores - como a verdade, a razão e a justiça.
Confiram a data original: o livro chega ao Brasil nada menos do que com 50 anos de atraso. Mesmo assim, não poderia ser mais oportuno e atual. Um instrumento de reflexão do calibre de um La rebelión de las masas, de Ortega y Gasset, que teve melhor sorte entre nós. Ponto para a novíssima editora paulista Peixoto Neto, que tomou para si a empreitada.
Lidos em conjunto, Ortega e Benda ajudam a compreender por que nossos intelectuais fazem algazarra por nada, enquanto sintomaticamente silenciam diante do essencial"



(aqui: http://www.antoniofernandoborges.com/)

DAS BELEZAS DO ORIENTE

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Ali dentro, para nossa surpresa, nos deparamos com um salão lindamente ornamentado com motivos orientais. As paredes, por exemplo, faziam uma delicada alusão a um terremoto japonês e os móveis seguiam o estilo “Bagdá pós-intervenção americana”. Já os cuspes e pontas de cigarro, calculadamente espalhados pelo chão, reproduziam com capricho o arquipélago indonésio. Enquanto as baratas, em seu movimento harmônico, faziam lembrar a secular comunhão entre animais e hindus.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/07/confisses-sexuais-de-uma-besta-quadrada_20.html)

Aquele rio era como um cão sem plumas

Do G1:

Crise nos aeroportos
Lula compara setor aéreo a cachorro com muitos donos
. CPI convoca pessoa errada

Um cachorro com muitos donos é um cachorro errante. Uma CPI que convoca a pessoa errada é uma CPI errante. Logo...

Cansei e cansamos de Jesus

Como se não bastasse a insuportável Ivete Sangalo, o país é obrigado a conviver com o axé-bíblico Jesus Sangalo, empresário e irmão da insuportável Ivete Sangalo. O tal Jesus é um dos articuladores do movimento cívico-milionário paulista Cansei. O Jesus não-axé prometeu levar Dimas, o bom ladrão, para o paraíso, e o Jesus axé-bíblico pretende levar quem para o paraíso? Todos os integrantes do movimento Cansei já estão no paraíso há muito tempo, como se sabe. Paraíso financeiro e fiscal.

Fiscal? Um dos slogans do Cansei é Cansei de pagar tanto imposto. Será que a indignação do Jesus axé-bíblico tem relação com os impostos pagos ou a serem pagos pela mana Ivete, daí a demonstração de cansaço baiano? É compreensível. Até o Jesus não-axé não era simpático à idéia de recolhimento de impostos. Ivete cobrando seiscentos mil por show, e tem otário que paga, quanto o leãozinho de Lula leva para os cofres do tesouro? Jesus está cansado dos impostos de Ivete. Já o país é obrigado a tolerar Ivete e agora o axé-bíblico Jesus. Isso sem falar no Jesus não-axé. Jesus, se manca, o gueto mandou avisar.

INTELECTUAL DO SEXO

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— Aí eu tiro meu sutiã...
— E aí, e aí?
— Aí eu tiro minha calcinha...
— Uhm... E aí?... E aí?...
— Aí eu boto meu pinto pra fora...
— Quê???
— Aí eu boto meu pinto pra fora e...
— Pinto? Que história de pinto é essa? Eu liguei pra transar com uma mulher!
— Que preconceito, seu bobo, o amor é livre!
— O amor pode até ser, minha senhora, mas sexo é pago! E eu tô pagando caro, não quero saber de pinto nenhum. Ou a senhora desenvolve um clitóris nos próximos segundos ou eu...
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/telessexo.html)

FUTEBOL É CULTURA

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— Muito bem, Roberto, estamos aqui com Edicleyson, o nome do jogo, que fez três gols nessa partida de hoje, inclusive um de bicicleta. E aí, Edicleyson, tava inspirado, hein? E então, você credita essa vitória ao individualismo de influência protestante, ou seja, à crença nas possibilidades do sujeito em sua luta pela superação dos limites individuais, ou tem uma abordagem mais marxista, partindo do pressuposto de que o meio atuou materialmente para a sua performance?
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(assoando o nariz) Bom, Carlos, cê sabe que o futebol é uma caixinha de surpresa, né? E o professor pediu que nós caísse mais pra esquerda, mas não tanto que atingisse o extremismo maoísta e nem tão pouco que chegasse ao posicionamento social-democrata, e... De modos que a gente conseguimos encontrar os espaço vazio e... concruímos. E... Não tô acostumado a jogar por ali, e... Mas os fim justifica os meio, como diria Maquiavel no belo “O Príncipe”.
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(Texto completo, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/muito-bem-roberto-estamos-aqui-com.html)

Da série Os Piores Trabalhos do Mundo

Inseminador de porcos? Nada disso. Ombudsman da Folha. Só de pensar que o cara tem que ler o jornal inteiro, linha por linha, todos os dias.... Arght!

Vocês viram...

... a autora badalada que disse que o homem cordial não existe e que tudo não passa de uma justificativa para o racismo?

A mulher ouviu o galo cantar não sabe aonda e saiu por aí cacarejando também.

É o que eu sempre digo: se os melhores são assim, imagine os piores.

E a escritora badalada em questão é, sim, uma das melhoras.

Mas também é aquela coisa: repara na companhia da rapariga...

Drummond

Eu não sei quanto a vocês, mas eu não confio em poetas que passarão a eternidade (quanto dura a eternidade do bronze?) dando as costas para o mar.

(O restante do texto você lê aqui).

ESCOLINHA DO PROFESSOR LALAU

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— Muito bem, seu Aristides, resolva o seguinte problema. O senhor quer construir uma repartição pública de 80 metros quadrados. Um milheiro de tijolo custa R$100. Por quanto o senhor construirá a repartição, sabendo que em um metro quadrado cabem cem tijolos?
— Por R$ 800, professor.
— Errado. Seu Dagoberto, o senhor sabe a reposta?
— Sei, professor. Por R$ 4 mil.
— Muito bem. Como o senhor chegou a esse número?
— Ora, o milheiro de tijolo custa R$ 100. Segundo as premissas da Primeira Lei de Nicolau, temos que, numa licitação, ele passará a custar R$ 1 mil. Descontados os meus dez por cento, R$ 800. Cada metro quadrado custará, portanto, R$ 80. Oitenta vezes 50 dá 4 mil.

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(Texto completo, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/curso-intensivo-para-formao-de-polticos.html)

Luz, mais luz!

Do escritório ViverCidades, fundado por Luiz Paulo Wolfgang von Conde:

"A idéia de um planejamento total, global, é uma idéia esgotada. Não acho aceitável o domínio, o controle total sobre a cidade. Pertenço ao grupo daqueles que preferem agir por partes, atuando na conjuntura, nos elementos menores, em intervenções que repercutam na estrutura. É claro que este posicionamento se apóia no entendimento das diferentes escalas e da necessidade de diretrizes gerais."

PERGUNTA FEITA AOS CÉUS

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Fábio Júnior, aquele cantor que gosta de tirar foto descalço e com um copo de uísque na mão, continua solto ?

IMPERDÍVEL !

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Pensei que era alucinação, mas vi, escrito com toda clareza, em "letras garrafais", num muro da cidade, o anúncio de um show que reunirá as Paquitas, Gretchen e Sérgio Mallandro (com dois "l").

Olhei para o planeta circundante. Perguntei aos céus: quem é dono desta joça ? Para quem eu devo mandar um ofício cancelando minha certidão de nascimento ?

Enfim, notícia da boa

02/08/2007 - 09h54
Ex de Renan decide posar nua, informa Mônica Bergamo

Notícia boa para homens hetero ou bi e mulheres lésbicas ou bi, bem entendido.
O SDT é contra a generalização machista e contra a alienação, donde que a notícia é boa também para consumidores de notícias: até então, a srta. Mônica Veloso era o verdadeiro 'Dossiê Ignorado'.

Nunca neste país a verdade terá sido tão nua e crua.

TV Tamanco - O que Lula ainda não fez I

TV Tamanco - O que Lula ainda não fez II

I`m so tired

Luana Piovani, escute a velha canção dos Beatles. Cansei de mentirinha, mas como os idiotas que levam a mão direita ao peito esquerdo, não desisto nunca. Vamos brincar de United Fruit. Vamos conhecer as plantações de Pacovan.

"O BRASIL É UMA REPÚBLICA FEDERATIVA CHEIA DE ÁRVORES E DE GENTE DIZENDO ADEUS" ( OSWALD DE ANDRADE)

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Se o Brasil fosse freguês de analista e chegasse a um consultório todo pimpão em busca de um diagnóstico, sairia de lá com um pedaço de papel em que estaria escrito: "Maníaco-Depressivo".

É improvável que exista na cartografia mundial o registro de um país que passe com tanta frequência e com tanta facilidade da euforia à depressão.

Em um momento, esta "república federativa cheia de árvores e de gente dizendo adeus" vai ser o farol que iluminará o Atlântico Sul com raios de originalidade, vitalidade, grandeza, como se fosse um filme épico.

Quarenta e cinco segundos depois, o país é uma republiqueta desqualificada,
um grande equívoco histórico, o refúgio de uma elite branca incurável, um enorme aglomerado de ineficiências, frustrações e promessas adiadas, como se fosse um filme B dirigido por incompetentes e estrelado por canastrões.

Depois de quarenta e cinco segundos de hesitação, cravo a coluna do meio, o que só reforça, em minhas florestas interiores, a impressão de que vivemos todos numa enorme gangorra verde-amarela.

Queremos o clássico histórico.

A União, os Estados e os municípios pagaram no primeiro semestre quase 80 bilhões de reais em juros. Dinheiro suficiente para recuperar praticamente toda a infra-estrutura do país. Se contar com os juros pagos por pessoas jurídicas e físicas, os 80 devem dobrar. Como os contratos têm juros prefixados, os governos vão continuar pagando juros altíssimos, independente da queda da Selic. Contrato não se rompe, alega-se. O presidente Lula tem razão: nunca os ricos ganharam tanto dinheiro no Brasil.

Lêem-se, nos últimos dias, colunas e análises tentando entender o movimento Cansei dos biliardários paulistas. O próprio governo, pela fala de Lula, demostra uma certa perplexidade com a mobilização. Basta conferir os números dos juros pagos(Folha, ontem) e se compreende sem dificuldade o Cansei. Diante da constante incompetência administrativa do governo federal, os ricos paulistas querem mudar para que tudo permaneça como está. Temem que, num descontrole da aparente tranqüilidade, surja um aventureiro (quem se habilitaria?) no estilo Collor ou do velho Lula do ABC e decida acabar, entre outras, com a orgia surfistinha dos juros e da ciranda de aplicações etc. Uma cópia de Chávez. Faz sentido, já que o Lula colaboracionista dos banqueiros não é de fácil replicação. É o mesmo sentimento que move a CUT e outros sindicatos poderosos, com o Cansamos. Querem permanecer parasitários no governo, se possível evoluindo o aparelhamento planejado por José Dirceu. Querem mudar para tudo permanecer como está.

Com a ameaça do presidente Lula de colocar o povo na rua para defender a democracia(?), é possível que os milionários voltem à toca e trabalhem na surdina, sempre em busca de um novo Lula. Frei Betto poderia ajudar, já se disse. Como a alegria dos velhos palhaços, na frase sábia de Joel Silveira, é ver o circo pegar fogo, não seria desinteressante se o Lula companheiro dos banqueiros e agiotas recuperasse, numa metamorfose, a identidade e a ideologia do Lula metalúrgico. Elite versus elite não tem graça. O clássico histórico é povo contra elite. Pena que Zé Dirceu esteja mais interessado em consolidar seu escritório de lobby. Daria um excelente capitão do time, na nova fase do campeonato. Sai daí, Dirceu.

SÓ PAÍSES INSEGUROS E NARCISISTAS VIVEM EM BUSCA DE UMA IDENTIDADE NACIONAL. E NARCISISMO É SEMPRE UMA AGRESSÃO AO PRÓXIMO. PALAVRA DE HISTORIADOR

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De uma entrevista com o historiador Evaldo Cabral de Melo:

GMN - O senhor diz que a busca permanente por uma identidade nacional é uma característica de "países inseguros". A busca por uma identidade não seria, pelo contrário, um sinal de vitalidade ?

ECM - Pode ser um sinal de vitalidade, mas este detalhe não exclui o fato de que normalmente os países não se perguntam por suas identidades ! Os países vivem suas vidas sem perguntar e sem levantar este problema !. A tendência a proclamar a identidade em face do mundo, como ocorre hoje com o Brasil, me soa como uma espécie de narcisismo coletivo que acho desagradável, como todo tipo de narcisismo. Todo tipo de narcisismo ,individual ou coletivo, é uma agressão em relação ao próximo. A mania de ficar lançando aos olhos da humanidade a nossa grande originalidade nacional me parece uma coisa de gosto duvidoso".

GMN -...Mas a busca por uma identidade nacional gerou obras fundamentais, como Casa Grande & Senzala; livros importantes, como "Teoria do Brasil" - de Darcy Ribeiro - e até movimentos culturais, como o Manifesto Antropofágico, por exemplo. O senhor nega o valor dessas obras ?ECM - Claro que não nego o valor dessas obras, essenciais para a cultura brasileira no século vinte. O que estou dizendo apenas é que elas correspondem a uma receita cultural que, como toda receita cultural, se esgota ao longo do tempo, como as escolas literárias ou escolas de pintura se esgotam. Toda essa preocupação com a identidade na cultura brasileira já vem dando evidentes sinais de cansaço. Já não produz hoje os livros que produziu há cinqüenta, sessenta anos. Pelo contrário : nota-se um declínio pronunciado na qualidade dos livros. Porque não há como falar indefinidamente de um assunto que, por natureza, é esgotável".

(aqui, a entrevista completa:http://www.geneton.com.br/archives/000120.html)

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 2

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Ninguém tem o direito de proclamar-se velho se ainda não começou a resmungar.


Joel Silveira, datilografado por GMN

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA

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Nunca esqueci aquele final de Caetés - de Graciliano Ramos:
"Ateu! Não é verdade. Tenho passado a vida a criar deuses que morremlogo, ídolos que depois derrubo : uma estrela no céu, algumas mulheres na terra".

Bonito de arrepiar.


Joel Silveira, datilografado por GMN