3 de setembro de 2007
A pornografia da Terra Prometida promete
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PAPO DE HISTORIADOR
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— Alô? Gostaria de falar com Alexandre, o Grande, por favor.
— Ele.
— Alexandre? Seguinte: você não me conhece pessoalmente, mas é que eu sou...
— Ih, se for pra vender mapa-múndi...
— Não, não. É que eu tô aqui no século XXI e... Bom, eu sei de algumas coisas que vão acontecer no futuro, então pensei que...
— Tu acha que eu vou acreditar numa história dessa, ô rapá? Tá pensando que eu sou quem? Um simples imperador romano?
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/09/ligao.html)
— Alô? Gostaria de falar com Alexandre, o Grande, por favor.
— Ele.
— Alexandre? Seguinte: você não me conhece pessoalmente, mas é que eu sou...
— Ih, se for pra vender mapa-múndi...
— Não, não. É que eu tô aqui no século XXI e... Bom, eu sei de algumas coisas que vão acontecer no futuro, então pensei que...
— Tu acha que eu vou acreditar numa história dessa, ô rapá? Tá pensando que eu sou quem? Um simples imperador romano?
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/09/ligao.html)
OS SEM-FOLCLORE
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— Tô com fome. Antes, bastava aparecer, todo mundo se borrava. Era uma fartura de fumo. Hoje em dia, se o sujeito não é um monstro japonês ou boneco de videogame não levam a sério. Eu preciso contratar um agente, mas empresário é um bicho que me mete medo. Maldita pós-modernidade. O Baudrillard é que tava certo.
— Então, você virou mendigo, é isso?
— Mendigo, não. Mais respeito. Excluído. Mitologia é coisa que não dá futuro a ninguém, sabe? Você veja os heróis gregos, por exemplo. Por isso eu tô tentando outras atividades. Até me empreguei uns dias como entregador de pizza...
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/numa-encruzilhada.html)
— Tô com fome. Antes, bastava aparecer, todo mundo se borrava. Era uma fartura de fumo. Hoje em dia, se o sujeito não é um monstro japonês ou boneco de videogame não levam a sério. Eu preciso contratar um agente, mas empresário é um bicho que me mete medo. Maldita pós-modernidade. O Baudrillard é que tava certo.
— Então, você virou mendigo, é isso?
— Mendigo, não. Mais respeito. Excluído. Mitologia é coisa que não dá futuro a ninguém, sabe? Você veja os heróis gregos, por exemplo. Por isso eu tô tentando outras atividades. Até me empreguei uns dias como entregador de pizza...
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/numa-encruzilhada.html)
PRECONCEITO SOCIAL
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— Webson Cleiterson, meu fio, esse povo é tudo mal-educado, vive poluino as rua com os carrão de luxo deles, jogano lixo pela janela dos automórve, dano propina pra guarda de trânsio, furano fila em cinema de shopscente, falano alto em celulá com câmara de vídeo...
— Que preconceitcho, mãe! Se eles fosse pobre, andasse com as roupa furada e num tivesse todos os dente na boca, a sinhora num falava assim deles.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/ms-influncias.html)
— Webson Cleiterson, meu fio, esse povo é tudo mal-educado, vive poluino as rua com os carrão de luxo deles, jogano lixo pela janela dos automórve, dano propina pra guarda de trânsio, furano fila em cinema de shopscente, falano alto em celulá com câmara de vídeo...
— Que preconceitcho, mãe! Se eles fosse pobre, andasse com as roupa furada e num tivesse todos os dente na boca, a sinhora num falava assim deles.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/ms-influncias.html)
DAS GRANDES FILOSOFIAS NACIONAIS
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Preconceito de classe é coisa que não existe no Brasil. Só pode ser uma idéia de gente pobre, sem etiqueta nem educação.
Preconceito de classe é coisa que não existe no Brasil. Só pode ser uma idéia de gente pobre, sem etiqueta nem educação.
Genéricos X de marca
O SDT é a vanguarda dos títulos de piadas.
No dia 30, sobre o 'Calma, boneca', postamos 'A gaiola das loucas':
Hoje, no 'Estadão', sobre o 'Calma, boneca', Tutty Vasquez postou 'A gaiola das loucas':
http://blog.estadao.com.br/blog/tutty/?title=gaiola_das_loucas&more=1&c=1&tb=1&pb=1
O mestre nem deve saber da existência do SDT. Mas fica o registro cabotino: aqui o achincalhe é em tempo irreal.
No dia 30, sobre o 'Calma, boneca', postamos 'A gaiola das loucas':
http://sopadetamanco.blogspot.com/2007/08/gaiola-das-loucas.html
Hoje, no 'Estadão', sobre o 'Calma, boneca', Tutty Vasquez postou 'A gaiola das loucas':
http://blog.estadao.com.br/blog/tutty/?title=gaiola_das_loucas&more=1&c=1&tb=1&pb=1
O mestre nem deve saber da existência do SDT. Mas fica o registro cabotino: aqui o achincalhe é em tempo irreal.
FSP: 'Petistas fazem ataque às Forças Armadas'
'"O PT entende ser uma tarefa urgente do governo brasileiro iniciar um processo de democratização das Forças Armadas, que precisam ser transformadas em instituições a serviço da população e da democracia", diz a moção.'
Matar ou correr
Parabéns ao pessoal da Funexpo. Nem a morte remove a vocação do nosso querido Brasil para a chanchada. Pelo contrário.
03/09/2007 - 09h06
'Feira de funerárias tem caixão rosa "da Barbie" e axé music'
03/09/2007 - 09h06
'Feira de funerárias tem caixão rosa "da Barbie" e axé music'
LIGAÇÃO HISTÓRICA
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— Alô? Gostaria de falar com o Alexandre.
— Um momento. Alexandreeee! Alexaaandre! Ô Alexandre! Alexandre, menino malvado, pare de brincar com a cabeça desse indiano e tome logo a papinha! Tá pensando que é quem? O dono do mundo? Quando seu pai chegar...
— Ah, é, eu... eu ligo alguns anos mais tarde...
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/09/ligao.html)
— Alô? Gostaria de falar com o Alexandre.
— Um momento. Alexandreeee! Alexaaandre! Ô Alexandre! Alexandre, menino malvado, pare de brincar com a cabeça desse indiano e tome logo a papinha! Tá pensando que é quem? O dono do mundo? Quando seu pai chegar...
— Ah, é, eu... eu ligo alguns anos mais tarde...
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/09/ligao.html)
VIRIL ESPORTE BRETÃO
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— Me explica só uma coisa, Gildo: por que é que, quando o Palito te passou aquela bola na cara do gol, com o goleiro caído, tu, em vez de chutar pra rede, resolveu agarrar a bola com a mão e ficar dando gritos, como se estivesse no teatro? A gente pelo menos tinha feito o gol de honra!
— Gritos, não! Veja como você fala! Aquilo ali é Shakespeare. Tu nunca leu Hamlet? A bola representava o crânio de Yorick.
— No meio do jogo, Gildo? Tu tinha que conversar com a bola no meio do jogo? Tu ficou completamente maluco, rapaz? Tu não sabe que meter a mão na bola é falta? E tu não já tinha amarelo por ter imitado acintosamente o andar do juiz?
— Não imitei o andar do juiz. Aquilo ali é mímica. Eu tenho culpa se o árbitro não admira a arte?
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/futebol-arte.html)
— Me explica só uma coisa, Gildo: por que é que, quando o Palito te passou aquela bola na cara do gol, com o goleiro caído, tu, em vez de chutar pra rede, resolveu agarrar a bola com a mão e ficar dando gritos, como se estivesse no teatro? A gente pelo menos tinha feito o gol de honra!
— Gritos, não! Veja como você fala! Aquilo ali é Shakespeare. Tu nunca leu Hamlet? A bola representava o crânio de Yorick.
— No meio do jogo, Gildo? Tu tinha que conversar com a bola no meio do jogo? Tu ficou completamente maluco, rapaz? Tu não sabe que meter a mão na bola é falta? E tu não já tinha amarelo por ter imitado acintosamente o andar do juiz?
— Não imitei o andar do juiz. Aquilo ali é mímica. Eu tenho culpa se o árbitro não admira a arte?
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/futebol-arte.html)
VAGA DE PEDREIRO
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— Sei, sei. Acaso o senhor não teria adquirido algum conhecimento em áreas como filosofia hegeliana, dialogismo bakhtiniano, partículas subatômicas ou cálculo infinitesimal?
— Bactrim eu tomei uma vez, quando tava gripado. Mas é raro, que eu tenho saúde de ferro.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/uma-entrevista-de-emprego-num-pas-muito.html)
— Sei, sei. Acaso o senhor não teria adquirido algum conhecimento em áreas como filosofia hegeliana, dialogismo bakhtiniano, partículas subatômicas ou cálculo infinitesimal?
— Bactrim eu tomei uma vez, quando tava gripado. Mas é raro, que eu tenho saúde de ferro.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/03/uma-entrevista-de-emprego-num-pas-muito.html)
Autotamancada do dia
Pior é aquele idiota que se afunda na tentativa estéril de tentar agradar aos amigos - justo aos amigos!!!
Dilemas redacionais
Um presidente Patrus Ananias seria, na imprensa ou na boca do povo:
o presidente Patrus?
o presidente Ananias?
o presidente Patrus Ananias?
o presidente PA?
o presidente do Bolsa Família?
o presidente BF?
o presidente Patrus?
o presidente Ananias?
o presidente Patrus Ananias?
o presidente PA?
o presidente do Bolsa Família?
o presidente BF?
Lá e lá - Perguntas que ninguém faz
- Por que o presidente do nosso querido Brasil não faz como Bush: uma visita-surpresa ao Complexo do Alemão ou à Bienal do Livro? São áreas deflagradas...
NOTÍCIA DO DIA :"O FILHO DE ETERNO" É UM LIVRAÇO, UMA OBRA-PRIMA, UM TEXTO ARREBATADOR
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O escritor Cristovao Tezza, 55 anos, romancista, ex-relojoeiro (!), catarinense radicado em Curitiba, professor da Universidade Federal do Paraná, acaba de cometer uma façanha e criar um problema para a literatura brasileira.
A façanha : recém-lançado, "O Filho Eterno" já desponta como favoritíssimo ao título de melhor do ano. O problema : "O Filho Eterno" foi publicado pela Editora Record na categoria de "romance brasileiro", mas é um texto escancaradamente autobiográfico.
Tezza descreve, sem jamais cair no melodrama ou na pieguice, um acontecimento que o fez se sentir como se fosse um boi cabeceando inutilmente contra as paredes do corredor de um matadouro: o dia em que recebeu a notícia de que o primeiro filho, tão esperado, tinha Síndrome de Down.
Não é exagero carimbar "O Filho Eterno" desde já como o lançamento do ano. O site de literatura Todoprosa, mantido por Sérgio Rodrigues, também concedeu este título antecipado do livro. Ainda é agosto. Mas, pelo menos na categoria de "romance brasileiro", a disputa pelo campeonato de melhor do ano parece resolvida. Que se apresentem os outros candidatos.
Pergunte-se a um leitor médio, aquele que desembarca na livraria simplesmente em busca de uma bela descoberta : o que é que define uma boa leitura ? Nove entre dez dirão que boa leitura é aquela capaz de prender a atenção. Que outra coisa pode querer um autor ? E excelente leitura é aquela que arrebata. É o caso de "O Filho Eterno". Tezza acaba de criar o Expresso 222 da literatura. As 222 páginas de O Filho Eterno voam, arrebatadoras, como se fossem vinte.
Referir-se a si próprio na terceira pessoa virou sinônimo de vaidade desde que Pelé - e outras celebridades menos votadas - cairam nessa tentação. O autor de "O Filho Eterno" se enquadra na categoria dos que falam de si próprios na terceira pessoa por outro motivo: o excesso de pudor na hora de subir à ribalta para se expor aos olhos do público. É compreensível. O fato de a narração ser feita na terceira pessoa é, provavelmente, o único detalhe que impede "O Filho Eterno" de se enquadrar na categoria de autobiografia.
Resta o "problema" literário criado por "O Filho Eterno" : a partir de que momento uma narrativa amparada em fatos deixa de ser uma autobiografia para se transformar em "romance" ? É tudo uma questão de primeira ou terceira pessoa ? Estudantes de Letras, se é que existem, mãos á obra!
"O Filho Eterno" poderia também ser qualificada como uma peça do chamado "novo jornalismo", uma reportagem irretocável, merecedora de todo aplauso numa época em que texto jornalístico, golpeado pelos "idiotas da objetividade", cabeceia, também ele, como se fosse um boi no corredor de um matadouro. O livro não deixa de ser uma bela reportagem autobiográfica de um pai que toma para si uma tarefa dificílima : a de narrar uma dor inenarrável ou, para usar uma palavra que é cara ao autor, "irredimível".
A certa altura do texto, Tezza confessa ser um daqueles autores que, em nome da devoção incondicional à literatura, são capazes de engolir durante anos a fio recusas de editoras e eventuais fracassos de venda. Ainda assim, vão adiante, porque crêem que o que conta é o embate original com as folhas de papel em branco (ou com a tela alva do computador) : neste cenário íntimo, pessoal e intransferível, os Cristovao Tezza entregam-se à acidentada tarefa de tentar traduzir a vida em palavras, "dar nome às coisas". Todo o resto é acidente, vaidade, desvio, perda de tempo, mera consequência.
"Os escritores brasileiros somos pequenos ladrões de sardinha, Brás Cubas inúteis", diz, a certa altura do livro. Imagina-se, lá pelas tantas, autor de livros que ninguém lerá - e pai de um filho que não poderia amar. Mas persiste, porque, para ele, escrever é uma escolha radical, uma predestinação que não depende de coisas tão pequenas quanto os humores das editoras ou as leis de mercado.
Quem termina a travessia arrebatadora das 222 páginas de "O Filho Eterno" haverá de sentir um alívio e uma alegria. O leitor concluirá que, feitas as contas, o poeta Drummond tinha toda razão ao dizer que nossa existência é "um sistema de erros", "um vácuo atormentado", "um teatro de injustiças e ferocidades" , mas, no caso de Cristovao Tezza, tanta dor, tanto tormento, tanto espanto, tanto vácuo, tanto remorso, tanta incredulidade, tudo, enfim, foi recompensado com uma bela contrapartida, o melhor prêmio que um escritor poderia esperar : concebeu um livro que todos deveriam ler sobre um personagem que todos haverão de amar. Chama-se Felipe.
É este o nome do filho eterno.
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Trechos de "O Filho Eterno" , em que o pai recebe a notícia de que o filho tinha sido diagnosticado como portador da Síndrome de Down:
"Em um átimo de segundo, em meio à maior vertigem de sua existência, a rigor a única que ele não teve tempo ( e durante a vida inteira não terá) de domesticar numa representação literária, apreendeu a intensidade da expressão "para sempre" - a idéia de que algumas coisas são de fato irremediáveis, o sentimento absoluto, mas óbvio, de que o tempo não tem retorno, algo que ele sempre se recusava a aceitar. Tudo pode ser recomeçado, mas agora não: tudo pode ser refeito, mas isso não ; tudo pode voltar ao nada e se refazer, mas agora tudo é de uma solidez granítica e intransponível : o último limite, o da inocência, estava ultrapassado; a infância teimosamente retardada terminava aqui, sentindo a falta de sangue na alma, recuando aos empurrões, sem mais ouvir aquela lengalenga imbecil dos médicos".
"Ele recusava-se a ir adiante na linha do tempo; lutava por permanecer no segundo anterior à revelação, como um boi cabeceando no espaço estreito da fila do matadouro; recusava-se mesmo a olhar para a cama, onde todos se concentravam num silêncio bruto, o pasmo de uma maldição inesperada. Isso é pior do que qualquer coisa, ele concluiu- nem a morte teria esse poder de me destruir. A morte são sete dias de luto, e a vida continua. Agora, não. Isso não terá fim. Recuou dois, três passos, até esbarrar no sofá vermelho e olhar para a janela, para o outro lado, para cima, negando-se, bovino, a ver e a ouvir".
"Pai e mãe são tomados pelo silêncio. É preciso esperar para que a pedra pouse vagarosamente no fundo do lago, enterrando-se mais e mais na areia úmida, no limo e no limbo, é preciso sentir a consistência daquele peso irremovível para todo o sempre, preso na alma, antes de dizer alguma coisa. Monossílabos cabeceantes, teimosos - os olhos não se se tocam".
"Se eu escrever um livro sobre ele, ou para ele, o pai pensa, ele jamais conseguirá lê-lo"
"Eu não posso ser destruído pela literatura; eu também não posso ser destruído pelo meu filho - eu tenho um limite : fazer, bem-feito, o que posso e sei fazer, na minha medida. Sem pensar, pega a criança no colo, que se larga saborosamente sobre o pai, abraçando-lhe o pescoço, e assim sobem as escadas até a porta de casa"
"Durante todos esses anos sentiu o peso ridículo de ser escritor, alguém que publica livros aos quais não há resposta, livros que ninguém lê ; e resistiu bravamente, e pelo menos nisso teve sucesso, ao consolo confortável, à coceira na língua, quase sempre calhorda, de despejar no mundo as culpas da própria escolha"
(*) resenha publicada na edição de setembro da revista Continente Multicultural ( http://www.continentemulticultural.com.br/)
O escritor Cristovao Tezza, 55 anos, romancista, ex-relojoeiro (!), catarinense radicado em Curitiba, professor da Universidade Federal do Paraná, acaba de cometer uma façanha e criar um problema para a literatura brasileira.
A façanha : recém-lançado, "O Filho Eterno" já desponta como favoritíssimo ao título de melhor do ano. O problema : "O Filho Eterno" foi publicado pela Editora Record na categoria de "romance brasileiro", mas é um texto escancaradamente autobiográfico.
Tezza descreve, sem jamais cair no melodrama ou na pieguice, um acontecimento que o fez se sentir como se fosse um boi cabeceando inutilmente contra as paredes do corredor de um matadouro: o dia em que recebeu a notícia de que o primeiro filho, tão esperado, tinha Síndrome de Down.
Não é exagero carimbar "O Filho Eterno" desde já como o lançamento do ano. O site de literatura Todoprosa, mantido por Sérgio Rodrigues, também concedeu este título antecipado do livro. Ainda é agosto. Mas, pelo menos na categoria de "romance brasileiro", a disputa pelo campeonato de melhor do ano parece resolvida. Que se apresentem os outros candidatos.
Pergunte-se a um leitor médio, aquele que desembarca na livraria simplesmente em busca de uma bela descoberta : o que é que define uma boa leitura ? Nove entre dez dirão que boa leitura é aquela capaz de prender a atenção. Que outra coisa pode querer um autor ? E excelente leitura é aquela que arrebata. É o caso de "O Filho Eterno". Tezza acaba de criar o Expresso 222 da literatura. As 222 páginas de O Filho Eterno voam, arrebatadoras, como se fossem vinte.
Referir-se a si próprio na terceira pessoa virou sinônimo de vaidade desde que Pelé - e outras celebridades menos votadas - cairam nessa tentação. O autor de "O Filho Eterno" se enquadra na categoria dos que falam de si próprios na terceira pessoa por outro motivo: o excesso de pudor na hora de subir à ribalta para se expor aos olhos do público. É compreensível. O fato de a narração ser feita na terceira pessoa é, provavelmente, o único detalhe que impede "O Filho Eterno" de se enquadrar na categoria de autobiografia.
Resta o "problema" literário criado por "O Filho Eterno" : a partir de que momento uma narrativa amparada em fatos deixa de ser uma autobiografia para se transformar em "romance" ? É tudo uma questão de primeira ou terceira pessoa ? Estudantes de Letras, se é que existem, mãos á obra!
"O Filho Eterno" poderia também ser qualificada como uma peça do chamado "novo jornalismo", uma reportagem irretocável, merecedora de todo aplauso numa época em que texto jornalístico, golpeado pelos "idiotas da objetividade", cabeceia, também ele, como se fosse um boi no corredor de um matadouro. O livro não deixa de ser uma bela reportagem autobiográfica de um pai que toma para si uma tarefa dificílima : a de narrar uma dor inenarrável ou, para usar uma palavra que é cara ao autor, "irredimível".
A certa altura do texto, Tezza confessa ser um daqueles autores que, em nome da devoção incondicional à literatura, são capazes de engolir durante anos a fio recusas de editoras e eventuais fracassos de venda. Ainda assim, vão adiante, porque crêem que o que conta é o embate original com as folhas de papel em branco (ou com a tela alva do computador) : neste cenário íntimo, pessoal e intransferível, os Cristovao Tezza entregam-se à acidentada tarefa de tentar traduzir a vida em palavras, "dar nome às coisas". Todo o resto é acidente, vaidade, desvio, perda de tempo, mera consequência.
"Os escritores brasileiros somos pequenos ladrões de sardinha, Brás Cubas inúteis", diz, a certa altura do livro. Imagina-se, lá pelas tantas, autor de livros que ninguém lerá - e pai de um filho que não poderia amar. Mas persiste, porque, para ele, escrever é uma escolha radical, uma predestinação que não depende de coisas tão pequenas quanto os humores das editoras ou as leis de mercado.
Quem termina a travessia arrebatadora das 222 páginas de "O Filho Eterno" haverá de sentir um alívio e uma alegria. O leitor concluirá que, feitas as contas, o poeta Drummond tinha toda razão ao dizer que nossa existência é "um sistema de erros", "um vácuo atormentado", "um teatro de injustiças e ferocidades" , mas, no caso de Cristovao Tezza, tanta dor, tanto tormento, tanto espanto, tanto vácuo, tanto remorso, tanta incredulidade, tudo, enfim, foi recompensado com uma bela contrapartida, o melhor prêmio que um escritor poderia esperar : concebeu um livro que todos deveriam ler sobre um personagem que todos haverão de amar. Chama-se Felipe.
É este o nome do filho eterno.
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Trechos de "O Filho Eterno" , em que o pai recebe a notícia de que o filho tinha sido diagnosticado como portador da Síndrome de Down:
"Em um átimo de segundo, em meio à maior vertigem de sua existência, a rigor a única que ele não teve tempo ( e durante a vida inteira não terá) de domesticar numa representação literária, apreendeu a intensidade da expressão "para sempre" - a idéia de que algumas coisas são de fato irremediáveis, o sentimento absoluto, mas óbvio, de que o tempo não tem retorno, algo que ele sempre se recusava a aceitar. Tudo pode ser recomeçado, mas agora não: tudo pode ser refeito, mas isso não ; tudo pode voltar ao nada e se refazer, mas agora tudo é de uma solidez granítica e intransponível : o último limite, o da inocência, estava ultrapassado; a infância teimosamente retardada terminava aqui, sentindo a falta de sangue na alma, recuando aos empurrões, sem mais ouvir aquela lengalenga imbecil dos médicos".
"Ele recusava-se a ir adiante na linha do tempo; lutava por permanecer no segundo anterior à revelação, como um boi cabeceando no espaço estreito da fila do matadouro; recusava-se mesmo a olhar para a cama, onde todos se concentravam num silêncio bruto, o pasmo de uma maldição inesperada. Isso é pior do que qualquer coisa, ele concluiu- nem a morte teria esse poder de me destruir. A morte são sete dias de luto, e a vida continua. Agora, não. Isso não terá fim. Recuou dois, três passos, até esbarrar no sofá vermelho e olhar para a janela, para o outro lado, para cima, negando-se, bovino, a ver e a ouvir".
"Pai e mãe são tomados pelo silêncio. É preciso esperar para que a pedra pouse vagarosamente no fundo do lago, enterrando-se mais e mais na areia úmida, no limo e no limbo, é preciso sentir a consistência daquele peso irremovível para todo o sempre, preso na alma, antes de dizer alguma coisa. Monossílabos cabeceantes, teimosos - os olhos não se se tocam".
"Se eu escrever um livro sobre ele, ou para ele, o pai pensa, ele jamais conseguirá lê-lo"
"Eu não posso ser destruído pela literatura; eu também não posso ser destruído pelo meu filho - eu tenho um limite : fazer, bem-feito, o que posso e sei fazer, na minha medida. Sem pensar, pega a criança no colo, que se larga saborosamente sobre o pai, abraçando-lhe o pescoço, e assim sobem as escadas até a porta de casa"
"Durante todos esses anos sentiu o peso ridículo de ser escritor, alguém que publica livros aos quais não há resposta, livros que ninguém lê ; e resistiu bravamente, e pelo menos nisso teve sucesso, ao consolo confortável, à coceira na língua, quase sempre calhorda, de despejar no mundo as culpas da própria escolha"
(*) resenha publicada na edição de setembro da revista Continente Multicultural ( http://www.continentemulticultural.com.br/)
"O blogue é, em sua essência, um ato de generosidade" ( Ivan Lessa)
De Londres, Ivan Lessa:
``O blogue é, em sua essência, um ato de generosidade. Não se está ganhando dinheiro quando se denuncia o verdureiro da esquina cobrando mais caro pelo jiló ou se critica a política externa do Irã ou dos Estados Unidos``
(aqui http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070831_ivanlessablogueiros.shtml)
``O blogue é, em sua essência, um ato de generosidade. Não se está ganhando dinheiro quando se denuncia o verdureiro da esquina cobrando mais caro pelo jiló ou se critica a política externa do Irã ou dos Estados Unidos``
(aqui http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070831_ivanlessablogueiros.shtml)
"TUDO É PERDA/ TUDO QUER BUSCAR / CADÊ ?"
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Faz tempo que não aparece no Brasil uma música tão bonita quanto "O Ciúme". Alguém postou esta pérola no You Tube,o grande arquivo planetário de sons & imagens:
E a letra:
"Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta e se viu ferido justo na garganta
Quem nem alegre, nem triste, nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico, vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti
Não me ensinas
E eu sou só eu só eu só eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê?
Tanta gente canta
Tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira monstruosa
a sombra do ciúme"
Faz tempo que não aparece no Brasil uma música tão bonita quanto "O Ciúme". Alguém postou esta pérola no You Tube,o grande arquivo planetário de sons & imagens:
E a letra:
"Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta e se viu ferido justo na garganta
Quem nem alegre, nem triste, nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico, vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti
Não me ensinas
E eu sou só eu só eu só eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê?
Tanta gente canta
Tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira monstruosa
a sombra do ciúme"
PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 2
Quem de fato conhece a curta História do Brasil não tem qualquer motivo para morrer de amores por Portugal.
Joel Silveira
Joel Silveira
PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA
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Somente agora foi revelado o motivo que levará Caetano Veloso a escrever o maior romance da ficção brasileira de todos os tempos: é que o baiano não se conforma de maneira alguma com o fato de o Brasil ainda não ter ganho o Nobel de Literatura.
Joel Silveira
Somente agora foi revelado o motivo que levará Caetano Veloso a escrever o maior romance da ficção brasileira de todos os tempos: é que o baiano não se conforma de maneira alguma com o fato de o Brasil ainda não ter ganho o Nobel de Literatura.
Joel Silveira
Vem aí um novo Itamar Franco
Nos Estados Unidos, o presidente, quase sempre um criminoso de guerra, cumpre dois mandatos, e vai para casa, sempre. Abre uma fundação, livro de memórias, palestras a peso de ouro, uma causa humanista em algum país africano, missão cumprida. No Brasil, é diferente, os ex-presidentes tendem a vivenciar a Síndrome de Itamar. Depois de deixar o país praticamente arrumado, livre da inflação, para FHC assumir, Itamar Franco decidiu não ir para casa. O que fazer depois do mandato presidencial? Perambulou por Minas, Roma, Lisboa, sempre a pagar mico. A rigor, nem merecia, já que conseguiu reaprumar o país depois do furacão Collor, o que já é um grande feito, nos parâmetros nacionais.
Antes dele, Sarney se mudou de mentira para o Amapá (onde fica?) e até hoje conspira no Congresso com as tentativas de segurar Renan. O próprio Collor, depois de uma quarentena, retornou e já começou a aprontar, com a licença para não julgar o colega Renan. FHC, mais esperto, agregou uns mecenas descansados e criou uma fundação. Cínico e preguiçoso,anda dando palestras para tabacos-lesos, intercaladas com análises niilistas sobre os trópicos.
O que fazer depois da presidência? No Congresso do PT, Lula já avisou que não vai para casa, à semelhança de Collor, Sarney, Itamar e FHC. Vai fazer, segundo ele, o que sabe fazer: andar pelo país. Portanto, vem aí mais um portador da Síndrome de Itamar. Agora, é fácil imaginar o futuro cenário. Um novo presidente eleito, seja ele quem for, e Lula viajando pelo país, arrastando os miseráveis do Bolsa Família e sendo vaiado pelos cansados do Sul/Sudeste. O que isso poderá provocar: instabilidade política, antecipação da eleição presidencial de 2014, ingovernabilidade? Tudo é possível.
O curioso é que só a metade do modelo presidencial americano, o do direito à reeleição, é bom para o Brasil. O complemento, go home, é um desserviço ao país. Itamar, que contribuiu efetivamente para acabar com o imposto inflacionário, também fez escola como zumbi. Já que o Congresso não se interessa pelo assunto, os eleitores deveriam recorrer à velha fórmula antivampiresca: cordas de alho e crucifixos.
É a freakeconomia, estúpido.
No filme "O Bandido da Luz Vermelha", de Rogério Sganzerla,um dos poucos clássicos do cinema nacional, o bandido diz "minha mãe queria me abortar..." O PT aprovou ontem a descriminalização do aborto com mais de setenta por cento de votos dos militantes. "O Bandido" é de 68. A resolução do PT é de 07. Sempre fica a dúvida: se o aborto tivesse sido aprovado antes dos anos 60 no Brasil, Sganzerla teria incluído aquela frase no filme? O PT ainda estaria envolvido com questões já resolvidas em outras partes do mundo, inclusive Portugal, nosso avôzinho? E se os freakeconomistas tiverem razão, quando afirmam que a criminalidade em cidades americanas como Nova York caiu acentuamente depois da legalização do aborto? Aplicando ao Brasil esse raciocínio, algum economista descolado poderia afirmar que o número de mensaleiros seria bem menor do que o atual? E o volume de trabalho do STF seria consideravelmente inferior ao verificado nos últimos dias? No mea-culpa, a velha autocrítica stalinista, algum aloprado assumiria a frase do "Bandido" de Sganzerla: "minha mãe queria me abortar"? São questões pertinentes para a sobrevivência do PT e que devem ser debatidas exaustivamente no próximo Congresso.
FOI ENGANO
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— Alô? Gostaria de falar com o Alexandre.
— Que Alexandre?
— O Grande, por favor.
— Sinto muito, mas o único Alexandre que tem aqui é o Primeiro, Rei dos Helenos, meu filho. E no momento ele tá muito ocupado brincando com aquele maldito macaco!
— Desculpe, liguei pro século errado...
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/09/ligao.html)
— Alô? Gostaria de falar com o Alexandre.
— Que Alexandre?
— O Grande, por favor.
— Sinto muito, mas o único Alexandre que tem aqui é o Primeiro, Rei dos Helenos, meu filho. E no momento ele tá muito ocupado brincando com aquele maldito macaco!
— Desculpe, liguei pro século errado...
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DA IMPROVÁVEL UTILIDADE DOS SERES HUMANOS
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— É uma manada que obedece com a maior facilidade. Veja os da raça brasileira, por exemplo. Vivem no pior dos mundos e, no entanto, são mais passivos que uma vaca.
— Peraí, mas além de empregar seres humanos, o senhor ainda por cima quer usar vira-latas?
— Qual o problema? São mais baratos, se reproduzem aos montes e ainda conseguem fazer malabarismos com uma bola, nas horas vagas, pra nos divertir.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/05/vigias-um-dilogo-swiftiano.html)
— É uma manada que obedece com a maior facilidade. Veja os da raça brasileira, por exemplo. Vivem no pior dos mundos e, no entanto, são mais passivos que uma vaca.
— Peraí, mas além de empregar seres humanos, o senhor ainda por cima quer usar vira-latas?
— Qual o problema? São mais baratos, se reproduzem aos montes e ainda conseguem fazer malabarismos com uma bola, nas horas vagas, pra nos divertir.
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/05/vigias-um-dilogo-swiftiano.html)
DISQUE-PROPINA
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Pergunto a vocês, derrotistas: há quantos séculos nossa máquina estatal se vê emperrada, muitas vezes, pela simples falta dos 10% por fora que façam andar a papelada? E aquela multa de trânsito, levada inadvertidamente, só porque não tínhamos um trocado na carteira? Quantos deputados não acordam no meio da noite, com crise de abstinência, sem um número a que possam ligar para serem socorridos, recebendo em casa a propina que poderia salvar suas vidas?
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/05/pela-imediata-legalizao-dos.html)
Pergunto a vocês, derrotistas: há quantos séculos nossa máquina estatal se vê emperrada, muitas vezes, pela simples falta dos 10% por fora que façam andar a papelada? E aquela multa de trânsito, levada inadvertidamente, só porque não tínhamos um trocado na carteira? Quantos deputados não acordam no meio da noite, com crise de abstinência, sem um número a que possam ligar para serem socorridos, recebendo em casa a propina que poderia salvar suas vidas?
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(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/05/pela-imediata-legalizao-dos.html)
DOS PRAZERES DO CITY TOUR
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O trajeto do aeroporto até o local onde ficaria hospedado, eu o fiz impressionado com o tamanho da cidade, com a quantidade de luzes acesas na madrugada, com o bom estado de conservação das vias e dos prédios e, principalmente, com o tanto que meu órgão sexual conseguia se retrair sob a influência de onze graus de temperatura.
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(Mais, aqui: http://culturando.com/?page_id=43)
O trajeto do aeroporto até o local onde ficaria hospedado, eu o fiz impressionado com o tamanho da cidade, com a quantidade de luzes acesas na madrugada, com o bom estado de conservação das vias e dos prédios e, principalmente, com o tanto que meu órgão sexual conseguia se retrair sob a influência de onze graus de temperatura.
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(Mais, aqui: http://culturando.com/?page_id=43)
GRANDES SÉRIES REGIONAIS
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— Ele é estranho.
— Muito?
— Muito.
— Muito mesmo?
— Muito mesmo.
— Tanto quanto um paulistano?
— Nem tanto.
— Ele é estranho.
— Muito?
— Muito.
— Muito mesmo?
— Muito mesmo.
— Tanto quanto um paulistano?
— Nem tanto.
NA PONTA DA LÍNGUA
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— É um bicho que tem uma crina assim e solta uns berros esquisitos.
— Mula?
— Não, não. Mexe a cabeça meio de lado...
— Cavalo?
— Não, cara. Tem um focinho longo... Como é que é, rapá?
— Arnaldo Jabor?
— É um bicho que tem uma crina assim e solta uns berros esquisitos.
— Mula?
— Não, não. Mexe a cabeça meio de lado...
— Cavalo?
— Não, cara. Tem um focinho longo... Como é que é, rapá?
— Arnaldo Jabor?
DEUS
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Ninguém que tenha bom senso pode acreditar em Deus. Trata-se, comprovadamente, de um sujeito que mente muito.
Ninguém que tenha bom senso pode acreditar em Deus. Trata-se, comprovadamente, de um sujeito que mente muito.
CANAL LIVRE
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Nunca gostei de Zé Dirceu. Mesmo antes do mensalão. Nutro fortíssima antipatia por ele. Porém, a qualquer pessoa que tenha mais de três neurônios na cabeça, é impossível vê-lo massacrar a burrice jornalística numa entrevista ao vivo sem torcer para o lado minimamente inteligente.
Nunca gostei de Zé Dirceu. Mesmo antes do mensalão. Nutro fortíssima antipatia por ele. Porém, a qualquer pessoa que tenha mais de três neurônios na cabeça, é impossível vê-lo massacrar a burrice jornalística numa entrevista ao vivo sem torcer para o lado minimamente inteligente.
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