16 de junho de 2007

Diria o Vigilante Rodoviário: 'Lobby, ataque'


Como ia dizendo, num post sobre o artista brasileiro, deu vontade de assistir a "Breach", filme inspirado no maior escândalo de espionagem ocorrido naquele grande país do Norte.

Robert Hanssen, o FBI-ísta católico e platonicamente adúltero que trabalhou para a União Soviética e para a Rússia por década e meia, foi desmascarado graças, em parte, a um colega que, na ocasião, sequer tinha autorização para portar arma e dar voz de prisão.
O Rawstory entrevistou o colega. Línqui.

Sabemos que Hollywood faz filme sobre qualquer titica, retorno não é bem o problema, embora financiamento possa ser, e que cinema, 90% do tempo, é coisa de jovem (ou de gente que terceiriza emoção), como shows também são; estes, 100% do tempo, aliás. Porém, e ainda assim, que tal um filme inspirado em Vavá?

CHANCHADAS LITERÁRIAS - TRANSFER AMIN

O que é o roubo de uma gravata diante do assalto a milhões de almas desenganadas?

ORAÇÃO À NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO ESPANTO



É hora do Ângelus. Um sopro místico envolve a redação do Sopa de Tamanco.

Espalhados pelo país, os blogueiros depõem suas armas por quinze minutos, declaram unilateralmente um armistício na guerra inútil e sem fim contra as imposturas e enviam aos céus suas preces.

Olho para o horizonte. Tento enxergar sinais de Nossa Senhora do Espanto, nossa padroeira extra-oficial. Debalde.

Ainda assim, pergunto a ela num sussurro, só audível pelos meus botões:

"Nossa Senhora do Perpétuo Espanto, dizei: o que leva senadores da República a fazerem diante de milhões de brasileiros o papel de palhaços de uma comédia de erros ? O que leva um ser humano a desfilar na rua de bandana ? O que leva uma perua idiotizada a empanturrar os peitos de silicone? O que leva um ser bípede, implume e falante a posar para revistas de celebridades dentro de casa, na sala, na cozinha, no quarto ? Que força será esta, Nossa Senhora do Perpétuo Espanto? Dizei! Dizei a este servo: Que força será esta? ".

Contemplo o horizonte, à espera de um sinal.

A resposta é um silêncio de rachar os tímpanos.

Mas não desisto.

Nossa Senhora do Perpétuo Espanto deve ter dado uma saída.

Mas um dia voltará para nos responder.





Prece dominical a São Galvão

Senhor, livrai-nos de comerciais onde aparecem o tremilicado e neurastênico Bernadinho e sua família de estúdio, o domingo no jóquei (ele é o que está sendo montado) Raí e o hominídeo paleolítico alcunhado Alemão. Se for o caso, negocie com as emissoras de TV para que esses comerciais só passem em Piracicaba, sua terra natal.

EXCLAMAÇÕES BRASILEIRAS ( ao estilo de Joel Silveira)



Que Epitácio! Que Cafeteira!

TV Tamanco - Sessão Família

AVISO À PRAÇA : ALERTA CONTRA AS LETRAS DUPLAS



Nunca, jamais, sob hipótese alguma, aceite cheque ou compre carro usado de gente que duplica as letras do nome por conselho de numerólogos. Coisas como Addriana. Fabbio. Peddro. Franciscco. Olivveira. Praddo. Ronalddo.

São iddiotas em último grau.

Pagaram a numerólogos (!!) para cometer tal esttupiddez!

Senado Armorial

Se os artistas são as antenas da raça, os nossos artistas raramente produzem por cabo, que dirá sem fio.

O artista brasileiro tem medo das chamadas elites. Ignora as elites mesmo quando conquista o título de sócio.

Talvez a culpa seja da ditadura: falar de elite é ser percebido pela classe média como pertencer à direita.

Talvez a culpa seja dos artistas, se acreditam que tal percepção cai mal.

Donde que nossa biblioteca e nossa filmoteca sofrem de anorexia de classe. Tem gente que tenta, mas o brasileiro sabe que no atacado não pode contar com dramaturgos, romancistas e cineastas.

É incrível a falta de ficções sobre Brasília, como um "Grande sertão: veredas" do ângulo da bancada ruralista. Ou sobre a construção das emissoras de TV, como um "A estrela sobe" platinado. "A tragédia burguesa" de Vera Loyola. "O auto da compadecida" pedófilo. Qualquer coisa.

A elite tem ficado no plano da telenovela, quase monopólio.

Dizer que o público tem aversão não resolve o problema. O público não paga nada e ao mesmo tempo paga sem querer, no caso da renúncia fiscal. No caso da literatura, está o investimento a fundo perdido em livros que pouca gente lê. De maneira que a pobreza é a maior liberdade temática e mesmo estética que o artista brasileiro tem para ignorar o tema pobreza.

SOPA DE TAMANCO / MOMENTO TERNURINHA



Quase que por acaso, testemunhei uma cena bonita: uma troca de abraços comovidos entre dois grandes artistas da pena, Ziraldo e Elifas Andreato - aquele que desenhou belas capas de disco na era do vinil. Ao lado, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.

Ziraldo diz no ouvido de Andreato: "Eu acabo de dizer a Paulinho da Viola que ele é a coisa mais parecida com uma capa de Elifas Andreato....".

De fato: o Paulinho da Viola desenhado na capa do disco "Nervos de Aço", com um buquê de flores na mão e lágrimas nos olhos, parece tão real quanto o Paulinho da Viola "de carne e osso" que circulava hoje, sábado, na inauguração da exposição de Elifas Andreato no Centro de Referência da Música ( Rua Conde de Bomfim, 824, Tijuca).

O desenho virou uma foto pendurada na parede dos anos setenta.

Quantas e quantas capas de disco são esquecidas trinta segundos depois de vistas?

Mas esta ficou.

Parece o verso de Carlos Drummond: "Um ramo de flores absurdas mandado por via postal ao inventor dos jardins":

http://vejasaopaulo.abril.com.br/entrevistas/m0117294.html

SUGESTÃO AO FILÓSOFO, ENQUANTO NÃO SAI A BOQUINHA NO GOVERNO - A SEALOPRA

O FILÓSOFO MANGABEIRA UNGER DEVERIA LIDERAR A JUNTA DE INTELECTUAIS QUE A GLOBO VAI TERMINAR CONTRATANDO PARA ENTENDER A MICRO SÉRIE A PEDRA DO REINO.

ELE EXERCERIA A NOVA FUNÇÃO ENQUANTO NÃO ASSUMISSE O TRABALHO À FRENTE DA SEALOPRA, A SECRETARIA DE AÇÕES DE LONGO PRAZO, CUJA POSSE SERIA ONTEM, MAS QUE FOI ADIADA, DE NOVO.

O EMPRESARIADO DA GLOBO ATÉ ENGOLIU A SURRA QUE LEVOU DO FILME "GURU DO SEXO", DA RECORD, AFINAL O POVÃO VOA MESMO; MAS NÃO ACEITA O FATO DE QUE NEM OS INTELECTUAIS ESTEJAM ENTENDENDO A MENSAGEM DO LUIZ FERNANDO.

FALA-SE ATÉ NA CONVOCAÇÃO DE CINEASTAS EX-APOSENTADOS DO NÍVEL DE UM ARNALDO JABOR PARA UM BATE-BOLA RÁPIDO COM A CÚPULA GLOBAL, PARA VER SE UNS MAIS AFOITOS SE CONVENCEM DE QUE PELO MENOS ALGUM TROCADO NÃO FOI GASTO EM VÃO.

Sicko sucker

O novo filme de Michael Moore caiu na rede.

Línqui.

Observe que baixar etc. é ilegal etc. e os produtores já falam em processar etc.

Pleonasmos das balas perdidas

Guerras civis, muitas vezes, duram muito tempo, às vezes décadas. Angola, por exemplo, foram quase 30 anos. Na Colômbia, as batalhas entre guerrilheiros esquerdistas e os sucessivos governos já passam dos 40 anos. O custo social, sabemos, é altíssimo. É também o caso do Rio de Janeiro, onde a Guerra do Pó recrudesce a cada ano. Como as balas vão continuar cravejando o corpinho fashion de São Sebastião por ciclos angolanos ou colombianos, é recomendável que os repórteres dos telejornais das grandes emissoras atualizem e adequem a linguagem e o vocabulário para que os espectadores compreendam melhor a cobertura dos fatos.

Os editores, ao escreverem as "cabeças" lidas pelos apresentadores chamando as reportagens, deverão qualificar o repórter que está no front dos morros e favelas como "correspondente de guerra". "Neste momento, nosso correspondente de guerra está no Morro do Borel". É preciso valorizar uma das profissões mais perigosas do mundo, o correspondente de guerra. É famosa a advertência feita por Assis Chateaubriand ao correspondente da Segunda Guerra Mundial e colaborador deste blog, Joel Silveira. "Seu Joel, não morra, para que possamos receber os seus despachos da guerra".


É necessário que editores e repórteres compreendam que não faz mais sentido usar expressões como esta: "No Morro de Santa Marta, onde nasceu o grande Luis Melodia, dominado pelo tráfico...." O tráfico domina hoje todo o Rio de Janeiro e não apenas determinado morro. Além do mais, está politicamente incorreto, porque estigmatiza as comunidades que tanto contribuíram para a renovação da Música Popular Brasileira. O correto é dizer: "o tráfico, que já domina todo o Rio de Janeiro, está sendo combatido pela polícia no Morro de Santa Marta..."


Já que a polícia entrou em cena, os telejornais também devem atualizar algumas expressões quando se referem a essa faccão. Os textos se revelam obsoletos ao denominar essas forças de combate como Polícia Militar, Polícia Federal etc. Os chefes de redação deveriam obrigar repórteres e editores a assistirem aos mais de cem filmes de Cangaço feitos no Brasil. Polícia, seja qual for, a partir de agora, é Volante. E os soldados, Macacos. O resgaste dessa gíria arcaica é uma homenagem ao nosso histórico banditismo rural, hoje bem representado por outras forças como a UDR e o MST.


As vítimas da Guerra do Pó do Rio de Janeiro serão chamadas pelo jargão militar de "baixas". Os telejornais também devem informar o número diário de baixas da violência carioca. Basta usar o site contador de mortes do Rio. É um site imparcial, que não toma partido no saldo de baixas dos lados envolvidos no conflito. Como sugestão, os editores deveriam vincular a conta diária de mortos, logo depois do câmbio do dólar e do movimento na Bolsa de Valores. Stálin, com a sua estatística psicopática, já avisara que a multidão não se comove com grandes números. Portanto, a seção Junta-Cadáveres não incomodará o público.


Num quadro de guerra civil como a do Rio de Janeiro, onde várias facções disputam o poder, é inteiramente descabido continuar usando a expressão "chefe do tráfico". Deve-se importar do tribal Afeganistão a terminologia "senhor da guerra". Então, quando o repórter descrever uma situação de conflito no Morro da Viúva, ele dirá assim: "A volante do "senhor da guerra" Sergio Cabral Filho trocou tiros durante quarenta horas com a milícia do "senhor da guerra" Marcinho VP. Três macacos saíram feridos...."


Os repórteres e editores devem fazer um curso intensivo sobre as Convenções de Guerra, subscritas pelo Brasil. Só assim poderão relatar e até denunciar, com segurança, os abusos contra os direitos dos prisioneiros de guerra que eventualmente possam ser cometidos pelas facções envolvidas na Guerra do Pó. Lembrem-se do que está acontecendo em Guantánamo, onde as arbitrariedades feitas contra os prisioneiros de guerra (a maioria crianças e adolescentes) têm manchado a reputação dos Estados Unidos. Não se pode permitir que a Imprensa internacional denigra a boa imagem do Brasil por causa de excessos.


Antes que o Rio de Janeiro se torne a Somália da América Latina, deve-se cobrar, nos telejornais diários, uma atitude mais pró-ativa do Cristo Redentor. A oportunidade é excelente, já que ele está em plena campanha eleitoral. O Cristo, com sua passividade petrificada, tem sido acusado de proteger mais os "senhores da guerra" do tráfico do que a população civil. Os dízimos, butim de guerra, não estão sendo suficientes? Faça-se uma campanha arrecadadora, tipo "Criança Esperança", com opções variadas de doações.


O sotaque de Madureira dos repórteres, contribuição milionária à língua dos degredados portugueses tanto quanto o disco "Araçá Azul", deve ser mantido. Nesse aspecto não há muito o que fazer. Como em toda guerra civil, o idioma, assim como a liberdade de expressão, é uma das primeiras baixas. Com o novo manual de redação em vigor nos telejornais, o Rio de Janeiro certamente continuará lindo, continuará sendo um dos lugares mais perigosos para se morar, viver ou cruzar pelo seu espaço aéreo.


Aos saudosistas de um Rio que não existe mais, sempre resta imaginar que a lancha que cruza neste momento a Baía da Guanabara carregada de cocaína e armas pesadas para a Guerra do Pó é "o barquinho vai, o barquinho vem" da Bossa Nova.


"Estou morrendo de saudades, Rio, você foi feito pra mim..."

Muuu

Esta é a maravilha das eras - está criada a figura do "boi frio".

Do G1: "O Mafrial disse que faz negócio com as fazendas do senador. Mas o senador não emitiu recibos de venda para o Mafrial. Nem mostrou depósitos de cheques do estabelecimento.

"A dona do Mafrial confirma que compra, e paga em cheque os animais, das fazendas do Senador Calheiros. "Já entrou aqui muita carne dele. Ele vende sempre, sempre, sempre, sempre", diz ela.

Ela explica que que paga a carne em cheque, e que não teria recibos. "O gado vem e eles vem receber o cheque de mim, que eu também seguro o cheque e entrego o cheque," explica Zoraide."

DA SÉRIE - UM COPO QUE CAI

Por que será que, toda vez que Lula derruba um copo, penso em Chico Buarque sendo perseguido por aquelas mulhes grávidas, vestidas de branco, na propaganda da campanha do primeiro mandato, lembram? O que era aquilo, meu Deus? E o que é isso hoje, meu santo frei Galvão?

Mensagens do além

Dores no ombro esquerdo? Tonto, confuso, fraco? É, amigo, sua hora pode estar mais próxima que gerente de correntista que estoura limite de crédito.

Vai daí que o Death Switch pode ser a solução para que sua morte não impeça colegas e família de ter acesso a senhas que protegem trabalhos ou caraminguás.

É sério.

O programa tem um mecanismo de verificação da permanência das suas atividades biológicas. O sistema lhe pede uma senha periodicamente. Se você der, é porque está vivo. Se não der, depois de um tempo ele presume que você já não mais existe ou está incapacitado e envia a quem você designou mensagens contendo o que você acha que os entes queridos e os colegas de trabalho devem saber.

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA ( EDIÇÃO EXTRA )


"Que Executivo! Que Legislativo! Que fedor! Que país!"

(Joel Silveira, datilografado por GMN)

IDIOTAS DE AMBOS OS SEXOS, CABELINHO ARREPIADINHO E PEITOS TURBINADOS



Passo as páginas de uma revista na sala de espera. Uma certeza invade cada uma de minhas células. A seguinte : há casos em que, definitivamente, não há meio termo. Exemplos : só idiotas de ambos os sexos posam para revista de celebridades com carinha de feliz diante de uma cesta de pães e frutas. Só idiotas do sexo masculino usam aquele cabelinho arrepiadinho para parecerem moderninhos. Só idiotas do sexo feminino gastam dinheiro em clínicas (e correm risco cirúrgico !) para turbinar peitos e, depois, exibí-los como troféus nas ruas, nos vídeos, nas revistas, nas passarelas, seja onde for.
Por que não gastam dinheiro com um bom psiquiatra? Só pode ser trauma de infância, esta necessidade de mostrar aos outros o peito grande.

Uma voz sussura ao meu ouvido : calma, estômago. Você não viu nada ainda.

Fecho a revista.

NORMAN MAILER OLHA PARA O CÉU À ESPERA DE UM SINAL


Surpresa! Norman Mailer - logo ele, um dos últimos "monumentos" da literatura americana moderna, o escritor que se ocupou de guerras, protestos e carrascos - confessa, candidamente, que acredita em reencarnação. Deve estar sentindo o bafo da Grande Ceifadora. Não custa nada se agarrar a uma corda, na beira do precipício.



Como se não bastasse, parece entregar os pontos: reconhece a vitória da cultura televisiva sobre a cultura literária.



Aqui, o relato sobre uma aparição do Último Grande Rebelde:



http://www.geneton.com.br/archives/000174.html

PERGUNTA FEITA AOS CÉUS - DE NOVO


Quando será o enterro do Senhor Senado?

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA-3 :QUEM SÃO OS IDIOTAS


"Simplifiquemos as coisas e economizemos as palavras : idiota é todo aquele cujas opiniões não coincidem com as nossas"





Joel Silveira, datilografado por GMN

DA SÉRIE CONFISSÕES INCONFESSÁVEIS : O DIA EM QUE PEDI AUTÓGRAFO A UM ASSASSINO CÉLEBRE


Depois de negociações via fax com a direção do presídio de segurança máxima, consigo uma entrevista com um dos assassinos mais célebres da história dos Estados Unidos – o homem que matou o pastor Martin Luther King. Chama-se James Earl Ray.




Cumpria pena de prisão perpétua numa penitenciária em Memphis, Tennessee. Uma pequena odisséia precede o encontro. Somos obrigados a fazer uma lista minuciosa de todo o equipamento que estamos conduzindo (fios, microfones, baterias). O guarda nos ordena que deixemos numa caixa todas as cédulas, moedas e talões de cheque que tivermos nos bolsos. O dinheiro é trancafiado num cofre. Vai ser devolvido na saída. Motivo: evitar que se faça qualquer pagamento ao prisioneiro em troca da entrevista.





Depois, passamos por pelo menos cinco portões que isolam os detentos do resto do mundo. O próximo portão só se abre quando o anterior se fecha. Cercas eletrificadas completam o aparato. Penso comigo: é tecnicamente impossível escapar desse inferno.




James Earl Ray chega para a entrevista mascando chicletes. Os olhos azulíssimos são espertos. O homem é articulado: fala bem, concatena com clareza suas idéias.




Faço a pergunta que ele com certeza ouve há anos: você matou Martin Luther King? A resposta é sucinta: “Não”. Mas as provas são conclusivas: as impressões de James Earl Ray estavam no rifle usado para matar King em abril de 1968, na varanda de um hotel de Memphis.




Martin Luther King tinha um sonho: acabar com o preconceito racial. James Earl Ray tinha um rifle.




Termina a entrevista. Vacilo intimamente: devo ou não pedir um autógrafo ao assassino no livro que ele escreveu sobre o crime? Confesso que minha porção fútil venceu. Peço que ele autografe o exemplar. James Earl Ray me deseja, por escrito, “os melhores votos”. Ano: 1993.




Resisto, desde então, a vender o livro num desses leilões exóticos que povoam a Internet.




James Earl Ray morreu de câncer no fígado. O livro autografado permanece em meus arquivos implacáveis.