O presidente da Comissão de Ética do Senado, senador Sibá Machado (PT-AC), ouviu a voz rouca das ruas, o clamor do povo brasileiro, e descartou convocar a jornalista Mônica Veloso para depor sobre a polêmica mènage-a-trois: ela própria, Renan Calheiros e Mendes Junior. Uma decisão sábia, que deve ser comemorada por todos.
Falta agora a revista Playboy ouvir e atender os apelos dos borracheiros, dos alagoanos, dos brasilienses, dos operários das empreiteiras, dos justiceiros com as próprias mãos, dos internados em seminários, e publicar Mônica Veloso como ela veio ao mundo e como ela permaneceu no flat emprestado pelo lobista Gontijo.
O mês ideal para Mônica Veloso ser a capa da revista é agosto. Por que agosto? Porque agosto, e não abril, é o mês mais cruel para a História do Brasil. Num agosto morreram Getúlio Vargas, Juscelino, Glauber Rocha e Miguel Arraes. E certamente num agosto morrerá o presidente Lula. Uma excelente oportunidade para exorcizar este mês cruel para os brasileiros.
12 de junho de 2007
PCC Games
Termina hoje em NYC a quarta edição do evento Games for Change.
Uma porção de empresas e indivíduos acredita que jogos de computador servem ao bem público.
Por exemplo, Darfur is Dying.
Hmmm.
Há até um prêmio para desenvolvimento de jogo sobre aquecimento global.
Dúvida: console ou joystick batem metralhadoras e lança-foguetes?
Se desenvolvermos o nosso Super Mario Rouba o país vai melhorar?
Uma porção de empresas e indivíduos acredita que jogos de computador servem ao bem público.
Por exemplo, Darfur is Dying.
Hmmm.
Há até um prêmio para desenvolvimento de jogo sobre aquecimento global.
Dúvida: console ou joystick batem metralhadoras e lança-foguetes?
Se desenvolvermos o nosso Super Mario Rouba o país vai melhorar?
Vítimas da Bossa Nova
O presidente daquele grande país do Norte fez homenagem, nesta terça, às vítimas do comunismo.
Gostaria que o presidente deste grande país do Sul prestasse homenagem, diariamente, às vítimas da Bossa Nova.
Não da música da Bossa Nova. Das letras.
O sujeito há seculos curtido pela litorânea manemolência católico-tropical passou a acreditar que sua fé no poder geográfico da felicidade tinha fundamento. E continua acreditando.
Gostaria que o presidente deste grande país do Sul prestasse homenagem, diariamente, às vítimas da Bossa Nova.
Não da música da Bossa Nova. Das letras.
O sujeito há seculos curtido pela litorânea manemolência católico-tropical passou a acreditar que sua fé no poder geográfico da felicidade tinha fundamento. E continua acreditando.
INFORMA O PLANTÃO SOPA DE TAMANCO
Terça-feira, quatro da tarde. O blog nem entrou no ar direito. Recém-nascido, já bateu a marca das duas mil visitas . Para nós, é uma multidão. A fila na frente da maternidade já dobra a esquina. É o maior sucesso instantâneo desde a aparição do ET de Varginha.
PERGUNTA FEITA AOS CÉUS
O autor, o arranjador, os músicos, o dono do estúdio onde foi feita a gravação, o porteiro, o manobrista, a recepcionista, o ascensorista e a intérprete responsáveis por aquela musiquinha-tema insuportável da novela Pé na Jaca continuam soltos?
Isso aqui, ô ô
A reforma política ora atrapalhando os trabalhos do Congresso deveria contemplar o Executivo, o Judiciário e o Legislativo de uma tacada só, abolindo eleições, nomeações e promoções.
E substituindo todo mundo pela Junta de Editorialistas.
Quando a Junta de Editorialistas empacasse - razão recorrente seria a overdose de "ao mesmo tempo", "entretanto", "por outro lado" - todos os ex-presidentes do Brasil seriam sumariamente enviados para o Big Brother Brasil.
Inclusive os mortos, invocados por um comitê mediúnico.
O voto popular colocaria na casa um candidato a presidente, o verdadeiro representante do povo.
Quem vencesse a contenda conquistaria o direito de decidir aquilo que a Junta de Editorialistas não decidiu.
E substituindo todo mundo pela Junta de Editorialistas.
Quando a Junta de Editorialistas empacasse - razão recorrente seria a overdose de "ao mesmo tempo", "entretanto", "por outro lado" - todos os ex-presidentes do Brasil seriam sumariamente enviados para o Big Brother Brasil.
Inclusive os mortos, invocados por um comitê mediúnico.
O voto popular colocaria na casa um candidato a presidente, o verdadeiro representante do povo.
Quem vencesse a contenda conquistaria o direito de decidir aquilo que a Junta de Editorialistas não decidiu.
Ensina-se Carioquês
Até bem pouco tempo, existiam em algumas cidades do sertão paraibano cursinhos intensivos que ensinavam "carioquês" aos candidatos a migrantes para a cidade maravilhosa. O aluno, em poucas lições, aprendia a falar com o sotaque de Madureira, uma das mais horrendas contribuições à última florzinha do Lácio, depois do disco "Araçá Azul".
É preciso checar se essas aulas de reforço ainda estão em funcionamento. De qualquer forma, não deixa de ser uma boa idéia, a ser encampada pelo Ministério da Educação do governo Lula. O Ministério não só estimularia a implantação de novos cursinhos para se falar "carioquês" como também poderia emitir certificados para os alunos concluintes. Outra sugestão seria a concessão de bolsas para os estudantes mais aplicados.
Os que tivessem registro de passagem pela Polícia, além da bolsa, receberiam uma ajuda de custo para se mudar mais rapidamente para o Rio. Fidel Castro fez isso com sucesso no episódio do porto de Mariel/Miami. O degredo faz parte da nossa cultura, não se pode reclamar. Os governos estaduais, reféns da criminalidade, agradeceriam e transformariam a gratidão em votos nas próximas eleições.
O programa seria adotado em todo o Nordeste, sobretudo onde houvesse um posto de vendas de passagem para o Rio de Janeiro da Viação Itapemirim. Com o aprendizado do "carioquês", o Ministério da Educação estaria também contribuindo para que os migrantes se incorporassem com mais facilidade ao Comando Vermelho e outras facções criminosas que dominam os morros e favelas cariocas. A discriminação contra os futuros "soldados", "vapores" e "aviões" do tráfico seria reduzida.
São programas como o "aulas de carioquês" que nos levarão a superar a China, Índia, Coréia e até o Haiti. Só assim teremos um Brasil menos brasileiro.
PERGUNTA FEITA AOS CÉUS - 2
Com todo respeito pela deficiência física, o ceguinho que ganha a vida como fotógrafo continua solto?
(Dica para a Interpol: chama-se Evgen Bavcar. Vive em Paris. Já passou pelo Brasil.)
(Dica para a Interpol: chama-se Evgen Bavcar. Vive em Paris. Já passou pelo Brasil.)
PERGUNTA FEITA AOS CÉUS
O "estilista pessoal", o figurinista, o cabeleireiro, o fornecedor de gel e o dentista de Ronaldinho Gaúcho continuam soltos?
COMO TRAÍ O CINEASTA JOMARD MUNIZ DE BRITTO
O Brasil assiste hoje ao apogeu da breguice armorial: "A Pedra do Reino", de Ariano Suassuna, dirigido por Luiz Fernando Carvalho, o mimado Visconti de Jacarezinho.
Assumidamente reacionário, o que deve ser louvado pela coerência intelectual, Ariano Suassuna hoje é quase uma unanimidade nacional. Até os tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, a quem Ariano passou anos esculhambando como vendidos ao imperialismo americano, hoje sobem no palco com ele para cantar marchinhas carnavalescas. O que é pior: fingindo leve constrangimento. Ariano não mudou. Até contra o Manguebeat fez uma acirrada pregação.
Foram os baianos que mudaram, jogaram a toalhinha branca e se tornaram bananas de pijamas neoarmoriais. Além do mais, com a adesão oportunista a Ariano, traíram o tropicalista cineasta Jomard Muniz de Britto, única voz a defendê-los (junto com o crítico Celso Marconi, que levou um murro de Ariano justamente por defender o tropicalismo, nos anos 60), durante décadas, das diatribes e pedradas do novo Imperador da Cultura brasileira, Ariano Suassuna.
Portanto, viva o cineasta Jomard Muniz de Britto.
Assumidamente reacionário, o que deve ser louvado pela coerência intelectual, Ariano Suassuna hoje é quase uma unanimidade nacional. Até os tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, a quem Ariano passou anos esculhambando como vendidos ao imperialismo americano, hoje sobem no palco com ele para cantar marchinhas carnavalescas. O que é pior: fingindo leve constrangimento. Ariano não mudou. Até contra o Manguebeat fez uma acirrada pregação.
Foram os baianos que mudaram, jogaram a toalhinha branca e se tornaram bananas de pijamas neoarmoriais. Além do mais, com a adesão oportunista a Ariano, traíram o tropicalista cineasta Jomard Muniz de Britto, única voz a defendê-los (junto com o crítico Celso Marconi, que levou um murro de Ariano justamente por defender o tropicalismo, nos anos 60), durante décadas, das diatribes e pedradas do novo Imperador da Cultura brasileira, Ariano Suassuna.
Portanto, viva o cineasta Jomard Muniz de Britto.
PAUTA: alegada lavagem
Deu num boletim gringo de encrencas bancárias e congêneres:
Brazil requests records from Sudameris Bank
Alice Reiko Hayama, Sudameris Bank, Banca Comerciali Italiana Group, New Star Finance, Golden Cambio Salon, Gralha Azul Turismo, Guilherme Maculan Sobre, Silvana Selvaticci
Brazil has requested information about an account at the Sudameris Bank, in Miami, for use in a criminal investigation into an allegedly unlicensed money transmitting business.
Brazil seeks records from BAC Bank and International Bank of Miami
Stereo Capital, Mario Alcides Toppi Ortigoza, Fabio Luiz Akar de Faria, International Bank, BAC Bank
Brazil has requested information about accounts at two Miami banks for use in a criminal investigation into alleged money laundering.
Brazil requests records from Sudameris Bank
Alice Reiko Hayama, Sudameris Bank, Banca Comerciali Italiana Group, New Star Finance, Golden Cambio Salon, Gralha Azul Turismo, Guilherme Maculan Sobre, Silvana Selvaticci
Brazil has requested information about an account at the Sudameris Bank, in Miami, for use in a criminal investigation into an allegedly unlicensed money transmitting business.
Brazil seeks records from BAC Bank and International Bank of Miami
Stereo Capital, Mario Alcides Toppi Ortigoza, Fabio Luiz Akar de Faria, International Bank, BAC Bank
Brazil has requested information about accounts at two Miami banks for use in a criminal investigation into alleged money laundering.
INGENUIDADE, A NOVA SAÚVA NACIONAL
O escritor Antonio Calado dizia que a ingenuidade é uma forma de insanidade. Nos últimos dias, a palavra "ingênuo" ocupou boa parte das expressões dos que tentam definir as trapalhadas de Vavá, um dos filhos de Dona Lindu. Até o Frei chapa branca Beto qualificou Vavá como "ingênuo". Somos 180 milhões de ingênuos. Entre os quais, se poderiam classificar os chefes de redação dos jornais e telejornais nacionais.
Se foi "ingenuidade" de Renan Calheiros se enrolar nas notas de cinqüenta da Mendes Junior, outros "ingênuos" do Congresso Nacional também certamente estão sendo subvencionados pela generosidade, mimos e regalos de outras construtoras, empresas de lixo, agências de publicidade, fornecedores de produtos eletrônicos etc.Como descobrir as benesses que favorecem os "ingênuos" do Congresso? Qualquer colunista político de província medianamente informado sabe quem são os mecenas de deputados e senadores de seus Estados.
Se os chefes de redação esquecerem um instante da própria "ingenuidade", o País conhecerá rapidamente outros Renans.
Enquanto isso não acontece, as editoras poderiam pensar no lucro e relançar os livros de Antonio Calado. Seria uma bela contribuição à nossa insanidade coletiva.
Se foi "ingenuidade" de Renan Calheiros se enrolar nas notas de cinqüenta da Mendes Junior, outros "ingênuos" do Congresso Nacional também certamente estão sendo subvencionados pela generosidade, mimos e regalos de outras construtoras, empresas de lixo, agências de publicidade, fornecedores de produtos eletrônicos etc.Como descobrir as benesses que favorecem os "ingênuos" do Congresso? Qualquer colunista político de província medianamente informado sabe quem são os mecenas de deputados e senadores de seus Estados.
Se os chefes de redação esquecerem um instante da própria "ingenuidade", o País conhecerá rapidamente outros Renans.
Enquanto isso não acontece, as editoras poderiam pensar no lucro e relançar os livros de Antonio Calado. Seria uma bela contribuição à nossa insanidade coletiva.
Eu "coração" o Brasil
Um sujeito teve a idéia de elaborar mapa dos EUA comparando os estados a países, em termos de PIB.
Donde que nós cabemos no estado de Nova York, segundo o "GDP" levantado pelo autor, US$ 621 bilhões.
Quero minha parte em muffins e em caramel macchiato.
Línqui.
Donde que nós cabemos no estado de Nova York, segundo o "GDP" levantado pelo autor, US$ 621 bilhões.
Quero minha parte em muffins e em caramel macchiato.
Línqui.
PERGUNTA FEITA AOS CÉUS
O autor do anúncio que diz que o banco Unibanco nem parece banco continua solto?
CARTÕES-POSTAIS ENDÊMICOS
No Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, centenas de crianças pernambucanas estão nos sinais cheirando cola, fazendo malabarismos com pedaços de pau, tentando vender chicletes, ameaçando motoristas com giletes, pedindo esmolas, fora das escolas, dormindo no passeio público, se prostituindo, acalentando com danoninho os filhos da classe média, explorados por adultos, humilhados pela caridade pública e escorraçados pelo poder público.
São os cartões-postais endêmicos de uma miséria obscena e secular.
Por falar em maracatus retardados, quem é o governador de Pernambuco? Ainda é Moura Cavalcanti?
JOVEM, ALISTE-SE NO EXÉRCITO DE COMBATE AOS INIMIGOS DA CLAREZA! NÃO DÊ CARTAZ A EMPULHADORES!
Ninguém me contou, eu vi: não existe nada tão insuportável na face do planeta quanto intelectuais franceses cheios de caspa, com o cabelo oleoso, cachecol pendurado no ombro e pronúncia cheia de vícios horrorosos- como aqueles suspiros que disparam perdigotos rumo ao rosto de interlocutores indefesos. Jamais chegue a menos de um metro de um francês. Você será banhado por perdigotos voadores.
Sou testemunha ocular e auditiva de uma verdade inapelável: a língua francesa só é bonita no cinema. Ao vivo e a cores, o francês falado é horrível. O pior é ver brasileiros macaqueando aquela desgraça falada ( só há uma cena mais ridícula do que brasileiro fazendo biquinho para imitar suspiro de francês: é a visão de selvagens tropicais cantando "ô-lê-lê-ô-lá-lá-pega no ganzê-pega no ganzá" dentro de ônibus de excursão ou em restaurantes no exterior).
Tomar banho é um sacrifício para o francês típico. Mas o problema não é o banho. É a ilegibilidade.
Em "O Capelão do Diabo", livro lançado no Brasil, Richard Dawkins trata das imposturas intelectuais de "filósofos" rigorosamente incapazes de produzir durante toda a vida um mísero parágrafo legível. Noventa por cento dos impostores são franceses. Dawkins mata a charada: diz que estes grandes empulhadores escrevem difícil porque, se optassem por um estilo claro, revelariam ao mundo o enorme, o indizível, o estratosférico vazio de suas formulações.
Dawkins reproduz um parágrafo de Félix Guattari:
"Podemos ver claramente que não há nenhuma correspondência biunívoca entre relações significantes lineares ou de arquiescritura, dependendo do autor, e essa catálise maquínica multirreferenciial e multidimensional".
Pausa para vômito coletivo dos leitores.
Que tal esse espasmo de Gilles Deleuze?
"As singularidades-eventos correspondem a séries heterogêneas que são organizadas em um sistema que não é estável nem instável,mas sim metaestável, dotado de uma energia potencial na qual as diferenças entre as séries se distribuem".
Nova pausa para lançar detergente no salão. Pouparei vossos olhos indefesos: interromperei aqui a transcrição de outras aberrações estilísticas. Citado por Richard Dawkins no livro "O Capelão do Diabo", Peter Medawar acerta o alvo : em texto escrito há três décadas, diz que estava,em marcha, uma "campanha de difamação contra as virtudes da clareza".
Os ilegíveis, obscuros e caspentos filósofos franceses ocupam um lugar de honra no batalhão dos que destróem as virtudes da clareza em nome de uma profundidade inexistente. O que escrevem é rigorosamente inútil. É intraduzível. É nauseante. O pior é que sub-empulhadores (ou seja: estudantes recém-formados, professores incapazes de uma atividade realmente produtiva) escrevem teses e teses e teses, também ilegíveis, para incensá-los. Idem para jornalistas que querem parecer sabidinhos.
Os subprodutos dos empulhadores são tão ruins quanto as matrizes. Juro pelo Menino Jesus de Praga: nem faz tanto tempo, tentei ler num caderno de cultura um artigo que prometia fazer um balanço da literatura. Contaminado por semiologices, o texto era cem por cento ilegível. Ilegível. Ilegível. Desisti. Pensei em pedir à empresa que publica o jornal a devolução do dinheiro que gastei na banca. Se eu entrasse na justiça, ganharia. Mas não posso perder tempo. Tenho coisa mais importante para fazer: comprar uma Coca-Cola estupidamente gelada para beber depois do jantar.
Dou um conselho tão inútil quanto um cinzeiro numa motocicleta: em nome de todos os santos, pelo amor de Deus, não percam tempo com estes empulhadores.
Jovem, aliste-se no Exército de Combate aos Inimigos da Clareza! Não dê cartaz aos empulhadores.
O Brasil agradece.
Sou testemunha ocular e auditiva de uma verdade inapelável: a língua francesa só é bonita no cinema. Ao vivo e a cores, o francês falado é horrível. O pior é ver brasileiros macaqueando aquela desgraça falada ( só há uma cena mais ridícula do que brasileiro fazendo biquinho para imitar suspiro de francês: é a visão de selvagens tropicais cantando "ô-lê-lê-ô-lá-lá-pega no ganzê-pega no ganzá" dentro de ônibus de excursão ou em restaurantes no exterior).
Tomar banho é um sacrifício para o francês típico. Mas o problema não é o banho. É a ilegibilidade.
Em "O Capelão do Diabo", livro lançado no Brasil, Richard Dawkins trata das imposturas intelectuais de "filósofos" rigorosamente incapazes de produzir durante toda a vida um mísero parágrafo legível. Noventa por cento dos impostores são franceses. Dawkins mata a charada: diz que estes grandes empulhadores escrevem difícil porque, se optassem por um estilo claro, revelariam ao mundo o enorme, o indizível, o estratosférico vazio de suas formulações.
Dawkins reproduz um parágrafo de Félix Guattari:
"Podemos ver claramente que não há nenhuma correspondência biunívoca entre relações significantes lineares ou de arquiescritura, dependendo do autor, e essa catálise maquínica multirreferenciial e multidimensional".
Pausa para vômito coletivo dos leitores.
Que tal esse espasmo de Gilles Deleuze?
"As singularidades-eventos correspondem a séries heterogêneas que são organizadas em um sistema que não é estável nem instável,mas sim metaestável, dotado de uma energia potencial na qual as diferenças entre as séries se distribuem".
Nova pausa para lançar detergente no salão. Pouparei vossos olhos indefesos: interromperei aqui a transcrição de outras aberrações estilísticas. Citado por Richard Dawkins no livro "O Capelão do Diabo", Peter Medawar acerta o alvo : em texto escrito há três décadas, diz que estava,em marcha, uma "campanha de difamação contra as virtudes da clareza".
Os ilegíveis, obscuros e caspentos filósofos franceses ocupam um lugar de honra no batalhão dos que destróem as virtudes da clareza em nome de uma profundidade inexistente. O que escrevem é rigorosamente inútil. É intraduzível. É nauseante. O pior é que sub-empulhadores (ou seja: estudantes recém-formados, professores incapazes de uma atividade realmente produtiva) escrevem teses e teses e teses, também ilegíveis, para incensá-los. Idem para jornalistas que querem parecer sabidinhos.
Os subprodutos dos empulhadores são tão ruins quanto as matrizes. Juro pelo Menino Jesus de Praga: nem faz tanto tempo, tentei ler num caderno de cultura um artigo que prometia fazer um balanço da literatura. Contaminado por semiologices, o texto era cem por cento ilegível. Ilegível. Ilegível. Desisti. Pensei em pedir à empresa que publica o jornal a devolução do dinheiro que gastei na banca. Se eu entrasse na justiça, ganharia. Mas não posso perder tempo. Tenho coisa mais importante para fazer: comprar uma Coca-Cola estupidamente gelada para beber depois do jantar.
Dou um conselho tão inútil quanto um cinzeiro numa motocicleta: em nome de todos os santos, pelo amor de Deus, não percam tempo com estes empulhadores.
Jovem, aliste-se no Exército de Combate aos Inimigos da Clareza! Não dê cartaz aos empulhadores.
O Brasil agradece.
FREI BETO, O APOLOGISTA DE J. EDGAR HOOVER
Frei Beto está orgulhoso da Polícia Federal. Deslumbrado, chegou a revelar à Folha de São Paulo (ontem) que "a PF está ficando com a cara do FBI. A PF está virando uma referência mundial". O que a Folha não perguntou ao chapa branca dominicano foi a que FBI ele se referia. Bem, vamos colaborar.
Primeira hipótese: O FBI de Frei Beto, modelo ideal para a Polícia Federal, seria o de J. Edgar Hoover, meganha enrustido, que chantageou vários presidentes americanos, inclusive Kennedy. O mesmo Hoover que comandou a caça a supostos comunistas, criando um clima de caça às bruxas que devastou reputações e criou uma legião de dedos-duros.
Segunda hipótese: o dominicano ex-palaciano sonha que a PF se torne o FBI da era Bush, que passou batido no atentado que inaugurou o século XXI, o de 11 de Setembro. O eficiente FBI das duas torres.
Terceira hipótese: Frei Beto pretende que a PF tenha os mesmos recursos tecnológicos do FBI mas com a eficiência pau-de-arara característica nativa do Estado Novo/64.
As pílulas milagrosas de Frei Beto começam a fazer mal à saúde da democracia brasileira.
Primeira hipótese: O FBI de Frei Beto, modelo ideal para a Polícia Federal, seria o de J. Edgar Hoover, meganha enrustido, que chantageou vários presidentes americanos, inclusive Kennedy. O mesmo Hoover que comandou a caça a supostos comunistas, criando um clima de caça às bruxas que devastou reputações e criou uma legião de dedos-duros.
Segunda hipótese: o dominicano ex-palaciano sonha que a PF se torne o FBI da era Bush, que passou batido no atentado que inaugurou o século XXI, o de 11 de Setembro. O eficiente FBI das duas torres.
Terceira hipótese: Frei Beto pretende que a PF tenha os mesmos recursos tecnológicos do FBI mas com a eficiência pau-de-arara característica nativa do Estado Novo/64.
As pílulas milagrosas de Frei Beto começam a fazer mal à saúde da democracia brasileira.
ONDE ESTÃO AS CRIANÇAS?
Passo em frente à Favela da Rocinha. Não vejo nenhuma criança nas redondezas. A primeira reação é de estranheza. Mas logo me lembro: devem ter ido todas tocar violino na filarmônica de Viena ou dançar balé no Bolshoi, em Moscou. É claro!
É este o motivo do aparente problema infanto-demográfico que se nota na Rocinha e redondezas.( alguém já parou para contar quantas matérias saíram na TV e nos jornais nos últimos anos com criança que saiu da favela para dançar balé ou tocar em orquestra na Europa?).
É este o motivo do aparente problema infanto-demográfico que se nota na Rocinha e redondezas.( alguém já parou para contar quantas matérias saíram na TV e nos jornais nos últimos anos com criança que saiu da favela para dançar balé ou tocar em orquestra na Europa?).
BOLETIM MÉDICO
É grave o estado de saúde da música popular brasileira. Quem é capaz de citar um verso realmente memorável produzido nos últimos anos?
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