Dou uma passada rápida no Sopa de Tamanco, para assinar o ponto e recolher o meu polpudo cheque. A máquina de ponto foi roubada por um credor. Não preciso dizer que o cheque não tinha fundos.
Eis que - de repente - ouço um ruído no fundo da redação. Apuro os ouvidos. Triste espetáculo: os senhores Tom Carneiro e Nicomar Lael trocam impropérios de variados calibres, para espanto dos nossos raros, raríssimos leitores.
É assim que o Sopa de Tamanco quer ressuscitar ? Com brigas na frente das crianças ? Vocês realmente acham que esta é a melhor maneira de voltar aos dias de glória ? - pergunto.
As paredes não respondem.
11 de setembro de 2008
CONFISSÃO COMPROMETEDORA: UM CHORORÔ CHAMADO "ROSINHA, MINHA CANOA"
Poucos terão coragem de fazer uma confissão tão comprometedora: quando eu tinha quatorze anos, chorei de perder o fôlego ao ler, num quarto de hotel no interior de Minas, "Rosinha, Minha Canoa", livro água-com-açúcar de José Mauro Vasconcelos,autor considerado subliterário e breguíssimo.
Depois, nenhum grande livro conseguiu provocar efeito semelhante : nem obras-primas imortais como Crime e Castigo nem Memórias Póstumas de Brás Cubas nem A Montanha Mágica.
Um psicanalista, por favor, para extrair uma conclusão qualquer deste capítulo lítero-lacrimejante de minha formação.
Depois, nenhum grande livro conseguiu provocar efeito semelhante : nem obras-primas imortais como Crime e Castigo nem Memórias Póstumas de Brás Cubas nem A Montanha Mágica.
Um psicanalista, por favor, para extrair uma conclusão qualquer deste capítulo lítero-lacrimejante de minha formação.
O MEU SILÊNCIO SERÁ ENCICLOPÉDICO: COBRIRÁ TODOS OS ASSUNTOS DE TODAS AS ÉPOCAS. JÁ NÃO TENHO NADA A DECLARAR
Confesso-vos: pensava, até esta tarde, que somente queijo podre, rum de baixa qualidade e salame de beira de estrada fossem capazes de produzir vômito em meu estômago fatigado.
Ah, mera ilusão feita de álcool e leite....
Descobri que os textos aqui postados pelo sr. Nicomar Lael produzem efeito idêntico! São capazes de acionar, em meu estômago, o mecanismo que produz,primeiro, um leve,levíssimo mal-estar, irremediavelmente seguido de erupções de golfadas de vômito em quantidades industriais. Os vizinhos já se acostumaram com os ruídos produzidos por este movimento gastro-vomitivo. A trilha sonora da minha reação fisiológica aos absurdos do mundo já se incorporou à rotina das tardes sem fim do Leblon.
Por que abro por um instante uma fresta no muro que ergui em torno de minha privacidade para fazer esta confissão vomitiva ? É que me sinto compelido a explicar por que as diatribes do sr. Nicomar provocam reação física tão ostensiva.
Eis o que descobri: ao percorrer os textos do sr.Nicomar, constato, desolado, que ele recorre à mais infantil e inofensiva das armas para tentar chamar a atenção da platéia, como se fosse um adolescente literário marcado por cravos e espinhas estilísticas. O que ele faz ? Recorre a palavras de pouco uso para parecer sábio, mas tudo o que consegue é parecer parvo, além de provocar vômito, claro.
Eis as expressões que o sr. Parvo Lael cometeu ao tentar me agredir no último post:
"utilizar de meu vergalho em seu dorso pingue e lanudo"
"tornando inevitável a espadana de enfado"
"espaço irremediavelmente labrego e sensabor"
Minha paciência com o sr. Parvo Leal tropeçou na primeira frase, cambaleou na segunda e, finalmente, se esborrachou na terceira.
Já não gastarei munição com alvo tão pobre.
Direi apenas que a defesa indireta que o sr. Pascácio Leal faz dos usuários de expressões lamentáveis como "meu óculos" e "o óculos" serve de prova de que uns - os ignorantes - merecem o outro - o exibicionista. E vice-versa.
Feita esta declaração, dou por encerrada temporariamente a contenda. Recolho-me à minha poltrona aveludada para, entre um gole e outro de um chá importado de torrões arábicos, degustar os parágrafos imortais de "O Leopardo" até ser alvejado pelo sono, o inimigo número um da literatura.
Peço ao mundo que não me incomode. Já não tenho nada a declarar sobre nada. O meu silêncio será enciclopédico : cobrirá todos os assuntos de todas as épocas. É melhor assim.
Ah, mera ilusão feita de álcool e leite....
Descobri que os textos aqui postados pelo sr. Nicomar Lael produzem efeito idêntico! São capazes de acionar, em meu estômago, o mecanismo que produz,primeiro, um leve,levíssimo mal-estar, irremediavelmente seguido de erupções de golfadas de vômito em quantidades industriais. Os vizinhos já se acostumaram com os ruídos produzidos por este movimento gastro-vomitivo. A trilha sonora da minha reação fisiológica aos absurdos do mundo já se incorporou à rotina das tardes sem fim do Leblon.
Por que abro por um instante uma fresta no muro que ergui em torno de minha privacidade para fazer esta confissão vomitiva ? É que me sinto compelido a explicar por que as diatribes do sr. Nicomar provocam reação física tão ostensiva.
Eis o que descobri: ao percorrer os textos do sr.Nicomar, constato, desolado, que ele recorre à mais infantil e inofensiva das armas para tentar chamar a atenção da platéia, como se fosse um adolescente literário marcado por cravos e espinhas estilísticas. O que ele faz ? Recorre a palavras de pouco uso para parecer sábio, mas tudo o que consegue é parecer parvo, além de provocar vômito, claro.
Eis as expressões que o sr. Parvo Lael cometeu ao tentar me agredir no último post:
"utilizar de meu vergalho em seu dorso pingue e lanudo"
"tornando inevitável a espadana de enfado"
"espaço irremediavelmente labrego e sensabor"
Minha paciência com o sr. Parvo Leal tropeçou na primeira frase, cambaleou na segunda e, finalmente, se esborrachou na terceira.
Já não gastarei munição com alvo tão pobre.
Direi apenas que a defesa indireta que o sr. Pascácio Leal faz dos usuários de expressões lamentáveis como "meu óculos" e "o óculos" serve de prova de que uns - os ignorantes - merecem o outro - o exibicionista. E vice-versa.
Feita esta declaração, dou por encerrada temporariamente a contenda. Recolho-me à minha poltrona aveludada para, entre um gole e outro de um chá importado de torrões arábicos, degustar os parágrafos imortais de "O Leopardo" até ser alvejado pelo sono, o inimigo número um da literatura.
Peço ao mundo que não me incomode. Já não tenho nada a declarar sobre nada. O meu silêncio será enciclopédico : cobrirá todos os assuntos de todas as épocas. É melhor assim.
VÃ TENTATIVA DE CONDICIONAR UMA AZÊMOLA (TEXTO EM MEMÓRIA DO ÚLTIMO NEURÔNIO DO SR. CARNEIRO)
Soltando um suspiro ennuyé, índice da impotência dos derradeiros civilizados ante a incultura pós-moderna, deponho o exemplar do Confissões e saco o monóculo italiano de aro moldado em ouro para, num extremo esforço moral e antiestético, apoiando o queixo no castão de prata de minha bengala de ébano, ler o quarto ou quinto dos textos abaixo, precariamente balido contra mim pelo Sr. Carneiro.
Ao término do exercício de autoflagelação, ainda lutando para controlar os espasmos causados pelas cachamorradas desfechadas a cada linha pelo subautor contra a sensibilidade literária, o bom gosto e o vernáculo, volto os olhos azul-claros e meu conspecto plácido ao deus dos aristocratas e, parafraseando Agostinho, suplico: “Dai-me a paciência, mas não agora”.
De fato, que outra atitude digna alguém devidamente alfabetizado, ciente do pélago intelectual que o separa da malta e degredado em meio a selvagens e bárbaros da pior espécie — ou seja, os que se consideram letrados — poderia tomar? No entanto, bafejos de cristandade, em sua tarefa primacial de estabelecer regras de etiqueta e bom-tom, me convencem da necessidade de enodoar meu eminente estilo para oferecer o dedo mínimo da mão esquerda e esternutar uma pouca de lustração sobre o referido ovino.
Evitando abordar questões mais complexas, sempiternamente defesas a criaturas do estrato do Sr. Carneiro, atenho-me apenas a responder a sua singela pergunta — amostra verdadeiramente enternecedora de espírito imberbe —, a propósito do motivo de utilizar de meu vergalho em seu dorso pingue e lanudo sempre que me deparo com suas acanhotadas tentativas de denunciar o que, em linguagem de enxacoco, ele próprio chama de “ignorância de quem pronuncia coisas como ‘meu óculos’ e ‘o óculos’.”
O próprio boquejo desse tipo de indagação — terão notado os leitores que folhearam ao menos um livro além de O Pequeno Príncipe — evidencia os inúmeros degraus que me apartam do borra-papéis na hierarquia intelectiva, tornando inevitável a espadana de enfado e melancolia que reflui a minha alma e me envenena até a última partícula metafísica. Pelas razões expostas nos dois últimos parágrafos, entretanto, antes de ir ao banheiro vomitar e retornar ao nobre Pai da Igreja, de quem jamais deveria ter-me amovido, respiro fundo, tapo o nariz e concedo a resposta em uma única frase, cuidando fazê-lo nos termos mais rasteiros, de modo que possa ser compreendido até mesmo por ele — quer dizer, conservando-me ao nível dos parcos mecanismos cognitivos dos anelídeos.
Ó mais recente epifania do espírito imortal das bestas e deidades acéfalas, se lanho vossa estupidez com o látego de minha descrença na salvação dos pobres de QI é, simplesmente, para tentar o inatingível: aplacar a lhaneza dos debates neste espaço irremediavelmente labrego e sensabor.
Agora fala, toupeira. Compreendeu?
Ao término do exercício de autoflagelação, ainda lutando para controlar os espasmos causados pelas cachamorradas desfechadas a cada linha pelo subautor contra a sensibilidade literária, o bom gosto e o vernáculo, volto os olhos azul-claros e meu conspecto plácido ao deus dos aristocratas e, parafraseando Agostinho, suplico: “Dai-me a paciência, mas não agora”.
De fato, que outra atitude digna alguém devidamente alfabetizado, ciente do pélago intelectual que o separa da malta e degredado em meio a selvagens e bárbaros da pior espécie — ou seja, os que se consideram letrados — poderia tomar? No entanto, bafejos de cristandade, em sua tarefa primacial de estabelecer regras de etiqueta e bom-tom, me convencem da necessidade de enodoar meu eminente estilo para oferecer o dedo mínimo da mão esquerda e esternutar uma pouca de lustração sobre o referido ovino.
Evitando abordar questões mais complexas, sempiternamente defesas a criaturas do estrato do Sr. Carneiro, atenho-me apenas a responder a sua singela pergunta — amostra verdadeiramente enternecedora de espírito imberbe —, a propósito do motivo de utilizar de meu vergalho em seu dorso pingue e lanudo sempre que me deparo com suas acanhotadas tentativas de denunciar o que, em linguagem de enxacoco, ele próprio chama de “ignorância de quem pronuncia coisas como ‘meu óculos’ e ‘o óculos’.”
O próprio boquejo desse tipo de indagação — terão notado os leitores que folhearam ao menos um livro além de O Pequeno Príncipe — evidencia os inúmeros degraus que me apartam do borra-papéis na hierarquia intelectiva, tornando inevitável a espadana de enfado e melancolia que reflui a minha alma e me envenena até a última partícula metafísica. Pelas razões expostas nos dois últimos parágrafos, entretanto, antes de ir ao banheiro vomitar e retornar ao nobre Pai da Igreja, de quem jamais deveria ter-me amovido, respiro fundo, tapo o nariz e concedo a resposta em uma única frase, cuidando fazê-lo nos termos mais rasteiros, de modo que possa ser compreendido até mesmo por ele — quer dizer, conservando-me ao nível dos parcos mecanismos cognitivos dos anelídeos.
Ó mais recente epifania do espírito imortal das bestas e deidades acéfalas, se lanho vossa estupidez com o látego de minha descrença na salvação dos pobres de QI é, simplesmente, para tentar o inatingível: aplacar a lhaneza dos debates neste espaço irremediavelmente labrego e sensabor.
Agora fala, toupeira. Compreendeu?
SOPA DE TAMANCO RIDES AGAIN
O Sopa de Tamanco é igual a Paulo Maluf, o ano de 1968, Hebe Camargo e Ronaldinho Gaúcho: quando a gente pensa que eles estão mortos, eles voltam, aos trancos e barrancos - nem que seja para nos assombrar.
QUE GRANDE FALTA FAZ UM CONSELHEIRO NA HORA CERTA....
A humanidade seria mais feliz e mais bonita se um conselheiro aparecesse na hora certa para salvar os outros de vexames.
Que falta faz, oh Nossa Senhora Aparecida, alguém que....
1) cinco minutos antes do início dos shows, dissesse a Roberto Carlos que aquelas ombreiras, aquele cabelo de índia velha, aquele terninho azul são de um ridículo atroz. Se ele se livrasse desses apetrechos patéticos, só precisaria fazer outro grande favor à humanidade para ser absolvido: que jamais, nunca, never, sob hipótese alguma, voltasse a cantar aqueles versos capenguíssimos da chatíssima música "Emoções". Ninguém aguenta ouvir. Já deu o que tinha de dar. Pior do que "e as mesmas emoções sentindo" só aquele verso imortal - o do cachorro que latiu sorrindo. Au-au-rá-rá-rá. Deve ter sido assim.
Que falta faz, oh, Nossa Senhora das Dores, alguém que....
2) um minuto antes de o fotógrafo entrar em ação, dissesse a Milton Nascimento que aquelas trancinhas afro são de um atroz ridículo. Ficaram patéticas. O fato de serem afro não as redime.
Que se danem as patrulhas politicamente corretas.
Que falta faz, oh, Nossa Senhora da Conceição, alguém que...
3) dois minutos antes do início da gravação da novela "A Favorita", dissesse àquele ator, José Mayer, que o papel de hippie velho escrito para ele pelo autor é uma das coisas mais patéticas já encenadas diante de uma câmera no Cone Sul da América e arredores.
Que falta faz, oh, Nossa Senhora do Bom Parto, alguém que....
4) dissesse a todos os artistas e celebridades em geral que, em nome de Deus, por favor, quando forem falar de alguém que morreu, jamais pronunciem idiotices indefensáveis do tipo: "Agora ele deve estar feliz lá no céu, ao lado de fulano, fulano e fulano....". Por que não ficam calados ? O defunto não deve estar feliz não, oh, paspalhos. O coração parou de bater; o sangue já não circula; os demais músculos estão irremediavelmente paralisados; os neurônios se dissolveram; a visão, o olfato, a audição, o tato,o paladar, tudo deixou de funcionar: o corpo virou uma carcaça inútil que, em lugares civilizados, é imediatamente cremada para não poluir a terra. O azul do céu é uma ilusão de ótica. Ainda que o céu religioso existisse, não haveria espaço para tanta gente. O inferno é outra invenção: não existe nada debaixo da terra. Então, parem de dizer idiotices supostamente poéticas quando forem falar dos mortos. É melhor é desejar a eles,sinceramente, uma cremação rápida. That´s all.
Que falta faz, oh Nossa Senhora Aparecida, alguém que....
1) cinco minutos antes do início dos shows, dissesse a Roberto Carlos que aquelas ombreiras, aquele cabelo de índia velha, aquele terninho azul são de um ridículo atroz. Se ele se livrasse desses apetrechos patéticos, só precisaria fazer outro grande favor à humanidade para ser absolvido: que jamais, nunca, never, sob hipótese alguma, voltasse a cantar aqueles versos capenguíssimos da chatíssima música "Emoções". Ninguém aguenta ouvir. Já deu o que tinha de dar. Pior do que "e as mesmas emoções sentindo" só aquele verso imortal - o do cachorro que latiu sorrindo. Au-au-rá-rá-rá. Deve ter sido assim.
Que falta faz, oh, Nossa Senhora das Dores, alguém que....
2) um minuto antes de o fotógrafo entrar em ação, dissesse a Milton Nascimento que aquelas trancinhas afro são de um atroz ridículo. Ficaram patéticas. O fato de serem afro não as redime.
Que se danem as patrulhas politicamente corretas.
Que falta faz, oh, Nossa Senhora da Conceição, alguém que...
3) dois minutos antes do início da gravação da novela "A Favorita", dissesse àquele ator, José Mayer, que o papel de hippie velho escrito para ele pelo autor é uma das coisas mais patéticas já encenadas diante de uma câmera no Cone Sul da América e arredores.
Que falta faz, oh, Nossa Senhora do Bom Parto, alguém que....
4) dissesse a todos os artistas e celebridades em geral que, em nome de Deus, por favor, quando forem falar de alguém que morreu, jamais pronunciem idiotices indefensáveis do tipo: "Agora ele deve estar feliz lá no céu, ao lado de fulano, fulano e fulano....". Por que não ficam calados ? O defunto não deve estar feliz não, oh, paspalhos. O coração parou de bater; o sangue já não circula; os demais músculos estão irremediavelmente paralisados; os neurônios se dissolveram; a visão, o olfato, a audição, o tato,o paladar, tudo deixou de funcionar: o corpo virou uma carcaça inútil que, em lugares civilizados, é imediatamente cremada para não poluir a terra. O azul do céu é uma ilusão de ótica. Ainda que o céu religioso existisse, não haveria espaço para tanta gente. O inferno é outra invenção: não existe nada debaixo da terra. Então, parem de dizer idiotices supostamente poéticas quando forem falar dos mortos. É melhor é desejar a eles,sinceramente, uma cremação rápida. That´s all.
BRASIL, O PAÍS DE TODAS AS POSSIBILIDADES
Se Lucélia Santos pode ser atriz, Elba Ramalho pode ser cantora e Oswaldo Montenegro pode ser compositor,então tudo, rigorosamente tudo, é possível sob o sol - inclusive o sr.Nicomar Lael fazer pose de intelectual.
QUANDO AS CANTORAS ABREM A BOCA PARA....FALAR
Dizem que Madonna não gosta de dar entrevista. Marisa Monte também não.
Ainda bem!
Alguém da platéia poderia lembrar da uma única e escassa frase original e interessante jamais dita por uma cantora à imprensa ?
Vocês têm dez anos para pensar.
Ainda bem!
Alguém da platéia poderia lembrar da uma única e escassa frase original e interessante jamais dita por uma cantora à imprensa ?
Vocês têm dez anos para pensar.
PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI
Um segundo antes de me recolher à minha caverna, constato: o corte moicano no cabelo de Júnior, o ex-parceiro de Sandy, é a quadribilionésima evidência de que a humanidade não é viável. Nunca foi. Jamais será.
INFORME SOBRE O RELINCHO DO SR. NICOMAR
Há ilusões de ótica - e ilusões auditivas. É o que acabo de ter: uma indescritível ilusão auditiva. Tive a claríssima impressão de ter ouvido uma sucessão de relinchos, partidos do meu terminal de computador.
Corri até a máquina, uma das poucas heranças maravilhosas que o Século XX nos legou (quase todo o resto poderia ser jogado na poubelle da história, especialmente os aparelhos de TV, habitados por jornalistas que fazem trocadilhos). Cheguei, por um átimo de segundo, a duvidar de minha sanidade: como pode uma máquina sem uso emitir repetidos relinchos ?
Logo descobri o óbvio encadeamento dos fatos: a cada vez que o sr. Nicomar Lael resolve dar sinal de vida, em forma de posts indigentes, os terminais sintonizados neste site emitem, automaticamente, retumbantes, cristalinos, claríssimos relinchos. É como se estivessem avisando ao planeta: correi, incréus, ateus, descrentes. Vinde ver esta maravilha: cavalos podem escrever,sim! Cavalos de todas as raças: andaluzes, anglo-árabes,appaloosas,berberes, crioulos e galicenos! Ah, o indescritível
rol de surpresas com que a natureza nos brinda a cada romper da manhã!
Não,não era uma ilusão auditiva: era uma manifestação internética do quadrúpede.
De toda forma, depois de espalhar imprecações por cada centímetro quadrado da tela do computador, a ponto de atingir com coices até o confrade Paulo Rubens, que caminhava, distraído, pelo local, o sr. Nicomar Lael não explicou que razões o levam a ter um ataque de fúria quadrúpede a cada vez que eu, zeloso guardião do que resta do idioma, denuncio a ignorância de quem pronuncia coisas como "meu óculos" e "o óculos".
Ah,o doce prazer de batalhar em guerras perdidas: é o que faço ao tentar, debalde, corrigir o mundo e a parvoíce alheia, tão bem representada na figura nicomariana.
Bem sei que chegarei ao fim da guerra com o corpo coberto de chagas, as botas enlameadas de cansaço e desilusão, o coração estilhaçado, os olhos fatigados pela contemplação de tanta impostura, as lanças dos infiéis apontadas para mim. Mas, a caminho do cadafalso, onde serei imolado pelos dardos da igonorância, repetirei, em voz baixa, o mantra que me move há décadas: "No pasarán! No pasarán! No pasarán!".
Não, sr. Nicomar, vossas parvoíces, vossos coices, vossa cegueira, vossa igonorância no pasáran !
Corri até a máquina, uma das poucas heranças maravilhosas que o Século XX nos legou (quase todo o resto poderia ser jogado na poubelle da história, especialmente os aparelhos de TV, habitados por jornalistas que fazem trocadilhos). Cheguei, por um átimo de segundo, a duvidar de minha sanidade: como pode uma máquina sem uso emitir repetidos relinchos ?
Logo descobri o óbvio encadeamento dos fatos: a cada vez que o sr. Nicomar Lael resolve dar sinal de vida, em forma de posts indigentes, os terminais sintonizados neste site emitem, automaticamente, retumbantes, cristalinos, claríssimos relinchos. É como se estivessem avisando ao planeta: correi, incréus, ateus, descrentes. Vinde ver esta maravilha: cavalos podem escrever,sim! Cavalos de todas as raças: andaluzes, anglo-árabes,appaloosas,berberes, crioulos e galicenos! Ah, o indescritível
rol de surpresas com que a natureza nos brinda a cada romper da manhã!
Não,não era uma ilusão auditiva: era uma manifestação internética do quadrúpede.
De toda forma, depois de espalhar imprecações por cada centímetro quadrado da tela do computador, a ponto de atingir com coices até o confrade Paulo Rubens, que caminhava, distraído, pelo local, o sr. Nicomar Lael não explicou que razões o levam a ter um ataque de fúria quadrúpede a cada vez que eu, zeloso guardião do que resta do idioma, denuncio a ignorância de quem pronuncia coisas como "meu óculos" e "o óculos".
Ah,o doce prazer de batalhar em guerras perdidas: é o que faço ao tentar, debalde, corrigir o mundo e a parvoíce alheia, tão bem representada na figura nicomariana.
Bem sei que chegarei ao fim da guerra com o corpo coberto de chagas, as botas enlameadas de cansaço e desilusão, o coração estilhaçado, os olhos fatigados pela contemplação de tanta impostura, as lanças dos infiéis apontadas para mim. Mas, a caminho do cadafalso, onde serei imolado pelos dardos da igonorância, repetirei, em voz baixa, o mantra que me move há décadas: "No pasarán! No pasarán! No pasarán!".
Não, sr. Nicomar, vossas parvoíces, vossos coices, vossa cegueira, vossa igonorância no pasáran !
O SEXO DOS ÓCULOS
Ele esteve aqui em maio, quando falou sobre maníacos e behaviorismo. (Vejam os posts). Volta agora para dar pitaco nessa conversa de visionários em torno de um par de lentes, disputa em que se consegue fazer de axioma algo que se deriva – o que, aliás, já podemos considerar mais uma, talvez a maior, contribuição deste país de filósofos à cultura dos povos. Salve o Sopa!
Ele está, portanto, de volta: W. H. Auden. Não poderia faltar. Para o poeta, não se trata, como poderia parecer no caso, de uma discussão sobre o sexo dos óculos. Sem sua fantasia de abelhinha (de novo, vejam post antigo), ele adverte: "Um poeta tem apenas uma obrigação política, que é dar um exemplo do uso correto de sua língua mãe, que está sempre sendo corrompida."
Corolário (ou "axioma", se preferirem) de W. H. Auden: a força física prevalece quando as palavras perdem o significado.
Às armas, pois, senhores! Antes, porém, ao que interessa: nomes. Quem são os corruptores, os cegos para o plural? Como diria o poeta, we call a spade a spade.
Ele está, portanto, de volta: W. H. Auden. Não poderia faltar. Para o poeta, não se trata, como poderia parecer no caso, de uma discussão sobre o sexo dos óculos. Sem sua fantasia de abelhinha (de novo, vejam post antigo), ele adverte: "Um poeta tem apenas uma obrigação política, que é dar um exemplo do uso correto de sua língua mãe, que está sempre sendo corrompida."
Corolário (ou "axioma", se preferirem) de W. H. Auden: a força física prevalece quando as palavras perdem o significado.
Às armas, pois, senhores! Antes, porém, ao que interessa: nomes. Quem são os corruptores, os cegos para o plural? Como diria o poeta, we call a spade a spade.
REVISITANDO JOBIM
O Brasil é o único país do mundo onde puta goza, traficante cheira e crítico literário considera literatura o que Marcelino Freire e aquela gente da Mercearia São Pedro faz.
MEDIOCRIDADE
No Brasil, a mediocridade substituiu de tal modo a cultura erudita e o entretenimento enterrou tão completamente a arte superior que é preciso revisitar Hobbes. Aqui, o homem não passa do Lobão do homem.
(Mais, aqui)
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