20 de outubro de 2012

ARON E AS LUZES



"Um ano de familiaridade com a obra de Kant me curou, de uma vez por todas, da vaidade."

Mas, vem cá, Raimundo: entendeu ou não a bagaça?





1 de outubro de 2012

A MONA LISA DO CAVALIERI




Mais um Fla-Flu ganho. É normal. 

O extraordinário ocorreu foi depois da peleja. Ontem mesmo ouvi. Mas não acreditei. Pensei: deliro. E deixei pra lá. Hoje, no entanto, me falam da nota que o goleiro tricolor mereceu de parte da crônica esportiva. A notícia me espanta: não foi nota máxima.

Abro parêntese para quem chegou de Marte há dois minutos e ainda não teve tempo de se inteirar sobre o que acontece no centro do planeta. Diego Cavalieri, goleiro tricolor e novo herdeiro de Marcos Carneiro de Mendonça, garantiu a vitória do Fluminense ao defender um pênalti aos 42 minutos do segundo tempo. (Isso depois de já ter feito duas ou três defesas estupendas ao longo da partida, incluindo uma com o olhar.)

Repito. Repito para você, marciano ainda mareado pela viagem turbulenta pelo espaço: Cavalieri, a mais recente reencarnação de Marcos Carneiro de Mendonça, defendeu um pênalti aos 42 minutos do segundo tempo. 

Me corrijo. Dizer que defendeu é pouco. E falso até. Na verdade, o goleiro fez foi atacar. Atacou, num voo veloz e sereno, a bola chutada de 11 metros de distância.

Ok, marciano da objetividade, ele defendeu. Lembre-se, no entanto: defendeu não um tiro de meta cobrado pelo adversário perneta. Ou um balão de gás arremessado contra o vento por um gandula cego. 

Defendeu -- ó, povo recém-chegado do espaço ! -- uma penalidade máxima aos 42 do segundo tempo. (Para detalhes do feito, cartas à redação, por favor.)

O caríssimo e aflito leitor já pergunta: afinal, e a nota da crônica? Só vou dizer que não foi nota 10,5. Repito: dez e meio.

Também não foi nota zero. Claro. Do contrário, teria graça a piada. Espírito. E todos entenderiam o recado espirituoso nas entrelinhas, qualquer terráqueo haveria de concordar: ontem, o goleiro tricolor operou uma defesa perfeita.  Tal como sua atuação nos 90 minutos, uma obra de impossível retoque.

Mas há quem torça o nariz para a Mona Lisa do arqueiro tricolor. Maus piadistas. 

(Também, quem manda o Cavalieri ter deixado o Fred fazer aquele golzinho sem graça -- em vez de ele mesmo ter ido lá dar aquele voleio depois do passe de 100 anos do Deco?)

Registrado o fato extraordinário, o cumprimento -- e um pedido:
Boa, marcianos!
Agora, a do papagaio !

A gente promete que ri de novo.