26 de novembro de 2007
ORDER AND PROGRESS
Só existe um tipo mais americano que o próprio estadunidense: o brasileiro em férias nos Estados Unidos.
POLÊMICA CASEIRA
Aqui, Polzonoff, com a costumeira habilidade, tenta estabelecer diferenças entre crônica e ensaio. Para mim – e exploro o sentimento de amizade que nutro por ele para dizê-lo –, trata-se de uma estupidez sem tamanho.
Antes de mais nada, para falar da definição marioandradiana seria preciso contextualizá-la. Não entender que Mário de Andrade está marcando espaço quando escreve isso em pleno Modernismo é falta grave e o infrator deveria perder quatorze pontos no diploma.
Pior, não perceber, por exemplo, que “Paulo Francis e eu no Metropolitan Museum of Art”, entre outros textos do seu livro "A face oculta de Nova York", enquadra-se no estilo elevado da crônica brasileira significa ao menos uma coisa: não ter lido “A Cidade Vazia” de Sabino. Além de me permitir citar Chico Anysio, que disse certa vez a respeito de Pelé: “Jamais vi alguém fazer tão bem aquilo de que entende tão pouco”.
Mas há quem concorde com Polzonoff. O leitor que julgue por si mesmo.
Antes de mais nada, para falar da definição marioandradiana seria preciso contextualizá-la. Não entender que Mário de Andrade está marcando espaço quando escreve isso em pleno Modernismo é falta grave e o infrator deveria perder quatorze pontos no diploma.
Pior, não perceber, por exemplo, que “Paulo Francis e eu no Metropolitan Museum of Art”, entre outros textos do seu livro "A face oculta de Nova York", enquadra-se no estilo elevado da crônica brasileira significa ao menos uma coisa: não ter lido “A Cidade Vazia” de Sabino. Além de me permitir citar Chico Anysio, que disse certa vez a respeito de Pelé: “Jamais vi alguém fazer tão bem aquilo de que entende tão pouco”.
Mas há quem concorde com Polzonoff. O leitor que julgue por si mesmo.
A CENA MAIS PATÉTICA DO MUNDO
A ex-"namorada" do ex-presidente do Senado publica um livro em que diz que um ficava olhando nos fundos dos olhos do outro, enquanto ouviam música:
"Nossa música marcante foi a do filme "Lisbela e o Prisioneiro". Misturávamos as nossas vozes com a do Caetano e cantávamos, baixinho, olhando no fundo dos olhos do outro: "Agora, que faço eu da vida sem você? Você não me ensinou a te esquecer. Você só me ensinou a te querer, e te querendo eu vou tentando me encontrar...".
Como diriam os ingleses num momento de espanto, "gosh!!!".
Independentemente de qualquer outro tipo de julgamento, a leitura deste parágrafo, reproduzido hoje em blogs e colunas, me trouxe à lembrança a cena mais patética que já presenciei desde que pus as patas neste planeta. Uma vez, num restaurante a quilo cheio de gente, um marmanjo e a acompanhante ficaram exatamente assim: um olhando nos olhos do outro, por intermináveis minutos, sem dizer palavra, com ar de pombinhos. ...
Se aquela menininha que fazia ponta antigamente nos Trapalhões reaparecesse ali, no restaurante, com toda certeza diria : "Bíiito....".
Se Nélson Rodrigues ressuscitasse, diria o que disse uma vez numa redação: "Patético!!!".
Garçons se movimentavam levemente constrangidos, ao redor da mesa, à espera de que o casal de pombinhos resolvesse parar a encenação para pedir um refrigerante, por exemplo.
Vizinhos de mesa bem que tiveram vontade mas guardaram para si, educadamente, a vontade de dizer : "Já começou a ficar ridículo. Se não for incômodo, vocês poderiam, por favor, ligar para o Departamento de Senso de Ridículo para pedir que eles mandem socorro imediatamente ? ".
Mas não. Ficaram todos calados. Todo mundo olhando de lado e fazendo de conta que a cena não era patética.
A espécie humana - já disseram - é inviável.
Sempre foi.
E será.
"Nossa música marcante foi a do filme "Lisbela e o Prisioneiro". Misturávamos as nossas vozes com a do Caetano e cantávamos, baixinho, olhando no fundo dos olhos do outro: "Agora, que faço eu da vida sem você? Você não me ensinou a te esquecer. Você só me ensinou a te querer, e te querendo eu vou tentando me encontrar...".
Como diriam os ingleses num momento de espanto, "gosh!!!".
Independentemente de qualquer outro tipo de julgamento, a leitura deste parágrafo, reproduzido hoje em blogs e colunas, me trouxe à lembrança a cena mais patética que já presenciei desde que pus as patas neste planeta. Uma vez, num restaurante a quilo cheio de gente, um marmanjo e a acompanhante ficaram exatamente assim: um olhando nos olhos do outro, por intermináveis minutos, sem dizer palavra, com ar de pombinhos. ...
Se aquela menininha que fazia ponta antigamente nos Trapalhões reaparecesse ali, no restaurante, com toda certeza diria : "Bíiito....".
Se Nélson Rodrigues ressuscitasse, diria o que disse uma vez numa redação: "Patético!!!".
Garçons se movimentavam levemente constrangidos, ao redor da mesa, à espera de que o casal de pombinhos resolvesse parar a encenação para pedir um refrigerante, por exemplo.
Vizinhos de mesa bem que tiveram vontade mas guardaram para si, educadamente, a vontade de dizer : "Já começou a ficar ridículo. Se não for incômodo, vocês poderiam, por favor, ligar para o Departamento de Senso de Ridículo para pedir que eles mandem socorro imediatamente ? ".
Mas não. Ficaram todos calados. Todo mundo olhando de lado e fazendo de conta que a cena não era patética.
A espécie humana - já disseram - é inviável.
Sempre foi.
E será.
Satã e Murdoch
Do Borowitz Report:
"The lawsuit filed yesterday by O.J. Simpson publisher Judith Regan against her former employer, Rupert Murdoch, has created a “difficult personal dilemma for me,” Satan said in a press conference today. For the Prince of Darkness, who has had longstanding ties to both Ms. Regan and Mr. Murdoch, the lawsuit “leaves me feeling very much caught in the middle,” Satan told reporters."
(Mais, aqui)
"The lawsuit filed yesterday by O.J. Simpson publisher Judith Regan against her former employer, Rupert Murdoch, has created a “difficult personal dilemma for me,” Satan said in a press conference today. For the Prince of Darkness, who has had longstanding ties to both Ms. Regan and Mr. Murdoch, the lawsuit “leaves me feeling very much caught in the middle,” Satan told reporters."
(Mais, aqui)
"JAMAIS TIVE A MENOR VONTADE DE POSSUIR UM QUADRO DE PICASSO"
Paul Johnson apud Moraes Neto:
“A nova forma de totalitarismo – a Mentalidade Politicamente Correta – é, inteiramente, uma invenção universitária”.
“O que me provoca reflexões sombrias é a lembrança de todo o desperdício produzido pelo modernismo. Perdemos duas gerações – meio-século - na busca pela feiúra. Talentos da pintura, desenho e escultura se perderam”.
“Nunca fui a um concerto de música pop ou a um jogo de futebol, nunca acompanhei novela de TV, nunca vi “A Ratoeira” ou “E o Vento Levou”, nunca concluí a leitura de “Em Busca do Tempo Perdido”, nunca li a revista “The Economist” ou “Time Out”, nunca tive um carro,nunca passei do limite da conta bancária,nunca compareci a tribunal. Ninguém nunca me ofereceu drogas,convidou-me para uma orgia ou me vendeu um contraceptivo. Jamais tive a menor vontade de possuir um quadro de Picasso, ter uma Ferrari, vestir um Armani ou morar em Aspen”.
(Mais, aqui)
“A nova forma de totalitarismo – a Mentalidade Politicamente Correta – é, inteiramente, uma invenção universitária”.
“O que me provoca reflexões sombrias é a lembrança de todo o desperdício produzido pelo modernismo. Perdemos duas gerações – meio-século - na busca pela feiúra. Talentos da pintura, desenho e escultura se perderam”.
“Nunca fui a um concerto de música pop ou a um jogo de futebol, nunca acompanhei novela de TV, nunca vi “A Ratoeira” ou “E o Vento Levou”, nunca concluí a leitura de “Em Busca do Tempo Perdido”, nunca li a revista “The Economist” ou “Time Out”, nunca tive um carro,nunca passei do limite da conta bancária,nunca compareci a tribunal. Ninguém nunca me ofereceu drogas,convidou-me para uma orgia ou me vendeu um contraceptivo. Jamais tive a menor vontade de possuir um quadro de Picasso, ter uma Ferrari, vestir um Armani ou morar em Aspen”.
(Mais, aqui)
A INTIMIDADE DAS ATRIZES....
Do blog de Walter Carrilho, "Jornalismo Boçal":
"A revista Contigo colocou a Deborah Secco na capa para anunciar uma matéria que revela a “intimidade” da atriz. Pergunto: e ainda existe alguma intimidade para ser revelada? Em uma pessoa que aparece semanalmente nessas revistas e que estrelou duas edições da Playboy? Só se mostrarem um diagrama do sistema reprodutor"
(aqui: http://waltercarrilho.blogspot.com/2007/08/voc-no-est-nem-mas-eles-publicam-assim.html)
"A revista Contigo colocou a Deborah Secco na capa para anunciar uma matéria que revela a “intimidade” da atriz. Pergunto: e ainda existe alguma intimidade para ser revelada? Em uma pessoa que aparece semanalmente nessas revistas e que estrelou duas edições da Playboy? Só se mostrarem um diagrama do sistema reprodutor"
(aqui: http://waltercarrilho.blogspot.com/2007/08/voc-no-est-nem-mas-eles-publicam-assim.html)
O LESTE EUROPEU INVADE OS DOMÍNIOS DA RAINHA DA INGLATERRA...
Ivan Lessa dá notícias de Londres:
"As igrejas católicas britânicas, que andavam quase que às moscas (católicas, mas moscas), estão agora repletas de poloneses, lituanos, letões etc. Deve-se a eles também o aumento da extrema direita, o tráfico de armas baratas, a heroína barata, a proliferação de moedas falsas e, para encerrar com fecho de ouro, a paquera grossa, ou seja, eles passam a mão nas senhoras e senhoritas locais alegando, quando presos, que isso é um costume comum na terra deles.
Espero ter, se não esclarecido tudo, ao menos semeado mais confusão. Assim emigra a Humanidade"
(aqui: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071126_ivanlessa_tp.shtml)
"As igrejas católicas britânicas, que andavam quase que às moscas (católicas, mas moscas), estão agora repletas de poloneses, lituanos, letões etc. Deve-se a eles também o aumento da extrema direita, o tráfico de armas baratas, a heroína barata, a proliferação de moedas falsas e, para encerrar com fecho de ouro, a paquera grossa, ou seja, eles passam a mão nas senhoras e senhoritas locais alegando, quando presos, que isso é um costume comum na terra deles.
Espero ter, se não esclarecido tudo, ao menos semeado mais confusão. Assim emigra a Humanidade"
(aqui: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/11/071126_ivanlessa_tp.shtml)
"A BLOGOSFERA É FEITA DE MIRAGENS"
Do blog de Antonio Fernando Borges:
"Minha amiga mais paulista (embora já não more por lá) ligou-me bem cedo, um dia, trêmula com a novidade:
“Eu o encontrei, Borges. Quando menos esperava, eu o encontrei. Tudo misterioso, coisa do acaso, como eu prefiro.”
Contou-me, então: estava escolhendo livros num sebo da Cidade Velha quando o reconheceu (pela foto no site): ele mesmo!, ali, em pessoa! Seu blogueiro favorito. O autor daqueles textos exatos, tão cheios de informação e de estilo. Um modelo a seguir (repetiu três vezes), que ela ao menos tentaria seguir, assim que se animasse a entrar na grande festa virtual.
* * *
“Lá estava ele, Borges, fuçando as bandejas de ofertas, com seus olhos de lince — mais triste do que na foto do blog, é verdade. Mas fotos são só fotos, não é mesmo? E ele era ele, para quê exigir mais?”
Nem pensou duas vezes: tentou imediatamente a abordagem.
* * *
Mas quem reconhece seu ídolo quando o encontra ao acaso, sem máscara? Do moço risonho e de olhar inteligente da foto do blog, havia muito pouco ali, na figura tímida, assustada e enfermiça que fuçava no meio da poeira com olhos gulosos e infantis.
“Quanta decepção, Borges! A tal de blogosfera é feita de miragens…”
(aqui, o texto completo: http://antoniofernandoborges.com/)
"Minha amiga mais paulista (embora já não more por lá) ligou-me bem cedo, um dia, trêmula com a novidade:
“Eu o encontrei, Borges. Quando menos esperava, eu o encontrei. Tudo misterioso, coisa do acaso, como eu prefiro.”
Contou-me, então: estava escolhendo livros num sebo da Cidade Velha quando o reconheceu (pela foto no site): ele mesmo!, ali, em pessoa! Seu blogueiro favorito. O autor daqueles textos exatos, tão cheios de informação e de estilo. Um modelo a seguir (repetiu três vezes), que ela ao menos tentaria seguir, assim que se animasse a entrar na grande festa virtual.
* * *
“Lá estava ele, Borges, fuçando as bandejas de ofertas, com seus olhos de lince — mais triste do que na foto do blog, é verdade. Mas fotos são só fotos, não é mesmo? E ele era ele, para quê exigir mais?”
Nem pensou duas vezes: tentou imediatamente a abordagem.
* * *
Mas quem reconhece seu ídolo quando o encontra ao acaso, sem máscara? Do moço risonho e de olhar inteligente da foto do blog, havia muito pouco ali, na figura tímida, assustada e enfermiça que fuçava no meio da poeira com olhos gulosos e infantis.
“Quanta decepção, Borges! A tal de blogosfera é feita de miragens…”
(aqui, o texto completo: http://antoniofernandoborges.com/)
PETISMO
No princípio era a mais-valia e Marx disse:
— Que la assemblée soit!
Porque vinha numa péssima tradução francesa. E ninguém entendeu, já que o lumpemproletariado estava falando muito alto e poucos dominavam o idioma.
E Marx impacientou-se:
— Ach! Hágase la cita, carajo!
E todos correram ao dicionário português-espanhol, mas a consulta demorou um pouco, pois houve alguma discussão sobre se a ordem alfabética deveria ser respeitada ou segui-la seria um passo neoliberal.
(Mais, aqui)
— Que la assemblée soit!
Porque vinha numa péssima tradução francesa. E ninguém entendeu, já que o lumpemproletariado estava falando muito alto e poucos dominavam o idioma.
E Marx impacientou-se:
— Ach! Hágase la cita, carajo!
E todos correram ao dicionário português-espanhol, mas a consulta demorou um pouco, pois houve alguma discussão sobre se a ordem alfabética deveria ser respeitada ou segui-la seria um passo neoliberal.
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