19 de dezembro de 2007
OK, PASPALHOS, JÁ QUE 2008 É INEVITÁVEL QUE SEJA PELO MENOS NÃO TÃO ESTÚPIDO E NÃO TÃO MEDÍOCRE QUANTO 2007
O mundo será melhor em 2008 se:
1) aquela idiota alucinada, Britney Spears, se internar pelo resto da vida num sanatório do interior da Suíça, em vez de ficar enchendo a paciência da humanidade com suas farras patéticas;
2) se nunca,jamais, sob hipótese alguma, revistas de celebridades destacarem na capa declarações de atrizinhas e artistinhas grávidas e semi-analfabetas falando sobre o desafio de ser "mãe e mulher" ( um penico para o vômito, urgente!!);
3) se as TVs deixarem de exibir a imagem de jornalistas que provam comidinhas ou bebidinhas estranhas, olham para a câmera com ar de falsa surpresa e exclamam coisas do tipo "delícia..." ou "estranho....";
4) se grupos de pagodeiros pararem de fazer aquela coreografia coletiva patética com pandeiros na mão e cabelos entupidos de gel;
5) se a imprensa for proibida ad eternum de publicar declarações do tipo "tenho certeza de que, lá no céu, ele deve estar rindo" ou estultices parecidas, a cada vez que morre alguém famoso ( céu não existe, oh idiota. Ninguém ri depois de morto. Ninguém brinca. Ninguém fala. Ninguém respira. Cem por cento dos mortos ou se decompõem debaixo da terra ou viram pó depois de passar pelo forno crematório. Jamais houve exceção a esta regra. É uma lei irrevogável da natureza. Para que ficar "dourando a pílula" com frases bonitinhas sobre coisas que jamais acontecerão ?).
6) se os "livros de ouro" de Natal forem igualmente banidos para sempre;
7) e assim por diante.
1) aquela idiota alucinada, Britney Spears, se internar pelo resto da vida num sanatório do interior da Suíça, em vez de ficar enchendo a paciência da humanidade com suas farras patéticas;
2) se nunca,jamais, sob hipótese alguma, revistas de celebridades destacarem na capa declarações de atrizinhas e artistinhas grávidas e semi-analfabetas falando sobre o desafio de ser "mãe e mulher" ( um penico para o vômito, urgente!!);
3) se as TVs deixarem de exibir a imagem de jornalistas que provam comidinhas ou bebidinhas estranhas, olham para a câmera com ar de falsa surpresa e exclamam coisas do tipo "delícia..." ou "estranho....";
4) se grupos de pagodeiros pararem de fazer aquela coreografia coletiva patética com pandeiros na mão e cabelos entupidos de gel;
5) se a imprensa for proibida ad eternum de publicar declarações do tipo "tenho certeza de que, lá no céu, ele deve estar rindo" ou estultices parecidas, a cada vez que morre alguém famoso ( céu não existe, oh idiota. Ninguém ri depois de morto. Ninguém brinca. Ninguém fala. Ninguém respira. Cem por cento dos mortos ou se decompõem debaixo da terra ou viram pó depois de passar pelo forno crematório. Jamais houve exceção a esta regra. É uma lei irrevogável da natureza. Para que ficar "dourando a pílula" com frases bonitinhas sobre coisas que jamais acontecerão ?).
6) se os "livros de ouro" de Natal forem igualmente banidos para sempre;
7) e assim por diante.
"EU TAMBÉM DESCONFIO DE ÁRVORE DE NATAL"
Ivan Lessa:
"O mundo é estranho e perigoso. Eu também desconfio de árvore de Natal.
De tudo que tenha a ver com a data festiva"
aqui:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071219_ivanlessa_tp.shtml
"O mundo é estranho e perigoso. Eu também desconfio de árvore de Natal.
De tudo que tenha a ver com a data festiva"
aqui:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071219_ivanlessa_tp.shtml
UMA LINDA MULHER
Recitando mentalmente uma ode de Horácio, me afastei para me preparar para o encontro com minha musa. O que, saliente-se, não deixa de ser daqueles mistérios literários insondáveis, bem no estilo da dúvida sobre a fidelidade de Capitu: me preparava para Cloe, mas ia, curiosamente, ao encontro de Dulcinea.
(Mais, aqui)
(Mais, aqui)
UM PEDIDO SINCERO AOS EFOCs ( EQUÍVOCOS FEITOS DE OSSO E CARNE) NESTE MOMENTO DE CONGRAÇAMENTO UNIVERSAL: PAREM DE CANTAR EM ENTERROS!
2008 vem aí! "Grande coisa...", diria o espírito-de-porco que habita meu zoológico interior. "Pelo menos pode ser melhor do que este 2007 estúpido", declararia o anjo-da-guarda, num momento de desatenção.
Mas tenho uma esperança firme: a humanidade progredirá drasticamente se, em enterros de gente famosa, ninguém, nunca, jamais, sob hipótese alguma, começar a cantar.
É inapropriado, é patético, é ridículo, é constrangedor.
Pergunta-se: em nome de todos os santos, o que é que custa ficar calado num enterro ? É tão difícil assim manter o lábio superior colado ao inferior? Por que não dar um repouso merecido às cordas vocais ? Não se deve cantar Hino Nacional em cemitério nem, muitíssimo menos, músicas feitas pelo morto. Ou hinos de clube de futebol. Ou toda e qualquer combinação de notas musicais.
Cemitério é lugar de silêncio. Mas há sempre um EFOC ( Equívoco Feito de Osso e Carne ) que começa a cantar.
Forma-se, então, o grande coro dos EFOCs - que, à noite, viverão seus dois segundos de fama no penúltimo bloco do telejornal local.
Mas tenho uma esperança firme: a humanidade progredirá drasticamente se, em enterros de gente famosa, ninguém, nunca, jamais, sob hipótese alguma, começar a cantar.
É inapropriado, é patético, é ridículo, é constrangedor.
Pergunta-se: em nome de todos os santos, o que é que custa ficar calado num enterro ? É tão difícil assim manter o lábio superior colado ao inferior? Por que não dar um repouso merecido às cordas vocais ? Não se deve cantar Hino Nacional em cemitério nem, muitíssimo menos, músicas feitas pelo morto. Ou hinos de clube de futebol. Ou toda e qualquer combinação de notas musicais.
Cemitério é lugar de silêncio. Mas há sempre um EFOC ( Equívoco Feito de Osso e Carne ) que começa a cantar.
Forma-se, então, o grande coro dos EFOCs - que, à noite, viverão seus dois segundos de fama no penúltimo bloco do telejornal local.
DESCOBERTA A FÓRMULA DA FELICIDADE!(MAS,ANTES,EM UM SHOPPING PRÓXIMO DE VOCÊ: A GRANDE, INTERMINÁVEL, PATÉTICA E HORRIPILANTE PROCISSÃO DOS IDIOTAS !)
Quer assistir - de graça - a um filme de terror ? Vá para um shopping center esta semana. Fique num canto do corredor. Observe atentamente a Grande Procissão de Idiotas. Você assistirá - de graça! - ao desfile de uma interminável galeria de personagens e cenas aterrorizantes, só comparáveis aos da série Sexta-Feira 13:
*bobões de bermuda e tênis devidamente acompanhados de uma perua entupida de sacolas que, com toda certeza, o trata de "benzinho", "amoreco", "fofura" ou estupidez parecida. Você vai ver de perto : o ente chamado pelo diminutivo é um (ou uma) hipopótomo(a) de cem quilos, no mínimo.
*crianças correndo de um lado para outro e repetindo para pais apalermados o mantra mágico: "compra! compra! compra!"
*um Papai Noel empapado de suor e louco para ir para casa logo
*um jornalista famoso uma vez declarou, numa entrevista, que somente uma em cada mil mulheres pode mostrar os pés em público. O autor da descoberta aparentemente esdrúxula nunca teve tanta razão. O corredor do shopping é um excelente ponto de observação: se prestar atenção, você testemunhará um horripilante desfile de pés feíssimos . Se tivessem um mínimo senso estético, as donas de tais aberrações poderiam simplesmente cobrir os pés com um sapato. Tão fácil! Mas, não : elas os exibem com o orgulho e a cegueira típica dos estúpidos, aparentemente sem notarem a gravidade do atentado que estão cometendo contra os olhos alheios ao desnudaram seus pés cheios de calosidades, joanetes, dedos tortos, deformações de toda espécie - um catálogo de horrores rastejantes.
*vendedoras que abordam os compradores com um sorriso falso colado no rosto e a pergunta irritante: "posso ajudar ?". Não, anta! Não pode nem deve! Sou perfeitamente capaz de escolher uma camiseta sozinho!
*lojas de disco entopem os canais auditivos dos transeuntes com lixo de septuagésima categoria;
trinados de cantoras baianas histéricas; sons indescritíveis emitidos por sertanejos; versos vomitivos expelidos por sub-cantores de pagode, daqueles que usam gel no cabelo. Você tenta escapar, mas não consegue. logo ali, adiante, outra loja repete o vômito sonoro,como numa interminável sessão de tortura.
*depois de quatro horas de observação, você se retira silenciosamente, passa no banheiro para, inspirado na paisagem circudante, dedicar-se a uma discreta sessão de vômito e parte para o cinema. Mas desiste de entrar antes até de olhar os cartazes, porque não quer correr o risco de se expor a nova - e fatal - dose de estupidez: e se a atração oferecida for um filme da Xuxa ?
Tomado de uma discreta felicidade por estar abandonando aquele inominável espetáculo de terror, você se dirige à porta de saída, olha com cara de Jason para alguém que se aproxima com um folheto de propaganda e, finalmente, ao chegar à calçada, como se quisesse purificar os pulmões, aspira com toda força o ar de dezembro, não sem antes repetir para si mesmo em voz baixa: "Never more! Never more! Never more! Never more!".
Fica intimamente feliz por escapar da masmorra. Começa, então, a caminhar, discreta mas firmemente, para o mais longe possível daquele circo de horrores, rumo a um ponto que só você conhece, um porto precário mas, graças a Deus, inacessível aos outros, um ancoradouro onde tudo é silêncio, solidão e genuína felicidade, a dezenas, centenas, milhares, milhões de anos-luz de distância daquele espetáculo patético.
A felicidade - você aprende, tardiamente - pode ser simples assim, sem dramas nem atropelos. Você se lembra do personagem de um livro antigo que sonhava com "luz,altura, claridade".
Sem querer, como se fosse um turista desavisado que entra na rua certa sem saber, você descobre que acertou o caminho , sem precisar incomodar os outros com perguntas inúteis. É melhor assim. Sempre foi. E será.
E, ah, a maior de todas as conquistas : consegue caminhar aliviado em meio ao inferno de dezembro.
*bobões de bermuda e tênis devidamente acompanhados de uma perua entupida de sacolas que, com toda certeza, o trata de "benzinho", "amoreco", "fofura" ou estupidez parecida. Você vai ver de perto : o ente chamado pelo diminutivo é um (ou uma) hipopótomo(a) de cem quilos, no mínimo.
*crianças correndo de um lado para outro e repetindo para pais apalermados o mantra mágico: "compra! compra! compra!"
*um Papai Noel empapado de suor e louco para ir para casa logo
*um jornalista famoso uma vez declarou, numa entrevista, que somente uma em cada mil mulheres pode mostrar os pés em público. O autor da descoberta aparentemente esdrúxula nunca teve tanta razão. O corredor do shopping é um excelente ponto de observação: se prestar atenção, você testemunhará um horripilante desfile de pés feíssimos . Se tivessem um mínimo senso estético, as donas de tais aberrações poderiam simplesmente cobrir os pés com um sapato. Tão fácil! Mas, não : elas os exibem com o orgulho e a cegueira típica dos estúpidos, aparentemente sem notarem a gravidade do atentado que estão cometendo contra os olhos alheios ao desnudaram seus pés cheios de calosidades, joanetes, dedos tortos, deformações de toda espécie - um catálogo de horrores rastejantes.
*vendedoras que abordam os compradores com um sorriso falso colado no rosto e a pergunta irritante: "posso ajudar ?". Não, anta! Não pode nem deve! Sou perfeitamente capaz de escolher uma camiseta sozinho!
*lojas de disco entopem os canais auditivos dos transeuntes com lixo de septuagésima categoria;
trinados de cantoras baianas histéricas; sons indescritíveis emitidos por sertanejos; versos vomitivos expelidos por sub-cantores de pagode, daqueles que usam gel no cabelo. Você tenta escapar, mas não consegue. logo ali, adiante, outra loja repete o vômito sonoro,como numa interminável sessão de tortura.
*depois de quatro horas de observação, você se retira silenciosamente, passa no banheiro para, inspirado na paisagem circudante, dedicar-se a uma discreta sessão de vômito e parte para o cinema. Mas desiste de entrar antes até de olhar os cartazes, porque não quer correr o risco de se expor a nova - e fatal - dose de estupidez: e se a atração oferecida for um filme da Xuxa ?
Tomado de uma discreta felicidade por estar abandonando aquele inominável espetáculo de terror, você se dirige à porta de saída, olha com cara de Jason para alguém que se aproxima com um folheto de propaganda e, finalmente, ao chegar à calçada, como se quisesse purificar os pulmões, aspira com toda força o ar de dezembro, não sem antes repetir para si mesmo em voz baixa: "Never more! Never more! Never more! Never more!".
Fica intimamente feliz por escapar da masmorra. Começa, então, a caminhar, discreta mas firmemente, para o mais longe possível daquele circo de horrores, rumo a um ponto que só você conhece, um porto precário mas, graças a Deus, inacessível aos outros, um ancoradouro onde tudo é silêncio, solidão e genuína felicidade, a dezenas, centenas, milhares, milhões de anos-luz de distância daquele espetáculo patético.
A felicidade - você aprende, tardiamente - pode ser simples assim, sem dramas nem atropelos. Você se lembra do personagem de um livro antigo que sonhava com "luz,altura, claridade".
Sem querer, como se fosse um turista desavisado que entra na rua certa sem saber, você descobre que acertou o caminho , sem precisar incomodar os outros com perguntas inúteis. É melhor assim. Sempre foi. E será.
E, ah, a maior de todas as conquistas : consegue caminhar aliviado em meio ao inferno de dezembro.
A LEITURA : "UM DOS ÚLTIMOS REFÚGIOS DA CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL"
..."a leitura estará deixando de ser um hábito?
Há quem diga que ela está se tornando um vício solitário e – acima de tudo – um exercício de resistência.
Sou obrigado a concordar. Afinal, essa atividade silenciosa e meditativa, pautada na “interrupção temporária e corajosa de qualquer ligação com o mundo” (Santo Agostinho) talvez seja hoje um dos últimos refúgios da consciência individual"
aqui: http://antoniofernandoborges.com/
Há quem diga que ela está se tornando um vício solitário e – acima de tudo – um exercício de resistência.
Sou obrigado a concordar. Afinal, essa atividade silenciosa e meditativa, pautada na “interrupção temporária e corajosa de qualquer ligação com o mundo” (Santo Agostinho) talvez seja hoje um dos últimos refúgios da consciência individual"
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