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— Me admira tu, Ronildo, pensar uma coisa dessa. Sou da época em que ainda se usava o pinto nas relações sexuais, meu camarada. Naquele tempo, o crime ainda era criminalizado no Brasil.
— Ah, bom. Porque eu também sou assim. Essas invenções modernas... Por exemplo, o cortador de unha. Tem coisa mais imoral do que o cortador de unha?
— Indecente. Os casais não praticam mais hoje em dia o santo ritual da mulher cortando a unha do marido.
— E usando tesourinha.
— Tesourinha, claro. Isso era a base de todo casamento.
— Pelo menos dos sadios. Garçom, traz mais um chope!
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(Texto completo, aqui)
4 de outubro de 2007
Zzzzzzzz
Quando atores de cinema se vêem obrigados a dizer, aos entrevistadores, que não são os personagens que interpretam, mais uma vez a razão recai sobre os comedores de cheesburger: só existe um tipo de "filme adulto".
O SOPA RESSUSCITA
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Depois de enfrentar uma crise de audiência que nos levou a contratar uma firma de auditoria para disgnosticar o problema, o Sopa de Tamanco volta aos poucos a voar em céu de brigadeiro. O número de acessos sobe para níveis razoáveis. Já dá para encher um avião daqueles grandes, pronto para cair a qualquer momento.
A crise provocou pelo menos uma baixa: irritado com a queda no número de acessos, um de nossos executivos engravatados demitiu sumariamente o primeiro faxineiro que apareceu pela frente.
O problema é que o faxineiro, como na piada antiga, não era contratado. Virou-se para o executivo e se vingou,na hora:
"Demitido uma ova! O senhor é que trate de arrumar seus papéis e desaparecer da minha frente agora! Já!".
Humilhado, o executivo fez as malas e foi embora.
O Sopa de Tamanco voltou, então, a funcionar sem problemas.
As contas estão em dia. Ou seja: todo mundo continua sem receber nada para escrever aqui. Não existe patrão, não existe empregado, não existe horário.
É uma revolução sem precedentes nas relações trabalhistas: o salário é um tapinha nas costas, dado no final do expediente por um mendigo que foi contratado exclusivamente para este fim,em troca de um sanduíche de mortadela com manteiga Turvo.
Agora vai!
Depois de enfrentar uma crise de audiência que nos levou a contratar uma firma de auditoria para disgnosticar o problema, o Sopa de Tamanco volta aos poucos a voar em céu de brigadeiro. O número de acessos sobe para níveis razoáveis. Já dá para encher um avião daqueles grandes, pronto para cair a qualquer momento.
A crise provocou pelo menos uma baixa: irritado com a queda no número de acessos, um de nossos executivos engravatados demitiu sumariamente o primeiro faxineiro que apareceu pela frente.
O problema é que o faxineiro, como na piada antiga, não era contratado. Virou-se para o executivo e se vingou,na hora:
"Demitido uma ova! O senhor é que trate de arrumar seus papéis e desaparecer da minha frente agora! Já!".
Humilhado, o executivo fez as malas e foi embora.
O Sopa de Tamanco voltou, então, a funcionar sem problemas.
As contas estão em dia. Ou seja: todo mundo continua sem receber nada para escrever aqui. Não existe patrão, não existe empregado, não existe horário.
É uma revolução sem precedentes nas relações trabalhistas: o salário é um tapinha nas costas, dado no final do expediente por um mendigo que foi contratado exclusivamente para este fim,em troca de um sanduíche de mortadela com manteiga Turvo.
Agora vai!
A tática dos canalhas
Não sei se meu companheiro de SDT acatou bem as "desculpas" de F. Wolff no caso de plágio descarado. Eu achei de uma canalhice sem tamanho a crônica na qual o autor se dá a alcunha irônica de plagiário - uma ironia evidente de quem se acha acima do bem e do mal.
As desculpas são um ataque. Em nenhum momento F. Wolff reconhece o erro. Ele dá uma série de justificativas. E, para piorar, ataca um leitor que o acusou de... plágio. Dá até os dados todo do leitor, o que, se não me engano, é grave delito de ética jornalísticas. Se bem que, sabemos, F. Wolff não liga para isso.
Aliás, desta história toda ficou a lição (para aqueles que ainda não tomaram conhecimento): o JB já era. Morreu. A total ausência de satisfação do jornal para com os leitores é grave sintoma de autismo jornalístico. O JB é um expoente desta arrogância que, infelizmente, esta disseminada. Jornalistas escrevem para jornalistas. O leitor que se dane.
Voltando ao Sr. Lobo, vale notar que ele faz parte de certa elite intelectual do País que reflete bem o caráter da nação. Repare que ele não abaixa a cabeça para o leitor, esta plebe intelectual, porque se acha acima dela. Conhecedor do bem e do mal, dono de vidas - se este tipo de gente toma o poder vai faltar muro. Incapazes de assumir um erro, são o que há de mais representativo da honra nacional.
O pior é que esta raça deixou um legado: mais e mais intelectuais de botequim arrogantes, incapazes de reconhecer um erro e de pedir desculpas. Pior: orgulhosos dos próprios defeitos. É gente que admira Jaguar pelo caso Simonal. O cartunista jamais pediu desculpas. Pelo contrário, arrebitou o nariz. Psicanaliticamente, entende-se: é a defesa dos baixos. Tática que boa parte das pessoas que cresceu sob a aura de (falsa) grandiosidade do Pasquim reproduz, como se fosse um exemplo de altivez moral.
As desculpas são um ataque. Em nenhum momento F. Wolff reconhece o erro. Ele dá uma série de justificativas. E, para piorar, ataca um leitor que o acusou de... plágio. Dá até os dados todo do leitor, o que, se não me engano, é grave delito de ética jornalísticas. Se bem que, sabemos, F. Wolff não liga para isso.
Aliás, desta história toda ficou a lição (para aqueles que ainda não tomaram conhecimento): o JB já era. Morreu. A total ausência de satisfação do jornal para com os leitores é grave sintoma de autismo jornalístico. O JB é um expoente desta arrogância que, infelizmente, esta disseminada. Jornalistas escrevem para jornalistas. O leitor que se dane.
Voltando ao Sr. Lobo, vale notar que ele faz parte de certa elite intelectual do País que reflete bem o caráter da nação. Repare que ele não abaixa a cabeça para o leitor, esta plebe intelectual, porque se acha acima dela. Conhecedor do bem e do mal, dono de vidas - se este tipo de gente toma o poder vai faltar muro. Incapazes de assumir um erro, são o que há de mais representativo da honra nacional.
O pior é que esta raça deixou um legado: mais e mais intelectuais de botequim arrogantes, incapazes de reconhecer um erro e de pedir desculpas. Pior: orgulhosos dos próprios defeitos. É gente que admira Jaguar pelo caso Simonal. O cartunista jamais pediu desculpas. Pelo contrário, arrebitou o nariz. Psicanaliticamente, entende-se: é a defesa dos baixos. Tática que boa parte das pessoas que cresceu sob a aura de (falsa) grandiosidade do Pasquim reproduz, como se fosse um exemplo de altivez moral.
SEXO ORTODOXO
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— E como é que tu faz pra ela gozar?
— Ah, simples: vassoura, espanador...
— Como é que é, cara? Tu enfia um cabo de vassoura ou um espanador no... na... enfim, na tua mulher?
— Claro que não, rapá! Tá me estranhando? Eu sou tradicionalista, um homem à antiga. Só pratico o sexo ortodoxo, referendado pela Igreja.
— Pra fins de reprodução ou com crianças, então?
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(Texto completo, aqui)
— E como é que tu faz pra ela gozar?
— Ah, simples: vassoura, espanador...
— Como é que é, cara? Tu enfia um cabo de vassoura ou um espanador no... na... enfim, na tua mulher?
— Claro que não, rapá! Tá me estranhando? Eu sou tradicionalista, um homem à antiga. Só pratico o sexo ortodoxo, referendado pela Igreja.
— Pra fins de reprodução ou com crianças, então?
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(Texto completo, aqui)
LOS TRES AMIGOS
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Tornando a andar, Moisés perguntou a Jesus:
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— E seu pa-pa-pai, Lu-Lúcifer?
— Lu-Lúcifer, pa-pa-pai Moi-se-sés?!
— Não liga. Ele tá meio... — explicou Abraão, girando o indicador ao redor da orelha. — Muito sol na cabeça. Além disso, segundo pesquisas recentes, o excesso de maná afeta a área do cérebro responsável pela memória e pela concentração.
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(Texto completo, aqui)
Tornando a andar, Moisés perguntou a Jesus:
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— E seu pa-pa-pai, Lu-Lúcifer?
— Lu-Lúcifer, pa-pa-pai Moi-se-sés?!
— Não liga. Ele tá meio... — explicou Abraão, girando o indicador ao redor da orelha. — Muito sol na cabeça. Além disso, segundo pesquisas recentes, o excesso de maná afeta a área do cérebro responsável pela memória e pela concentração.
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(Texto completo, aqui)
O DIA EM QUE DRUMMND POLZONOFFIOU
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Em seu "Dossiê Drummond", Geneton Moraes Neto, o popular Mito, também conhecido pela alcunha de Bola de Boliche, transcreve com exclusividade uma entrevista engraçadíssima e absolutamente informal que a namorada de CDA, Lygia Fernandes, fez com o poeta. Depois, é a vez do poeta entrevistá-la. Em ambos os casos, Carlos (para os íntimos) usa de uma ironia deliciosa, muitas vezes picante. Reproduzo abaixo um trecho da parte em que ele está fazendo as vezes de repórter. De repente, tem um surto agudo de polzonoffianismo (no bom sentido do termo) e aproveita pra esculhambar a dance music.
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CDA: As pessoas não dançam. As pessoas se mexem, não conversam. Não sentem nenhum prazer estético. Obedecem como bonecos a uma ordem de pular. Pular, não: se mexer.
LF: Você pode não gostar, mas gosto muito de pular.
CDA: Não. Eu nunca fui...
LF: Gosto muito de dançar, mas a dança de hoje não é uma dança como a de antigamente; a gente ficava colado um no outro, de rostinho.
CDA: Perdão! O que você chama de dança de hoje não é dança. É alguma coisa de gestos, mas dança não é, de maneira nenhuma.
LF: Mas eu gosto...
CDA: É um mínimo de ritmo.
LF: A gente acompanha com o corpo esse ritmo...
CDA: É um ritmo elementar, não tem nenhuma sutileza. As pessoas desaprenderam a dançar. Uma herança milenar que veio da Grécia hoje não é mais respeitada nem conhecida. As pessoas fazem gestos mecânicos, atuam como bonecos, como marionetes, obedecendo a uma ordem de uma empresa de cerveja, ou refrigerante, ou cigarro, qualquer coisa. (...) Pensam que se divertem... Porque não têm nenhuma necessidade interior. Não sabem nada, não conhecem nada, não querem nada...
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Coitado de Drummond. Viver numa época assim não deve ter sido fácil. É uma pena que o vate não tenha durado mais algumas décadas. Suspeito que se encantaria com as atuais raves. E com Rick e Renner.
Em seu "Dossiê Drummond", Geneton Moraes Neto, o popular Mito, também conhecido pela alcunha de Bola de Boliche, transcreve com exclusividade uma entrevista engraçadíssima e absolutamente informal que a namorada de CDA, Lygia Fernandes, fez com o poeta. Depois, é a vez do poeta entrevistá-la. Em ambos os casos, Carlos (para os íntimos) usa de uma ironia deliciosa, muitas vezes picante. Reproduzo abaixo um trecho da parte em que ele está fazendo as vezes de repórter. De repente, tem um surto agudo de polzonoffianismo (no bom sentido do termo) e aproveita pra esculhambar a dance music.
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CDA: As pessoas não dançam. As pessoas se mexem, não conversam. Não sentem nenhum prazer estético. Obedecem como bonecos a uma ordem de pular. Pular, não: se mexer.
LF: Você pode não gostar, mas gosto muito de pular.
CDA: Não. Eu nunca fui...
LF: Gosto muito de dançar, mas a dança de hoje não é uma dança como a de antigamente; a gente ficava colado um no outro, de rostinho.
CDA: Perdão! O que você chama de dança de hoje não é dança. É alguma coisa de gestos, mas dança não é, de maneira nenhuma.
LF: Mas eu gosto...
CDA: É um mínimo de ritmo.
LF: A gente acompanha com o corpo esse ritmo...
CDA: É um ritmo elementar, não tem nenhuma sutileza. As pessoas desaprenderam a dançar. Uma herança milenar que veio da Grécia hoje não é mais respeitada nem conhecida. As pessoas fazem gestos mecânicos, atuam como bonecos, como marionetes, obedecendo a uma ordem de uma empresa de cerveja, ou refrigerante, ou cigarro, qualquer coisa. (...) Pensam que se divertem... Porque não têm nenhuma necessidade interior. Não sabem nada, não conhecem nada, não querem nada...
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Coitado de Drummond. Viver numa época assim não deve ter sido fácil. É uma pena que o vate não tenha durado mais algumas décadas. Suspeito que se encantaria com as atuais raves. E com Rick e Renner.
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