23 de agosto de 2007

DA SÉRIE: REPÓRTER GOSTA DE CONTAR VANTAGEM (VOLUME 1)

.
Vi uma vez um jogo da seleção brasileira, pela TV, no apartamento de Nélson Rodrigues, no Leme, ao lado da fera. O homem, talvez por distração, marcara a entrevista para a hora do jogo. A entrevista não era sobre futebol.

Os times entram em campo. Imaginei: o cronista genial deve saber de tudo sobre o jogo. Que nada. Dramático, Nélson Rodrigues pede que alguém tire o som da TV. Bota a mão no peito: "O Brasil me faz mal ! O Fluminense me faz mal!".

Vira-se para mim e faz a pergunta inesquecível, com aquele olhar mortiço,o queixo ligeiramente caído: "Quem é o nosso adversário hoje ?".
Era o Peru. O Brasil ganhou de três a zero.

Nélson Rodrigues não precisava saber nem do nome do adversário. Isso é coisa para os "idiotas da objetividade". O jornal do dia seguinte trouxe, é claro, uma crônica brilhante de Nélson Rodrigues em louvor da seleção brasileira.

Eis uma bela lição. Que tal acordar pela manhã, começar a batalha e, só então, perguntar ao mundo:

"Quem é o nosso adversário hoje ?".


Grandes Anúncios Retroativos

.
Lembramos sempre que essa transmissão é um oferecimento dos Elmos Leônidas. Não tente tapar o sol com uma chuva de flechas: só Leônidas fabrica os melhores elmos do mercado. Inseguro diante dos medos? Os Elmos Leônidas são a solução.
.
(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/clssico-dos-clssicos.html)

Sobre a Playboy com Mônica Veloso

Não se fala de filé em casa de pecuarista.

Analogias que Amamos

.
No entanto, enquanto me contorcia no chão como Hécuba ao saber da morte dos seus e fazia caretas mais horrendas que as da Rogéria, eis que ouço sair de mim um gritinho fino e prolongado que faria Jackie Chan se sentir o Cid Moreira.
.
(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/07/artes-marciais.html)

Reflexão em plena tempestade de idéias

Em publicidade, nada se cria, tudo se copia e, às vezes, também se sonega.

Agora, sim. adeus, anos 60

Os sites anunciam que os Rolling Stones vão vestir os pijamas, depois de quarenta e cinco anos de estrada, rock da pesada e de drogas que não pagam ICMS. Parodiando Tom Zé, eles envelheceram depois dos nossos sonhos e pesadelos. Não é pouco. Jornalistas do mundo inteiro agora já podem confirmar que, enfim, os insepultos anos 60 agora serão cremados num final de tarde londrino. E para homenagear as velhuscas hediondas Duquesas de Vinil, um fragmento de poema de um grande poeta brasileiro, o paraibano Augusto dos Anjos.

Eu sou aquele que ficou sozinho
Cantando sobre os ossos do caminho
A poesia de tudo quanto é morto!
(O poeta do hediondo)

GREGOS X TROIANOS

.
— Bem, Heródoto, eu estou ao lado do principal atacante a carregar o escudo dos aquivos de grevas bem-feitas, Aquiles. Aquiles, parece que houve desentendimentos entre você e a comissão técnica, você teria discutido com o treinador Agamenon. É verdade?
— Bom, Xeno, eu acho que esse é um assunto extracampo de batalha. O importante é que a equipe tá imbuída e determinada e todos os holocaustos foram feitos.
— Você está plenamente recuperado da contusão?
— Cem por cento. O calcanhar não será problema.
— E o jogo? Vai ser complicado, não?
— Com certeza. O professor Príamo armou muito bem a defesa troiana. Acho que vai ser muito difícil atravessar a muralha adversária. Mas com fé em Zeus e Hera, e o apoio da de olhos glaucos, Atena, acho que a gente pode penetrar no flanco adversário e sair daqui com a loura da vitória.
.
(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/clssico-dos-clssicos.html)

O incômodo das elites, segundo Lula

- Trícia, você não entende que esse homem nos persegue?! Não vê que os benefícios conquistados pelos pobres nos trazem amargura?

- O que não entendo são sessenta milhões de reais em ativos, e você cismado com valores de pequeno-burguês, como se estivesse imprensado entre subir e cair. Olha só, hoje eu estou naqueles meus dias lésbicos... Pensei em chamar umas meninas e...

- Hmmm... Vamos usar as cordas novas também, não vamos? Juta japonesa, que textura, que textura!

“Bogotá, Bogotá, tão bonitiiiiiinho!”, ou de onde não se espera nada é que não sai nada mesmo

No site do MinC:

Bogotá 39 Escritores Menores de 39

Concurso de literatura realizado pela prefeitura de Bogotá em parceria com o Hay Festival

Quatro jovens escritores brasileiros foram selecionados no concurso literário Bogotá 39 Escritores Menores de 39 realizado pela prefeitura da cidade de Bogotá (Colômbia), em parceria com o ‘Hay Festival’, destinado a conhecer e divulgar a obra dos novos autores latino-americanos com menos de 39 anos. José Paulo Cuenca, Adriana Lisboa, Santiago Nazarián e Verônica Stigger são os brasileiros escolhidos.

Eles foram convidados a participar do encontro dos 39 melhores narradores latino-americanos selecionados no concurso, que vai ocorrer em Bogotá, entre os dias 23 e 26 de agosto de 2007. O concurso faz parte das atividades de comemoração da escolha da cidade colombiana como ‘Capital Mundial do Livro em 2007′, feita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Em Bogotá, os jovens autores devem participar de palestras em universidades, bibliotecas públicas, museus e na Cinemateca Distrital da cidade, onde vão falar sobre os livros que escreveram, sobre os autores que os influenciaram e sobre o momento atual da literatura na América Latina. A seleção dos jovens escritores foi realizada por um juri de três destacados novelistas colombianos: Piedad Bonnett, Héctor Abad Faciolince e Óscar Collazos. Os nomes para o concurso foram apontados em uma consulta feita, pela Internet, aos leitores, editores, agentes literários e escritores, nos países latino-americanos.

Difusão da Literatura

O coordenador geral de Livro e Leitura da Fundação Biblioteca Nacional (FBN/MinC), Jéferson Assumção, considera o programa Bogotá 39 uma grande idéia, que pode render importantes frutos pois, “visa mapear a nova literatura de um continente reconhecido mundialmente por sua produção de altíssima qualidade”, comentou. Ele disse que o projeto é um grande instrumento para a difusão da literatura latino-americana e integração regional, favorecendo a exportação de títulos dos novos autores.

Ha! Ha! Ha! Era só o que me faltava. Quer dizer então que João Paulo Cuenca (identificado como José na matéria) e Santiago Nazarian são dois dos 39 melhores narradores latino-americanos com menos de 39 anos? Eu fico imaginando quem eram os outros que competiam com eles. Não vou colocar Adriana Lisboa e Verônica Stigger no meu comentário porque não li seus livros. Fica para a próxima.

Voltando à vaca fria, Cuenca, em seu livro Corpo Presente, é autor de frases esplendorosas como essa:

Mesmo morta você está quente, Carmen. Eu não consigo fazer você morrer em mim. Sei que você está aqui neste quarto, mesmo não estando.

Caetano Veloso perde, pois não? É, meus caros leitora e leitor, Corpo presente não é só feito de frases ruins, mal elaboradas, tolas. É inodoro, incolor, insosso, com personagens fracos e o desfile de escatologias próprio de parte dos novos escritores brasileiros que hoje em dia ainda acha que pode chocar com palavrões e bizarrices. Maus escritores pioram com o tempo. Está aí Rubem Fonseca que não me deixa mentir. Por isso, não adianta esperar que Cuenca melhore. O que me intriga é o sucesso conquistado por esse rapaz. É a prova cabal de que a culpa pelo sucesso de um mau escritor não é só dele. É compartilhada com quem o publica; com quem o saúda como talentoso; com quem compra seus livros; com quem, por omissão, permite a celebração de uma fraude.

E vamos ao Marilyn Manson da jovem literatura nativa: Santiago Nazarian. Ele já começa assim o seu Mastigando humanos:

Eu fiz uma longa viagem para chegar até aqui. Não nasci em berço de ouro, para depois ser jogado na privada. Nem fui criado às margens desta poluída cidade. Tive uma infância e adolescência ordinárias, como a maioria da minha espécie, e talvez tenha até demorado um pouco para seguir meu próprio caminho, mas não demais. Afinal, os caminhos abertos a nós sempre foram abertos por outros, não são nossos, real ou exclusivamente.

O narrador é um jacaré. Longe de mim querer julgar um jacaré, qualificado na orelha do livro como “urbano, frustrado e existencialista”, mas o existencialismo chinfrim que Nazarian destila no livro não pode ser do jacaré. Por eliminação, é do autor mesmo. E, faça-me o favor, nem estudante de primário na redação sobre as férias escolares pode escrever “os caminhos abertos a nós sempre foram abertos por outros, não são nossos, real ou exclusivamente”.

Mas não é só isso, e peço sua paciência para apenas mais um trecho:

Então voltei para a minha solidão acadêmica, onde eu ainda podia exercitar meu maxilar. A cela feita à minha medida, a focinheira que me permitia respirar, o preservativo sem o qual eu nunca poderia tocar o interior de outro ser… Lassidão.

Tocar o interior de outro ser? São Cosme e Damião me protejam.

Fico imaginando sempre quais foram as leituras, estudos e prática de escrita que autores como Cuenca e Nazarian se permitiram, imaginando, claro, que se permitiram a ler, estudar, escrever, reescrever, lapidar. E todos eles têm explicações na ponta da língua para suas obras ruins. No site do Nazarian, a explicação dele:

Autores de literatura são covardes. Eles querem ser respeitados, aceitos como “elite”, então têm medo de usar elementos que pertencem à literatura pop ou que não sejam exatamente de bom gosto. Os autores jovens, por exemplo, cresceram com cultura pop, mas negam isso em seus textos porque querem escrever como “velhos autores”, querem ser aceitos por eles, não se arriscam a trazer algo novo. Eu mesmo tinha esse preconceitos; meus três primeiros romances são bem trevosos e depressivos, e eu achava que literatura de respeito deveria ser assim. Mas comecei a mudar meu ponto de vista quando escrevi “Mastigando Humanos”, comecei a ver que eu poderia fazer mais como “autor jovem”, podia trazer algo novo, não devia negar meu repertório pop. Então coloquei Godzila ao mesmo tempo em que coloquei o corvo do Poe no meu texto, por exemplo. Acho tolo um autor jovem querer escrever como um “senhor autor”. Eu vou ser velho num minuto, neste instante, eu devo tentar outras coisas.”

Para Marilyn Manson Nazarian, autores que querem escrever bem são covardes. E mais: fazem literatura, não porque nasceram para tal, mas com o objetivo único e exclusivo de serem aceitos. Nazarian acha que o que faz é novo. Ignora, por ignorância ou má-fé, parte da história da literatura mundial que já tratou com qualidade dos temas que ele aborda, algo que ele ainda não conseguiu fazer. O problema não é negar o “repertório pop” (argh!), afinal, é o único que ele tem. O problema é tornar o repertório, para usar uma palavra do moço, em literatura de qualidade. A questão não é de repertório; é de talento, exercício e superação. Não me parece que ele e seus pares tenham isso em mente. Ou se têm, não nasceram mesmo para a coisa. Fazer o quê, né?

POSFÁCIO

O site que apresenta os autores abre com uma pergunta: ¿Hacia dónde va la literatura latinoamericana actual? Se depender de Cuenca, Nazarian et caterva, a lugar algum. Ou melhor, para o pior lugar possível. Porque, você bem sabe, de onde não se espera nada é que não sai nada mesmo.

UMA DÚVIDA SUSSURRADA SOBRE O BRASIL

.
Juro por Nossa Senhora do Perpétuo Espanto: a pergunta mais inesquecível que ouvi na vida me foi feita numa sala de aula de um colégio que tinha péssima fama, o Carneiro Leão, na rua do Hospício, no Recife, nos idos de 1970. Durante uma prova, um colega que sentava ao lado me perguntou, em voz baixa e sussurrante, para não despertar a atenção do professor :

- Brasil é com "s" ou com "z" ?

Fazia sentido.

Eu tinha treze anos de idade. Nem suspeitava, mas, ah, o Brasil, pela vida afora, se tornaria o grande tema de todas as dúvidas.

Aquela - sussurrada pelo colega - seria apenas a primeira de uma série interminável.

Já pensaram nisso

E se todo esse movimento Cansei for apenas uma jogada de marketing para o lançamento de uma linha de produtos diet para os cachorros de Campos de Jordão e dos Jardins de São Paulo? E se for só para lançar uma série (em DVD) de exercícios aeróbicos da cantora Ivete Sangalo? Ou então para preparar os banqueiros para a vinda do Messias, o novo Jesus? E se for para o lançamento de uma campanha nacional para se descobrir qual será a nova Namoradinha do Brasil? Não seria uma campanha contra o extermínio de papagaios na televisão brasileira? Ou a favor da taxidermização de atrizes, apresentadoras e primeiras-damas que já passaram dos setenta, oitenta anos? E se for de apoio à ressurreição do Mobral? Ou para expulsar todos os cubanos, piauienses, bolivianos e venezuelanos? Ou se for para conscientizar os consumidores de que os produtos Philips não são recomendáveis? Não poderia ser contra o uso indiscriminado do "dizoito" nos telejornais? Ou em defesa de velhos metalúrgicos que foram abduzidos pelo capitalismo? Pensem nisso. O Brasil espera por vocês.

Data vênia, caros rábulas

No julgamento da "organização criminosa" (foi o procurador-geral que disse) do Mensalão nunca se viram tantos rábulas reunidos, originários das centenas de faculdades de Direito que se proliferam pelo país afora. Os mensaleiros só são quarenta, já os rábulas barbudos se contam aos milhares.

O incômodo das elites, segundo Lula

- Dois mil e quinhentos dólares... É uma diária bem razoável, você não acha, benzinho? Olha que maravilha o Arpoador... Daqui não dá para ver os pivetes, só as pedras e o mar...

- Desculpe, Florência. Eu... Sei lá, viu.

- O sucesso do governo Lula de novo... Esquece isso. Nós não combinamos que nessa viagem...? Estamos no Rio, bebê. No Fasano. Hotel lindo, lindo. Tão esnobe que não dá o valor da diária no site... O que a gente pode querer mais?

- Não consigo tirar isso da cabeça. Simplesmente não consigo. Todos aqueles eleitores que um dia... As nomeações que não... As obras canceladas... Passa o Dom Pérignon, por favor. E é verdade que vai fazer frio em Nova York?

Da vida imitando a arte

- Os argumentos do ilustre Procurador, portanto, se resumem a...

- Contribuição milionária de todos os erros, meritíssimo.

- No nosso entender, aí está todo o problema. O senhor quer nos fazer crer que o suposto esquema vinculado está ao modernismo. Falta-lhe, todavia, a atualização das décadas que se seguiram, culminando no pós-modernismo, doutor.

- O meritíssimo quer aplicar o pós-modernismo ao mensalão?

- Sabemos hoje que o mais importante é o autor desconfiar do próprio texto, doutor Procurador. Observância que o senhor ignorou.

Mais respeito à ficção

A sempre eficiente Polícia Federal informa que a contabilidade das fazendas do senador Renan Calheiros é "fictícia". Fictícia? Não seria mais adequado usar o termo "fraudada"? Mais correto e até mais justo com os milhões de brasileiros caloteiros compulsórios que ilustram, involuntariamente, os cadastros do SPC e Serasa. Esses, sim, vivem uma permanente ficção: os salários e rendimentos não conseguem jamais pagar as contas do mês e ainda têm os nomes estigmatizados no índex do calote. A diferença entre fraude e ficção é enorme. Já entre um lobista e um boi não existe diferença alguma. São espécimes do mesmo sub-reino animal. Isso a Polícia Federal teria obrigação de saber.

Foi o Rio...

Deborah Secco, gostosíssima duas Playboy depois, apanhar em novela, seja qual for a personagem, é misoginia explícita. Se o doutor Roberto estivesse vivo demitiria na hora esses misóginos. Vão bater na mãe, rastejar no divã, deixem a moça em paz. Queremos mais lingerie. O ectoplasma de doutor Roberto também.

DIZEI, NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO ESPANTO

.
Faça o seguinte : olhe para o teto. Fixe o olhar durante vinte e cinco segundos no branco imaculado. Concentre-se profundamente. Respire fundo. Recite:
Nossa Senhora do Perpétuo Espanto, dizei-me : eu quero ver nas revistas ou nos jornais ou nos sites foto de recém-nascido parido por gente famosa ? A imagem de um pós-feto estampada num pedaço de papel pintado contribuirá em quê para o avanço da humanidade ? Aliás: qual é a diferença entre um pós-feto e outro ? Não é tudo igual ? Não estão todos de olhos fechados e cara amassada ? O que é que eu aprenderei contemplando uma foto desse projeto de subcelebridade ?

Você ouve, clara e nítida, a resposta, soprada por Nossa Senhora do Perpétuo Espanto : "Nada! Nada! Nada!".

Fecho a revista. Relincho três vezes para limpar a garganta.

E vou obturar o dente.



PERGUNTA FEITA AOS CÉUS

.
A polícia que prende e deporta atletas cubanos continua solta ?

THE BEST

.
O melhor livro de ficção do ano acaba de ser publicado. É um daqueles (raros) livros de leitura arrebatadora. O problema é que o livro foi publicado como "romance" mas, na verdade, não é ficção. É quase autobiográfico.

O Sopa de Tomanco faz suspense sobre o título. Em breve, tratará do assunto.

Sinal dos tempos

Ontem morreu uma ex-miss. 24 anos, loira oxigenada, miss. Na flor da idade, morte trágica, num acidente de automóvel, miss.

Miss.

A morte da ex-miss recebeu mais atenção dos portais (G1, UOL, Terra, IG) do que a morte de Joel Silveira.

E, sim, isso significa alguma coisa.

MARACUTAIA CARIBENHA

.
Cuba informa: os atletas cubanos que foram deportados do Brasil em tempo recorde, numa operação suspeitíssima, jamais poderão sair da ilha.

A informação foi dada pelo chanceler cubano. É destaque na edição do Globo de hoje.

Isso ainda vai virar um escândalo: como foram feitas, na surdina, as negociações entre o governo brasileiro e o governo cubano, para que a captura e a deportação dos dois atletas fossem feitas num piscar de olhos ?

É óbvio que houve uma maracataia internacional neste caso. O Brasil jamais exibiu tamanha presteza, eficiência e rapidez na deportação de estrangeiros em situação supostamente irregular.

Agora, os dois estão condenados ao exílio, dentro de casa. Ou a uma prisão domiciliar. A carreira dos dois como atletas internacionais foi sumariamente interrompida.

Se a deportação tivesse sido feita a pedido de uma ditadura de direita, seria igualmente escandalosa.

Já, já, a notícia some dos jornais.

E assim caminha a humanidade.

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 2

.
Lá está no vídeo o imponente entrevistado com o intróito de sempre:

- Veja bem....

Ponho os óculos, olho lá na frente, olho atrás, olho dos lados, olho em cima e embaixo e não vejo nada, absolutamente nada.


Joel Silveira

Tipificação dos chatos

Não há esporte mais batido na crônica brasileira do que a tipificação dos chatos. Mas não resisto, porque acho que dscobri um tipo ainda não catalogado por chatos como Luis Fernando Veríssimo e Marconi Leal.

Trata-se do sujeito que, numa conversa trivial, num restaurante ou bar ou mesmo na sua casa, fica entrevistando as pessoas ao seu redor. Você sai da casa do sujeito com a impressão - por fim real - de que ele não disse absolutamente nada; ele só perguntou. Precisa dizer que o cara é jornalista?

O que você acha disso? E disso? E disso?

Sinceramente, eu acho que você deveria ter um pouco mais de contato com pessoas normais, seu freak, e falar o que pensa em vez de saber o que as pessoas pensam sobre assuntos absolutamente inúteis.

Acordei de bom humor.

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA

.
Pergunto eu, sob o ponto de vista ecológico e levando em conta o equilíbrio do meio ambiente, o que é mais necessário :um urubu ou um cantor baiano ?


Joel Silveira

FUTEBOL DOS DEUSES

.
— Muito bem, Homero, estamos aqui com o arqueiro da equipe de Tróia, Heitor. E então, Heitor, os troianos estão preparados para o embate?
.
— Olha, Heródoto, é aquela coisa, a guerra é uma caixinha de Pandora de surpresas e, se Zeus quiser, nós vamos derrotar os aquivos de grevas bem-feitas.
.
— Então vocês acham que ganham a pelada?
.
— Com certeza. Se Zeus, Afrodite e Apolo quiserem e a de olhos glaucos, Atena, e Poseidon não atrapalharem, a pelada vai ficar com meu irmão, Páris.
.
(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/08/clssico-dos-clssicos.html)

ARTES MARCIAIS

.
O taekwodo (de nome tão sugestivo) e seus congêneres me intrigam. Os golpes em si, imagino que sejam a parte mais fácil do treinamento. Já os gritinhos devem obedecer a um ritual mais complexo, exigindo do epígono uma mente treinada, além de certa propensão a se fantasiar de Carmem Miranda e ir ao Gala Gay no carnaval.
.
(Mais, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/07/artes-marciais.html)

EVOLUÇÃO

.
No início, a comunidade humana dispunha de apenas um punhado de vocábulos para se comunicar. Ou seja, era como se pertencêssemos a um grande time de futebol.

JUSTIÇA SEJA FEITA

.
Dizer que no mundo só há idiotas é injusto, totalmente parcial. E os imbecis ou os canalhas, por exemplo? E os débeis mentais?