4 de dezembro de 2007

THIS IS THE END

O ano agoniza. A MPB também. Qual foi a última bela música nova que você ouviu ?

A curto prazo, não há salvação para os dois.

O PROBLEMA SÃO OS OUTROS SEIS BILHÕES

Do blog de Walter Carrilho:

"Um amigo meu cunhou uma frase ótima: “Tem um milhão de pessoas que eu gosto e admiro. O problema são os outros 6 bilhões. Esses atrapalham.” Concordo. Esses outros humanos estão aumentando exponencialmente. Por mais que eu tente ser otimista, há sempre cretinos se esforçando para que eu perca a esperança na humanidade"


aqui: http://waltercarrilho.blogspot.com

PEQUENA ENCICLOPÉDIA DE CELEBRIDADES: TAGUE, JAMES

Assim falava Moraes Neto:

"O assassinato do presidente John Kennedy, ao meio-dia e meia da sexta-feira 22 de novembro de 1963, teve uma vítima desconhecida: um passante – que só parou para ver a passagem da comitiva porque o trânsito estava engarrafado – foi ferido na bochecha pelo estilhaço de uma das balas disparadas pelo ex-fuzileiro naval Lee Oswald contra o presidente. Nome da vítima: James Tague. É citado no relatório oficial sobre a morte do Presidente.
Hoje, ele é comerciante de carros usados. Dá uma resposta afirmativa ao meu pedido de entrevista, feito por telefone. O encontro fica marcado para o único endereço que conheço em Dallas: o célebre Depósito de Livros Escolares do Texas. De uma janela, no sexto andar do Depósito de Livros, Lee Oswald esperou com um rifle nas mãos a passagem da comitiva presidencial.
Chego ao encontro na hora marcada. Como identificar James Tague?
Noto que um texano típico – devidamente paramentado com botas de cowboy – caminha de um lado para outro na calçada do Depósito de Livros. De vez em quando, me olha, como se quisesse adivinhar quem sou. Fico imaginando se aquele cowboy é o meu personagem.
Faço a pergunta: “Mister Tague?”
O cowboy estende a mão, abre o sorriso, diz que estava desconfiado de que eu era o tal repórter brasileiro que marcara o encontro por telefone.
Depois de apontar para a janela de onde saíram os tiros, caminha até uma cerca – que, segundo os crentes em teorias conspiratórias, serviu de esconderijo para o segundo atirador, jamais encontrado.
O cowboy vendedor de carros usados engrossa o coro dos que dizem que Lee Oswald foi o único assassino, mas deixa em aberto um pequeno espaço para a dúvida.
Quando pergunto se ele acha que um dia o “Crime do Século” será definitivamente esclarecido, o cowboy responde com uma palavra: “Não”.
Depois, troca cumprimentos, diz que precisa voltar ao trabalho e desaparece no começo da tarde de Dallas. Por um desses acasos que só acontecem uma vez num século, o anônimo cowboy texano foi testemunha e coadjuvante de um dos maiores crimes da história".

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MANICÔMIO

Trata-se o dr. Nicomar Lael de gente de hábitos os mais esquisitos, ainda que o leitor encontre quem diga ser eu o estranho e o dr. Nicomar Lael, pelo contrário, a mais normal das criaturas — coisa que contesto veementemente, só não tomando as medidas cabíveis porque a esta hora os portões do manicômio já estão fechados.

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SUBDESENVOLVIDO

Que esperar de um país onde Marcelino Freire, Mirisola e Carpinejar são levados a sério?

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PEQUENA ENCICLOPÉDIA DE CELEBRIDADES: ALLEN, WOODY

Assim falava Moraes Neto:

"A máquina de relações públicas da distribuidora encarregada de lançar um filme de Woody Allen oferece uma entrevista exclusiva com o ator e diretor, na suíte de um hotel plantado às margens do Hyde Park, em Londres. Tento ser britanicamente pontual: chego na hora. A assessora me leva para uma ante-sala. Vai embora. Um minuto depois, chega o astro. É igual ao que se vê no cinema: tímido, esfrega as mãos enquanto fala, olha para o chão, solta tiradas geniais. É pálido como um boneco de cera. Pergunto se ele admira algum brasileiro. Tenho certeza de que Woody Allen – fanático por esportes – vai citar Pelé ou Romário ou Ronaldinho. Quebro a cara. Allen se declara apaixonado por Machado de Assis. Ganhou de presente uma versão inglesa de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Lá pelas tantas, diz que precisa fazer um filme atrás do outro, para não olhar para a “nuvem negra” que paira vinte e quatro horas sobre seus ombros – a morte. Tento consolá-lo. Digo que os filmes que ele faz serão estudados daqui a 50 anos, nas cinematecas. Woody Allen responde que não quer a imortalidade no futuro. “Quero agora, já, no meu apartamento”. Infelizmente, não posso ajudar".

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POLIDOXIA

Na Renascença e na Antiguidade, a polimatia era regra entre sábios. A modernidade trouxe a figura do cientista especializado no seu ramo científico. A pós-modernidade e, especialmente, as revistas semanais, por sua vez, estimulam a polidoxia: o articulista é especialista em tudo, ainda que não saiba de nada.

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