Queridas duas centenas de acessadores:
Confesso ter testemunhado o encontro dos comensais beletristas Geneton Moraes Neto, doravante denominado Mito, e Marconi Leal, doravante chamado Lenda.
Lenda e Mito jantaram juntos, e, meninos, eu vi.
Mito estava impecável, como é de seu feitio: o cachimbo de madrepérola, o foulard com estampas stalinistas, o robe de cetim de Burma a esconder a proverbial musculatura em mangas de camisa, as calças ao melhor estilo gaúcho, as chinelas do ursinho Puff - tudo era de uma harmonia que me fez escrever sonetos em forma de SMS, disparados para a Polícia Federal, que porém se recusou a participar do convescote.
Lenda, por seu turno, não poderia ter sido mais feliz. Jamais estivera em São Sebastião do Rio de Janeiro. Talvez por isto tenha preferido trajar-se de Carmem Miranda, o que entusiasmou alguns circunstantes, a ponto de eu ter tido muito trabalho para convencer os operosos emissários do hospital Pinel de que tudo não passava de uma micareta intelectual.
A troca de gentilezas teve a intensidade de um judô de grávidas.
A sofreguidão com que Mito e Lenda devoraram vetustas receitas do Alvaro's - restaurante milenar do Leblon, milenar se levada em conta a Idade Média de seus freqüentadores - faria Josué de Castro esbofetear faquires.
O olhar retinto dos camarões ali sorvidos me assombrava. Era acusador.
As repetidas idas ao banheiro trouxeram um refrescante clima de Teatro do Oprimido ao ambiente.
As audaciosas observações atiradas ao ar provocaram náuseas sartreanas no comitê de garçons escalados para cuidar de Lenda e Mito. Consta que dois se demitiram.
Foi uma noite memorável.
Lembro-me da dificuldade de divisar a despedida aliterativa: meu caro e amacordiano Marconi, generoso Geneton, um jeton de pessoa!
Meus olhos estavam nublados, não de estupor, mas por causa da névoa formada pela garbosa exaustão da cozinha do referido estabelecimento.
Por isto chorei copiosamente, e não por causa do chope assaz aguado, como queriam alguns dos detratores do Mito e da Lenda que se aglomeraram na esquina do Alvaro's assim que correu a notícia - pelas ruas que um dia avacalharão Manoel Carlos - desse encontro de titãs pernambucanos.
Agora, contrito, deixo as duas centenas de leitores do SDT com tais teasers.
Passarei dias tentando me certificar da suposta capacidade narrativa que venha a recriar, à maneira do Cirque de Soleil e de Tereza Cruvinel, um encontro que não se via desde o casamento dos então futuros pais de Madeleine.
Só assim virá a determinação de registrar o gênio vivo.
Ou virá o abandono completo da tolice que seria gravar para sempre impressões de tamanha e utópica reunião.
29 de setembro de 2007
Da série 'Comigo ninguém iPod'
- O Sarney disse que o Lula poderia ter sido personagem de Raquel de Queiroz, José Lins do Rego, Jorge Amado e Graciliano Ramos.
- Hein?
- Hein?
DOM PEDRO II, POETA MODERNISTA ANTES DO MODERNISMO...
.
O verso modernista de Dom Pedro II :"Grande, como é grande a Ilha Grande".
Paulo Francis nota que, na época, o verso foi tido como estúpido, mas "é puro modernismo".
Aqui:
http://soaressilva.wunderblogs.com/archives/023272.html#more
O verso modernista de Dom Pedro II :"Grande, como é grande a Ilha Grande".
Paulo Francis nota que, na época, o verso foi tido como estúpido, mas "é puro modernismo".
Aqui:
http://soaressilva.wunderblogs.com/archives/023272.html#more
Sutras do condômino iogue
- Mestre, o que é a morte?
- É aquilo que vai acontecer aos poodles da Dona Isaurinha do 21 do bloco 2, já, já.
- É aquilo que vai acontecer aos poodles da Dona Isaurinha do 21 do bloco 2, já, já.
Exclusivo: Marconi não viu a Fábrica de Genetons
RIO - Enviado especial da chacota ao Jardim Botânico, o humorista Marconi Leal também causou espécie ao adentrar a casamata número um da TV aberta. Causou Marconi tanta espécie - salivou feito buldogue, assoviou qual sagüi, saltitou como um lêmure, tudo isso simplesmente por estar diante do homem-mito -, que o humorista não foi capaz de entrever o verdadeiro esquema por trás do mito-homem Geneton Moraes Neto.
A Fábrica de Genetons.
Engendra-se na casamata número um da TV aberta um laboratório capaz de reproduzir Genetons em cativeiro. Aquele porte altivo, aquela inteligência de enxadrista aeroespacial, aquela barba grisalha como as noites enluaradas do Recife - sim, amigos, a clonagem humana já é uma realidade no Brasil.
Todas as inumeráveis qualidades do jornalista Geneton Moraes Neto estão sendo copiadas no subsolo da sala que ele divide com o neto de Mengele, o sobrinho bastardo de Che Guevara, os herdeiros cariocas de Elvis Presley e um punhado de editorialistas desempregados que se refugiaram na cadeira ao lado.
Em breve, muito breve, milhões de estudantes de jornalismo acreditarão que Geneton Moraes Neto tem o dom da ubiqüidade - hoje está simultaneamente em Casablanca, na Casa Amarela, na Casa Branca e na casinha.
Tsk, tsk.
Na verdade, seus clones é que estarão distribuindo entrevistas bombásticas pelo mundo.
A Fábrica de Genetons.
Engendra-se na casamata número um da TV aberta um laboratório capaz de reproduzir Genetons em cativeiro. Aquele porte altivo, aquela inteligência de enxadrista aeroespacial, aquela barba grisalha como as noites enluaradas do Recife - sim, amigos, a clonagem humana já é uma realidade no Brasil.
Todas as inumeráveis qualidades do jornalista Geneton Moraes Neto estão sendo copiadas no subsolo da sala que ele divide com o neto de Mengele, o sobrinho bastardo de Che Guevara, os herdeiros cariocas de Elvis Presley e um punhado de editorialistas desempregados que se refugiaram na cadeira ao lado.
Em breve, muito breve, milhões de estudantes de jornalismo acreditarão que Geneton Moraes Neto tem o dom da ubiqüidade - hoje está simultaneamente em Casablanca, na Casa Amarela, na Casa Branca e na casinha.
Tsk, tsk.
Na verdade, seus clones é que estarão distribuindo entrevistas bombásticas pelo mundo.
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