17 de dezembro de 2007

XUXA ENLOUQUECEU ( OU: UM CASO CLÍNICO DE MAGALOMANIA )

O Estado de S.Paulo desta segunda-feira publica uma reportagem sobre o lançamento de um novo filme ( argh!!!!!!) da Xuxa - e, graças ao bom Deus, o fim do programa infantil diário da anta.

Lá pelas tantas, ela diz que a queda de audiência do tal programa infantil que ela comanda se deu porque ela passava pouco tempo no ar. A maior parte do horário era ocupada por desenhos. As crianças, assim, zarpavam para outros canais.

Eis um caso clínico de megalomania, doença, aliás, corriqueira em antas televisivas.

A audiência caiu porque ninguém aguenta ver e ouvir a anta loura falando idiotices com voz de menina de centro de espírita.

Xuxa provocou danos irreparáveis em gerações de crianças. Idiotizou-as.
Tratou-as como miniaturas de adultos consumistas. Há nove chances em dez de nunca ter aberto um bom livro na vida.

Numa reação típica de megalômanos cabeças-de-vento, diz que a audiência caiu porque ela passava pouco tempo no ar.

É exatamente o contrário: se ela passasse mais tempo no ar, a audiência cairia ainda mais.

Como se fosse pouco o que já fez, Xuxa acaba de ampliar as fronteiras da estupidez humana.

Enquanto isso, a 10 mil pés

Queria saber o nome do """"""""genial"""""""" publicitário que resolveu colocar um boneco do mascote das Casas Bahia - o Baianinho - dentro de um avião.

Pois é. Aconteceu no dia 9 de dezembro, num vôo da ponte aérea. Eu já estava ficando tenso com o pouso em Congonhas quando a aeromoça anuncia que o tal Baianinho iria passar pelo avião fazendo panfletagem das Casas da Bahia.

(Neste momento Regina Cazé tem um orgasmo: a periferia alcançou o último reduto da pequena burguesia: a aviação civil).

Mas o pior ainda estava por vir. Ao pousar em Congonhas, a aeromoça anuncia:

- Sejam bem-vindos ao Rio de Janeiro...

Diante do protesto da platéia, ela se desculpa.

- Ai, gente, desculpe. Mas o Baianinho tá aqui me atrapalhando.

E depois:

- Leidis en djentleman, sóri, de Baianinho...

O avião já estava no chão. Se não, eu pulava.

Diálogo recente

- Vou entrevistar o Niemeyer.
- Sério? Ele vai fazer 100 anos, né? Ele tá lúcido?
- Totalmente. Continua até trabalhando...
- Mas... ele continua comunista?
- Continua, continua.
- Mas você acabou de dizer que ele está lúcido...

Gente phina

Só mesmo no Brasil. O cara é preso com a cabeça cheia de crack, cocaína e maconha, morre na cadeia - e a culpa é do médico.

(!)

DOSSIÊ HISTÓRIA : UMA CENA NOS BASTIDORES

Cena de bastidor: segundos antes de ocuparem um lugar na primeira fila do auditório - e dali serem chamados ao palco pelo apresentador - os convidados do Programa do Jô ficam numa espécie de "cercadinho", longe dos olhos do distinto público.

Fui ao programa para falar sobre o DOSSIÊ HISTÓRIA. O livro traz a íntegra de entrevistas com gente que foi personagem e testemunha de acontecimentos que "abalaram o mundo", como o 11 de Setembro, o ataque terrorista nas Olimpíadas de Munique, o delírio nazista.

Quem estava lá, para falar do filme "O Amor nos Tempos do Cólera" ? Fernanda Montenegro. Enquanto esperava a hora de ser chamada, ela esfregava as mãos. Uma assistente pergunta: "Tensa?". A estrela responde: "A gente sempre fica um pouco....".

Uma dúvida devastadora agitou os meus botões: se Fernanda Montenegro, acostumadíssima a enfrentar platéias de todo tipo, fica tensa na hora de encarar um auditório, o que dizer de quem, como este locutor-que-vos-fala, só se sente cem por cento à vontade quando se vê a oito quilômetros de distância do bípede mais próximo?

Ainda assim, em nome do DOSSIÊ HISTÓRIA, a gente se esforça para falar.

aqui:
http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM766306-7822-JORNALISTA+GENETON+MORAES+NETO+LANCA+DOSSIE+HISTORIA,00.html

UM SONHO IMPOSSÍVEL: A GRANDE GREVE DOS IDIOTAS EXIBICIONISTAS

Depois de publicamente admoestado por tentar erigir uma farsa neste blog (ou seja: escrever sobre ópera para dar a impressão de ser sabidinho), o sr. Nicomar Lael resolveu tirar férias, provavelmente numa clínica psiquiátrica lotada de velhos hippies drogados.

Que o eletrochoque lhe seja leve.

Corrigido o equívoco, é hora de voltar ao trabalho.

E dizer o que deve ser dito: se todos os idiotas exibicionistas que povoam a TV resolvessem fazer uma greve de vinte e quatro horas, a humanidade avançaria um século em um dia, em matéria de qualidade.

NADA MAIS RIDÍCULO DO QUE UM "TRINTÃO" QUE FUMA MACONHA E VAI A SHOW DE ROCK....

Do site de Paulo Polzonoff Jr:

"Agora, que a verdade seja dita: nada mais ridículo do que um trintão que acha que tem dezessete anos: faz implante de cabelos, aprende a surfar, fuma maconha (não raro com os filhos) e vai a show de rock"

http://www.polzonoff.com.br/magoas-de-um-trintao.htm#more-947

CHARLES BRONSON ESTAVA CERTO!

Do blog de Walter Carrilho:

"Sábado de madrugada. Passava das 3 horas. Chego em casa mortão. Tento dormir. De repente, as janelas do meu apartamento, localizado no sexto andar de um prédio antigo e sólido, começam a vibrar. Terremoto? Não. Era um sujeito que havia parado o seu carro em frente a um prédio do outro lado da rua para deixar um amigo em casa. Funk carioca no último volume. O nível de ruído perdia fácil para a passagem de um Boeing. O refrão, cantado com a característica voz de hiena estressada, era mais ou menos assim:
“FALA QUE EU TÔ CARENTE!
FALA QUE EU TÔ CARENTE!
SÓ NÃO VALE METER OS DENTES! “

*E aí eu pergunto: se eu falar em pena capital para casos desse tipo vão me chamar de “radical”.Vou comprar uma Uzi. Charles Bronson estava certo"


aqui:http://waltercarrilho.blogspot.com/

O BASTIDOR DE UM ENCONTRO NO EXÍLIO ENTRE JOÃO SALDANHA E JOÃO GOULART

João Saldanha, em entrevista gravada:

"Almocei também com João Goulart - que tinha convidado toda a imprensa para ir almoçar com ele. Ninguém foi. Havia uma mesa para trinta pessoas, mas ninguém apareceu. Só nos dois: eu e João Goulart.
Nós estávamos com uma seleção brasileira, em Montevidéu. João Goulart disse: "Vamos almoçar lá em casa!". Nunca tinha visto João Goulart na vida; nunca tinha falado com ele. Mas, como eu tinha dito a ele que ia, fui. Aquela foi a primeira vez em que falei com ele, quando fui almoçar, uma conversa trivial. Quando voltei, me botaram nuzinho no Aeroporto, no Brasil. Arrancaram a sola do sapato, descoseram minha camisa, mexeram numa maleta vagabunda que eu tinha levado. Como eu só ia passar dois, três dias, não tinha levado bagagens. E me puseram nu. Fiquei lá horas e horas; cinco ou seis horas"

aqui:http://www.geneton.com.br/archives/000171.html

NÃO SE DEVE CONFIAR NEM EM JORNALEIRO NEM EM JORNALISTA

Ivan Lessa:

"Nisso que dá, vim pensando no metrô olhando a cara estúpida das mocinhas dizendo inanidades em seus celulares. Nisso que dá se meter com jornaleiro. Mesma coisa que jornalista. Não se pode confiar nem um nem em outro. Quando menos se espera, passam-nos a perna"

aqui:http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071217_ivanlessa_tp.shtml

OS JORNAIS : MUSEUS DE MINÚCIAS EFÊMERAS

Jorge Luis Borges, em Avelino Arredondo:

"Ávido leitor de jornais, custou-lhe renunciar a esses museus de minúcias efêmeras".

UM CLÁSSICO PODE SER UMA FAMOSA FORMA DE TÉDIO?

Jorge Luis Borges, em "Nova Antologia Pessoal":

"Clássico é esse livro que uma nação ou um grupo de nações ou o longo tepo decidiram ler como se em suas páginas tudo fosse deliberado, fatal, profundo como o cosmos, permitindo interpretações sem fim. É de prever-se que essas decisões variem. Para os alemães e austríacos, o Fausto é uma obra genial ; para outros, uma das mais famosas formas de tédio, como o segundo Paraíso de Milton ou a obra de Rabelais. Livros como o de Jó, a Divina Comédia, Macbeth (e, para mim,algumas sagas do Norte) prometem uma longa imortalidade, mas nada sabemos do futuro, salvo que vai diferir do presente. Uma preferência pode muito bem ser uma superstição".