24 de julho de 2007

Cesar Malévolo vai para o trono ou não vai?

Do jornal 'O DIA':
O prefeito Cesar Maia criticou nesta terça-feira a reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao acidente da TAM e às vaias recebidas na abertura dos Jogos Pan-Americanos. Na mala direta distribuída aos assinantes de seu ex-blog, Cesar diz que a vaia e a tragédia 'auto-atocaiaram' Lula e o levaram à 'clandestinidade'. "A adversidade o colocou na clandestinidade. E o despachou para os seus nichos, de AeroLula, num contraponto triste com a pequena burguesia que rejeita, por autodefesa', conclui.

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O prefeito do Rio, Cesar Maia, comprova a tese de que não existe vacância de poder. Com a morte de ACM, assume, a cada dia, a personalidade malvada do ex-senador baiano. E promete honrar, com profissionalismo, a vaga deixada por ACM. Despachar para a "clandestinidade" o presidente Lula é pra quem entende dos traçados da malvadeza. Se se candidatar ao governo da Bahia, Cesar Maia será eleito sem dificuldade. Cesar Maia só precisa de parte da sigla: CM. E provar aos órfãos baianos que pode ser tão "coronel" quanto o seu inspirador. Na campanha eleitoral, um bom slogan: CM, a maldade continua. Cesar Malévolo vai longe.

Eu queria ter escrito isso

Indivíduos inteligentes costumam maldizer sua pátria. É natural. Quando leio ou ouço alguém que respeito falar mal do Brasil compreendo e faço coro. Você me verá fazer o mesmo aqui. Não quer dizer que os outros países sejam a Bahamas da civilização artística e intelectual, muito embora não consigamos nem ombrear a medianidade de um Estados Unidos, para citar um país civilizado descoberto na mesma época que a nossa.

Você encontra críticas violentíssimas de intelectuais americanos, ingleses, italianos, espanhóis, franceses contra suas pátrias. O que isso representa? Insatisfação crônica? Antinacionalismo forçado? Nada disso. É um amor profundo, um amor desmedido, que não aceita a mediocridade, a burrice monumental, a ignorância satisfeita, a palidez intelectual. E esse amor, como qualquer amor, cobra o empenho, o esforço, a melhora, o desenvolvimento. A crítica ao próprio país carrega consigo um amor incompreendido pela malta, que não é senão a razão, os alicerces que sustentam e justificam a crítica.

PS: A crítica, no caso da literatura, revela um amor, igualmente desmedido, pela literatura. E esse amor não admite, como é próprio dos amores intensos, o mau escritor, a má literatura.


Fonte: BG

Grandes frases avacalhadas

'HÁ ALGO NO AR, ALÉM DOS AVIÕES E DOS POLÍTICOS DE CARREIRA.'

A SAÍDA ? ONDE FICA A SAÍDA ?

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Tom Jobim (acho que era ele) dizia que a saída para o Brasil era o aeroporto.

Não é não.

CELERITAS ET VERITAS

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O presidente afirmou em seu programa de rádio que não há possibilidade de a verdade sobre o acidente com o avião da TAM não aparecer.

Em não aparecendo, ele certamente tomará medidas drásticas, como cortar o ponto dela ou mesmo demiti-la, muito embora alguns queiram insinuar maldosamente que a dita não é funcionária deste governo.

(Mais palavras eficazes acompanhadas por ações idem, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/07/em-defesa-do-enrgico-presidente-lula.html)

TV Tamanco - Saídas para o caos aéreo

Grandes frases avacalhadas

"Que se depositem os beijos na face branca, nas principiantes ranhuras.

O beijo ainda é um sinal, perdido embora,

da ausência de comércio,

boiando em tempos sujos."

José Carlos Drummond de Andrade Pereira, "Sideração da poesia"

TV Tamanco - Atendendo a pedidos

Um usuário do SDT nos enviou vasta correspondência solicitando a postagem de Hermila Guedes. Como o pedido tem por objeto a co-musa do SDT, não teve discussão.

Sigmund Freud remix - Complexo de Ícaro

"O HOMEM É O LOBBY DO HOMEM."

DE OBRAS E OBRADORES

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Não via no Brasil atitude tão enérgica [a de Lula com relação ao caos aéreo] desde que FHC fez sua maior obra. Não me refiro ao Plano Real, claro, nem, como poderiam pensar os mais malevos, estou utilizando a palavra “obra” em sentido escatológico.

Muito menos aludo à imensurável contribuição do ex-presidente para o progresso das artes e das ciências — particularmente do solipsismo, do sofismo e da tautologia —, mas ao grande impulso que deu à nação quando nos informou, durante sua administração, que não éramos mais um país “subdesenvolvido” e sim “em desenvolvi mento”.

Lance magistral com que, permutando quatro letras do alfabeto, tirou em segundos milhões de pessoas da linha de pobreza. E muitas outras ainda teriam saído da miséria se houvessem lido jornal por aqueles dias. Por aí temos uma idéia de como é perverso o analfabetismo.

(Mais substâncias de odor repulsivo, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/07/em-defesa-do-enrgico-presidente-lula.html)

No tabuleiro do baiano tem...

Da Folha de São Paulo:
"(...) Num comercial do Itaú Bankline, feito pela agência de publicidade África e que vem sendo veiculado na TV, outro cantor interpreta uma versão modificada de "Pela Internet", canção de Gil que já havia sido tema de propaganda do banco antes que o compositor integrasse o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.O uso da música de Gil e a semelhança entre a voz que interpreta a canção e a sua, no entanto, dão margem a questionamentos éticos, dizem especialistas ouvidos pela Folha."
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Por que tanta polêmica? Se tudo se resume a uma questão de notas. As notas do banco entram na conta do ministro e as notas do ministro ajudam a engordar a conta do banco. E a ética? A ética se come com caruru e vatapá no webtabuleiro da baiana.

Apopléticos de norte a sul, uni-vos

Os jornais argentinos falam que o Brasil vive um momento de surrealismo com o seu apagão aéreo, tal a confusão reinante nos aeroportos e no desencontro das informações sobre os acidentes. Mas a nossa escrita automática, por enquanto, é apenas onomatopéica atonal: pan, pan, pan, tam, tam, tam, top, top, top, etc etc etc. Esses argentinos só entendem de Perón e Maradona. O que os jornais argentinos ainda não perceberam é que a apoplexia aos poucos vai tomando conta do país e se tornando usual. Veja o tal do Bernadinho na quadra. Apoplexia pura. Os comentaristas esportivos analisando e narrando jogos e competições. Apoplexia total. E os passageiros refugados pelas companhias aéreas no saguão dos aeroportos. Cenas de apoplexia explícita. A avidez dos banqueiros pelos juros. Apoplexia argentária. Os freudianos brasileiros precisam explicar à Imprensa argentina o que está acontecendo. O Brasil hoje não é um cão andaluz para ser dissecado por Breton. É um caos psicanalítico.

Chanchadas literárias - transfer Drummond

"Perdi o avião e a esperança. Voltei chamuscado para casa"

Passo a palavra

Rafa,

Gostaria muito de estar errado, mas o clima de incompetência e descaso geral é avassalador. Parece que respondendo ao desafio do Stanislaw - ou instaura-se a moralidade, ou nos locupletemos todos -, nos locupletamos com gosto e sem o menor pudor. Um exemplinho?

Um ano atrás, voltava eu da ilha de Itamaracá em Pernambuco, quando o ônibus parou na frente de um presídio. As mulheres dos internos entraram no ônibus e duas delas se sentaram na minha frente:

- Fulana,- uma questionava a outra abismada- como é que você consegue ter 3 bolsas de auxílio?
- Ah, Sicrana, como você é boba… Pra quem você pediu as suas bolsas?
- Pro município.
- Viu? Aí é que você errou. Você precisa pedir uma bolsa para cada um dos governos. Uma pro município, uma pro estado e outra pro federal.
- Ah… por quê?
- Por quê? Ora, porque, assim, eles não têm como dizer que o governo está te dando muita grana. E o seu marido? Quando foi preso, ele estava trabalhando?
- Não.
- Deu mole, Sicrana. Como o meu estava trabalhando, eu ainda recebo o salário dele.
- Pôxa, você deve estar tirando um bom dinheiro.
- É, com mais o vale gás que eu ganho por conta das crianças, dá até pra viver direitinho.

O restante você lê aqui.

Harry Potter de adulto

EFICIÊNCIA E CONTROLE

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Eficaz como os persas diante de Alexandre e célere como uma flecha — no caso, a flecha de Zenão de Eléia —, nosso intrépido presidente levou apenas uma semana e não mais que 200 cadáveres para anunciar as medidas que debelarão de vez o apagão aéreo, atuando antes que outros mortos exibicionistas se aproveitassem da situação para passar a falsa idéia de que o governo perdeu o controle sobre uma atividade que é monopólio do Estado: o assassinato em massa.

(Mais sobre atitudes enérgicas e lépidas, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/07/em-defesa-do-enrgico-presidente-lula.html)

O Dossiê Ignorável

O nosso querido Brasil tem zero vocação para o épico, para o trágico e para o lírico. No fim, o prosaico sempre vence. Mesmo no desastre TAM-Congonhas.

Agora temos, diz Josias de Souza, o senador Renão Calheiros apresentando ao mundo sua mais nova sofrida defesa, elaborada por advogados. A peça é intitulada "O Dossiê Ignorado".

O vitimismo grandiloqüente é do menos. O que a Comissão de Críticos do SOPA DE TAMANCO aprecia é a peça ter título. "O Dossiê Ignorado". É uma aspiração, "abissolutamente", aos píncaros de Dan Brown e Alexandre Von Baumgarten. Como deve ter sido o papo que resultou no batismo da criança?

- Vamos chamar de "O Código Calheiros"?

- Negativo. A imprensa cairá em cima da gente, dizendo que é ficção.

- Ah, é...

- Tem que ser alguma coisa bem real. "Dossiê" sempre funciona.

- "Dossiê Murici"? ! "A Verdade sobre O Dossiê"?

- ...

- "Dossiê de um Destemido"? "O Mais Patriota dos Dossiês"? "Dossiê contra a Esquizofrenia"?

- Vou ignorar suas sugestões. Brainstorming com gente ignorante é inviável.

- Já sei! Já sei! "O Dossiê Ignorado"! "O Dossiê Ignorado".

- "O Dossiê Ignorado"...? Até que não é mau.

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 2

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Conviver com o fracasso como se fosse um sucesso. Muitos conseguem.
Como eu os invejo !

Joel Silveira, datilografado por GMN

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 1

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Para que se saiba como ando em matéria de amizade, basta dizer que já perdi de vista o meu amigomais próximo.


Joel Silveira, datilografado por GMN

A ÁREA DE ESCAPE

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Há uma grande coincidência entre o Brasil e a pista do Aeroporto de Congonhas: nenhum dos dois tem área de escape.
Curioso.


Ajudando Larry Rother a arrumar a bagagem

O correspondente do New York Times, Larry Rother, logo vai deixar o país. Calma! Não é uma nova tentativa de expulsão pelo governo brasileiro. Apenas o jornalista deve caçar outros pinguços em outras regiões do planeta. Como Larry Rother está de malas arrumadas, alguns diplomatas poderiam dedicar parte do tempo ocioso a imaginar o que diria o presidente Lula na despedida ao americano que escreveu uma longa reportagem explicando aos leitores do influente jornal a paixão lulista sobre o etanol que passarinho não bebe. Imagine.

"E aí, Larry, vamos tomar a saideira?"
"Pô, Larry, foi mal. Mas eu pensei que você também era colega"
"Tudo bem, Larry, você ficou. Mas nunca confiei em ninguém que tomasse menos de meio litro por dia"
"Ok, Larry, aprenda. Beber é uma virtude. Se embriagar, canalhice"
"Tchau, Larry. Mas não se esqueça de mandar aquele bourbon para mim"
"Larry, você já escreveu de ressaca? É duro, não é? Imagine governar de ressaca!"
"Puxa, Larry, como vocês são caretas e puritanos. Não entendo como gostam mais de sangue do que de uísque"
"Aonde chega o cinema americano, chegam os seus produtos. O uísque chegou aqui. Você é contra Hollywood, Larry?"
"Quero que você saiba o seguinte, Larry. Bush é o que é hoje porque deixou de beber"
"Desce aí, Juliana, uma estupidamente gelada para o Larry".
"É isso, Larry, vou sentir saudades. O brasileiro é sentimental e enche logo a cara"
"Larry, sinceramente, você nunca entendeu o Brasil. Cachaça aqui é água"
"Virou as costas, Larry, vou logo pedir uma nova inscrição"
"O teu vôo parte de Congonhas, Larry?"

Top-top, seu deficiente!

Do Estadão:

'O ministro do Planejamento de Longo Prazo, Mangabeira Unger, foi flagrado ontem num ato nada oficial. Por volta de 21 horas (portanto, fora do expediente), a bordo do carro oficial, estacionou numa vaga para deficientes de um shopping de móveis e decoração de Brasília. Flagrado pelo repórter fotográfico do Estado, ele ainda tentou despistar, fingindo rumar para outro veículo. O ministro não quis falar com a reportagem e pouco depois o carro saiu da vaga proibida e foi buscá-lo.'

Qual destas obras do sábio Mangabeira do Abismo se aplica ao flagrante:

* A Segunda Via: Presente e Futuro do Brasil?
* Paixão: um Ensaio Sobre a Personalidade?
* Democracia Realizada: a Alternativa Progressista?