26 de setembro de 2008

EMBATE CLÁSSICO NA TV

— Nesse momento, os dois contendores adentram a arena. À direita de sua tela, Aristófanes, vestindo sua habitual pele branca com pêlos claros. E, à esquerda, Virgílio, com sua pele mais escura, de pêlos negros. Alguma informação, Tucídides?
— Bom dia, Tito Lívio, eu estou aqui com o veterano Aristófanes, que tenta manter a coroa de louros. Ari, o que você espera da luta de hoje?
— Só digo o seguinte: vou bater tanto que nem com toda a maiêutica Sócrates vai conseguir tirar os dentes de dentro dos pulmões.
— Bom, bem… Mas… Seu contendor é Virgílio…
— Tanto faz. Adversário é que nem discurso de Cléon: tudo igual.
— Virgílio se diz bem preparado e garante que entrará em Roma em triunfo.
— Retórica barata. Vou fazê-lo cair das nuvens. De tanto apanhar, vai sair daqui se sentindo uma rã. Vou esmagá-lo como uma vespa. Nunca mais vai encontrar a paz. Quando vir seu estado, sua mulher vai fazer uma greve de sexo. Em suma, vão acabar dizendo que ele é mais efeminado que Eurípides.

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Julian Gough

Novelists need a range of modern, enlightened patrons. A bunch of Borgias. We need a system (online, worldwide) to match patrons and artists, setting out mutual obligations, allowing different models to be tried. The university system is doing her best, trying to be a nourishing mother (the original meaning of alma mater), but she's smothering her most beloved children.

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DOIS PERSONAGENS EM BUSCA DE SE LIVRAR DE UM AUTOR

Muito se glosa (com “l”, que é quando se glosa mais glostoso) a questão…
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Muito se glosa — dizia eu, antes de ser interrompido pelo idiota que escreve os parênteses deste blog e que, tão-logo o encontre na região de minha psique onde se oculta há mais de trinta anos, extirpá-lo-ei com mesóclise, Id e tudo — a questão do…

Perdão. Exaltei-me. Muito se glosa, repito (se repetir mais uma vez, eu volto), deixando no parágrafo anterior o segundo imbecil da variada fauna de pascácios que em minh’alma habita, adepto do travessão, e que igualmente me impede de prosseguir com o texto, o que me…
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Bom, esqueçam. Dizia que muito se glosa (eu avisei! O sujeito usa um recurso literário pobre como esse do monólogo interior, que impregna horrivelmente nossa baixa modernidade e ainda tem coragem de chamar alguém de idiota! E outra: fique sabendo que a azêmola, no caso, inserida em minha mente, é você, e não o contrário)…

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