14 de dezembro de 2007

DATA VENIA

A Agência Câmara informa que a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania "aprovou o substitutivo do Senado ao Projeto de Lei do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que proíbe o uso de palavras ou expressões estrangeiras, salvo em casos excepcionais". De acordo com a agência, o "substitutivo também obriga os meios de comunicação de massa impressos a utilizarem apenas a versão aportuguesada de expressões técnicas, contidas em glossários publicados por comissões específicas". A reportagem anota o comentário do relator, deputado Flávio Dino (PCdoB-MA): "Fundamentalmente, o projeto força a utilização da língua portuguesa nos documentos emitidos pela administração pública." A Agência Câmara diz ainda que "o relator considerou inconstitucional o artigo que prevê o estabelecimento de sanções a partir da regulamentação da lei". E que Dino "explicou que as medidas punitivas devem ser estabelecidas em lei".

Com a devida vênia... Deve haver nisso alguma raison d'état que escapa aos détraqués que visitam este blog, pois muitos deles afirmam tratar-se de mais uma lei que não vai pegar. Nonsense, dizem. Uns blasés. Um deles acaba de ler num site a expressão "fúria legiferante". Não sabe o que significa, mas acha que pode ser um novo super-herói.

E pergunta se é português. Ou brasileiro
.

OS RUGIDOS DO FERA DO TÂMISA CONTRA O RELATIVISMO MORAL,CULTURAL E POLÍTICO, A GRANDE PRAGA DAS ÚLTIMAS DÉCADAS

Do site http://www.geneton.com.br/ :


"Paul Johnson é um caso clássico de intelectual que nunca teve medo de nadar contra a corrente. Minorias que se julgam perseguidas devem ou não ser criticadas ? Devem,sim,responde a Fera do Tâmisa. Picasso é um grande artista ? Não é não – brada Johnson,autor de um livro de ensaios chamado “To Hell With Picasso” (algo como “Que Picasso vá para o Inferno”).Picasso – garante ele - não passa de um stalinista que apoiou um regime totalitário. A flexibilidade de conceitos morais é uma conquista do pensamento do século XX ? Não é,nunca foi nem poderia ter sido – rebate o impaciente Johnson.O relativismo moral –diz ele - é uma praga que faz os ingênuos acreditarem que não existe nada que seja absolutamente condenável"

( a entrevista completa, aqui: http://www.geneton.com.br/archives/000026.html )

DOSSIÊ HISTÓRIA : OS BASTIDORES DO MAIOR ATAQUE TERRORISTA JÁ REALIZADO

Intervalo. Já chegou às livrarias o livro-reportagem "DOSSIÊ HISTÓRIA" ( Editora Globo). São entrevistas completas de personagens e testemunhas de acontecimentos que abalaram o mundo.

Um dos capítulos traz a íntegra de uma reportagem feita em Hamburgo,na Alemanha, pelo locutor-que-vos-fala: lá, olheiros da Al-Qaeda recrutaram o estudante Mohammed Atta - que se transformaria em líder dos terroristas que executaram os atentados do 11 de Setembro. Atta assumiu o comando do primeiro dos dois aviões que foram jogados contra o World Trade Center. O capítulo traz os depoimentos do professor de Mohammed Atta na Faculdade de Planejamento Urbano da Universidade Técnica de Hamburgo; a tradutora que o ajudou a redigir em alemão a tese que ele defendeu sobre conservação de cidades históricas e, por fim, a palavra de um colega de turma e amigo - um alemão que viajou com ele pelo Oriente Médio. Os três traçam um retrato falado do super-terrorista. E tentam descobrir o que leva um estudante dedicado a fazer o que Mohammed Atta fez.

O primeiro capítulo do livro traz a entrevista com o palestino que teve uma série de encontros com Bin Laden numa caverna no Afeganistão. O que ele terá ouvido ?

ILÁ-ILÁ-ILÁ-RIÊ-RÔ-RÔ-RÔ

Do blog de Walter Carrilho:

"A revista Contigo, essa “who´s-who” da boçalidade nacional, fez uma cobertura completa da primeira comunhão da Sasha *, a filha da Xuxa (meu trava-língua preferido). E com direito a descrição completa de cada detalhe – entrevistaram até o “banco de esperma ambulante” Luciano Szafir, coitado.Fico contente em ver que a Sasha tem fé. Ela vai precisar. Se eu fosse você, Sasha, começava a rezar pra valer. Inclua aí nas suas preces:
-Pedir para não ficar igual à sua mãe, que é católica, mas acredita em duendes.
-Pedir para conseguir arranjar um namorado logo, ao invés de ficar anos lamuriando na mídia, à procura de um príncipe encantado.
-Pedir para não ter que crescer ouvindo Ilariê. Até um disco dos “Rebeldes” é melhor.
-Pedir para aprender a falar normalmente, sem aderir ao xuxês.
-Pedir para poder viver sem ter que confiar até as mínimas decisões a uma nova Marluce.
-Pedir não se tornar uma neo-ambientalista-chata-de-butique como a mãe, que fala com bichinhos, mas que obviamente tem uns pares de sapatos de couro no armário.

Sugestão? Compre os cds dos Racionais, tatue um palavrão na nuca e infernize a vida da sua mãe. É isso ou virar uma Barbie animada pelo resto da vida"


(aqui: http://waltercarrilho.blogspot.com/)

"UM PERFEITO IMBECIL, DESSES QUE CITAM NELSON RODRIGUES..."

Ivan Lessa:

"Só um imbecil, e um perfeito imbecil, desses que citam Nelson Rodrigues, acredita em escrever português.
Ler? Um pouquinho e com moderação. O suficiente para passar os olhos pelos nossos 4 jornais e 1/3 e neles procurar a página com o resumo dos capítulos anteriores das telenovelas ou o palpite do colunista que seguimos. Detemos o comunismo. Contra o colunismo, nada pudemos fazer"


(aqui: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/12/071214_ivanlessa_tp.shtml)

A PROPÓSITO DE FRANCESES

Ninguém me contou, eu vi: não existe nada tão insuportável na face do planeta quanto intelectuais franceses cheios de caspa, com o cabelo oleoso, cachecol pendurado no ombro e pronúncia cheia de vícios horrorosos- como aqueles suspiros que disparam perdigotos rumo ao rosto de interlocutores indefesos. Jamais chegue a menos de um metro de um francês. Você será banhado por perdigotos voadores. Pausa para vômito. Parágrafo.

Passei um ano e meio à beira do Sena. Dezoito meses. Faço as contas: cerca de 540 dias e noites irremediavelmente jogados no lixo. Consegui uma vaga no DEA, Diplomas de Estudos Aprofundados em Cinema na Universidade de Paris 1, a celebérrima Sorbonne. O nome é pomposo. O curso é um festival de francesises inúteis : professores caspentos evocavam Platão para falar durante horas de uma cena perdida de um filme de Hitchock. Blá-blá-blá. Inutilidades. Coisa de sebosos entediados.

(Mais, aqui)

ZULEICA

A primeira vez que vi Zuleica, achei que ela não tinha pernas. Achei também que não tinha cara. Se havia algo de estúpido nela, era o estômago.

A paráfrase de Bandeira pode não ser das melhores, leitor, mas nem por isso corresponde menos à verdade. A barriga de Zuleica tinha tal envergadura e se espalhava de tal maneira que por um momento cheguei a pensar que ela não andava — emitia pseudópodes.

(Mais, aqui)