25 de julho de 2007

Acepipes do Planalto Central

O presidente do nosso querido Brasil, pouca gente sabe, tem uma bagagem gastronômica que, em vôos comerciais, demandaria fortunas para ser devidamente liberada no check-in.

Da cozinha presidencial saem iguarias capazes de fazer o Renato Machado agredir o Ed Motta na fila do Bob's.

São clássicos secretos, mas o SDT conseguiu contratar, como Pessoa Jurídica, um contínuo da Kroll.

Disfarçado de bolinho de bacalhau, o espião freelance elencou e documentou as seguintes delícias concebidas e executadas nas madrugadas insones das lides executivas:


Sushi de sermão;

Massas falidas;

Steak Martar sobre Leito Esplêndido;

Mousse de Ananac;

Brigadeiro frito.

Especulações mediúnicas - Fairey F III-D "Lusitânia"

- O que Sacadura Cabral e Gago Coutinho diriam numa hora dessa?

- Nada.

A longa marcha da apoplexia

Estamos indo bem. A apoplexia, o mais novo esporte nacional, acaba de chegar à torcida do Corinthias. Os neurastênicos pardos ibge mostram o seu valor. É isso: vamos deixar a apoplexia trabalhar. A calmaria só nos trouxe degredados e doenças venéreas.

Homens públicos reciclados


PERSONAL THINKER

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Estou pensando em patentear a idéia de "personal thinker" e explorar esse promissor ramo do empreendimento cérebro-desportivo. Não no Brasil, evidentemente, onde já alcançamos um nível de desenvolvimento neuronial que dispensa a ocupação com ninharias como o pensamento abstrato e o raciocínio lógico, preferindo aplicar-nos a práticas mais desafiadoras: eliminar participantes de reality shows pelo telefone ou escrever letras de música popular usando apenas três vogais e alguns gemidos, por exemplo.
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Estou visando, isso sim, nações exóticas e de insuficiente capacidade intelectual que, em pleno século XXI, diante de todos os avanços feitos pelo homem nas artes e na indústria, ainda se dedicam a atividades atrasadas e lúridas como a filosofia e a ciência.

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(Mais informações sobre esta imperdível oportunidade de negócios, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/04/personal-thinker.html)

Grandes frases avacalhadas - Acordes

"O rock é o último refúgio dos velhacos."

Samuel Rosa Johnson

Grandes canções avacalhadas - Waldir Alexandre Pires

Como una ola en el mar

'Nada de lo que es, sera
Lo nuevo se espera cada nuevo dia
Todo pasa, todo siempre pasara
La vida viene en olas como el mar
Nunca existio el infinito
Eso que se ve, no es
Igual que la gente cambia en un segundo
Todo cambia
El tiempo y todo en el mundo
Y si pretendes fingir
Es mentirte a ti mismo
Ahora, hay tanta vida alla afuera
Y aqui dentro
Siempre como una ola en el mar
Como una ola en el mar
Como una ola en el mar'

ENQUANTO ISSO, DOIS MIL ANOS ATRÁS, NA PALESTINA...

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— A herança veio em boa hora!
— Finalmente a gente vai poder reformar a casa, hein?
— Sonhei minha vida toda com isso, mulher.
— Graças a Deus!
— Pobre menina.
— Sim, pobre. Mas nos deixou ricos.
— Bom, vamos acompanhar o cortejo até o cemitério?
— Vamos, sim. Ué, mas que tumulto é aquele?
— Tem um cabeludo se aproximando ali do caixão.
— Que será que ele vai fa... Filho da p...!
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(Mais blasfêmias que resultem em castigos eternos, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/07/h-dois-mil-anos-na-palestina-1.html)

O TAMANQUEIRO PERGUNTA: QUEM LÊ TANTO BLOG ?

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Nélson Rodrigues ( sempre ele!) dizia que a vida é a busca desesperada por um ouvinte.

Fico pensando: para que diabos serve um blog ?

O co-tamanqueiro Amin Stepple atualiza para os anos 2000 a velha pergunta:
quem lê tanto blog ?

Cravo na opção "a" : fazer blog é a maneira mais curta de encontrar um ouvinte (um que seja !).

Mas, para bípedes que, como o abaixo assinado, terminaram tombando no jornalismo por falta de aptidão para o exercício de outras tarefas mais nobres, escrever para um blog traz uma compensação extra.

Que é a seguinte: em um blog, cada um é dono absoluto do próprio nariz.

Noviços em jornalismo podem ficar chocados, mas juro por Nossa Senhora do Perpétuo Espanto que o que vou contar agora é fato confirmadíssimo: em pelo menos doze situações diferentes, num curto espaço de tempo, editores acrescentaram INFORMAÇÕES ERRADAS a textos enviados por este repórter a redações. Não estou falando em intervenções comésticas no texto. Estou falando de ERROS que foram publicados com meu nome.

Não há outro nome: são assassinos.

Tal absurdo não acontece num blog ou num site.

Resumo da ópera: o bom do blog não é encontar um ouvinte (um que seja!). É não encontrar jamais, sob hipótese alguma, um editor ou copidesque.

Já vale a viagem.

NÃO ADIANTA NEM TENTAR

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É perda de tempo: Vossa Senhoria não vai encontrar um blog mais variado, mais atualizado e mais atento do que este.

Pode conferir.

Aqui no Sopa de Tamanco, Vossa Senhoria será sempre encaminhada para os melhores blogs ( vá, mas faça o favor de voltar). Conhecerá com quantos paus se dá uma tamancada. Nossas antenas estão ligadas dia e noite.

Então, neste momento grave da vida nacional, o Sopa de Tamanco convoca os tamanqueiros a botar a boca no trombone: toda propaganda é pouca.
Se cada internauta trouxer outro para visitar o Sopa de Tamanco, em breve o Brasil sairá do fundo do poço.

Palavra do Comitê Central.





AINDA QUERO SER TONI MARQUES (OU GRANDES FRASES AVACALHADAS - VERSÃO PIRATA)

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"Governar é construir estradas por onde passarão aviões."

Washington Luís, ex-presidente e avenida

QUE BADERNA É ESSA ?!

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Quer saber ?

(É só clicar aqui, no blog de Homero Fonseca:

http://www3.interblogs.com.br/homerofonseca/artigos.kmf?cod=6313180)

Separatismo, já

O Brasil é o quinto país do mundo em extensão territorial. Já que estamos perdoando dívidas de países pobres como Angola, Bolívia e outros, por que não ceder o Rio de Janeiro à Colômbia? Melhoraria a imagem externa do Brasil e nos livraríamos do custo social e político das mais de 700 maravilhosas favelas. E ainda permaneceríamos brilhando nos livros de geografia como o quinto país do mundo em extensão territorial. Não é uma boa, Cauê?

Aviso aos apopléticos de saguão e de quadra

A demissão do ministro da Defesa, Waldir Pires, o Brasil ainda suporta. Já a separação da dupla Sandy e Junior poderá nos levar a uma prolongada guerra civil. Comecem a estocar ração.

Por falar em Freyre...

Sinal dos tempos: antigamente a classe média, em busca de entendimento sobre o Brasil, lia Gilberto Freyre. Hoje, assiste a Regina Casé dizendo que cultura é o funk.

Por falar em Francis...

... ontem não pude deixar de pensar: ainda bem que Paulo Francis morreu. Chamam a morte de desgraça. Eu penso nela como a dádiva de não ver, não ouvir, não falar, não sentir. Pensei isso hoje, novamente, ao escrever sobre Mário Covas. E, já que o pensamento era bom, ainda que sofrido, pensei em Gilberto Freyre - só porque vi na televisão, outro dia, uma entrevista com ele.

Por que passo a palavra

Passo palavra porque gente como Antônio Fernando Borges, citando Eça de Queirós, tem algo melhor a dizer:

”O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Não há princípio que não seja desmentido nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas idéias aumenta a cada dia. A ruína econômica cresce, cresce, cresce… A agiotagem explora o juro.

A ignorância pesa sobre o povo como um nevoeiro. O número das escolas é dramático. A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do país. Não é uma existência; é uma expiação. Diz-se por toda a parte: O pais está perdido!”

Eça é de Queiroz - e o ano é 1871.

É Tetra! É tetra!

Erga a mãozinha para os céus, com os dedinhos abertos. Agora, encolha apenas o polegar, também conhecido como dedão. Ou o dedinho (mínimo), caso você seja um viciado na mitologia Lulista.

Pronto?

O que você tem em mãos é o pedido formal, dadas as condições, para que o Brasil exija a separação do continente americano e viaje, por mar, é claro, até a África, para se juntar aos países do Quarto Mundo.

O Boiadeiro de Garanhúns

Hoje pela manhã, em Congonhas, cenas explícitas de histeria coletiva. Umas velhas patuscas que, no século passado, seriam viúvas machadianas (mas não da aristocracia, claro), aplaudiram quando a moça informou que todos os vôos estavam cancelados. Entre elas, diziam coisas inteligentes e profundas, cheias de lógica e nexo, como especialistas em vôo que são. "O aeroporto tem que fechar", "É uma vergonha a falta de gruvin".

Gênios que exemplificam bem a raça. Povo, não no sentido pejorativo possível da palavra, guiado pela propaganda oficial do Boiadeiro de Garanhuns.

Al-Qaeda ao carajo!

O presidente do nosso querido Brasil está desperdiçando a oportunidade bolivariana que o nobre esporte bretão lhe dá: selar a paz no céu de anil convocando, para o lugar de Nelson Tom Jobim, o técnico Jorvan Vieira.

REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE IMITADOR DE PAULO FRANCIS, JÁ!

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Dentre as deficiências do Estado brasileiro que se perpetuam ao longo dos tempos, creio que a mais grave é o governo não ter ainda, desde a última década, regulamentado a profissão de imitador de Paulo Francis.

É revoltante ver diariamente, em colunas espalhadas de Norte a Sul do país, heróicas e bravas hordas de imitadores de Paulo Francis, sofrendo para procurar citações eruditas no Google, buscando de maneira tocante afetar inteligência e conhecimento, sem que nenhum tipo de apoio governamental lhes seja prestado.
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(Mais sobre esta nobre causa, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/04/pela-imediata-regulamentao-da-profisso.html)

A obscuridade verbal é a casamata dos imbecis

Rindo, T. S. Eliot contava a história de haver conseguido aprovar sua tese de filosofia se valendo de um texto propositadamente ininteligível. É muito comum na área jurídica, onde a maioria dos profissionais NÃO sabe escrever, o advogado escrever petições que nem ele sabe o que quer dizer. O juiz, com receio de parecer ignorante, concede qualquer coisa - isso quando entende o que foi pedido, claro.

O que quero dizer é que a obscuridade verbal é a casamata dos imbecis. São eles que lapidam a arte de fazer firulas incompreensíveis na esperança de: 1) provarem uma tese tosca (quando tese há); 2) parecem inteligentíssimos. Não canso de imaginar um concurso no qual o vencedor seria aquele que conseguisse equilibrar, o maior tempo possível, um livro do Chacal na ponta do nariz. Chacal, você sabe, é o “artista da poesia” carioca cujos livros não ficam em pé, assim como sua poesia.

(Texto completo aqui)

O mundo não é chato. E Caetano? Chato pacas!

Talvez chegue o dia em que o “subintelectual de miolo mole” Caetano Veloso – para usar uma expressão de José Guilherme Merquior – seja avaliado pelo que realmente é, e não pelo que parece ser. Num país em que Cazuza é tido como “poeta” – e, assim, é colocado na altura de W. B. Yeats, W. H. Auden, João Cabral de Melo Neto e Fernando Pessoa –, não impressiona que intelectuais, à moda José Miguel Wisnik e Marilena Chauí, tenham o prestígio de artista e que artistas, a exemplo de Chico Buarque e do próprio Caetano, sejam vistos como intelectuais. Uma coisa os une nessa oposição combinada: as idéias fora do lugar.

O próprio Caetano admite, o que é comovente, “nunca antes ter havido no Brasil uma figura popular com tanta pinta de intelectual quanto” ele. A modesta confissão está no texto “Discretamente aqui”, de 1972, incluído na coletânea O Mundo Não É Chato, que li para elaborar um texto para a revista Primeira Leitura e que acabou não vingando por lá. “Como Glauber (mais ou menos involuntariamente), tornei-me uma caricatura de líder intelectual de uma geração. (…) Na sua miséria, a intelectualidade brasileira viu em mim um porta-estandarte, um salvador, um bode expiatório”.

Não se engane com esse aparente dar de ombros. Caetano aproveitou o cavalo passar selado e montou. Foi essa miséria intelectual brasileira que o aceitou como um compositor popular que também “pensava”, algo ainda inconcebível no país. E a classe média inculta, ávida por ícones naqueles anos 60 e 70, o transformou num deus pop. Que muitas escolas e universidades passem para os alunos letras do compositor junto com a poesia de Camões, Olavo Bilac e Drummond, como se fossem equivalentes, é um sintoma do nivelamento por baixo, da confusão que se faz entre cultura e entretenimento, já identificada pelo poeta Bruno Tolentino na antológica entrevista à Veja.

(Texto completo aqui)

Cahiers du Tamancô

Como o salmão, os travestis, os transpositores do Rio São Francisco e o ministro Nelson Jobim, os críticos de cinema lutam contra a Mãe Natureza.

Eles tentam nos dar elementos para que não nos entreguemos ao sono.

Para o público que pode pagar nos grandes centros, as salas têm poltronas cada vez mais confortáveis. Assim, a luta deles é ainda mais vã.

Porém no cerne da coisa está Édipo.

Por que as mulheres, no atacado, não aspiram à crítica de cinema? Porque a sala de cinema compete com elas. É, também, uma luta perdida. Ou uma ação entre amigas, que não pode degenerar em espinafração ou rasgação de seda.

A sala de cinema, o que é, com sua designação doméstica, "sala"? Trata-se de um lugar escuro em que uma história é contada.

Ora, lugar escuro em que uma história é contada se chama quarto. Ou cômodo ou sala ou puxado ou aglomeração subnormal, dependendo do IBGE.

A função da sétima arte, portanto, é colocar o joãozinho e o juquinha na cama.

E irritar ou maravilhar as mulheres; por competição, no primeiro caso, ou por identificação, no segundo.

QUERO SER TONI MARQUES (OU GRANDES FRASES AVACALHADAS - GENÉRICO)

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"ALEA JACTO EST"



Caio Júlio Explodo César

MÃO SANTA É MEU PASTOR E NADA ME FALTARÁ (EXCETO, TALVEZ, SAÚDE, EDUCAÇÃO, SANEAMENTO, ESTRADAS...)


"É bem provável que os materialistas históricos, os donos de planos de saúde e outros menos apegados às coisas do espírito nunca tenham passado por semelhante processo. Quanto a mim, já de natural ansioso, os dias que precederam a ida ao bordel me deixaram num estado mais lamentável que o do Piauí".

(Mais analogias lisonjeiras e homenagens a outros varões de Plutarco, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/07/confisses-sexuais-de-uma-besta-quadrada_18.html)

Enriqueça seu vocabulário aeroportuário

Agora que o ministro Nelson Tom Jobim tornará a surfar a wave do governo do nosso querido Brasil, convém o noticialismo financeiro prestar atenção redobrada ao seu rico vocabulário.

Uma das missões do neoministro: abrir o capital da Infraero.

Donde para sempre pegará mal a redação do que deverá ser rotina: "As ações da Infraero tiveram forte queda...".

A saída será suavizar:

"No mercado financeiro, faltou grooving às ações da Infraero"

"Em dia nervoso, o mercado amanheceu despachando para a área de escape as ações da Infraero"

"Os acionistas da Infraero protestaram, na tarde de ontem, contra o que chamam de 'caixa-preta' da governança corporativa da empresa".

Grandes frases avacalhadas

"Se eu perder este trem-bala,
que talvez saia agora,
às onze horas,
só amanhã de manhã."


Adoniran Barbosa

OS SUSPEITOS DE SEMPRE

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Ficou pronto o projeto para a criação do trem bala entre São Paulo e Rio. Preço: 17 bilhões de reais. A viagem por terra entre as duas cidades poderá ser feita num piscar de olhos : 85 minutos.

Que bom.

Há, óbvio, um preço extra a pagar : diante do tamanho da obra, as empreiteiras - envolvidas em dez de cada dez casos de corrupção - devem estar esfregando as mãos, soltando fogos (superfaturados, claro) e babando na gravata.

É só dar uma vasculhada nos arquivos : não há roubalheira de grande monta em que não esteja atolada até o pescoço uma dessas empreiteiras que usam propina como ingrediente de cimento. Há décadas e décadas é assim.

Se um investigador com cachimbo e cachecol quadriculado sobre os ombros ordenasse algo como "procurem os suspeitos de sempre", lá estariam, na primeiríssima fila, donos, diretores e, especialmente, tesoureiros de empreiteiras; congressistas e governantes. Noventa e cinco por cento dos casos seriam resolvidos.

Vejam-se os túneis de São Paulo. Quem pagou aos corruptos ? As empreiteiras, claro.

Mas justiça se faça: há algo menos confiável do que elas.

Faça as contas:

Em que você confia menos?

a) uma cédula de dezessete reais e meio
b) o mugido de um boi da fazenda do presidente do Senado
c) as lágrimas de Joaquim Roriz
d) o orçamento de uma empreiteira para uma obra pública

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 2

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A verdade é que nunca vi no circo um gato fazer as disciplinadas tolices que um leão faz.


Joel Silveira, datilografado por GMN

PÍLULAS DE VIDA DO DOUTOR SILVEIRA - 1

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Jamais consegui me alegrar com o lúgubre hino de Sergipe, embora ele comece assim: "Alegrai-vos, sergipanos...."


Joel Silveira, datilografado por GMN

Os ricos e o paraíso nacional

Se os jornais argentinos recorrem ao surrealismo para explicar aos seus leitores o Brasil e o caos aéreo, o jornal francês Le Figaro (edição de ontem), eterno porta-voz da direita francesa, assegura que "o Brasil governado pelo ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva é o “paraíso dos ricos”. O Figaro informa que São Paulo já tem sete shoppings de luxo e em breve terá mais três, com helipontos para conforto dos milionários. Destaca que, se a economia cresceu 3,7% no ano passado, o segmento de luxo registrou expansão de 32%: “as fortunas brasileiras souberam tirar proveito da política econômica do governo Lula. Para conter a inflação, ele tem mantido as taxas de juros em níveis astronômicos, fazendo a alegria do setor financeiro”.

Ao contrário da classe operária, são os ricos que desfrutam do paraíso brasileiro para inveja da direita francesa. Como têm à disposição a frota de helicópteros e jatinhos executivos, o Brasil surrealista, analisado pelos argentinos, não os interessa nem os incomoda. A massa bruta, anestesiada com o bolsa-família, se mantém obviamente alheia aos problemas estruturais e de gestão do país. A classe média, orfã e fora do jogo político, vive calcinados dias de pânico e apoplexia.

Para o paraíso ficar ainda mais aprazível só faltaria garantir o terceiro mandato. Dinheiro não seria problema para investir na aventura constitucional . Mas aí aparece, de vez em quando, um poema sonoro no Maracanã, uma falta de grooving em São Paulo, um atentado lingüístico grampeado de um aloprado, uma ministra excitando lubricamente passageiros refugados, um grupo de exportadores incomodado com a vertigem do dólar, e pode estragar a festa do "queremismo". Os ricos das páginas do Le Figaro estão se perguntando, desde já: será que acharemos no ABC outro mano metalúrgico tão altruísta? Afora Adão e Eva, se desconhece quem tenha sido expulso do paraíso. Portanto, é claro que os milionários da era daslu-lulista já iniciaram a busca. Frei Betto bem que poderia prestar-lhes uma consultoria.

Grandes frases avacalhadas

'NARCISO E INFRAERO ACHAM FREIO O QUE NÃO É ESPELHO.'

Caetano Veloz

DIÁLOGOS IMPROVÁVEIS - PALESTINA, HÁ DOIS MIL ANOS

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— Mulher, cheguei! Mulher! Mas o que é isso?!
— O que é isso pergunto eu! Tu tá enxergando, homem?!
— Não é incrível? Foi um tal de Jerúsio que apareceu na estrada. Cuspiu, passou as mão assim, ói. Fiquei curado.
— Que... que coisa boa!
— Maravilhosa, né? Agora me diga: que faz o vizinho ali no canto do quarto, nu, estirando a língua pra mim?

(Mais palavras vãs capazes de atrair a ira do Senhor dos Exércitos, aqui: http://marconileal.blogspot.com/2007/07/h-dois-mil-anos-na-palestina-1.html)

AS IMAGENS DE UM ACIDENTE COM UM AIR BUS A320, IGUAL AO DE CONGONHAS ( OU: HÁ SEMPRE UMA CÂMERA POR PERTO)