18 de julho de 2007

Eles merecem

Merecedores de aplausos, até agora praticamente os únicos, são os bombeiros de São Paulo.

Grandes frases já avacalhadas

"Quando as condutas ficam esquisitas, o esquisito vira profissional."

Hunter S. Thompson

Pode?

Um mau escritor da terra dos comedores de cheesburger certa vez afirmou que a técnica é uma fé.

Veja-se esta edição - infelizmente, não temos tradutor - da revista britânica "Casas e jardins" de novembro de 1938. A matéria aprecia a casa campestre de Hitler.

Comentário de usuário - Jenner

"Esse é um governo que relaxa e mata."

Revoada de especialistas

No "Globo", hoje:

'A dificuldade na frenagem pode ser decorrente de falha humana (o piloto teria calculado mal o momento do toque), mas pode também estar ligada aos problemas estruturais na pista de pouso de Congonhas.'

Quando a informação ainda é escassa, o especialista está para o jornalismo como o especulador está para o mercado financeiro. A diferença é que ninguém lucra no jornalismo. O especialista financia a ausência de informação a fundo perdido.

Congonhas revisitada


"Descrevo os quatro animais no meio das chamas, e as rodas espantosas e o trono etéreo."
Ezequiel


Piadas cretinas - Bin Laden cover

"Cada um tem o 11 de setembro que não merece."

O POETA DÁ A NOTÍCIA : "UM DIA CORTADO DE NENHUM PRESSENTIMENTO"

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"Acordo para a morte.
Barbeio-me,visto-me, calço-me.
É meu último dia: um
dia cortado de nenhum pressentimento.
Tudo funciona como sempre.
Saio para a rua. Vou morrer.

(...)Pela última vez miro a cidade.
Ainda posso desistir, adiar a morte,
não tomar esse carro. Não seguir para.
Posso voltar, dizer: amigos,
esqueci um papel, não há viagem,
ir ao cassino, ler um livro.

Mas tomo o carro. Indico o lugar
onde algo espera. O campo. Refletores.
Passo entre mármores, vidro, aço cromado.
Subo uma escada. Curvo-me. Penetro
no interior da morte.

A morte dispôs poltronas para o conforto
da espera. Aqui se encontram os que vão morrer e não sabem.
Jornais,café, chicletes, algodão para o ouvido,
pequenos serviços cercam de delicadeza
nossos corpos amarrados.

(...) Vivo
meu instante final e é como
se vivesse há muitos anos
antes e depois de hoje
uma contínua vida irrefreável,
onde não houvesse pausas, síncopes, sonos,
tão macia na noite é esta máquina e tão facilmente ela corta
blocos cada vez maiores de ar.

(...) Sou um corpo voante e conservo bolsos, relógios, unhas,
ligado à terra pela memória e pelo costume dos músculos,
carne em breve explodindo.

Ó brancura, serenidade sob a violência
da morte sem aviso prévio

(....) golpe vibrado no ar, lâmina de vento
no pescoço, raio
choque estrondo fulguração
rolamos pulverizados
caio verticalmente e me transformo em notícia"


(Carlos Drummond de Andrade, "Morte no Avião" - trecho)

O ENORME PESO DE TRÊS LETRAS

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De tudo o que foi dito desde o momento do acidente em Congonhas, em todas as estações de TV, em todas as emissoras de rádio e em todos os sites, nada teve tanto peso quanto uma palavra de apenas três letras, gritada no Jornal da Globo de terça-feira por uma mãe que embarcou os dois filhos no avião mas ficou em terra: "Não!".

O PÓDIO

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Jade, a ginasta, é a nossa Nadia Comaneci.