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— Aqui está, Pai, um protótipo verdadeiramente sublime — disse o empreiteiro ao se aproximar do Onipotente.
— Hum... Deixa eu ver — falou o Onisciente, inspecionando o corpo do primeiro homem. — É... no geral, me parece muito bom. Mas, e esse negócio pontudo aí em cima? — concluiu, ao final de alguns minutos, apertando as narinas de Adão.
— Ai, isso dói, pô! — reclamou nosso ancestral.
— Isto é o nariz, Senhor — explicou o ilustre empresário. — Ou vias aéreas, para os mais íntimos. Importante para a absorção do oxigênio que manterá o homem vivo.
— Sei. Mas e essa meleca esverdeada no interior dele?
— Bem, o senhor sabe, na verdade o projeto original previa que as fossas nasais fossem autolimpantes, com refrigeração interna e fragrância de mirra. Mas, isso encareceria demais a obra.
— Entendo. E aquilo ali?
— Sovaco.
— Uhm! Como fede! — disse o Senhor, fungando nas axilas de Adão.
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(Texto completo, aqui)