10 de outubro de 2007

BEZERRO

Maomé pediu licença a Jesus e correu pra tomar um assento. Com o que a montanha deu um pequeno salto, que fez o céu tremer e talvez tenha ocasionado um ou outro choque entre galáxias.

Jesus caiu no chão, mas ascendeu rapidamente.

— Eu embaralho – disse Moisés. — Doze cartas pra cada?
— Seis! Ele pensa que ainda tá no deserto — explicou Abraão a Maomé, que sorriu e, olhando para Jesus, que observava o jogo de pé, a certa distância, perguntou:

— Não vai uma partidinha?
— Não.
— Motivos religiosos?
— Superstição. Nunca jogo contra quem tem contato privilegiado com anjos.
— E nosso quarto companheiro? — perguntou o árabe, dessa vez para Abraão.
— Ah, você sabe como ele é. Deve tá por aí, pensando na morte da bezerra.
— Bezerro? De ouro? — levantou-se furioso Moisés, que tinha acabado de distribuir as cartas. — Cadê? Vou jogá-lo no fogo agorinha! Isso é coisa de Arão!

(Texto completo, aqui)