10 de novembro de 2007

CRISE SEM PRECEDENTES NA PUBLICIDADE BRASILEIRA

O Sopa de Tamanco já escreveu que a publicidade brasileira enfrenta uma crise sem precedentes - que se arrasta por anos e anos. Parece exagero. Não é não.
É só ligar a TV, abrir os jornais ou passar os olhos nos anúncios das revistas.

Um anúncio do jornal o Estado de S.Paulo, publicado faz anos, trazia uma vírgula entre sujeito e verbo, erro inadmissível em redatores que, com certeza, se julgam gênios. O texto dizia algo como "e o Estadão, continua....".

Tempos depois, a agência que atende ao mesmíssimo Estado de S.Paulo lança um dos slogans mais idiotas de todos os tempos - aquele que elogia quem "pensa Ão". É o tipo da tentativa fracassadíssima e pouco inspirada de criar um bordão. Mas somente idiotas seriam capazes de dizer coisas como :"Vou ler um livro de fulano. Deve ser bom, porque ele pensa Ão".

Ah, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, rogai por nós todos.

O que dizer dos anúncios dessas campanhas de cervejas ? O que é o "Bar da Boa"? Que coisa estúpida, falsa e artificialíssima! E o "Zeca-Feira" ? Eis outra tentativa de criar um bordão que nem o mais rematado dos idiotas seria capaz de repetir.

Agora, as revistas semanais expõem um anúncio de página dupla da fábrica de automóveis Toyota.
O texto do anúncio, publicado em espaço nobilíssimo da revista Veja dessa semana :"Determinação é encarar os obstáculos de frente"

Encarar de frente!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Há alguma outra maneira de encarar qualquer coisa - que não seja de frente ?

O Dicionário Aurélio informa : "encarar: olhar de frente".

Custava tanto o redator dar uma checada no Nosso Pai, o dicionário?

Qualquer aluno de primeiro grau que escrevesse algo como "encarar de frente" seria repreendido pela professorinha.

Quantos mil dólares a agência terá cobrado para conceber frase tão brilhante ?

O princípio se aplica aos anúncios de cerveja, à campanha do jornal etc.etc.

O pior é que há quem pague por estes anúncios.

Quem disse que nasce um otário a cada minuto no planeta nunca teve tanta razão.