— Boas tardes. Com quem poderia ter o prazer de estar a falar neste aprazível lar? E já me adianto a pedir perdão pela péssima e involuntária rima. Encontrar-se-á o dono da residência nela, hodiernamente?
— Quê?
— Pergunto se Vossa Senhoria acaso não saberia dizer-me se há alguém na habitação?
— Que habitação?
— Esta em que vos encontrais. Seria Vossa Senhoria o proprietário dela ou pertence a outrem tal prerrogativa?
— Depende. A senhora é da Receita?
— Não, porém, se me permite um rasteiro jeu de mot, como dizem os franceses, ou pun, caso Vossa Senhoria seja anglófila: possuo a receita para vosso sucesso. Isto, posto ser Vossa Senhoria o pater familias. Estou certa? É a Vossa Senhoria que procuro?
— Não, eu não sou o Rui Barbosa. A senhora pode me dizer do que se trata, hein?
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