Fico imaginando a máxima duchampiana de que arte é tudo aquilo que se chama de arte - peça de engodo que faz a cabeça vazia de onze em cada onze artistas plásticos e subletrados em geral - aplicada ao humor. “Humor é tudo aquilo que o sujeito chama de humor”, diria um seguidor do homem do penico, caso soubesse o que significa a palavra.
Então, estudantes de sociologia com suas bolsas de couro e sandálias de dedo entrariam numa galeria repleta de pedaços de lixo, garrafas, vibradores enfiados em torradeiras enferrujadas, anões mancos copulando com obesas paralíticas e outras atrações comumente expostas em bienais, mas em vez de porem caras de mais burros tentando parecerem eruditos, cairiam no chão, embolando de rir. E comentariam ao final: “Aquele acordeão furado sobre o banquinho com pintas roxas estava hilário".
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