Os blogs anunciam: Sarney poderá ser o "mensageiro da morte" de Renan. Caberia ao senador José Sarney a difícil e inescapável missão de sugerir (impor?) ao senador Renan Calheiros que renuncie ou pelo menos se licencie da presidência do Senado. É um momento delicado na longa e profícua amizade entre os dois senadores da República. Mas o literato e acadêmico Sarney certamente saberá escolher o poema mais apropriado para este momento histórico do Senado.
A poesia do grande paraibano Augusto dos Anjos é uma das mais adequadas neste momento em que o País prende a respiração à espera de um desenlace da triangulação amorosa entre Renan, Mônica e Mendes Junior. Sem dispor da interpretação do excelente ator Othon Bastos, a provável récita de Sarney:
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!