19 de junho de 2007

Augusto dos Anjos poderá salvar o Senado

Os blogs anunciam: Sarney poderá ser o "mensageiro da morte" de Renan. Caberia ao senador José Sarney a difícil e inescapável missão de sugerir (impor?) ao senador Renan Calheiros que renuncie ou pelo menos se licencie da presidência do Senado. É um momento delicado na longa e profícua amizade entre os dois senadores da República. Mas o literato e acadêmico Sarney certamente saberá escolher o poema mais apropriado para este momento histórico do Senado.

A poesia do grande paraibano Augusto dos Anjos é uma das mais adequadas neste momento em que o País prende a respiração à espera de um desenlace da triangulação amorosa entre Renan, Mônica e Mendes Junior. Sem dispor da interpretação do excelente ator Othon Bastos, a provável récita de Sarney:


Versos Íntimos (Augusto dos Anjos)




Vês! Ninguém assistiu ao formidável

Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!



Acostuma-te à lama que te espera!

O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.



Toma um fósforo. Acende teu cigarro!

O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.



Se a alguém causa inda pena a tua chaga,

Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!