Mais uma cena da Estética da Impunidade que grassa no país. Três rábulas vestindo ternos Armani conduzem mais um delinqüente de grife que massacrou a empregada doméstica num ponto de ônibus de uma bairro de zona sul carioca. Os rábulas se esforçam para esconder o rosto do delinqüente de grife. A Estética da Impunidade faz com que surjam algumas perguntas:
1) Quem são os advogados da moça espancada pelos delinqüentes de grife? Até agora, não apareceu nenhum.
2) Por que a OAB do Rio de Janeiro não assume a causa da moça que teve o rosto destruído pelos delinqüentes de grife? Onde estão os rábulas da OAB? Só se interessam por bandidos de colarinho branco?
3) Por que o silêncio das organizações e entidades femininas e feministas do Rio de Janeiro sobre o massacre da empregada doméstica? A moça é pobre, tudo bem, mas tem uma dignidade e uma altivez (vejam como ela se comporta diante das câmeras) que as dondocas, as peruas e as feministas de boutique jamais terão.
4) E esse movimento folclórico "Rio da Paz" vai ficar caladinho, com seus lencinhos e balõezinhos?
5) E os intelectuais cariocas? Por que esse silêncio cúmplice? Jogaram a toalhinha branca para os bárbaros da nação-chacina? Respeitem, pelo menos, a memória de Antonio Calado, Nelson Rodrigues, Pellegrino, Paulo Francis.
6) E os deliqüentes de grife logo serão soltos?
7) Lembrem-se, manés cariocas, o movimento dos direitos civis nos Estados Unidos começou com casos isolados, como a da senhora negra proibida de sentar nos lugares reservados aos brancos num ônibus e o dos estudantes negros que foram impedidos de estudar numa escola de brancos.
8) E esse Cristo, com sua passividade pétrea, nada faz? Mexa os bracinhos e puna esses calhordas.