Na tragédia nacional, sempre aparecem, sem respeitar o trabalho de luto das famílias, os abutres, corvos e urubus. Os deputados são sempre os primeiros, depois vêm os meios de comunicação com o tradicional festival de absurdos na disputa da audência. Exemplos: colocar o avental todo sujo de ovo Ana Maria Braga para falar e emitir opiniões sobre a complexidade fatídica da crise aérea é tripudiar sobre a tragédia. Conceder espaço de horas na televisão para o deputado-falconiforme Raul Jungmann (aquele que fala com a bala Embaré na boca, imitando grotescamente o sotaque paulista de FHC) inventar propostas inconseqüentes sobre o apagão aéreo brasileiro é um caso para a demissão sumária de editores e chefes de redação. Sem querer parodiar aquele Marx que precedeu os Irmaõs idem: no Brasil, primeiro a tragédia. Depois, a comédia.