13 de julho de 2007

Grandes frases já avacalhadas - Morte e vida Severino

"Estou vendo daqui o Severino, que também já passou por isso. Eu sei o que é a vingança da elite brasileira. Eu sei o que é muitas vezes o ódio de classes, às vezes demonstrado desnecessariamente. Porque, aos 60 anos, eu sou um homem sem ódio. Ninguém vai me deixar nervoso. Pode ficar certo. Nem meus companheiros reivindicando. Nem meus adversários xingando."

O presidente do nosso querido Brasil disse isso ontem, em Pernambuco, provocando uma cefaléia mediúnica em João Cabral de Melo Neto.

O Setor de Exegese do SOPA DE TAMANCO, preocupado com as destrambelhadas frases presidenciais do nosso querido Brasil, convocou o celebrado lingüista Noam Chomsky para desconstruir mais essa fenomenal bobagem dita pelo iluminado presidente Lula.

Chomsky estava ocupado, dando uma palestra para os funcionários do bandejão da PUC-RJ, e se recusou a falar conosco.

Os estagiários do Setor de Exegese telefonaram então para vários especialistas. Nada conseguiram. Ligaram inclusive para um especialista em especialistas. Lhufas.

Então eles mesmos, os estagiários, produziram uma análise cuja minuta foi enviada à sede da Cruz Vermelha Internacional sem o nosso conhecimento.

Mas fontes do Setor de Exegese vazaram alguns trechos da análise.

'1) O Homem sem Ódio, um Robert Musil do sertão, acredita que levar um mensalinho não é crime e portanto ser ejetado da presîdência da Câmara é mais ou menos como ser assassinado na Noite dos Cristais. Rico tem raiva de pobre ladrão, quando não deveria. Então ladrão não deveria ter raiva nem de rico nem de pobre, assim como pobre não deveria ter raiva de rico ladrão e pobres e ricos não deveriam ter raiva de ladrão, do mesmo modo que ladrões, pobres e ricos não deveriam ter raiva aos 60 anos.

'2) Às vezes, porém, o ódio de classes é necessário. Por exemplo, a classe de alfabetização do pequeno Lula no Grupo Escolar Marcílio Dias era inimiga da classe alfabetizada. As porradas no recreio foram homéricas. A pancadaria deixou marcas indeléveis na psiquê do presidente do nosso querido Brasil. Corre o boato de que Lula, assomado pelo silêncio dos inocentes, freqüentemente acorda no meio da noite tentando morder a unha de seu mindinho desaparecido.

'3) O Homem sem Ódio não é um homem, mas um zumbi. Para humanizar o Homem sem Ódio, recomendamos atazanar a paciência presidencial quatro vezes por dia, de seis em seis horas, em conformidade com a administração de um estabilizador de humor, tipo Lítio. Os Canarinhos de Petrópolis podem ganhar uma bolsa que lhes faça repetir o refrão "Lula lá, cresce a esperança" durante 30 minutos, a cada seis horas, onde quer que o Homem sem Ódio esteja.

'4) Claramente, o presidente do nosso querido Brasil ignora os fundamentos da montagem de orações subordinadas e de orações coordenadas. Ele afirmou que, sendo um Homem sem Ódio, sabe o que é o ódio de classes, o qual por vezes é demonstrado desnecessariamente. Por que ele tem 60 anos?'