Flávio de Carvalho, dramaturgo, arquiteto, iconoclasta e amigo de Oswald de Andrade, desfilou de saia pelas ruas de São Paulo nos anos 40 (ou 50?), bem antes de Mary Quant inventar a dobrada de pernas fatal ou o "relâmpago" que enlouquece os voyeuristas de todas as latitudes. Gilberto Freyre, dado a experiências tropicais exóticas, defendia o uso de saia para os homens. O Mestre de Apipucos achava o saiote mais adequado às tórridas temperaturas tropicais.
Quando vejo o deputado Fernando Gabeira na televisão sempre o imagino, moderno como é, usando a míni que a ex-senadora Heloísa "não passarão" Helena se recusa a incorporar ao seu guarda-roupa. Como Gabeira tem mandato, e Helô não, por que o deputado carioca não pode ser a nossa Heloísa Helena de saias? As causas são as mesmas, o amor ao país é o mesmo, e ambos poderiam estar brilhando em alguma seqüência de "Terra em Transe". Não seria lindo Gabeira vestindo um retrô Mary Quant na tribuna da Câmara dos Deputados? Na falta de Flávio de Carvalho e de Gilberto Freyre, o mano D2 poderia dar uma força. Vamos lá, deputado, chega de retórica. Só com mais atitude, teremos um Brasil menos brasileiro, nosso melhor projeto comum.
