28 de setembro de 2007

GENETON: O HOMEM, O MITO

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Terça-feira estive na Globo do Rio e voltei para São Paulo verdadeiramente “incrível”, como se diz no Recife. Eis que durante todos esses anos acreditava estar o dr. Roberto Marinho por trás dos eventos históricos mais importantes de nosso país. Mas descobri, boquiaberto, que dr. Roberto era apenas um testa-de-ferro. O verdadeiro comandante dos destinos nacionais se chama Geneton Moraes Neto.

Na entrada da TV Globo, no Jardim Botânico, uma imensa estátua de Geneton foi erguida. Ali, estudantes de jornalismo de todo o Brasil vêm em peregrinação e, silenciosos e respeitosos, com lencinhos Kleenex nas mãos, permanecem fitando a imagem do mestre, eventualmente deixando cair um fio de baba.

Ao entrar com o Geneton de carne e osso no prédio, pude perceber os olhares extasiados dos funcionários à sua passagem. Faxineiras pedindo autógrafos, porteiros querendo arrancar um fio de cabelo do mito.

Mas o verdadeiramente impressionante foi ouvir, assim que Geneton cruzou a porta de vidro que dá acesso à redação do Fantástico, longas fanfarras, enquanto um tapete vermelho lhe era cuidadosamente estendido.

Ao vê-lo, Glória Maria imediatamente gritou, abanando os braços, como se diante de Leonardo DiCaprio: “É ele, gentche! É ele! Ai, gentche, é ele!”. Repórteres antigos da Vênus Platinada faziam uma reverência com a cabeça. Outros, se ajoelhavam.

Toni Marques, que trabalha com Geneton e estava presente, pode confirmar tudo. Ali dentro, ouvi declarações escabrosas sobre a atuação de Geneton na formulação das diretrizes políticas da empresa. Só para se ter uma idéia, escutei à boca miúda, de fonte confiável, ter sido aquele debate Lula x Collor de 1989 — que, segundo se diz, influiu na eleição deste último para presidente da República — editado por ninguém menos que Geneton Moraes Neto.
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Isso e muitas outras coisas me foram reveladas, coisas capazes de fazer Ulysses Guimarães retornar do fundo das águas. Mas, mais não digo, por temer represálias.