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Depois de observar durante três décadas e meia os movimentos das mandíbulas dos seres bípedes que povoam as redações, posso declarar em cartório, com firma reconhecida, o seguinte: não há meio termo; só existem dois tipos de jornalistas. Os ruins - que, diante de uma boa história, perguntam : mas por que publicar ? E os bons - que preferem sempre perguntar: e por que não ?
Os primeiros são maioria esmagadora.
Feita esta constatação, fecho a cortina, apago a luz do meu teatro mambembe, caminho por entre poltronas vazias e pego a direção da rua:
é lá que estão as grandes histórias, os grandes personagens, as grandes vitórias e os grandes fracassos que, em tese, deveriam alimentar o jornalismo.
Em tese.