30 de outubro de 2007

CARTA ABERTA AOS LEITORES

Aos incautos que, pelo fato de Joel Silveira considerá-lo o melhor repórter do Brasil, imaginam ser Geneton Moraes Neto um patrão agradável, ameno e democrático, gostaria de deixar aqui uma palavrinha sobre o madrugada-a-madrugada desta redação.

O sr. Moraes Neto nos mantém, a mim, Polzonoff, Amin de novo e Toni Marques acorrentados em nossas mesas de trabalho, numa sala muito semelhante à forja de Vulcano — tanto pela iluminação, quanto pela ventilação —, com direito a apenas cinco segundos diários para fazer xixi. Digo “fazer xixi”, porque urinar é proibido.

De posse de um aguilhão mais penetrante que aquele a perseguir a pobre Io (poupemos sinapses, ficando nas analogias mitológicas), espicaça-nos noite e dia sem descanso e exige de nós tarefas hercúleas (idem), capazes de estiolar ao próprio Zeus (idem), mais árduas que a escalada ao monte Idem, digo, Ida (idem).

Futuramente, revelarei detalhes sórdidos do comportamento profissional e ético do sr. Moraes Neto, doravante cognominado Imoraes Neto. Digo apenas que sua exploração é tal que chegou mesmo a dar origem a uma nova categoria econômica: a muito-mais-valia.

Agora, preciso ir, pois as chicotadas que o citado desfere em meu lombo desde que comecei a escrever estão incomodando um pouco. Aguardem.