11 de outubro de 2007

É duro fugir do óbvio

Tô aqui tentando dar uma tamancada em alguém, mas o óbvio, ou melhor, o sentimento de obviedade me persegue. Falar de Renan? Ora, já tenho idade suficiente para saber que desta cartola não sai coelho.

O Brasil é o país das obviedades. E elas giram em torno das mesmas coisas, sempre: novela, futebol e pau no Congresso Nacional. Ok, antigamente o pau na política era mais amplo, mas agora que os petistas assumiram o poder o brasileiro parece ter percebido que sua relação com o governo está mais para novela e futebol do que para política propriamente dita.

Dar uma tamancada em mim também é algo de uma obviedade assustadora. Minha cabeça dói de tanto que me autoflagelo. Melhor passar.

Artistas? Jornalistas? Tudo muito óbvio. Hoje o G1 estampou o Nobel de Literatura sob a rública: "vitória feminina". Que coisa mais demodé. Até porque 11 mulheres já ganharam o Nobel de Literatura. Se bem que o estagiário que deu a manchete não deve sequer saber o que é este tal de Nobel.

E mais: matéria sobre fiéis em Aparecida do Norte, com a tradicional foto de algum pobre-diabo carregando uma cruz. * bocejo * Horário de verão. * bocejo * Mulher de motorista de carreta diz que marido não teve culpa. * bocejo *

O jornalismo no Brasil tem sido um longo bocejo.

Será que um dia vamos dar uma tamancada em algo verdadeiramente relevante?