"As aparências não enganam. Revendo fotos de sete anos, ainda tenho o ar do anjinho bebê. Aos 11, a boca mostra um snarl, aquele levantar de lábios do cão que ataca. Aos 14, os olhos são de "quem já viu tudo", na frase de um colega do Santo Inácio, Fernando Luís Tavares Rodrigues, hoje exercendo talento único em matemática na IBM. Não tinha visto a liça metade, claro, mas veria tudo pela frente confinado num prisma de suspeita, desconfiança e hostilidade. A idade, as pauladas, as artes, a filosofia, a reabertura aos 28 anos transformaram bastante rosto e atitudes; agora, estou sempre de pé atrás, e em riste, na frase de uma amiguinha. Não me sinto inteiramente à vontade na companhia do próximo, nem dos ( meia dúzia) mais íntimos"
("O Afeto que se Encerra")