7 de outubro de 2007

O "JORNALISMO QUASE" É MELHOR DO QUE O JORNALISMO BUROCRATA

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A revista Flash News estampa na capa: "Luciano Huck Assassinado por Causa de Um Relógio". E logo abaixo: "Isso esteve muito perto de acontecer".

A capa já nasce como um clássico instantâneo do jornalismo. Porque, numa bela sacada, criou o jornalismo "quase".

O avião do presidente enfrenta uma turbulência sobre o Oceano Atlântico. Mas pousa em paz. A manchete pode ser : "Presidente Morre em Desastre Aéreo".

A seleção brasileira manda três boas na trave da Argentina, mas o jogo termina zero a zero. Manchete :"Brasil dá baile na Argentina".

É só botar, em letras menores, no pé da página, a ressalva lançada pela revista Flash :"Isso esteve muito perto de acontecer".

Sem ironia: parabéns ao editor que teve tal sacada.

Quem faz um esforço desses para viabilizar uma notícia entende dez vezes mais de jornalismo do que a multidão de jornalistas-burocratas que passam o dia inteiro, o dia inteiro, o dia inteiro procurando uma justificativa para "derrubar" uma reportagem. Conheço uns cinco mil. Se fosse fazer a lista, preencheria um catálogo telefônico.

Ou seja: são especialistas em jogar no lixo notícias, reportagens e personagens interessantes.

O "jornalismo quase" é mais defensável do que o jornalismo burocrata.

O Sopa já disse e repete : o maior, o mais nocivo, o mais pretensioso, o mais destrutivo, o mais risível, o mais indefensável inimigo do Jornalismo é..... o jornalista! Não existe outro.

Por que eles destróem, consistentemente, o que o jornalismo pode ter de interesse e vivacidade.

Depois, reclamam da debandada do público....

O diagnóstico é facílimo.