Estou em Lisboa desde 17 de outubro. Constato: há muitos brasileiros em Portugal. Não, mais: há brasileiros em excesso em Portugal. Vê-se o brasileiro imigrante há quilômetros de distância: é o que fala e ri mais alto; e o que cheira a Leite de Rosas. Conversei com alguns imigrantes que reclamaram de preconceito dos portugueses. O português médio e mais velho é tão preconceituoso e chato como o dos demais países. Ou você nunca teve um vizinho intolerável? De um sensanto imigrante brasileiro ouvi a seguinte sentença: “boa parte dos preconceitos contra os brasileiros foram provocados pelos próprios imigrantes brasileiros. Daí sofre todo mundo”.
Mas, divago. Voltando à vaca fria, o grande problema dos imigrantes brasileiros que vêm para cá ganhar a vida e mandar dinheiro para o Brasil é não estarem nem aí para a própria educação numa fase em que poderiam fazê-lo. Passam a ganhar melhor, trazem os filhos, compram carro novo e nada de se educarem. Nem digo educação formal. Falo de aprender sobre o país, provar novas comidas, bebidas, conhecer outros países, pessoas, culturas. Nadica de nada.
O que se faz, normalmente, é tentar criar um Brasil virtual em seus guetos, mesmo que os guetos sejam as próprias casas. Investem tempo e rendimentos nos famigerados churrascos de fim de semana em que o pagode é consumido em abundância com carne e cerveja. Falo dos imigrantes brasileiros em Portugal, mas lembro dos imigrantes brasileiros nos EUA, por exemplo, que sequer aprendem o inglês. E se você entra no perfil do Orkut estão todos lá exibindo seus carros novos e fotos de… churrascos com outros brasileiros. A Europa está muito preocupada com o avanço dos muçulmanos no Ocidente e se esquecem o grande perigo representado pelos imigrantes brasileiros que fazem churrasco com pagode no fim de semana. Imagine se esse negócio contamina toda a sociedade e, daqui a dois séculos, a Europa vire um grande pandeiro fedendo a carne queimada. Deus seja louvado.
Há imigrantes de outros países que se comportam de maneira bárbara? Sim, claro, já ouvi falar, mas não os conheço. E não os quero conhecer, ok?