Mês passado, no Porto, fui com um amigo na Fundação de Serralves. Lá estava sendo realizada aexposição de Robert Rauschenberg. Dizer que aquele senhor é um picareta é usar eufemismo. O sujeito distribui um monte de caixa de papelão suja pelas paredes e chão, ora com uma corda enrolada, ora com uma bicicleta recém-saída de um atropelamento sério, e diz que aquilo é arte. As outras pessoas, estranho, concordam. O pior: tem gente que compra aquela bobagem.
Numa das salas vi um objeto e pensei, uau!, pelo menos algo se salvou, está bem torneado e pintado. Chego perto. Era um extintor de incêndio. Perguntei à moça que lá trabalhava. Não, não fazia parte da exposição. Eu: ah, bem, está explicado.
Deve ter algo de muito errado numa exposição de arte cuja melhor obra é o extintor de incêndio do local.