17 de dezembro de 2007

UM CLÁSSICO PODE SER UMA FAMOSA FORMA DE TÉDIO?

Jorge Luis Borges, em "Nova Antologia Pessoal":

"Clássico é esse livro que uma nação ou um grupo de nações ou o longo tepo decidiram ler como se em suas páginas tudo fosse deliberado, fatal, profundo como o cosmos, permitindo interpretações sem fim. É de prever-se que essas decisões variem. Para os alemães e austríacos, o Fausto é uma obra genial ; para outros, uma das mais famosas formas de tédio, como o segundo Paraíso de Milton ou a obra de Rabelais. Livros como o de Jó, a Divina Comédia, Macbeth (e, para mim,algumas sagas do Norte) prometem uma longa imortalidade, mas nada sabemos do futuro, salvo que vai diferir do presente. Uma preferência pode muito bem ser uma superstição".