Em algum lugar no meio da perturbação nervosa, fiquei bastante deprimido. A depressão permaneceu comigo por mais de um ano; ela era como um animal, uma coisa bem definida, espacialmente localizável. Eu acordava, abria os olhos, escutava – será que ela está por aqui ou não? Nenhum sinal dela. Talvez esteja dormindo. Talvez me deixe em paz hoje. Com cuidado, com muito cuidado, me levanto da cama. Tudo quieto. Vou à cozinha, começo a tomar o café da manhã. Nenhum som. TV – Bom dia América, David Não-sei-de-quê, um sujeito que não suporto. Como e vejo os entrevistados. Devagar a comida enche o meu estômago e me dá força. Agora uma ida rápida ao banheiro, e a saidinha para minha caminhada matinal – e aí está ela, minha fiel depressão. “Pensou que poderia sair sem mim?”
(Killing time: the autobiography of Paul Feyerabend)
(Killing time: the autobiography of Paul Feyerabend)
(Em tradução escrava, pelo escrevinhador.)