Está nas folhas que, com seu formidável senso de timing, o presidente do nosso querido Brasil vai mandar para a área de escape a célere dupla Pires & Pereira. E cogita o retorno do imortal autor de "A viuvinha" à massa da Defesa.
As manobras serão precedidas por um pronunciamento em cadeia nacional que, paradoxalmente, é o habeas-corpus das asneiras executivas.
Vingativos, gostaríamos de poder revidar.
Teríamos, na nossa torpe vingança, o direito de fazer pronunciamentos na TV Martins, o futuro YouTube palaciano.
E o poder de nomear auxiliares.
No comando da Defesa, teríamos o cantor e apresentador Ronnie Von. Como Ronnie Von é amigo do atual titular da massa da Aeronáutica, colegas de farda que foram, ele teria facilidade na hora de espinafrar todo o comando que não sabe qual é a música.
Para a administração da Infraero, importaríamos Jim Abrahams, David Zucker e Jerry Zucker, responsáveis pelo clássico "Airplane!", intitulado, no idioma de José Sarney e Eros Grau, "Apertem os cintos... O piloto sumiu". No longínquo ano de 1980, o trio anteviu o descalabro que aí está.
Na Anac, outra solução importada: o arquiteto e designer Philippe Starck. Sua mente brilhante vai além de espremedores de laranja. Tantos foram os hotéis, condomínios e nightclubs que desenhou, que a conformação de um mero lobby ele tiraria de letra.
Defenestraríamos o assessor Marco Aurélio Garcia e seu cestinha da NBA, o assessor do assessor Bruno Gaspar Hauser. Já levaram uma medalha para casa e portanto podem pendurar os preservativos. Nomearíamos Hélio e Rickson Gracie, cujo cartel no embate com os estrangeiros fala por si só.
Com a altivez necessária em momento tão grave, também passaríamos o rodo na titular da massa do Turimo e integrante do atarefado Conac, mantendo, porém, a opção pelos pobres que ela sempre professou. Estamos na dúvida quanto à substituição: Bruna Surfistinha, futura integrante da Academia Brasileira de Letras, ou Gilberto Gil? A terceira via, nos dizem as vestais da prudência, estaria no astronauta Marcos Pontes, talvez ainda cru em termos de cálculos da relação custo-benefício, mas, sem dúvida, como Gil, um quadro capaz de ir longe.
E longe, conforme nos ensinaram Richard Bach, os controladores de vôo, a Anac, a Infraero, as companhias aéreas e o presidente do nosso querido Brasil..., longe é um lugar que não existe.