20 de julho de 2007

UM RECORDE MUNDIAL: O DIA EM QUE UM REPÓRTER COMETEU DOIS ERROS DE PORTUGUÊS NUMA SÓ LETRA!

.
É pule de dez: quem entra num sebo sai menos burro.
Eu diria que é tecnicamente impossível percorrer as prateleiras de um bom sebo sem que se descubra pelo menos uma preciosidade. Não sou rato de sebo. Mas, sempre que fui a um desses depósitos de livros descartados, terminei recompensado. Num sebo, descobri uma vez um exemplar puído de um grandesíssimo livro: "O Nariz do Morto", obra-prima de Antônio Carlos Vilaça, agora relançado ( é leitura "obrigatória").

A visita casual a um sebo me fez descobrir o registro de um recorde mundial: o dia em que um redator cometeu dois erros em uma só letra !

Eis o que conta Nestor de Holanda, em "A Ignorância ao Alcance de Todos", livro de 1963 que comprei por sete reais num sebo:

"Max Gold, repórter lítero-recreativo, e,como se sabe, pai do verbo analfabetizar, tem a subida honra de ser recordista mundial de erro em português. Não poderia mesmo deixar de pertencer-nos esse título, para que a CBD junte mais uma taça às de balípodo, bola ao cesto, tênis, peso-galo, salto-tríplice, iate etc.

O recorde, que os coluneiros sociais insistem em conservar na forma inglesa record, foi batido quando o beletrista em foco era divulgador da Rádio Guanabara. Enviou notícia aos jornais, afirmando:

"A programação é á seguinte...."

Errou, assim, duas vezes, numa letra só, o que jamais foi conseguido por qualquer outro campeão:

1.O "a" em questão não é craseado;

2.Crase é acento grave e ele usou agudo"

Registrando esse episódio glorioso, que haverá defigurar, com letras douradas, no livro de ouro da Campanha Nacional de Analfabetização, mostro ao leitor que possuímos admiráveis craques da luta contra a crase, a ponto de, assim como exportamos craques de pebolismo, podermos exportar os de crasismo, para o mundo inteiro"

(em breve: outras histórias da antologia)