17 de julho de 2007

Uma noite mumificante na Academia

O presidente Lula volta ao Rio nesta sexta-feira. Vai participar das comemorações dos cem anos da Academia Brasileira de Letras, o templo da subliteratura. Depois do "triste" episódio do Maracanã, algumas questões tornam-se pertinentes e exigem a reflexão acurada do povo brasileiro.

Múmias vaiam? Se faltarem madeleines no chá das cinco, o presidente Lula poderia assistir à Revolta das Múmias? Foram convidados para a sessão centenária os cineastas Zé Mojica Marins e Ivan Cardoso, do terrir (terror e riso) "A volta das múmias"? Quais são os egiptólogos que saudarão as múmias acadêmicas e o presidente Lula? E Norman Mailer, que também entende do assunto, vai ficar de fora? Depois de escrever "Coronel, Coronéis", o presidente da Academia, Marcos Vilaça (especialista-mor em marketing pessoal), pretende lançar outro livro: "Múmia, Múmias"? Quais as múmias que integrarão a comitiva presidencial à visita da Academia: Marta Suplicy, a relaxadora, Saito, o japa planador, Valdir Pires, o zumbi aéreo, Henrique Meirelles, boston (corruptela...) estratosférico? O etanol pode ser utilizado como substância balsâmica para taxidermizar subliteratos? O presidente Lula, para escapar da repetição de um novo "triste" episódio, vai fantasiado de múmia? O fardão presidencial será trocado, como no final das partidas de futebol, pelo fardão mofado das múmias acadêmicas? Quem vai pagar a conta dos acepipes e apupos, a classe média, outra vez? E o pessoal do Pânico não vai registrar o evento lítero-recreativo?

São questões que precisam ser respondidas, de imediato. Como é a casa de Machado de Assis, o presidente Lula poderia obrigar as múmias a decifrarem o único enigma da literatura nacional: Capitu colocava heavy metal na testa de Bentinho? Triste do país em que o presidente da República não é um especialista em múmias literárias!