29 de agosto de 2007

O que fará o ministro da aviação civil?

Sempre inovando na capacidade de se superar conforme os distúrbios listados no Manual Diagnóstico Estatístico da psiquiatria, e com o formidável senso de timing de sempre, o alegado governo do nosso querido Brasil agora mostra sinais de que tem personalidade passivo-agressiva. É aquela que agride indiretamente.

Posto que o alegado governo - em vez de fazer livro sobre repressão, para marcar posição fiel às suas alegadas origens e na prática nada fazer, fora irritar aqueles que um dia foram inimigos e hoje são colegas - deveria era disciplinar busca, conservação e acesso público de documentos de governo. Cadáveres são documentos, bem entendido.

E tornar criminosos os vândalos e os sonegadores da memória nacional.

Mas é claro que pimenta no arquivo dos outros é refresco. Ou abre-se tudo ou locupletem-se todos.

Vaidoso feito ele só, o líder do Sindicato do Executivo deverá apagar tudo quanto é rastro impróprio antes de virar abraçador profissional.

Mais ou menos como Rudolph Giuliani tentou fazer quando saiu da prefeitura de Nova York, guardando tudo quanto é documento de suas gestões num depósito particular. O tiro está saindo pela culatra, por sinal. Já se sabe que ele passou mais tempo dando vazão pública à sua tara pelos Yankees que no sítio do destruído WTC, nos meses que se seguiram ao atentado...

A Secretaria Geral dos Jecas sem Fronteiras observa que, nisso, vale a pena saber a opinião dos comedores de cheesburger.

A imprensa do mundo todo adora tacar o pau neles, mas poucas são as vezes em que se lembra de notar que o sistema é desenhado pela linha protestante de que a cagada há de aparecer, mais cedo ou mais tarde.

De mais a mais, pega mal combater a violência dos fantasmas, quando a dos vivos é que assola o nosso querido Brasil.